RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

segunda-feira, novembro 28, 2005
O novo de Abel Ferrara



Trailer
Cena 1
Cena 2
Cena 3

posted by RENATO DOHO 9:52 AM
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quinta-feira, novembro 24, 2005
"You are so beautiful... to me"



Eu não me canso. Esse ensaio foi uma beleza.


posted by RENATO DOHO 1:00 AM
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Tudo Acontece Em Elizabethtown (Elizabethtown)

Meu Deus, o filme bateu algum recorde de canções por película exibida? Deve ser a primeira vez que a quantidade de canções numa trilha me fez ficar irritado! São tantas que nem parece que há momentos de silêncio, tudo tem que ter um sonzinho embalando senão não se sustenta. Eis talvez a característica principal do filme e seu pior defeito: o excesso. Já começa pela história, um fracasso, mas um fracasso monumental que vem se juntar à notícia da morte do pai. E o encontro com a comissária de bordo mais excessiva dos últimos tempos (encontro esse forçado, irreal, só reforçando que estamos vendo um filme). E o telefone mais longo da história num celular? Claramente o filme não precisava juntar tanto tema assim num filme só, pois Crowe não dá conta. O lado mais forte é a relação do protagonista com a comissária, o mais chato é da família e os preparativos para o funeral. Ainda temos que lidar com o fracasso dele, a relação com o pai, como a mãe reage à morte, a relação da mãe com a família do falecido, história dos EUA, tentativas de humor, tentativas de emoção, e canções, muitas canções! Se concentrasse em um só tema poderia dar num filme mais humano e profundo e não a salada meio indigesta que virou. A procura de situações irreais deixa os personagens como meros personagens e não seres humanos, no meio de algo que se aproxima de um sentimento real entra uma piada despropositada, ou então um pássaro pega fogo no meio do salão enquanto vemos o virtusiosmo da banda que não pára de tocar mesmo sob a água que cai. É como se nos fizesse, enquanto público, pensar: "só em filme mesmo". E essa quebra da magia que prejudica tudo. O andamento também não é lá muito bem feito (o que é irônico vindo de alguém que aparentemente tem paixão por música - saber o andamento devia ser inerente à sua pessoa), quando já dava pra acabar o filme temos mais um bom trecho da viagem de carro o que em si (essa seqüência) não é ruim, mas quando posta naquele momento parece se arrastar ao invés de finalizar algo (como se Crowe tivesse colocado 10 faixas bônus ao final do cd que fez). No fim não há real reflexão diante da existência "fracassada" dele ou da superação da morte do pai (o que não acontece pois não há real perda) ou a verdadeira América que se tenta traçar, só fica o amor descoberto, o que não é lá uma grande descoberta. Less is more, Crowe. O único momento de real emoção pra mim, vejam só, foi quando vemos imagens de Martin Luther King. Jr. em Memphis ao som do U2. Aliás, esse trecho da viagem me fez pensar em outra coisa que até tem haver com o filme, mas é mal explorada: a história. Em como os EUA criam e preservam sua história. E se comparar com o que fazemos por aqui... No filme não é desenvolvido, mas é a história que dá um sentido à vida do protagonista, história de sua família, da comunidade, do estado e do país. Creio que se o filme colocasse o protagonista aceitando sua história e sua parte numa história maior haveria mais significância e coerência com a proposta. E faltou Bruce Springsteen! Tanta música e nada do melhor sobre o tema!

P.S. - sobre o final: eles não deviam ficar juntos! mais uma forçada! já não bastasse o mapa mais excessivo já feito hehehe mas o bom da relação deles é a amizade e não o amor, os deixando seguir caminhos próprios o filme seria mais real e corajoso, o que cada um podia dar ao outro já foi dado sem que precisassem ficar juntos (aliás um bom final seria logo após a despedida dos dois após a noite de amor).


posted by RENATO DOHO 12:02 AM
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terça-feira, novembro 22, 2005
Last Days



Gus Van Sant parece fechar uma trilogia iniciada com Gerry: baseado em histórias reais os três filmes não se fixaram nesta realidade, apenas serviram de inspiração; então Elefante não é exatamente sobre Columbine assim como Last Days não é sobre Kurt Cobain, mesmo que tudo leve a crer que sim. É um recurso curioso que instiga o público por ter seu interesse despertado pelo tema conhecido e o frusta (em certa medida) por não oferecer o que se esperava. Quem for procurando Kurt e seus últimos dias no filme realmente vai se sentir enganado de certa maneira. Já os que apreciaram essa nova abordagem de Van Sant desde Gerry vão ter motivos de sobra para elogios. Situo o filme entre Gerry e Elefante, sendo Gerry o meu favorito. Apesar do seu radicalismo, Last Days tem uma trajetória relativamente simples e previsível, sim, são os últimos dias de alguém assim como era esperado em Elefante o massacre escolar, diferentes de Gerry onde o destino final era impresivível (já que a questão da perda em vários sentidos é abordada). Mistura-se o que já vimos anteriormente em um ou outro filme (ou em ambos às vezes): a câmera acompanhando por trás alguém caminhando, os longos planos, a narrativa semi-circular, o uso extremamente importante do som, o distanciamento do que se mostra, etcs. A abordagem do protagonista (Michael Pitt / Blake / Kurt) é onde o filme se destaca dos outros, fica claro que vemos ali um não-ser (Pitt está ótimo nesta caracterização corpórea do personagem), que vaga pela casa e pelo campo, grunhindo coisas e não temos nenhum grande insight do que realmente se passa com ele (o tal do distanciamento), nem através de suas ações (preparando comida, acariciando um gato, caindo pelos cantos) a não ser (e isso é muito importante) através da música. Nas duas cenas "musicais" o filme se abre e deixa com que entremos no sentimento daquele indivíduo. São as duas melhores cenas do filme, filmadas de longe e capazes de emocionar. No resto tudo parece ser vago, até nas poucas conversas que ouvimos aqui e ali, que são banais num sentido e significativas em outro (a do vendedor das páginas amarelas nos remete à indústria musical e a discussão sobre o sucesso). Pequena participação de Kim Gordon fazendo a rara pessoa que faz algum sentido no meio daquelas pessoas "perdidas". Asia Argento é quase uma figuração, achei que seria melhor explorada. Muitas das coisas que podem ser tiradas do filme, paradoxalmente, se baseiam em Kurt Cobain. Entendemos mais certas ações e certos temas aqui e ali que sem esse fantasma da pessoal real que foi Cobain não ficariam tão significativas assim (isso talvez se repita em Elefante ao trabalhar com o fato do público saber que se fala em Columbine). Seria isso mais um motivo para minha maior apreciação de Gerry que não necessita disso (e por isso é entre os três o menos conhecido)?

Parece que depois dessa trilogia Van Sant descarregou o que tinha que descarregar e está com um projeto mais "convencional" para breve, onde nem mesmo escreveu o roteiro.


posted by RENATO DOHO 4:58 PM
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segunda-feira, novembro 21, 2005
Weeds



Ótima nova série, em 10 episódios, está sendo exibida pelo GNT. O maior destaque é mostrar de uma vez por todas o talento da maravilhosa Mary Louise Parker, excelente como a traficante local de maconha.

E ainda há uma canção de abertura perfeita pro seriado,
Little Boxes por Malvina Reynolds, com uma letra hilária:

Little boxes on the hillside, little boxes made of ticky tacky
Little boxes on the hillside, little boxes all the same
There's a pink one and a green one and a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky tacky and they all look just the same

And the people in the houses all went to the university
Where they were put in boxes and they came out all the same
And there's doctors and there's lawyers, and business executives
And they're all made out of ticky tacky and they all look just the same

And they all play on the golf course and drink their martinis dry
And they all have pretty children and the children go to school
And the children go to summer camp and then to the university
Where they are put in boxes and they come out all the same

And the boys go into business and marry and raise a family
In boxes made of ticky tacky and they all look just the same
There's a pink one and a green one and a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky tacky and they all look just the same

posted by RENATO DOHO 10:18 PM
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In The Reins - Iron & Wine And Calexico



Ótima união! Fantásticas canções, absolutamente lindas!

CD

posted by RENATO DOHO 9:36 PM
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Crash na Oprah

Sexta boa parte do elenco de Crash foi ao programa da Oprah (GNT). Foi muito bom. Primeiro que Oprah ficou entusiasmada com o filme e ela tinha acabado de entrar no recesso de verão do programa então não tinha como falar pra todos sobre o filme na tv, ela queria sair com cartazes pela rua falando para as pessoas irem ver o filme. Segundo que conseguiu realizar o programa logo que voltou com as presenças de Don Cheadle, Matt Dillon, Sandra Bullock, Thandie Newton, Terrence Howard e Chris 'Ludacris' Bridges. Com alguns relatando seus casos pessoais parecidos com o que ocorre no filme. O mais emocionante foi Terrence dando o depoimento de dois momentos seus, um já com 29 com sua filhinha no avião e outro quando criança, com o pai numa loja pertod do Natal. Bem emocionado ele nos deu um relato forte, nos dois momentos houve prisão: ele no avião foi preso por um dia acusado de algo que não cometeu (ele cita que até hoje se alguém acessa o imdb por exemplo vai estar lá o caso para todos lerem e terem um julgamento errado dele) e o do pai que ficou preso por 5 anos por ter matado o homem que o agrediu na loja (por ser mais claro o pai dele ouviu do homem branco atrás dele um comentário racista direcionado à mãe de Terrence, mais escura, quando soube que ela era esposa dele o agarrou e começou a agredí-lo, no que o pai tentou se defender, mas o homem acabou morrendo). Em ambos os casos o racismo foi forte. Thandie até saiu dos sets quando filmou a cena em que é abusada pelo policial e ficou perturbada por dias. Disse também um caso em que recusou trabalhar numa grande produção quando na reunião duvidavam que a personagem poderia ter um diploma, e quando ela ressaltou que tem um de Cambridge ouviu um: "mas com você é diferente", isto é, ela era clarinha. Se arrepende de não ter continuado na produção para mudar a visão que tinham das coisas, recusou o filme por ter se sentido vítima. Casos da platéia similares também foram ouvidos e um especialista em estudos de raça também deu sua opinião. O uso de 'nigger' foi debatido, com divergências. Paul Haggis só apareceu no finalzinho falando do incidente que o levou a escrever o filme. O melhor foi que isso foi trazido e debatido por pessoas com muita intimidade com o assunto, especialmente Oprah e os atores afro-americanos (Matt Dillon por exemplo não falou de nada pessoal), e o quanto o filme ressoou neles. Foi um complemento muito legal ao filme ou então um incentivo para quem ainda não viu, pois apesar de tudo (aqui o filme foi massacrado) o filme é menos simplista do que acusam, não jogando só com extremos para balancear, mas deixando várias áreas cinzas no meio, sem explicação ou motivação que só ajudam na reflexão (penso nos personagens de Terrence Howard e Larenz Tate, por exemplo, ou do pouco utilizado Brendan Fraser).


posted by RENATO DOHO 8:18 PM
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The Kills



Cd

Vi a apresentação de No Wow no Fashion Rocks e adorei! Não sabia que o duo era a falada banda The Kills. Ótima surpresa.

posted by RENATO DOHO 12:33 AM
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domingo, novembro 20, 2005
Recentes

li nessas últimas semanas:

- Fernando Meirelles – Biografia Prematura: Maria Do Rosário Caetano.

- Guilherme De Almeida Prado – Um Cineasta Cinéfilo: Luiz Zanin Oricchio.

- Sangue Ruim: Joe Coleman.

- Bastidores – Um Outro Lado Do Cinema: Elaine Guerini.

esses da coleção Aplauso são de leitura rápida, assim como o do Joe Coleman, os 4 são bons pra se ler.

e também li dois ótimos quadrinhos premiados no Eisner:

- The Originals – Sangue Na Rua: Dave Gibbons.

- Ex Machina - Estado De Emergência: Brian K. Vaughan.

na parte de livros tô meio com uma fila imensa aqui pra ler, pois nos últimos meses foi acumulando:

* Quando Teresa Brigou Com Deus: Alejandro Jodorowsky. [Americanas, 9 reais]

* Minha Vida: Bill Clinton. [sim, eu quero ler, por quê? hehe e ainda bem que adquiri por 19 reais)

* Desvarios No Brooklyn: Paul Auster.

* Desejo De Status: Alain De Botton.

