Chamas Da Vingança (Man On Fire) Até estranho falar deste filme e botar a foto da Dakota Fanning em destaque, tem gente que vai achar que é um doce filme sobre crianças hehe Bom, mas é que essa garota é ótima, uma das razões pra se ver o filme (a outra seria a Radha Mitchell), mas não esquecendo Christopher Walken e Denzel Washington. Tony Scott, que figura. Sendo criticável ou não é muito irônico ver um filme como este e imaginar que se trata de um jovem cineasta, saindo da universidade, louco para botar anos e anos de MTV, videogames e internet que estavam em sua retina quando na verdade é um senhor que sempre está com o seu boné da sorte (atualmente bem surrado) e seu inseparável charuto. Seria muito mais a "cara" dele estar fazendo produções inglesas para a BBC baseado em livros renomados (mais engraçado ainda que algumas destas produções podem estar sendo dirigidas por jovens). A primeira impressão que ficamos é que Cidade De Deus impressionou Scott. Não que ele já não vinha fazendo isso (talvez Scott que influenciou Cidade), mas pelo cenário latino as semelhanças aumentam. O visual do filme já estava sendo testado quando Scott fez o curta para a BMW, Beat The Devil, o que só é uma continuação de algumas marcas registradas de seu cinema. Por vezes esse ritmo me dá dor de cabeça, mas ao contrário de Michael Bay, Scott sabe reduzir o andamento das coisas. Pros latinos o filme soa até ofensivo, mesmo que não seja muito. Claro, sendo os ofendidos podemos tomar partido e ver coisas a mais no filme o que lembra muito os protestos de minorias ou certas comunidades contra tipos de filmes por acharem algo homofóbico, profano ou anti-feminista (e sabemos o quanto estes grupos exageram nas acusações vendo coisas que não estão nos filmes). Assim De Palma vira misógino, Verhoeven um homofóbico, Scorsese um herege, etcs. Nem todos os mexicanos são vistos como vilões e nem todos americanos são os mocinhos (se bem que a coisa do pai é meio forçada). Seqüestros são realmente muito frequentes nos países latinos. E corrupção então? Nem vamos falar nisso! O que incomoda é que quem está dizendo isso é um diretor branco vindo de Hollywood (se bem que ele é inglês). Ora, um paulistano branco mostrou a sujeira do Rio em Cidade De Deus e muitos se ofenderam com isso. Com razão, ou não. Se fosse mexicano talvez ficasse mais irritado, ao mesmo tempo eu fiquei pensando que seria muito divertido uma produção hollywoodiana sacanear bonito com o Brasil (Os Simpsons no Rio foi um aperitivo). Fora esse problema o que temos é mais uma história de vingança, que não acho despropositada. Se fosse o pai que partisse para a vingança eu acharia o filme quase desprezível, mas ao termos um assassino (Denzel) tudo muda de figura. É algo quase que inerente em sua pessoa e estilo de vida querer resolver tudo daquele jeito (cruelmente mesmo) e só poderia chegar naquele final. Caso ele sobrevivesse estragaria tudo. O filme é longo, mesmo não incomodando muito poderia se cortar algumas coisas (do meio pro fim, pois a construção da relação guarda costas e garota é essencial e poderia até ser maior) e ser menos frenéticamente montado em certas partes. Mas no final o resultado é bom. Quem quiser ver o lado ruim do filme, comparando com o atual momento Bush, só ler aqui. Não que não tenha certa razão, mas... Outros filmes que gosto da filmografia do Tony: Fome De Viver, Vingança, O Último Boy Scout – O Jogo Da Vingança, Amor À Queima–Roupa, Maré Vermelha, Inimigo Do Estado, Jogo De Espiões e The Hire / Beat The Devil. posted by RENATO DOHO 12:51 AM . . . Comments: