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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

segunda-feira, novembro 21, 2005
Crash na Oprah

Sexta boa parte do elenco de Crash foi ao programa da Oprah (GNT). Foi muito bom. Primeiro que Oprah ficou entusiasmada com o filme e ela tinha acabado de entrar no recesso de verão do programa então não tinha como falar pra todos sobre o filme na tv, ela queria sair com cartazes pela rua falando para as pessoas irem ver o filme. Segundo que conseguiu realizar o programa logo que voltou com as presenças de Don Cheadle, Matt Dillon, Sandra Bullock, Thandie Newton, Terrence Howard e Chris 'Ludacris' Bridges. Com alguns relatando seus casos pessoais parecidos com o que ocorre no filme. O mais emocionante foi Terrence dando o depoimento de dois momentos seus, um já com 29 com sua filhinha no avião e outro quando criança, com o pai numa loja pertod do Natal. Bem emocionado ele nos deu um relato forte, nos dois momentos houve prisão: ele no avião foi preso por um dia acusado de algo que não cometeu (ele cita que até hoje se alguém acessa o imdb por exemplo vai estar lá o caso para todos lerem e terem um julgamento errado dele) e o do pai que ficou preso por 5 anos por ter matado o homem que o agrediu na loja (por ser mais claro o pai dele ouviu do homem branco atrás dele um comentário racista direcionado à mãe de Terrence, mais escura, quando soube que ela era esposa dele o agarrou e começou a agredí-lo, no que o pai tentou se defender, mas o homem acabou morrendo). Em ambos os casos o racismo foi forte. Thandie até saiu dos sets quando filmou a cena em que é abusada pelo policial e ficou perturbada por dias. Disse também um caso em que recusou trabalhar numa grande produção quando na reunião duvidavam que a personagem poderia ter um diploma, e quando ela ressaltou que tem um de Cambridge ouviu um: "mas com você é diferente", isto é, ela era clarinha. Se arrepende de não ter continuado na produção para mudar a visão que tinham das coisas, recusou o filme por ter se sentido vítima. Casos da platéia similares também foram ouvidos e um especialista em estudos de raça também deu sua opinião. O uso de 'nigger' foi debatido, com divergências. Paul Haggis só apareceu no finalzinho falando do incidente que o levou a escrever o filme. O melhor foi que isso foi trazido e debatido por pessoas com muita intimidade com o assunto, especialmente Oprah e os atores afro-americanos (Matt Dillon por exemplo não falou de nada pessoal), e o quanto o filme ressoou neles. Foi um complemento muito legal ao filme ou então um incentivo para quem ainda não viu, pois apesar de tudo (aqui o filme foi massacrado) o filme é menos simplista do que acusam, não jogando só com extremos para balancear, mas deixando várias áreas cinzas no meio, sem explicação ou motivação que só ajudam na reflexão (penso nos personagens de Terrence Howard e Larenz Tate, por exemplo, ou do pouco utilizado Brendan Fraser).


posted by RENATO DOHO 8:18 PM
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