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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, outubro 16, 2002
Estrada Para Perdição (Road To Perdition)

Um amadurecimento de Sam Mendes na direção, o que falta aqui é um roteiro mais impactante que transformasse uma simples história (assassino da máfia foge com o filho depois de um problema profissional) em algo mais épico ou grandioso. No final é só um filho lembrando do pai. A segunda metade é melhor começando no tiroteio no quarto do hotel; Paul Newman está ótimo; e há duas seqüências ótimas: a do tiroteio na chuva sem som e o quase final na praia só ao som das ondas quebrando (mesmo que toda a ação seja previsível ao extremo). Estranho que o filme é narrado pelo filho supostamente de um futuro, mas a voz continua de uma criança... Pena que Jennifer Jason Leigh só tenha servido de figurante. Tom Hanks está bem e contido.


posted by RENATO DOHO 11:44 PM
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Spider (Idem)

Filme convencional de Cronenberg. Ralph Fiennes parece mais um coadjuvante do filme, apenas presenciando fatos de seu passado (real ou não) e balbuciando coisas ou escrevendo em seu diário enquanto a narrativa prossegue. A infância também não é marcada por fatos marcantes, mas o jovem "spider" tem um relacionamento diferente com a mãe, explorado nas várias personagens que Miranda Richardson interpreta. O final pode nos remeter ao filme Uma Mente Brilhante, revelando uma "surpresa" para que entendamos a condição do personagem principal e o que ocorreu durante o filme, mas isso em si não é nada surpreendente, ao contrário, é totalmente previsível.


posted by RENATO DOHO 11:38 PM
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Miranda (Idem)

Um atendente de uma biblioteca se apaixona por uma garota misteriosa (Christina Ricci) e isso o envolverá em um jogo de espionagem industrial. Nada demais, apenas com o charme de Ricci ajudando a nos segurar na cadeira até o fim.


posted by RENATO DOHO 11:34 PM
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Sexta À Noite (Vendredi Soir)

Claire Denis retrata um romance com poucos diálogos e muitos silêncios. A trama em si é banal, um relacionamento rápido que acontece mais pelo acaso. Apesar dos poucos diálogos e do casal na cama não é um Hiroshima Mon Amour, lembra mais um filme do festival do ano passado, Intimidade, que ao menos parecia chegar a algum lugar, aqui parece apenas um retrato de um momento, fugaz.


posted by RENATO DOHO 11:32 PM
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11 De Setembro (11" 09' 01)

Como todo filme de episódios esse não deixa de ser irregular. Os melhores são de Sean Penn, Shohei Imamura e Ken Loach. O pior é do Iñarritu. No meio alguns curtas agradáveis, outros reflexivos, outros apenas médios...



posted by RENATO DOHO 11:28 PM
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domingo, outubro 06, 2002
Paraíso (Heaven)

Não parece um filme de Tom Tykwer (Corra Lola Corra) e nem um roteiro de Kieslowski, apesar de aqui e ali identificarmos características dos dois. Há planos muito bons, sejam na escolha de ângulos (há um ótimo plongée de uma igreja, já que a igreja é isolada e o plano é de um local alto, mas é fixa e não é de um helicóptero ou uma grua) ou travellings (como a do casal indo em direção a uma árvore e um helicóptero levantando vôo). Cate Blanchett como sempre está ótima e em certos takes ela está lindíssima (como quando ela está num caminhão de leite). Após um atentado mal sucedido uma professora é presa, mas é ajudada por um tradutor da polícia e juntos fogem. O inusitado é que tudo se passa na Itália, só Cate e Giovanni falam em inglês (então é um diretor alemão, com roteiro de um polonês, com um elenco italiano, australiano (Cate) e americano (Giovanni), que mistura!). O final é muito bom.


posted by RENATO DOHO 8:58 PM
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Irreversível (Irreversible)

