Sinais O filme começa bem, com ótimo tema musical e vai sendo conduzido com competência durante a projeção. Faz lembrar na hora os filmes A Noite Dos Mortos Vivos e Os Pássaros. O jeito do filme parece ser de filme independente, tanto nas atuações tão comuns nesse já formado gênero, com suas fórmulas e características próprias. As falas pausadas, os atores falando para a câmera, os poucos cenários, a câmera parada... Estranho saber que o filme custou muito para parecer barato. O tema dos círculos perdeu sua força há anos, mas retomá-lo não chega a ser uma falha. O filme vai se construindo com alguns momentos de tensão (não exagerados e nem tão tensos assim), cenas cômicas e boas cenas com os atores, como a da conversa dos irmãos sobre os tipos de pessoas no mundo. Aí chegamos ao final e aí que chega a decepção. A partir do momento que eles saem do porão começa a acontecer várias coisas que estraguam quase todo o filme. O et parece ter saído de uma produção D, sem ao menos ter qualquer noção do que se pode se chamar "realismo" vindo de milhares de relatos através dos anos, na verdade parece mais um vilão, um monstro de outro mundo, e o que é pior, mal feito. A própria idéia de uma invasão chega a ser cômica nos dias de hoje, mas tolerável. Depois o pequeno flashback que dará as revelações para o final, à lá filmes de Agatha Christie, como em O Sexto Sentido, só que naquele filme as cenas em reprise ajudam a dar um sentido, neste só fazem dar a "grande" idéia de Joaquim usar um taco de beisebol no et... Logo depois a água é a grande arma contra um ser alienígena superior (afinal conseguiu chegar a outra civilização). E tudo termina para nos dizer que o padre já sem crenças voltou a encontrar sua fé! Eis o motivo de toda a invasão, foi preciso aliens invadiram nosso planeta para um padre voltar a ter fé! Fé em quê pra começar? Que os seres humanos podem vencer os "invasores", os "estrangeiros", os não-americanos? Caramba! Parece o filme do Harrison Ford "Segunda Chance" onde um advogado frio e distante tem que tomar um tiro na cabeça para melhorar como pessoa... Ridículo pegar esse tema da ufologia pra dar neste final. Seria pegar o Holocausto pra contar uma história de amor que nos diz que o amor perdoa ou coisa assim. Só de pensar em como os finais de A Noite Dos Mortos Vivos (com conteúdo político e social) e Os Pássaros (filosófico e sobre a humanidade) são poderosos pra ver o final capenga de Sinais. O filme mais fraco de Shyamalan, mesmo que tenha alguma qualidade em 2/3 do filme. No meu próprio olhar e dos espectadores na sessão estava entalado na garganta ao final: fala sério! posted by RENATO DOHO 11:02 PM . . . Comments: