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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

domingo, novembro 23, 2003
O Júri (Runaway Jury)

Ótimo filme de tribunal que foca suas atenções na escolha de júri (o filme A Jurada falava disso bem precariamente). Não sei o quanto tem de realidade no filme, mas as coisas estão bem modernas pelo que se pode ver, lembro que há apenas alguns anos a coisa era mais no jogo de xadrez entre acusação e defesa na escolha do júri no tribunal, agora há todo um estudo detalhado prévio e especialistas nisso. É o melhor filme tirado de um livro de John Grisham (não que isso seja lá um grande elogio vide os outros filmes como O Cliente, O Dossiê Pelicano...) e tanto a direção competente de Gary Fleder quanto o elenco famoso (John Cusack, Rachel Weisz, Gene Hackman e Dustin Hoffman) fazem do filme algo bem empolgante, com muitas reviravoltas (mesmo que não surpreendentes, mas que prendem a atenção). A questão de fundo, controle de armas, dá uma atualidade importante para a trama, mesmo que o alvo mesmo seja outro, como vemos no final, o que é mais coerente, sem querer em um caso dar um painel geral. O elenco de apoio é cheio de atores conhecidos: Dylan McDermott, Luis Guzmán, Joanna Going, Jeremy Piven, Bruce Davison, Jennifer Beals, Orlando Jones, Nestor Serrano, Bill Nunn e Bruce McGill (os nomes podem não ser reconhecidos de imediato, mas as caras com certeza sim). Gene Hackman está virando um especialista em adaptações de Grisham, é o terceiro filme que participa tirado de um livro do autor (A Firma e O Segredo são o outros dois), os duelos dele com Dustin Hoffman, Rachel Weisz e John Cusack são exemplares, criando cenas de atuações memoráveis. Aliás, é a primeira vez que Hackman e Hoffman contracenam juntos (nem dá par acreditar que isso não tenha acontecido antes!) e aquele plano no banheiro do encontro deles (um de cada lado da tela) parece até querer ressaltar o momento histórico.

Para mim o começo do filme criou um perfeito ambiente de massacre, destes de atiradores à esmo, o medo e a confusão eram palpáveis, sentimentos que quase não vejo em filmes que abordem este tema, pois geralmente focam as atenções no matador, quando muito da experiência vem é de quem sofre o ataque e não sabe o que está acontecendo. Apavorante.

P.S. - soube que a trama do livro girava em torno da indústria do fumo e foi mudada para a de armas pro filme. Ótima mudança se pensarmos no quanto a trama ia ficar mais fraca com o cigarro ao invés da arma, incluindo os debates do júri e o passado dos personagens e suas motivações.

The Shape Of Things

Mais um filme provocador de Neil La Bute, se recuperando do insosso Possessão. É a adaptação de sua peça (que os mesmos Paul Rudd e Rachel Weisz fizeram no palco) falando de relacionamentos e arte. São apenas quatro atores, Gretchen Mol e Fred Weller completam o elenco. Rachel Weisz é que se destaca (ela também é a produtora do filme). Falar muito do filme estraga a parte final que pode ser surpresa para uma parte do público e que, como de costume nos filmes de La Bute, mexe com os nervos. Depois desse final é ótimo a reflexão dos temas que acabamos de ver, não só no contexto do filme, mas na vida em geral.


posted by RENATO DOHO 3:10 PM
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