O filme polêmica de Cannes 2002 não é tão forte e violento como diziam. A violência se concentra no começo, mas o que chama mais a atenção é a cãmera trepidante alucinada, tanto que até evitei olhar muito para não dar um deslocamento de retina e uma baita dor de cabeça. A câmera fica estável depois de um tempo, conforme a história vai voltando no tempo (o filme é mostrado de trás para frente, com os créditos aparecendo no começo). A cena do estupro de Monica Bellucci é bem forte, mas não explícita, feita com câmera parada e num plano longo só. Se isso era o chamariz do filme na hora o que traz para o espectador é uma sensação horrível, um testemunho de um ato desumano ao extremo. Bellucci mostra mais uma vez coragem de fazer tais cenas (como a do espancamento em Malena) e nessa é particularmente traumatizante não fosse apenas um filme. O ensaio dessa cena também foi muito bem planejada, pois os chutes que o estuprador dá na cara e no corpo de Monica é bem realista e sem cortes. Logo após isso tudo o que a personagem dela diz tem um tom trágico já que sabemos o que ocorrerá, isso vai acumulando até dar no final tranquilo e belo, mas com o tom de beira de abismo, confirmando a tese do filme "o tempo tudo destrói". Pessoalmente fiquei imaginando o que aconteceria com o personagem dela no final (começo) do filme, tudo que vai mudar em sua vida, os traumas que ficarão pro resto da vida. Há uma cena no começo particularmente violenta também muito bem feita, já que mostra um cara esmagando a cara de outro com um extintor de incêndio, sem cortes aparente mostrando a cara do homem simplesmente virar um purê de carne (espero que mostrem como foi feita essa cena em algum lugar, assim como a do estupro). Poucos saíram da sala e houve aplausos ao final. Vale ser conferido.


posted by RENATO DOHO 8:34 PM
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O Tempo De Cada Um (Personal Velocity)

3 histórias separadas que tematizam mulheres com problemas de relacionamento por traumas antigas. A dretora, Rebecca Miller, adaptou seu próprio livro nesse seu segundo filme. A primeira história é um pouco rápida demais, por isso a mais fraca, mas tem um bom momento. A segunda é a melhor e a mais longa, com Parker Posey fazendo uma editora de livros e seu problema de fidelidade, Posey está ótima. A terceira e ultima retrata uma jovem que tem a vida transformada após um acidente e um encontro com garoto espancado. Os 3 episódios têm bons momentos, mas talvez tenha faltado mais coisas que interligassem as histórias (apenas uma notícia no rádio aparece nos três). Ganhador do Sundance 2002.


posted by RENATO DOHO 8:20 PM
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Ararat (Idem)

Filme pessoal de Atom Egoyan falando do genocídio dos armênios pelos turcos. A narrativa mistura um filme sendo feito sobre o fato, a consultora do filme e sua relação com o filho e sua meia-irmã e esse filho com um funcionário da alfândega quando voltava de uma viagem da Turquia, funcionário este que tem um problema em aceitar seu filho homossexual. Os tempos e as histórias se misturam, mas não fica confuso. Momentos de emoção.


posted by RENATO DOHO 8:12 PM
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sábado, outubro 05, 2002
Full Frontal



Não era prioridade, mas como estava passando num horário livre e aqui pertinho, fui ver. Também ajuda o fato que tem a Catherine Keener e a Julia Roberts, carreiras que acompanho (fora o Soderbergh, mesmo não tendo gostado muito de nenhum em especial). A estrutura lembra Short Cuts com as várias histórias que vão se cruzar, a filmagem em digital dá um aspecto cru, um pouco mais realista e ao mesmo tempo os efeitos de câmera quebram essa realidade (o final comprova essa procura em aparentar algo e revelar outro). As falas em off parecem ser de sessões de terapia de cada personagem, enquanto pelas imagens há uma mistura do mostrar o que se fala com outros pontos de semelhança ou contrariedade com as falas. O bom elenco ajuda a dar um formato coeso ao filme que parece não ter um objetivo definido, mas sim uma espécie de brincadeira entre amigos. Engraçado que tirando as duas atrizes já citadas o elenco é formado por atores de seriados de tv como Nicky Katt (Boston Public), David Duchovny (Arquivo X), Mary McCormack (Murder One), David Hyde Pierce (Frasier) e Blair Underwood (L.A. Law). Os momentos criados pelos atores é que realmente fazem o filme não se perder numa brincadeira vazia. Exemplos destes momentos: Katt nos ensaios da peça, Underwood falando dos atores negros em Hollywood e Keener (maravilhosa) se acabando aos poucos. Bom citar que há bom humor em varias partes seja em piadas internas ou cenas engraçadas. Pequenas participações especias de Brad Pitt, David Fincher, Harvey Weinstein (um dos chefões da Miramax) e Terence Stamp (hilário, quase um figurante passando aqui e ali). Vai ter gente que vai achar um grande nada, outros curtirão, mas não creio que haja os que amem ou odeiem o filme.


