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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, julho 21, 2004
Gate Of Hell (Jigokumon)



Grande filme de Teinosuke Kinugasa que em 1954 ganhou a Palma De Ouro em Cannes e o Oscar de melhor filme estrangeiro (pelo que consta o primeiro a ganhar na categoria).
Com visual impressionante, principalmente na primeira parte com a batalha, o filme mostra a obsessiva história de um bravo samurai que se apaixona por uma mulher casada e a pede em casamento para seu lorde (ou shogun) em retribuição aos serviços prestados, claro que é um pedido impossível, mas ele não se satisfaz com a resposta e fará de tudo para tê-la. O que mais chama atenção para olhos ocidentais é o comportamento dos personagens que seguem regras e hierarquias bem claras, provocando um final muito bom e ao mesmo tempo soando estranho para estrangeiros (os gaijins hehe) já que uma história assim ocorrendo do lado de cá seria tratada (e terminaria) de forma completamente diferente.

The United States Of Leland



Tem as qualidades e defeitos do cinema independente americano, mais de um lado ou de outro dependendo do gosto do espectador para esse tipo de filme (pensem em Donnie Darko, 13 Visões, Hal Hartley, Todd Solondz, etcs). A narrativa é lenta e vamos entender as relações dos personagens conforme o tempo vai passando, a narração em off vagueia por pensamentos diversos, alguns comportamentos "estranhos" aparecem aqui e ali, tudo parece ser deprimente e tedioso, a trilha é cheia de canções lentas (mas também tem várias do Pixies). Projeto escrito e dirigido por Matthew Ryan Hoge. Ocorre um crime, um jovem vai preso e não se esforça em negar a culpa e nem explicar o motivo; um professor do presídio se interessa pelo jovem para servir de tema para um futuro livro; o pai do jovem é um escritor famoso, mas distante; a ex-namorada enfrenta problemas com drogas. Não há um desenvolvimento de certos personagens como a mãe do jovem (Lena Olin) ou o pai (Kevin Spacey, produtor do filme) ou a irmã Michelle Williams) da ex-namorada (Jena Malone), o que é uma falha do roteiro que faz com que atores bons no final fiquem parecendo quase inúteis. Concentra-se no jovem (Ryan Gosling), no professor (Don Cheadle) e na ex-namorada. A psicologia usada ao final para explicar o crime e outras atitudes do protagonista pode irritar certas pessoas, mas é uma idéia que foi abordada levemente em Beleza Americana (no personagem do traficante / videomaker) e é interessante; se colocada em prática na vida real parece justificativa para se cometer horrores, mas no mundo das idéias e num filme até que funciona.


posted by RENATO DOHO 11:52 AM
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