RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

domingo, julho 04, 2004
Doze - Nick McDonell

Romance estréia do jovem McDonell (escrito aos 17 anos) que foi muito elogiado e comparado ao Apanhador No Campo De Centeio pelo retrato da juventude. Exagero, ser um Salinger não é pra qualquer um, mas McDonell mostra talento ao mostrar os últimos 5 dias do ano entre adolescentes ricos que moram em Manhattan. O protagonista é o traficante White Mike que não bebe, não fuma, não usa drogas, e é inteligente. Mas a narrativa não fica só nele, mas em todos os outros jovens que vivem em torno dele (em relações diretas e indiretas todos têm alguma ligação uns com os outros) e também há flashbacks. O autor não exagera tentando mostrar o vazio de uma geração, mesmo que os jovens estejam apenas se drogando, transando, indo em festas, jogando vídeo game, vendo tv, fazendo compras... todos são tratados com um pouco de carinho e mesmo com o protagonista não há posicionamentos se é uma pessoa boa ou ruim, é apenas alguém. Apesar de ter muitos personagens conseguimos identificar de imediato cada um e suas trajetórias ficam cada vez mais interessantes, o que culmina na festa de ano novo. O autor mais semelhante atualmente seria Bret Easton Ellis que acho que pega mais pesado e enche o texto de referências culturais e sociais (marcas de roupas, carros, etcs). Mas o tom de McDonell lembra mais o filme Elefante de Gus Van Sant, incluindo um toque ao final. Uma promissora estréia desse jovem autor que tem como padrinho Hunter S. Thompson (um incentivador de sua carreira).

O Monge Que Vendeu Sua Ferrari - Robin S. Sharma

Quase um livro de auto ajuda, mas é mais um guia de budismo para iniciantes disfarçado numa parábola sobre um advogado que após um ataque cardíaco larga tudo e vai para a Índia se encontrar espiritualmente. Quando retorna seu ex-assistente se surpreende pelo novo homem que seu ex-chefe se tornou e num encontro que dura a madrugada inteira o transformado irá passar os ensinamentos aprendidos com monges de uma comunidade pequena e distante de todos. Muitas coisas a maioria já deve conhecer, o duro talvez seja por em prática como o meditamento diário, o esvaziamento da mente com certas técnicas, o uso de mantras, a alimentação vegetariana, reposicionamento de perspectivas existenciais, profissionais, sociais, etcs. Nada radical, já que é frisado que cada um age como quiser a partir dos principais tópicos. O curioso é que li em uma noite, como na narrativa do livro. Agora, só fui ler isso porque numa entrevista recente soube que Jon Bon Jovi tinha achado o livro muito influente em sua vida e tive curiosidade em conferir. Poucas vezes fiz isso (cheguei a comprar, mas não li ainda, o Mal Estar Na Civilização do Freud apenas porque a Jewel achou esse livro influente na vida dela) e, admito, que mais vindo do Jon mesmo (fui descobrir quando adolescente o filme Terra De Ninguém do Terrence Malick porque é um dos filmes favoritos dele, além de ter virado muito fã de Bruce Springsteen que é uma grande influência na vida dele). Engraçado imaginar o Jon aplicando algumas coisas do livro (o mais estranho é que o Livro Dos Sonhos que aparece no livro já foi utilizado por ele numa canção feita no mesmo ano da publicação do livro) e outras que com certeza parece já serem praticadas com ótimos resultados (a compra do Philadelphia Soul e a importância do lado social do time com a comunidade ou a não importância mais com exigências de gravadoras e as extensas turnês, voltando atenções para a família e outras atividades artísticas, são exemplos).


posted by RENATO DOHO 4:15 PM
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