posted by RENATO DOHO 1:08 AM
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sexta-feira, outubro 04, 2002
A Última Profecia (The Mothman Prophecies)



Mais um ótimo filme de Mark Pellington que só tem feito filmes interessantes (Indo Até O Fim, Destination Anywhere e O Suspeito Da Rua Arlington). O filme se equilibra bem entre os relatos verídicos sobre o assunto e a história que conduz tudo. Laura Linney sempre ótima, Richard Gere convence e as pequenas participações, mas marcantes, de Will Patton e Debra Messing. O clima de tensão é bem orquestrada pelo uso de luzes, filtros e planos rasantes de câmera. Para falar do final...

SPOILERS

o filme conclui bem não explicando o que exatamente as mensagens e aparições queriam dizer, pois o caso ainda é estudado e tem várias hipóteses e teorias, ainda bem que o filme não escolhe uma destas, mas deixa o mistério no ar.


posted by RENATO DOHO 7:16 PM
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Tiros Em Columbine (Bowling For Columbine)



Excelente documentário, o melhor de Michael Moore até agora. Contundente, abrangente, inteligente, tudo com bom humor típico de Moore. Momentos memoráveis que fizeram o público aplaudir entusiasmado em 2 partes. Para quem já conhece o trabalho dele vai compreender melhor as referências com relação aos outros documentários dele, principalmente quando há histórias de Flint em Michigan, onde Moore nasceu e é sempre abordado em seus filmes. A abordagem sobre armas e violência na América é exemplar. Desta vez Moore abre mais as questões para outros países, dando uma compreensão global. Essencial ser visto e pensado, pena que dificilmente o filme terá um público abrangente, a não ser que um canal como o GNT compre e exiba (o que acho o mais provável), mesmo assim não é um público grande (Tv Cultura poderia exibir na tv aberta). Como seria bom ter mais documentaristas e pensadores da realidade social como Moore.


posted by RENATO DOHO 12:17 AM
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quinta-feira, outubro 03, 2002
O Príncipe

Mais uma boa obra de Giorgetti, desta vez com alguns poréns como alguns atores fracos que ainda por cima tinham diálogos que não ajudavam para dar maior naturalidade nas cenas, com isso a força do filme diminui. Em certa parte parece que o "príncipe" do filme é o personagem de Waking Life, pois ao voltar da França depois de 20 anos fora ele vai encontrando velhos amigos e o que segue são mais os amigos falando do estado das coisas atual e o personagem principal ouvindo, absorvendo. Não parece ser o mais pessimista dos filmes do Giorgetti, em todos eles há um ar de tristeza com o estado das coisas das classes sociais (Festa), da paisagem urbana (Sábado), da velhice e lembranças além do futebol (Boleiros) e agora do país como um todo. Triste, mas necessário.


posted by RENATO DOHO 1:45 AM
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A Viagem De Chihiro (Spirited Away)

Extraordinário desenho animado. Quando vemos como é a história lembramos na hora de Alice No País Das Maravilhas e também de O Mágico De Oz, mas as lendas populares japonesas são acrescentadas. A jovem Chihiro vai embarcar numa viagem fantástica, maravilhosa em imaginação, nos personagens e nas cores. A trilha grandiosa, até dramática, só reforça o vôo de fantasia do desenho. É um filme para ser mais visto que lido. Chihiro age e desta forma, cresce, não a vemos refletindo ou questionamento sua estranha viagem, mas a vemos decidida a fazer o que é para ser feito, com uma ética de honra e um espírito de solidariedade e justiça inabaláveis num mundo de regras bem claras e de um certo isolamento funcional (uma grande casa de banho que atende centenas de clientes). O filme alegra, empolga, sensibiliza, sutilmente nos faz refletir sobre vários temas e nos faz ficar com lágrimas, Chihiro é a nossa guia para um outro mundo fantástico.



posted by RENATO DOHO 1:39 AM
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terça-feira, outubro 01, 2002
Festival Do Rio

Os ingressos estão a cada dia mais raros, ao menos consegui de algumas sessões: Spider, Tiros Em Columbine, Ararat (Atom Egoyam), A Viagem De Chihiro (Spirited Away), Irreversível, Miranda (Christina Ricci) e Sexta À Noite. Depois comento.


posted by RENATO DOHO 11:40 PM
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