* Pilatos: Carlos Heitor Cony. [uma promo, deve ter sido uns 7 reais, esse eu lerei bem mais pra frente, só aproveitei o preço]

* Disparos Do Front Da Cultura Pop: Tony Parsons.

* Três Verões: Julia Glass. [Laura Linney é a culpada por eu ter comprado este; "Oh, "Three Junes!" Loved "Three Junes." Loved it, loved it, LOVED it."]

* Cinema Da Boca – Dicionário De Diretores: Alfredo Sternheim.

* Helvécio Ratton – O Cinema Além Das Montanhas: Pablo Villaça.

* Anselmo Duarte – O Homem Da Palma De Ouro: Luiz Carlos Merten.

* Orson Welles: André Bazin.

* O Prazer Dos Olhos – Escritos Sobre Cinema: François Truffaut.

* Nirvana Nunca Mais: Mark Lindquist. [Americanas]

* A Vida Sexual Dos Ídolos De Hollywood: Nigel Cawthorne. [Americanas]

* Mandrake – A Bíblia E A Bengala: Rubem Fonseca.

esse último uma grande gentileza do amigão
Ailton que leu e mandou pra mim.

fora os livrinhos da Penguin em comemoração aos seus 70 anos; lançaram 70 livrinhos de vários autores do seu catálogo em forma de contos ou mesmo capítulos, os que peguei:

* Otherwise Pandemonium: Nick Hornby. [dois contos, um especialmente pra essa coleção]

* Happy Birthday, Jack Nicholson: Hunter S. Thompson. [contos extraídos de um livro]

* On Seeing And Noticing: Alain De Botton. [textos inéditos sobre variados assuntos]

* Design Faults In The Volvo 760 Turbo: Will Self. [contos extraídos de um livro]

comprei:



muito bom (calma, não vi ainda, comprei hoje)! 2 dvds, 208 minutos, tem a opção de ver as apresentações separadas do documentário, há apresentações extras (e apresentações de outros artistas também, como Joan Baez, interpretando canções dele) e legendas em inglês nas canções. O documentário está dividido nos 2 dvds.

e numa promo achei Jornada Nas Estrelas IV - A Volta Para Casa, dvd duplo com ótimos extras: o comentário em áudio é especial, Leonard Nimoy e William Shatner (como é da Paramount vem tudo legendado), há entrevistas, bastidores, tributos (Gene Roddenberry e Mark Lenard), discussão sobre viagem no tempo, as mulheres de Kirk, etcs e etcs; como tenho o do VI também acho que pra fechar devo adquirir o II pois é uma lenda que os Star Treks bons foram os pares (e é verdade, pelo menos com a turma original, o II, IV e VI são bem melhores que o I, III e V). Ainda quero alugar o duplo Star Trek Contact pois há um extra precioso que é um tributo ao Jerry Goldsmith de 20 minutos que dizem ser até emocionante.

P.S.:

1) o dvd No Direction Home ainda vem uma foto do Bob de brinde, é uma promo da Paramount onde os dvds com o selo estão vindo com fotos do artista do dvd em questão (sei que tem um dvd que vem foto da Audrey Hepburn);

2) neste domingo o Extra colocou todos os seus dvds com 30% de desconto; diante de várias tentações, às vezes apenas pelo preço (Se7en por 11 reais até daria vontade de adquirir) o que levei foi o Guerra Dos Mundos (duplo) que estava originalmente com preço alto (por causa do lançamento), mas com o desconto ficou bom e Rio Vermelho que saiu 12 reais.

posted by RENATO DOHO 1:07 AM
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sábado, novembro 19, 2005
Legendagem Ruim

Infelizmente vi dois exemplos recentes. Não sei se são da mesma distribuidora mas os filmes Tentação (We Don’t Live Here Anymore) e Tempo De Paixão (Lover's Prayer) estão com legendas péssimas. Simplesmente algumas falas não são legendadas! Não sei o motivo, mas não aparecem ou quando um personagem acaba de falar ou quando começa em muitos momentos, então se lê metade de suas falas, não fazendo lá muito sentido. Quem entende o idioma (inglês) até que não se perde, mas o espectador que não tem o conhecimento vai ver o filme pela metade pois momentos importantes não são traduzidos. No Tentação ainda há o recurso de se colocar a legenda em inglês que não tem esse problema (aparentemente, pois vi só alguns trechos assim), no outro nem isso dá pra fazer (o último recurso seria ver dublado, se é que existe essa opção). Uma das piores legendagens recentes foi do filme Sexo Com Amor que misturava idiomas ou errava feio em certas partes, deixando o filme quase com jeito de traduzido por crianças ou retardados. Uma pena pois prejudicou um filme bem interessante. Já não faltava ter que aguentar as péssimas legendagens de seriados na tv à cabo ou a não legendagem dos extras nos dvds agora temos que aguentar filmes parcialmente legendados?!


posted by RENATO DOHO 1:18 AM
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quinta-feira, novembro 17, 2005
Meu Nome É Ninguém (Il Mio Nome È Nessuno)



Excelente western que tem Sergio Leone por detrás (a direção não é creditada, mas a idéia sim), quem assina como diretor é Tonino Valerii. É um filme que vi cenas várias vezes quando moleque, toda metade inicial eu lembrava de muita coisa, o início na barbearia (a entrada do título, fantástica), a cena do chapéu, a disputa no bar, etcs. Aliás a parte no bar, quando Hill bate no adversário é antológica, devo ter visto dezenas de vezes na tv e até hoje é maravilhosa. Muito bom ver o filme no formato 2:35, além da qualidade da imagem. O que dizer da trilha do Morricone então? Memorável. O que me surpreendeu positivamente é toda metade final que não lembrava e consegue criar emoção e significado, mais do que um mero western com humor, com toda a coisa da trajetória do herói que Hill tenta mostrar à Henry Fonda (numa relação mais complexa do que se possa imaginar à primeira vista). Na cena na linha do trem, quando Fonda espera o "Wild Bunch" é de uma emoção histórica rara, mais do que o personagem parece que se trata de todo um tipo de cinema encarnado ali (lembrando Era Uma Vez No Oeste) que pode levar às lágrimas o legítimo cinéfilo. Fora o nome do bando inimigo, Sam Peckinpah também é citado na cena do cemitério, é um dos enterrados ali. São duas cutucadas de Leone já que Peckinpah não aceitou trabalhar com ele. E o final? Perfeito.

Também vistos:

O Pássaro Das Plumas De Cristal (L’Uccello Dalle Piume Di Cristallo) - ***1/2
Plano De Vôo (Flightplan) - ****
Crash – Sem Limites (Crash) - ***


posted by RENATO DOHO 2:33 PM
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quinta-feira, novembro 10, 2005
"You're beautiful, you're beautiful, it's true..."



posted by RENATO DOHO 12:44 AM
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segunda-feira, novembro 07, 2005
Depois Da Mostra...


na viagem de volta

Seria bem legal caso tivesse um notebook para escrever e postar durante a Mostra. Com certeza sairia mais coisas do que esse resumão de agora, pois já não tenho saco para colocar aqui o que pensei depois de ver cada filme ou mesmo impressões gerais da Mostra enquanto ocorria.

Esse ano não me entusiasmei muito não, eram poucos os que eu realmente estava doido para ver e eu quase achei que não teria um que me arrebatasse como em outros anos (como Adeus Dragon Inn, Gerry, Antes Do Pôr Do Sol, Mal Dos Trópicos, etcs), mas surgiu o Brant e aí...

EXCELENTE

A Carruagem Fantasma (Körkarlen), de Victor Sjöström - experiência diferente, ver um filme mudo sem som algum mesmo (geralmente há uma música), estranho no início, mas o filme é tão bom que se esquece disso

Blood And Bones (Chi To Hone), de Yoichi Sai - adorei, Kitano numa performance maravilhosa; ninguém vai entender mas lembrei muito de meu avô e ele não batia na minha avó ou outras coisas que o protagonista fazia, mas me lembrou muito e de uma certa forma é uma lembrança muito boa para mim

Crime Delicado, de Beto Brant - um dos melhores dele, se não for o melhor, ainda muito o que se pensar dele

ÓTIMO

A Criança (L'Enfant), de Jean-Pierre Dardenne & Luc Dardenne - final lembra Bresson, mesmo gostando bastante preciso rever pois vi metade com sono

A Lula E A Baleia (The Squid And The Whale), de Noah Baumbach - ótimo filme sobre a família e/ou sobre os relacionamentos

Dig! (Idem), de Ondi Timoner - ótimo retrato de duas bandas, duas trajetórias e mais um gênio musical incompreendido

Dumplings (Gaudzi), de Fruit Chan - uh, que fome!

Espelho Mágico *, de Manoel De Oliveira - quanto mais velho, melhor?

Estrela Solitária (Don't Come Knocking), de Wim Wenders - devo ser um dos poucos que gostaram do anterior dele, por isso vejo neste uma melhoria que não esperava (os planos hopperianos continuam constantes)

Eu, Você E Todos Nós (Me And You And Everyone We Know), de Miranda July - eu até colocaria no excelente, mas soaria demais para filme tão simples, foi o filme mais divertido da Mostra, e eu não sabia que a Miranda era a atriz do filme, fazendo com que gostasse ainda mais do filme e dela; ótima chance pro John Hawkes ser o protagonista, gosto dele há tempos como coadjuvante; a cena do menino e a mulher no parque resume bem o espírito humano do filme, a cena fica terna e sentimental ao invés de ser apenas um motivo de riso e humilhação (a mulher seria vista como patética caso fosse outro filme) e isso se extende para várias outras cenas do filme; legal o entusiasmo de várias pessoas após a sessão achando esse o melhor que viram; quero ver mais coisas da Miranda, seja dirigindo, atuando ou escrevendo.

Factotum (Idem), de Bent Hamer - Matt Dillon supreendentemente bem como Chinaski, fez um Bukowski bem semelhante

Ingmar Bergman Completo: Bergman E O Cinema, Bergman E O Teatro, Bergman E A Ilha De Faro (Bergman Och Filmen, Bergman Och Teatern, Bergman Och Farö) *, de Marie Nyreröd - imperdível pra fãs de Bergman

Manderlay (Idem), de Lars Von Trier - difícil classificar esse, é envolvente e muito bem realizado (uma afinação do que se testou em Dogville), mas por outro lado é odiável a manipulação grosseira que ele faz dos personagens e da trama, pior que isso é o público adorar e sair revigorado pela crítica ao outro, nunca a si mesmo ("ah sim, os americanos que são odiáveis..."), reforçasse idéias preconceituosas achando que se combate outras; Bryce ao menos está excelente

Marcas Da Violência (A History Of Violence), de David Cronenberg - bem violento, quem diria que Cronenberg e Viggo fariam um filme do Justiceiro sem saberem?

Nine Lives (Idem) *, de Rodrigo Garcia - similar ao anterior dele de 10 histórias só que desta vez são 9 planos seqüências sem cortes e com muito movimento; como são quase episódicos há uma irregularidade entre os nove, mas há grandes atuações em boa parte, só não sei porque se tentou um cruzamento de personagens já que isso não vai ser explorado plenamente

O Inferno (L'Enfer) *, de Danis Tanovic - segundo ótimo capítulo da trilogia que o Kieslowski iria fazer; Emmanuelle Béart está muito bem

O Mundo (Shijie), de Jia Zhang-Ke - o exótico do ano, mesmo que seja bem normal (tirando as vinhetas animadas)

Reis E Rainha (Rois Et Reine), de Arnaud Desplechin - adorável, o estranho é a duração longa demais para um filme assim, mas nada que atrapalhe muito

BOM

A Dignidade Dos Ninguéns (La Dignidad De Los Nadies), de Fernando E. Solanas - documentário bom da situação argentina com um ou dois enfocados que não são lá muito interessantes

Carreiras *, de Domingos Oliveira - as falas falsas ao telefone atrapalham (falas explicativas e irreais numa conversa telefônica verdadeira, sem nem tempo certo para ouvir e responder), mas no todo há o charme dos filmes do Domingos que permanece

Cosmópolis / Pizza *, de Camilo Tavares, Otávio Cury, Cói Belluzzo / Ugo Giorgetti - inesperadamente achei o Cosmópolis melhor do que Pizza, e só vi o primeiro por causa do segundo

Flores Partidas (Broken Flowers), de Jim Jarmusch - parece faltar algo para ser ótimo (penalizo inconscientemente Bill Murray por não ter comido a Lolita? não sei hehehe)

Heróis Imaginários (Imaginary Heroes), de Dan Harris - lembra Tempestade De Gelo (inclusive porque tem Sigourney Weaver nos dois), tem um leve clima deprê

Humilhação (Bashing), de Masahiro Kobayashi - pra mim soou palpável esse ataque nipônico à certas pessoas, tão comum, mas para públicos ocidentais a coisa é exagerada e despropositada

Marionetes (Strings), de Anders Ronnow Klarlund - todo feito com marionetes (como Team America) com visual e som caprichados e um roteiro básico, bem melhor que a experiência americana

Violação De Domicílio (Private), de Saverio Costanzo - uma situação peculiar retratada de forma tensa e competente, um bom filme

REGULAR

A Máquina, de João Falcão - flui bem, mas no final tudo parece ser um especial "experimental" da Globo

A Terra Vista Do Céu (La Terre Vue Du Ciel), de Renaud Delourme - decepção quando vi que não eram imagens em movimento, mas as fotos sendo filmadas, fora isso as fotos são boas, o uso do som também e a narração meio artística é inusitada (até Pequeno Príncipe entra no meio)

Batalla En El Cielo (Idem), de Carlos Reygadas - tem coisas boas e interessantes, mas no todo soa vazio

Cachimba (Idem) *, de Silvio Caiozzi - filme bem humorado que se ousasse mais sexualmente (uma pornochanchada talvez) ficaria bem melhor

Elio Petri: Notas Sobre Um Autor (Elio Petri- Appunti Su Un Autore), de Federico Bacci, Stefano Leone, Nicola Guarneri - ver um documentário de um cineasta cuja obra você ainda não conferiu é engraçado

Em Memória De Meu Pai (In Memory Of My Father), de Christopher Jaymes - outro com coisas aqui e ali legais, mas eu esperava um filme completamente outro e isso foi uma decepção inicial

Os Atores Do Teatro Queimado (Les Artistes Du Théâtre Brûlé), de Rithy Panh - não vi o tanto que as pessoas elogiaram, até achei meio chato pois a metragem é curta só que parece longa, mas tem coisas boas no meio

Todas As Crianças Invisíveis (All The Invisible Children), de vários - não vi o do John Woo, a da Katia tirando a câmera e montagem frenéticas é bom

Zerofilia (Zerophilia), de Martin Curland - sessão da tarde

FRACO

Palindromes (Palindromes), de Todd Solondz - fraquíssimo, se não serve pra algo ao menos ajuda a enterrar qualquer esperança pela carreira de Solondz

* - filmes com presença do diretor ou produtor na sessão

Exibidos na Mostra, mas vistos fora dela, em sessões pagas:

Cidade Baixa, de Sergio Machado - muito bom, com um daqueles finais que adoro que consiste em terminar exatamente onde eu espere que acabe, e não exatamente em finais tradicionais, quando isso acontece (várias vezes até acertando o momento exato do corte) eu adoro; ah, Alice Braga é maravilhosa!

O Fim E O Princípio, de Eduardo Coutinho - mais um bom filme do Coutinho com algumas pessoas bem interessantes

ATUALIZAÇÃO

Com ingressos, mas não vistos: Free Zone (vi só meia hora, sai para comer e ir ao banheiro pois as sessões eram uma atrás da outra e essa era a quarta do dia, de cinco), Mistérios Da Carne (não fui pois quis prestigiar a apresentação de minha tia tocando na Orquestra Filarmônica Santo Amaro), Cafundó (na repescagem, não deu pra ir) e Uma Vida Iluminada (repescagem, tinha que ir embora, não dava tempo).

P.S.

Leiam a
crítica do Eduardo Valente para o filme Eu, Você E Todos Nós que entusiasma e é muito do que achei do filme (inclusive destacamos a mesma cena do parque, não copiei, só li agora hehe). Uma confissão: não sabia que a Miranda July (diretora e roteirista) era a atriz do filme também (só soube pelos créditos finais) e depois da sessão, mesmo sabendo que ela não tem nada de bela esteticamente (ela tem olhos bonitos ao menos) me pareceu the perfect girlfriend no momento: criativa, sensível, diretora, roteirista, atriz, etcs.

posted by RENATO DOHO 1:24 AM
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