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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

domingo, setembro 12, 2004
Allen & Tornatore

Tinha uns 2 documentários aqui há tempos gravados, mas só agora vistos. O primeiro é sobre o Woody Allen, com quase uma hora e meia, Woody Allen - A Life In Film de Richard Schickel (historiador cinematográfico que faz bastante destes documentários, o mais recente que vi dele foi Eastwood On Eastwood) com Allen falando sobre seus filmes até Dirigindo No Escuro. Há coisas bem legais que o Allen diz e fiquei com vontade de rever Interiores e Memórias. Alguns filmes não são comentados e os que a Mia Farrow atuou as cenas pegas não a mostram (de propósito?). Engraçado ele falando de Crimes E Pecados, a parte do médico é apenas para mostrar que Deus não existe e se uma pessoa mata outra e consegue viver bem com isso, tudo bem. Da fase antiga ele acha que Memórias é bem sucedido no que quis realizar, mas acha que o público entendeu errado. E Maridos E Esposas dos atuais é o que mais chegou perto do que ele idealizou e o que conseguiu fazer. Dirigindo No Escuro também é um favorito e ele termina querendo ressaltar que esses documentários que falam de um cineasta podem fazer com que quem veja possa achar bem interessante o que a pessoa fala, mas quando vai ver os filmes não encontra nada daquilo dito hehe A cena final não poderia ser outra senão a de Allen lendo no jornal que o filme que ele dirigiu cego recebeu críticas muito favoráveis na França, soltando a frase "graças a Deus pelos franceses". Não poderia terminar de forma melhor.

O outro é Giuseppe Tornatore - Um Sonho Sonhado Na Sicília (Giuseppe Tornatore - Un Sogno Fatto In Sicilia) de Marc Evans, totalmente diferente em como fala da carreira de Tornatore. É mais poético, Tornatore fala em diversos locais e também em off, muito sobre a Sicília e vai relacionando isso com seus filmes. Desde criança ele não largava a câmera (fotográfica na época). Fala-se de Rosi, Visconti e outros cineastas italianos. Imagens do passado, cenas de seus documentários e poucas cenas de bastidores de seus filmes. Um belo trabalho sobre a pessoa de Tornatore que ajuda a apreciação maior de seus filmes.

O Terminal (The Terminal)

Belo filme de Steven Spielberg onde ele aborda dois tipos de cinema que fracassaram em suas tentativas anteriores (comédia - 1941 / romance - Além Da Eternidade). Também por se passar em um mesmo local é algo que nunca fez (a não ser se contarmos carro e estradas em Encurralado). A produção do cenário é impressionante, parece até ter sido feito em locação e não estúdio. Tom Hanks mostra talento ao nos fazer acreditar ser uma pessoa que não domina o inglês sem nunca soar algo falso ou bobo. As escolhas "americanas" são interessantes, os amigos são imigrantes como o protagonista (negros, indiano, latino), o "vilão" um branco (judeu? wasp?), a carpintaria (algo da imigração italiana?) e o jazz em destaque. Uma das tramas paralelas mostra tanta força que a atriz Zoe Saldana vira uma revelação, uma graciosidade tamanha. Engraçado que há reversões de espectativas como a fonte que não funciona, o relacionamento principal e o final. A parte cômica tem momentos de gargalhadas (não lembro de rir tanto num filme de Spielberg) e também de sorrisos (nos momentos mais Tati). Foi cortada uma fala de Hanks para não mostrar semelhanças com E.T., na parte do telefone (ele diria "Phone Home"), mas como E.T. não sabemos da vida de Hanks antes do aeroporto, sabemos do pai, mas e ele? e sua família? sua profissão? A promessa ao pai, mais uma vez vem se relacionar com a vida pessoal de Spielberg, como se o relacionamento pudesse se concretizar apenas dessa forma e só assim ele pode seguir em frente. É o filme com mais clima de Frank Capra da carreira de Spielberg.

UPDATE: esqueci de
linkar uma crítica legal tanto do filme quanto dos filmes do Spielberg.

O Miado Do Gato (The Cat’s Meow)

Filme de Peter Bogdanovich que achei convencional e desinteressante demais, mesmo não sendo ruim. Fala do que pode ou não ter acontecido no navio de William Randolph Hearst num fim de semana, onde outras celebridades se encontravam (a namorada, Marion Davies, Charlie Chaplin, etcs) e uma morte acontece. A escolha de atores não é boa, Hearst se mostra fraco demais, Chaplin não tem nem 1/100 do carisma que um Robert Downey, Jr. apresentou anteriormente (que dirá do original então) e Jennifer Tilly como sempre é irritante demais. Kirsten Dunst está bem, mas longe de representar a verdadeira Davies.

posted by RENATO DOHO 10:34 PM
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