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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sábado, agosto 09, 2003
O Expresso Para Marrakesh (Hideous Kinky)

Baseado no livro de Esther Freud (bisneta do tal) que relata sua passagem pelo Marrocos quando jovem com suas duas filhas. Aquela famosa viagem de auto conhecimento (inglesa hippie que quer transcender e achar a verdade) tão comum em décadas passadas (hoje virou apenas alguns meses de férias para os famosos "desestressarem"). O principal interesse do filme é Kate Winslet (por isso que vi o filme em primeiro lugar). Foi feito logo após Titanic e antes de Fogo Sagrado, sendo que os dois abordam esta temática religiosa que beira o fanatismo (uma obsessão da atriz ou coincidência?). A direção até que foge do tradicional, sendo mais movimentada e usando os sonhos para ficar mais livre da narrativa tradicional. Mesmo assim não deixa de ser mais uma história que acaba voltando tudo ao "normal". Para fãs da atriz.

O Professor Aloprado (The Nutty Professor)

Mais uma revisão que parece primeira vez. Vendo o filme agora eu lembro de várias partes, pois devo ter visto muito quando criança. Tem coisas brilhantes e hilárias mas o todo já não soa tão uniforme, algumas coisas ficaram sem graça e a vontade de Jerry se passar por Dean Martin mostra a fraqueza do filme (com suas várias canções). Stella Stevens, playmate de 1960, arrasa com cenas pra lá de provocantes e caras engraçadas de tão idiotas.

A Raposa Do Deserto (The Desert Fox)

Um filme de Henry Hathaway falando do famoso Rommel, feito 6 anos após o final da segunda guerra mundial. Usa-se muito material documental nas cenas de batalha (muitas poderosas como os paraquedistas no dia D e a artilharia naval). James Mason faz bem o papel principal e o filme consegue transformar o líder das tropas alemães num quase herói militar. A presença de Hitler interpretado por Luther Adler não compremete. Mais um belo e competente filme de Hathaway.

O Mestre (The Master)

Atores canastrões, dublagem mal feita, roteiro pífio, situações exageradas... esqueça essas coisas, é um filme de Tsui Hark e Jet Li, oras! O que vale mesmo são as lutas, todas ótimas, principalmente as da parte final. A trama lembra Arrebentando Em NY de Jackie Chan (e vários outros filmes de artes marciais como o famoso de Bruce Lee, A Fúria Do Dragão). Comparo com o de Jackie porque há semelhanças também em cenas e no humor, ambos parecem ser tentativas de alcançar o mercado ocidental. Dá pra listar muitas cenas que se parecem nos dois filmes, só faltou um garoto no de Jet. Uma pena que os atores só conseguiram estourar no ocidente quando reduziram as cenas de luta e arranjaram parceiros ocidentais (comediantes ou rappers). Vendo coisas como Romeu Tem Que Morrer e lembrando deste O Mestre as diferenças são brutais, deixando Romeu lá no chão. Fora as ótimas lutas (com pouco uso de cabo) e os malabarismos de câmera do Tsui há também outros momentos deliciosos como a morte de um vilão no ônibus com uma escopeta, a confusão de línguas num telefonema ameaçador, os métodos chineses de massagem usados no policial com úlcera, etcs.

Premonição 2 (Final Destination 2)

Finalmente chega o filme aqui no cinema da cidade! Achei muito legal, não esperava isso já que a dupla James Wong e Glen Morgan não tinham participação nessa continuação. Dá pra notar que na parte 2 perde-se um pouco da tensão constante do primeiro filme e o humor é mais frequente, mesmo que um humor bem mais sádico. As mortes são inesperadamente mais explícitas. O acidente no começo é ótimo pela mecânica dos acontecimentos e o sadismo de cada morte. Aqui e ali pintam referências de filmes e cineastas ligados ao gênero. A atriz principal não conhecia e é até interessante (A.J. Cook que parece que é na verdade loira). A explicação do porque esse grupo do segundo ter sobrevivido foi bem colocada, dando um toque de maldição na coisa, como os Rings. É um filme que facilmente dá vontade de rever. Será que o diretor David R. Ellis é alguém para se prestar atenção? Vendo a filmografia dele parece ser um experiente diretor de segunda unidade e dublê, além de ser velho e mesmo assim mostrando vigor num filme juvenil.

Agora, tentando achar uma lógica no filme fica-se perguntas: porque certas pessoas escolhidas (no 1 e no 2) têm as premonições? Para que servem já que elas logo estarão marcadas para morrer? Apenas mais uma brincadeira da Morte? Um desafio? Se tiver um terceiro seria legal se focassem um pouco esse lado, porque ficaria gratuito demais uma terceira pessoa "escolhida" que vai ter visões novamente. A parte final ficou um pouco apressada demais com mortes acontecendo um atrás do outro (do carro com cano, do cara e a cerca) e a situação do negro no hospital foi pouco criativa, já que tudo o que acontece lá no quarto não parece ser coisa do acaso (como as outras mortes), mas sim uma interferência direta demais da morte fechando ventilação e movimentando um carrinho (não encontraram outra solução?). Isso já tinha aparecido de forma mais sutil na primeira morte com as janelas se fechando, quando se devia mostrar coisas do acaso que levassem as janelas a se fecharem. Tá, no final isso nem interessa, mas fica mais legal quando o universo criado tem sua lógica interna e assim tanto os personagens quanto o público podem quebrar a cabeça para superarem a Morte hehehe


posted by RENATO DOHO 4:13 AM
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