RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, junho 29, 2007
On The Lot - Episódio 8

O reality show do Mark Burnett e do Steven Spielberg perde audiência a cada episódio e isso se deve há vários problemas, um deles é ter começado parecido demais com American Idol. Até as falas da apresentadora eram iguais ao do Ryan Seacrest. Acho que perceberam isso e a eliminação foi passando por mudanças. Mesmo assim muitas outras coisas continuam parecidas demais. Pra quem não sabe, ainda, o reality selecionou diversos cineastas iniciantes na busca por um contrato de um milhão de dólares com a Dreamworks. Toda semana alguns curtas são apresentados e é dado ao público a chance de votar, o menos votado é eliminado. Os curtas têm de 2 a 3 minutos em média e uns 5 dias para ser realizado. Muita gente reclama que ao invés de mostrar as filmagens e os atritos que acontecem o programa virou um festival de curtas a cada semana, o que é verdade, como se o curta fosse a canção a ser cantada a cada semana. Uma coisa ruim é que a ordem da opinião dos jurados sempre é a mesma começando pela Carrie Fischer, indo para o jurado convidado da vez e terminando com o Garry Marshall. Geralmente a linha de pensamento segue o que a Carrie diz, como se discordar dela fosse indelicado e isso estraga as opiniões. Nem vou falar o que Carrie e Garry como jurados revelam do programa. Aliás, se antes ela nada me dizia agora tenho antipatia por ela, pelas besteiras que fala e as atitudes (a platéia tem começado a vaiá-la de vez em quando). Quem já foi jurado convidado até agora: Brett Ratner, Jon Avnet, David Frankel, D.J. Caruso, Michael Bay, Wes Craven e Mark Waters. Eli Roth é na próxima semana (parece que no lugar do William Friedkin). Dos candidatos há vários fraquinhos e o único realmente que se destaca é Zach Lipovsky, um jovem expert em efeitos especiais que demonstra ter muito talento, não só com efeitos. E ele tem o jeito de ser um jovem Spielberg, tem tudo para ganhar.

Engraçado notar como muitos dos curtas que tenham humor ficam parecendo comerciais ao invés de curtas mesmo, e como a linguagem publicitária invadiu a mente dos jovens realizadores. Um dos concorrentes que aposta mais na ação fazia trailers ao invés de curtas... Mas achei injusto que tenha sido eliminado, há diretores muito piores. O pior deles ainda resiste, Kenny, um skatista que toda hora insiste em se vanglorizar que não fez curso de cinema e faz uns vídeos podres que mais parecem clipes de rock (mal feitos). Pior que ele, naquele meio "careta", é enaltecido como tendo uma visão original e experimental...

Vi o começo pelo People & Arts que está somente uma semana atrás dos EUA, mas agora baixo para ver, assim não tem comercial, passo a hora dos anúncios dos telefones para votação e mais coisas. Vou tentar falar de cada episódio até o fim, agora. Faltam poucos episódios. Provável que o Spielberg em pessoa esteja na final, senão vai ser muito frustrante. Será que ele vai ser o jurado da final?

Os curtas dessa semana tinham a comédia como tema. Foram seis os selecionados, os outros seis farão curtas de horror para a próxima semana. Mais ou menos na ordem de exibição:

Dr. In-Law (Shalini) - pra quem estava nervosa por trabalhar com comédia ela se saiu muito bem com ótimas tiradas e boas atuações, só faltou mesmo a gag final.
How To Have A Girl (David) - uma idéia que poderia render algo cômico que virou um desastre.
Discovering The Wheels (Adam) - mediano, perde-se muito tempo com bobagens e a conclusão é meio besta.
Under The Gun (Hilary) - ela é muito ruim, tudo fica parecendo amador nas mãos dela, já era para ter saído há tempos.
Nerve Endings (Will) - humor negro que exagera um pouco na dose, com uma piada só e ainda não trabalhando com diálogos (todos os outros dele são quase filmes mudos).
Die Hardly Working (Zach) - de tanto que falam que ele só se dá bem por causa dos efeitos ele fez o curta sem efeito algum para mostrar que é bom mesmo assim; é o melhor dos 5, com criatividade, humor, ótima noção de onde colocar a câmera e ritmo.

No
site dá para se ver todos os curtas (os anteriores também), além de cenas a mais das filmagens, entrevistas (com jurados e convidados - tem entrevista com Friedkin em 3 partes) e até um lugar para qualquer um botar seu curta (mas nunca vi um deles). Recomendo que ao menos vejam a evolução dos curtas do Zach que acho que num futuro próximo ele será mais conhecido (ainda mais se ganhar o programa).

P.S. - a apresentadora, Adrianna Costa, é uma gata, sempre com modelitos provocantes e por isso mesmo uma escolha estranha para o programa.

posted by RENATO DOHO 7:28 PM
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quinta-feira, junho 28, 2007
Hot Fuzz

Mais um divertido filme que Edgar Wright dirige e, junto com Simon Pegg, roteiriza. Desta vez eles se voltam para o gênero policial e amontoam vários clichês e citações como fizeram antes. A trama parece uma variante de outros filmes e seriados onde um policial super eficiente é designado, contra a vontade, para trabalhar num ambiente totalmente diferente ao que está acostumado, no caso, uma pacata vila inglesa. E lá, onde a paz reina, ele vai aos poucos achando que há algo de muito errado acontecendo, mesmo que ninguém acredite nele. Fox Mulder, Monk, Hercule Poirot, Gil Grissom, enfim, vários já se encontraram nessa situação. O humor predomina e a ação mesmo só ocorre no final, e para que não fique monótono, há um engraçado uso de transições com super closes e som de impacto diante das mais banais ações, típicas de filmes de ação antecipando as cenas mais movimentadas. O mistério das mortes ocorridas tem um toque de Scooby Doo e alguns trechos musicais vem de Um Tira Da Pesada II. Aliás o filme do Tony é de grande influência no andamento das cenas e na caracterização dos policiais locais. Dois filmes abertamente mostrados e homenageados no filme são Caçadores De Emoção e Bad Boys 2, há duas cenas idênticas e as duplas dos filmes são usadas para brincar com a sexualidade dos protagonistas, Angel, o superpolicial e Met, o filho do inspetor, o que inclui uma "romântica" noite a dois. Na parte da ação todo clichê perguntado por Met durante o filme é reproduzido pela dupla no tiroteio. Timothy Dalton como o suspeito número 1 está muito engraçado em sua canastrice. Apesar dos tiros, das explosões e mortes há um espírito de desenho animado nas cenas mais fortes e os vilões nem morrem mesmo levando tiros ou coisas piores. Quando há a luta na cidadezinha de maquetes senti falta de uma maior caracterização dos filmes ou seriados japoneses de monstros e há uma breve citação ao Velocidade Máxima que não se completa devidamente (a cena do metrô invadindo a rua). Quanto maior a familiarização com o gênero melhor para entender as piadas. Com isso a dupla Wright e Pegg consegue homenagear gêneros favoritos (terror, policial) com uma fina ironia que olha e sabe que tudo aquilo, por mais legal que seja, tem um lado ridículo que não pode ser esquecido.


posted by RENATO DOHO 12:07 AM
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segunda-feira, junho 25, 2007
Libertad



Novo do Velvet Revolver.

Link

posted by RENATO DOHO 12:03 AM
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domingo, junho 24, 2007
Live Earth



7.7.07

100 artistas, 9 cidades, 24 horas de shows.

Bon Jovi, Smashing Pumpkins, Metallica, Madonna, Beastie Boys, Red Hot Chili Peppers, Foo Fighters, Keane, Snow Patrol, Corinne Bailey Rae, Damien Rice, James Blunt, Joss Stone, Chris Cornell, Katie Melua, KT Tunstall, Kelly Clarkson, The Police, Roger Waters, Jack Johnson, Linkin Park, Wolfmother e muitos outros.

Brasil está no meio, os shows serão no Rio De Janeiro.

O Multishow vai transmitir ao vivo as 24 horas de shows.

posted by RENATO DOHO 1:39 AM
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sexta-feira, junho 22, 2007
Into The Wild



Desde que vi um episódio de Millennium, O Renascimento (Luminary), um dos meus favoritos do seriado, fiquei com muita vontade de ler o livro do Jon Krakauer, Na Natureza Selvagem, que se baseia no mesmo fato real de um jovem que parte para o Alasca em busca do sentido da vida. E agora o Sean Penn adaptou e dirigiu. Será que vou ver o filme antes de ler o livro (que nunca achei por preço barato)? Espero que o filme seja ótimo, pois é uma história que adoraria ter dirigido. Há Sean Penn e Eddie Vedder de garantias, pois têm esse espírito do livro, e as presenças de favoritas minhas como Catherine Keener, Jena Malone e Kristen Stewart. Legal que no trailer há o comecinho de uma canção do Iron & Wine.

Trailer

posted by RENATO DOHO 7:25 AM
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terça-feira, junho 19, 2007
Um Longo Caminho (Qian Li Zou Dan Qi)



Mais um grande filme de Zhang Yimou! Que forma maravilhosa de contar o relacionamento entre duas pessoas, pai e filho, que são bem parecidos no espírito solitário e de pouco conseguirem expressar suas emoções, através das formas mais indiretas possíveis. O que poderia simplesmente ser uma situação resolvida, com algum custo, através de uma conversa, de um contato mais direto, caso fossem outros espíritos e outra cultura no filme as coisas nunca são fáceis assim, há um longo caminho a percorrer. Pai vai visitar o filho doente no hospital após longos anos que os dois não se falam e após a recusa do filho em vê-lo o pai através de uma fita de vídeo descobre algo que pode fazer com que se reconecte ao filho. E Yimou faz isso através da modernidade diante de uma das regiões menos favorecidas das diversas províncias chinesas. Num primeiro momento a viagem à China é uma loucura, algo despropositado que aos poucos vamos entendendo o quanto isso é o caminho mais natural para se chegue ao real sentimento do pai em busca do filho (ambos japoneses). A barreira da linguagem já é um grande empecilho e todos se comunicam melhor por instrumentos como celulares, telefones, vídeos, fotos, apito, máscara, cartas, bandeiras, dicionário... A mediação é a única forma que certos personagens conseguem se abrir emocionalmente, tanto que o pai inveja a forma direta que o ator demonstra estar triste e com saudades do filho. Mas isso nunca é um dificultador das relações humanas, há uma grande compreensão da jornada daquele pai e uma receptividade além das expectativas desse pai pelas pessoas mais simples possíveis. Quando o cinismo atual apontaria os defeitos dessas comunicações indiretas Yimou apresenta um facilitador, não uma necessidade, mas algo possível para alcançar o outro e se fazer entender. Por isso são memoráveis as cenas de mediação como o vídeo do pai para o pessoal do ministério das relações internacionais ou o slide de fotos para os prisioneiros. Nisso podemos pensar não só nas pessoas de diferentes culturas se comunicando, da melhor forma que encontram, como também no próprio cinema, esse canal por onde Yimou (e todos que participaram do filme) nos alcança. O melodrama não pede desculpas, ele aparece e emociona pela sinceridade. As paisagens são de grande beleza e muito adequadas para os estados de espírito dos personagens em determinadas situações como as grandes rochas, os telhados da vila, as estradas sinuosas, etcs. E disse que o pai é feito pelo grande Ken Takakura? Que escolha excelente! Que tributo à esse ator! Os seus silêncios e sua fala que parece emperrada são brilhantes. Consegue transmitir tudo sem dizer nada! É mais um grande feito de Yimou dar esse grande personagem e esse belíssimo filme ao Takakura. No dvd há um making of de 18 minutos, que infelizmente só é legendado em inglês, onde ficamos sabendo que, fora Takakura e a atriz que faz sua nora, todo o resto é um elenco de amadores, de pessoas que nunca atuaram; que o filme também tem seu paralelo com a história contada pois levou um longo caminho para sua feitura; que o clima do set foi muito alegre e emocional; que a assistente de direção é bonita e também teve seus momentos de emoção; que Takakura trabalhou com apenas 4 cineastas estrangeiros e Yimou o fez lembrar bastante de Ridley Scott (o que não deixou de ser uma nota legal para mim); que o garoto que faz Yang Yang realmente é um achado; e que deve ter sido muito foda ter trabalhado neste filme, voltando à bonita assistente, foi "inesquecível".


posted by RENATO DOHO 12:25 AM
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sábado, junho 16, 2007
Meu Encontro Com Drew Barrymore (My Date With Drew)

Uh, documentário? Projeto pessoal de um cara apaixonado desde criança pela Drew Barrymore que estabelece 30 dias para marcar um encontro com ela (que é o tempo do aluguel da câmera). Lembra aquele filme dos vários encontros amorosos só que aqui a pessoa é menos anônima, isto é, ela conhece gente da indústria ou ao menos consegue falar com eles, então Eric Roberts, o roteirista de As Panteras, o diretor Bill D'Elia e Corey Feldman aparecem dando dicas ou tentando com que o apaixonado, Brian Herzlinger, consiga o encontro. Brian estava naquele estágio onde já estava cansado dos trabalhos temporários em Hollywood ao ponto de desistir quando estabeleceu esse objetivo como o turning point (ou não) de sua vida. Há momentos engraçados, outros banais (como um vídeo caseiro) e Brian fica na tênue linha entre o simpático e o patético. Só que o seu final meio que justifica tudo, estragando um pouco o filme digo que ele consegue o encontro e nisso todo o projeto se sustenta, não parecendo mais uma egotrip picareta (se ele não tivesse conseguido). E o encontro é bem legal, principalmente pela Drew ser bem simpática e como, de certa forma, eles realmente deveriam se encontrar (além do fato dos 2 serem fanzões de Grease 2) - ele não fica parecendo um stalker bem sucedido. E o presente que ele ganha dela até é uma surpresa, primeiro pelo fato dela levar um presente pra ele e depois pelo presente em si, como se fosse um incentivo (o que ela explicita ao falar). Enfim, não fosse pela Drew o filme não se justificaria. Atualmente o Brian estava fazendo algumas matérias pro programa do Jay Leno. Acaba que o filme vira o lema que o Brian diz ao final dele, aquela coisa de correr atrás dos sonhos, pois se até ele conseguiu...

Revolver

O que não faz uma mulher e suas crenças na vida de um diretor hein? Madonna, toda interessada na cabala, acabou contaminando o Guy Ritchie que bota muita coisa da doutrina neste filme. Então pegue os temas característicos do que Ritchie vinha fazendo e adicione umas filosofadas baratas misturadas com A Arte Da Guerra e estratégias de xadrez que teremos Revolver. Não que o filme seja ruim, é até o melhor dele, porém eu não gosto dos outros, e até é uma boa recuperação do desastre do filme anterior, só que fica nisso, bom e olhe lá. Irrita a repetição constante dos pensamentos e das frases, como se para fixar os "pensamentos" e nisso me lembra negativamente o Kim Ki-Duk com suas diluições budistas e as explícitas mensagens. As viradas de roteiro também são de uma linha de cinema que pouco me interessa como Os Suspeitos, Amnésia e Clube Da Luta, inclusive com uma frase diretamente tirada de Os Suspeitos. Jason Statham está bem e diferente, já Ray Liotta está muito exagerado; o único de real interesse é o personagem de Mark Strong, um super hitman. Hilário é que há por aí teorias que tentam explicar o filme (é, pode confundir algumas pessoas), como se Ritchie fosse capaz de algo que a pessoa tenha que refletir ou desvendar...

A Última Cartada (Smokin’ Aces)

E esse que parece dirigido pelo Guy Ritchie? O que não deixa de ser engraçado, um cineasta que parece sub do sub-Tarantino... Ao menos Joe Carnahan aqui não tenta botar frases e diálogos cools e marcantes (e se tenta é tão mal sucedido que não notei), o lance é mais de criação de história, personagens, situações e visual. Há coisas temerosas como aquela criança retardada que aparece, quase um símbolo intencional do que o filme é (um nerdzinho se passando por foda). A trama é quase infantil e bem básicona, tanto que não há desvios, só enrolação, todos sabem o que se reserva para a meia hora final com o encontro de todas as pessoas que foram contratadas para matar uma pessoa, o Aces do título (Apagando Aces), interpretado pelo Jeremy Piven (que precisa mudar o tom, parece o Ari do Entourage cheirado). Jason Bateman é outra inutilidade do filme. Fica engraçada as presenças de Ben Affleck, apagado rapidamente e Matthew Fox numa participação esquisita (peruca e bigode propositadamente falsos). Mas também, tendo Ryan Reynolds como mocinho e protagonista não é pra se esperar grande coisa mesmo. Ray Liotta, olha ele aí de novo, ao menos está mais comedido. E a gangue nazista? Que coisa grotesca e inútil (ah sim, serve só pra cena do cara caindo na própria serra elétrica, por que? porque é cool...). Pra não falar que não gostei de nenhum personagem a Alicia Keys ficou bem legal e sua parceira também, as duas tiveram os melhores momentos (mesmo que o romancezinho instantâneo no final seja ridículo) e ao menos um desenvolvimento de personagens. A arma da parceira então é muito boa (Michael Mann usou em Miami Vice), merecia um filme só pra ela (a arma) hehe Pena que a Alicia, como ninguém ali (excetuando o hitman dos disfarces), se mostrou eficaz, tanta banca sendo construída ao longo do filme e ao final são todos bem ruinzinhos na profissão. Espero que Carnahan faça algo mais sério e sólido no futuro, senão...


posted by RENATO DOHO 6:08 PM
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quinta-feira, junho 14, 2007
Sicko



A mais nova investida de Michael Moore é com relação ao sistema de saúde dos EUA e seus planos de saúde. Melhor do que o anterior, Fahrenheit 9/11, Moore continua com a mesma estrutura utilizando cenas de arquivo, músicas com efeito cômico, câmeras acompanhando as histórias, etcs. Muda o tom, mais pausado, e com menos combates com os poderosos; não há um "mano a mano" típico de seus outros filmes e episódios do The Awful Truth com políticos e CEOs em geral. O foco fica nos casos individuais e nas comparações com outros sistemas de saúde de outros países. Acho que, de certa forma, isso é o diferencial do filme para melhor ou pior. Perde-se as tentativas do outro lado em tentar se justificar (o que nos poupa de relações públicas com discursos prontos) e ganha-se nos casos de cada pessoa. Ao invés de investir em muitos dados, gráficos, opiniões de experts, Moore procura o depoimento pessoal de pessoas com quem vai encontrando pelo caminho. Assim muitas das impressões sobre como funcionam as coisas na França vêm de americanos que moram lá reunidos num restaurante para um bate papo ou dos parentes dele do Canadá sobre o que ocorre lá. Obviamente que "cientificamente" o filme fica mais em impressões pessoais do que em dados, mas isso traz uma noção de obra mais pessoal, menos jornalística por assim dizer. Ao enaltecer o Canadá, a Inglaterra, a França e Cuba fica claro que há muito que não foi dito sobre as deficiências de cada sistema, mas por outro lado, a idéia geral é apontar as boas idéias e questionar por que não são implantadas nos EUA. A jogada de mestre do filme é no final quando um grupo de pessoas sem a devida assistência médica nos EUA vai para Cuba, em Guantanamo, tentar receber o mesmo tratamento médico que os prisioneiros de lá recebem. Ao não conseguir o grupo se dirige ao hospital geral de Cuba onde são bem tratados e gratuitamente. As filmagens em Cuba que estão causando problemas para o filme que nem foi lançado nos EUA ainda. Acho que o tema deveria receber até mais atenção e ser uma série de programas sobre o assunto, ao final fica-se com a impressão que há muito mais para se tratar, que o filme é apenas um aperitivo e que teve que resumir várias coisas. Seria interessante ter a Hillary Clinton dando depoimento já que ela é tema em uma parte do filme, o cara que mantinha o site anti-Michael Moore e o caso da esposa dele (no filme o caso só é citado em poucos minutos), etcs. Voltando para nossa situação é interessante comparar os sistemas (não só na saúde) e repensar o que se deve defender ou ir contra por aqui e melhorar o que precisa receber maior atenção, pois ficamos no meio de tudo, em algumas coisas estamos mais pra lá, em outras mais pra cá. O que podemos valorizar e o que devemos descartar?


posted by RENATO DOHO 10:52 AM
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segunda-feira, junho 11, 2007
Extras - Primeira Temporada



Divertidíssimo seriado da BBC de apenas 6 episódios de meia hora cada que Ricky Gervais (The Office UK) criou e protagoniza. Ele é um extra de filmes que mesmo aos 43 anos sem um papel no currículo ainda se considera um ator. Sempre anda com sua amiga Maggie, a ótima Ashley Jensen (trabalhando em Ugly Betty atualmente), também extra de filmes. É a visão do outro lado do mundo do cinema. Em cada episódio há convidados especiais interpretando a si mesmos. Nessa temporada Ben Stiller, Kate Winslet, Samuel L. Jackson, Patrick Stewart e outros participaram. Algumas participações são mais engraçadas quando o astro convidado tira sarro de si mesmo criando uma persona, Ben Stiller, por exemplo, é o convencido que quer fazer um filme sério, Kate Winslet adora uma sacanagem e só quer fazer papéis que lhe dêem um Oscar (o filme que ela está fazendo é sobre o holocausto, que sempre ganha prêmios, e ao ver uma deficiente com paralisia cerebral vê ali outro exemplo de ótimo papel para ganhar um Oscar). Aliás, Winslet está impagável dando exemplos de como apimentar o sexo por telefone para a Maggie usar com seu namorado, ela chegou até a concorrer à alguns prêmios por essa participação (que irônico!). Gervais, pra quem o conhece de The Office, é excelente, com um humor peculiar, numa mistura complexa do que aquele personagem é. Algumas situações de humor por falsas percepções lembram bastante Seinfeld e Curb Your Enthusiasm principalmente quando Maggie se interessa por um ator negro de um filme que está trabalhando e começam a acontecer muitas coisas que dão a impressão que ela seja racista. Ela participando de uma festa de uma freak é antológico, ainda mais quando a freak canta com o pai músicas de Grease para os convidados da festa. Maggie é uma mistura de ingenuidade com burrice, nunca se tornando uma loira burra, e cativante com o seu jeito e sotaque. Há, claro, muitas referências britânicas que não são muito conhecidas fora de lá, mas isso não atrapalha. O seriado teve apenas duas temporadas e nos EUA a HBO que exibe. Não sei se há planos para uma terceira temporada.

Entourage - Terceira Temporada

Nessa terceira temporada algumas coisas mudaram mas no geral tudo continuou na mesma. Foi uma temporada mais longa que as outras, 20 episódios, o que deu espaço para que arcos se abrissem e fechassem antes do fim da temporada. Houve uma pausa de 7 meses no meio da temporada (Agosto 2006 - Abril 2007). A pior parte foi a introdução de um antigo amigo do pessoal que estava na cadeia, seria péssimo se ele ficasse no seriado e nos 2 ou 3 episódios que participou foram os piores da temporada. Houve um aumento da participação de Ari com sua vida pessoal servindo para tramas paralelas, nada que estragasse ainda mais quando envolviam o aspecto da indústria, um pouco do mundo dos agentes, sendo que Malcolm McDowell ficou muito bem como o odiável Terrence; mas definitivamente não é o ponto do seriado. O Johnny Drama do Kevin Dillon teve momentos ótimos como o desentendimento com James Woods para a estréia de Aquaman, o do seu massageador, a briga com o campeão de vale tudo, sua participação num piloto do Ed Burns e a visita à mansão do Brett Ratner, até sua passagem pelo Grand Canyon é pateticamente emocionante e engraçada. Turtle com o lance do rapper e depois seu namoro ainda não faz com que goste de seu personagem, não sei se o ator contribui para essa antipatia. O projeto Medellin sobre Pablo Escobar percorre toda temporada e é iniciada com Paul Haggis como roteirista e diretor. Gostei das presenças femininas: Emmanuelle Chriqui fazendo a namorada de E., Perrey Reeves como a sra. Ari, Carla Gugino como a nova agente de Vince, Constance Zimmer como uma funcionária da Warner, Malin Akerman como uma amiga da namorada de E. que sugere um ménage, e Leslie Bibb participando só de um episódio. O final dessa temporada é muito parecido com a da segunda, o fechamento de última hora para um grande filme e mudanças para a entourage. Se a quarta voltar logo após as filmagens do filme vai ser igualzinho mesmo. E a quarta começa duas semanas depois da terceira ter acabado, ainda este mês!


posted by RENATO DOHO 2:27 PM
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sábado, junho 09, 2007
Africa





Edição especial da Vanity Fair que teve Bono como editor convidado. Annie Leibovitz fez
20 capas especialmente para essa edição com diversas personalidades de peso. Eis a carta do editor convidado e o vídeo da sessão de fotos.

posted by RENATO DOHO 5:22 PM
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quarta-feira, junho 06, 2007
Pegar E Largar (Catch And Release)

Susannah Grant, roteirista de Erin Brockovich e Em Seu Lugar, estréia na direção com um filme que mistura a morte, com o humor e o amor de uma forma levemente diferente e conseguindo bons resultados nas 3 frentes. Jennifer Garner perde seu noivo e no processo de recuperação, auxiliada por dois amigos, começa a conhecer melhor o falecido através de um grande amigo dele que mora longe dali e de uma inusitada informação. Uma surpresa é ver Kevin Smith como um dos amigos, sendo só ator mesmo. E não é que ele funciona? Não é só um bobão alegre e até adquire um humanismo insuspeitado. Aliás, Grant tenta fazer com que todos os coadjuvantes tenham mais lados para serem mostrados chegando a um ponto que a maioria fica simpática ao espectador, nesto ponto o destaque é para Juliette Lewis que em nenhum momento é mostrada de forma negativa, o que seria o mais comum. A única coisa que não se tenta explicar ou mostrar é por que a personagem de Garner se apaixona pelo melhor amigo do falecido. Primeiramente é algo apenas para extravazar a dor, mas depois ele nunca mostra algo a mais. Ainda por cima logo no começo ele é pêgo numa situação que diminui seu caráter. E isso é uma falha quando há outro pretendente, um outro amigo (justamente o personagem que mais me identifiquei) que se declara e mostra sentimentos e qualidades. Parece apenas que já que ele era o coadjuvante ele nunca poderia ficar com a protagonista. O falecido, que nunca aparece, é um dos personagens mais presentes do filme e ainda bem que nunca é mostrado porque ele muda tanto de personalidade (amável, destestável, compreensivo, falso) que é melhor ficar na imaginação do que encorporado num ator. De resto o filme tem carisma suficiente para emocionar e alegrar.

Somos Marshall (We Are Marshall)

McG fazendo um drama e fazendo bem. Mais sóbrio, bem diferente do que fez anteriormente ele pega uma história real e faz um drama que envolve toda uma cidade se recuperando de uma grande tragédia, o time inteiro de futebol americano, além de outras pessoas da comunidade, morrem num acidente de avião. Matthew McConaughey (um dia quero escrever o nome dele sem precisar consultar hehe) é o treinador que se oferece para retomar o treinamento do time da universidade local. Matthew Fox é o assistente que não pegou o vôo fatal e sente o peso disso. Engraçado como o filme parece um pouco com o logo acima, mesmo sendo bem diferentes. O tema da morte, da recuperação e novamente um personagem sem explicação. Aqui, no caso é o protagonista. Nunca fica bem entendido porque ele aceitou a árdua tarefa, ele dá uma resposta meio vaga durante o filme e fica nisso. Não é o mais importante, mas a questão fica na mente ao final. Outra coisa interessante é que em nenhum momento se questiona o futebol como sendo um dos motores da cidade e fazendo com que sua recuperação seja fundamental. Uma comunidade inteira dependendo disso faz pensar nas falhas desse sistema que não são discutidas no filme: alunos fracos no estudo sendo chamados para universidades importantes apenas por serem bons em algum esporte, vantagens e privilégios que esses estudantes recebem comparados com os outros (e isso já desde o colégio, só lembrar da clássica divisão entre os atletas e os losers), o dinheiro por detrás de tudo quando o que se deveria focar era na excelência acadêmica (mas faz sentido no mundo em que universidades viram empresas), etcs. Mas raros os filmes americanos que questionam isso, assim como duvido que um filme nacional realmente questionasse o nosso futebol de forma contundente.

O Segredo De Beethoven (Copying Beethoven)

Ed Harris como Beethoven é algo pra se ver, pelo menos. Só que o foco aqui é a copista interpretada por Diane Kruger, que não existiu na vida real. Lembra bastante o Minha Amada Imortal só que aqui é menos o lado romântico e mais o papel feminino naquela época. Agnieszka Holland faz um trabalho competente, mas não muito além disso. O recurso que usou ao final da apresentação na nona sinfônia parece familiar, será que foi o mesmo que Bernard Rose usou? A surdez de Beethoven é muito variável no filme, às vezes ele não ouve nada e em outras quase tudo (e na época era para ser completamente surdo) ficando sua regência meio falsa para quem vê (no filme ele deveria ouvir várias coisas, mas o personagem age como se não ouvisse absolutamente nada). Uma pena que a personagem feminina nunca existiu, haveria mais relevância caso tivesse existido.

Lições De Vida (Driving Lessons)

A velha história de rapazinho aprendendo sobre a vida com uma senhora de idade não mostra neste filme nenhuma novidade. A religiosidade dos pais do garoto é pouco explorada. A atriz que faz a senhora consegue ser tão rabujenta que é difícil termos simpatia por ela, mesmo quando mostra seu lado doce. O roteiro não a explora bem a ponto de percebermos sua personalidade. Enfim, apenas para fãs da Laura Linney mesmo, que faz a mãe do garoto. Como eu.

Altered

Um dos co-diretores de A Bruxa De Blair, Eduardo Sánchez, em seu primeiro trabalho solo. Trama curiosa, uma inversão dos filmes de abdução de pessoas por alienígenas. Aqui é o alien que é capturado por alguns caipiras que sofreram abduções anos atrás. É quase um filme de vingança, só que eles não sabem o que fazer com o alien. Se no começo quando não se mostra o ser depois ele é mostrado até demais, seria melhor continuar levemente misterioso, ficaria mais ameaçador ao menos. Só que ridículo não fica. As coisas vão acontecendo e a trama vai seguindo como o esperado. No fim é um bom filme, bem filmado, um pouco prejudicado pela falta de elenco melhor e um maior desenvolvimento da história.

Os Monólogos Da Vagina (The Vagina Monologues)

A famosa peça (teve até adaptação nacional) virou um especial da HBO onde a atriz original representa trechos da peça e coloca no meio as entrevistas com mulheres que a levaram a escrever a peça. Não fica exatamente bem equilibrado porque leva um tempo para que nos acostumemos com seus monólogos que variam do alegre ao triste e ao sério. Bom pra conhecer a peça e o talento da atriz e não para o projeto de transposição para a tv em si.


posted by RENATO DOHO 12:17 AM
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