Atores atrás das câmeras Vi dois filmes por atores estreiando na função de diretores, um pelo Denzel Washington e o outro pelo George Clooney. Os dois se saem bem e mostram competência. Denzel com Voltando A Viver - Antwone Fisher privilegia a atuação e o estilo sóbrio do filme, o lado emocional do filme é forte ao contar a história real de Fisher. Mesmo que no final haja uma certa defesa da carreira militar e da psicologia (ambas justificadas na própria trajetória de Fisher) o filme vai além disso; já George com Confissões De Uma Mente Perigosa mostra criatividade na decupagem e encenação das cenas, brincando com a realidade que condiz com o tema, uma biografia ficcionalmente verdadeira de Chuck Barris. Só que o filme de Clooney não caiu no meu gosto por juntar duas coisas que não suporto num mesmo filme: roteiro de Charlie Kaufman e atuação de Sam Rockwell. Não tenho uma explicação satisfatória para os dois, Kaufman me traz uma noção de roteirista "moderno" e "estrela" que afasta a noção de ser alguém se expressando pelo que escreve, mas apenas de alguém que manipula bem as regras do jogo e faz para chamar a atenção para si; já Rockwell é uma coisa de simpatia, desde o primeiro momento que vi uma atuação dele (Box Of Moonlight) não gostei e os filmes foram só confirmando isso (em Os Vigaristas eu apenas o tolerei por mérito do filme). Quem sabe no futuro ele faça algo que mude minha opinião, mas se nem nesse onde ele teve uma grande oportunidade conseguiu tirar essa impressão ruim não sei que diabos de projeto ele poderá fazer para reverter isso. Forasteiros Em Nova York (The Out Of Towners) Quanta diferença ver um filme de um autor que por acaso é um grande dramaturgo e roteirista. Falo, claro, de Neil Simon. Esse filme é a primeira versão da década de 70 com Jack Lemmon no papel principal. Nos anos 90 houve uma refilmagem com Steve Martin e Goldie Hawn que é muito inferior. Não sei porque na refilmagem (com roteiro do mesmo Simon) mudaram muitas coisas e pra pior. O clima decadente de NY no filme original é ótimo; há greve dos transportes públicos, dos lixeiros (NY é um grande lixão pela ótica do filme) e a ineficiência da polícia, tudo ajuda a aumentar o desespero do personagem de Lemmon (excelente aqui, mais uma prova do grande ator que foi), obcecado pela correção e pelo planejamento num dia dos infernos na grande cidade para uma entrevista de emprego (um Depois Das Horas feito bem antes). Até Arthur Hiller mostra que era criativo na época, com coisas que atualmente parecem impossíveis num filme dele. A trilha é de Quincy Jones. Ótima comédia! posted by RENATO DOHO 12:24 AM . . . Comments: