Na Mira Da Morte (Targets) Filme de estréia de Peter Bogdanovich na direção. Não sei separar o filme do seu processo de feitura, que é bem interessante, com Roger Corman propondo as condições de realização. Sabendo do que ele tinha a disposição e como contornou certos problemas o filme parece até ganhar relevância em certos aspectos e amenizar críticas que poderiam surgir apenas pelo filme em si. As duas histórias paralelas que se encontrarão no final não são bem balanceadas, ora o atirador é mais interessante, ora Boris Karloff fazendo meio que ele mesmo é mais. Algumas cenas parecem feitas para completar a duração do filme. No dvd Peter introduz e comenta o filme (a curiosidade maior é que Samuel Fuller ajudou no roteiro sem querer receber crédito e muitas das boas idéias do filme são dele, como no final de Boris na tela e na vida real). A Canção Da Vitória (Yankee Doodle Dandy) Acho que nunca vi filme tão patriótico como esse. Isso já afasta grande parte do público para conhecer essa cinebiografia de George M. Cohan que Michael Curtiz dirigiu. Motivo principal para conferir: James Cagney, espetacular no papel principal. Pra mim uma surpresa a mais foi nunca ter visto Cagney dançando ou cantando e ele faz essas duas coisas muito bem durante toda a história. Só conhecia seu lado durão, aqui a suavidade das canções e do gestual na dança surpreendem. Ironia é que no final mostra-se Cohan meio que esquecido da nova geração da época (segunda guerra mundial) quando foi o rei da Broadway décadas passadas e eu, atualmente, também não o conhecia. Então se o filme foi um pouco para relembrar ao público de sua importância não conseguiu fazer isso fora dos EUA (lá é bem popular) durante os tempos (na época onde o filme passou deve ter conseguido o feito, mas Cohan voltou ao esquecimento geral). Os números musicais são muito bem feitos, captados pela maravilhosa câmera de James Wong Howe. A biografia em si é parcial, o próprio Cohan tinha que aprovar então quase não se vê muito do pessoal e dos defeitos (apesar de sempre mostrá-lo como petulante). No dvd duplo vários extras, muitos na mesma linha patriótica, como cinejornais da época, além de um perfil de Cagney apresentada por Michael J. Fox, John Travolta falando de um de seus ídolos e um retrospecto de toda produção (apenas a atriz Joan Leslie dá depoimento do elenco, talvez porque seja a única viva). Daisy Miller (Idem) Belo filme de Bogdanovich feito após A Última Sessão De Cinema com sua então paixão, Cybill Shepherd. Baseado em Henry James o filme pode ser visto de duas maneiras principalmente: adotando o olhar do protagonista ou vendo o geral. Acho que quem vê pelo geral tem a idéia da tragicidade bem antes e pode se agonizar mais. Eu, ao contrário, estava sempre com o protagonista no que ele via e pensava sobre a personagem de Cybill e como ele fiquei completamente por fora do que realmente acontecia até o final aparecer... Como me identifiquei com o protagonista a impressão geral do filme é como a expressão dele no plano final, meio sem saber ainda o que se passou. Caso visse no geral ficaria mais emocionado, acho. Aliás, não achei uma boa opção mostrar o elenco no final, aquela tela branca seria ótima como plano de fundo dos créditos. Em escala menor o filme tem aquele clima que pode ser percebido em Os Maias, onde é mais exacerbado (e mais trágico?) e isso me atrai bastante. O ator, Barry Brown, está muito bem com suas expressões de tédio e melancolia, lembra muito Christian Bale. Infelizmente ele era assim na vida real e se matou anos depois. A morte entre pessoas próximas ao Bogdanovich são meio constantes. Nancy Hsueh, a assistente de Boris em Targets, chamou minha atenção e fui saber que morreu anos depois também. Tem o River Phoenix e Dorothy Stratten também. Também no dvd Bogdanovich introduz e comenta o filme. O Otário (The Patsy) Sempre que vejo Jerry Lewis nos dias de hoje percebo que já vi os filmes na minha infância (muitas vezes). Esse foi mais um caso onde achava que não tinha visto. Há momentos brilhantes misturandos com nostalgia de minha parte quando ouço por exemplo a música que ele tem que gravar ou quando revejo Ina Balin. As mulheres dos filmes de Lewis eram algo marcante, acho que me apaixonava por cada uma delas a cada filme (às vezes eu preferia a mais bonita que ficava com Dean Martin, mas geralmente as dos filmes solos dele é que eram mais fascinantes). No dvd outtakes, uma cena inédita e comentários em aúdio de algumas cenas, mas que quase não acrescentam muita coisa pois junto com Lewis está um cara que só dá risada. Mas finalmente temos Lewis em dvd! posted by RENATO DOHO 4:46 AM . . . Comments: