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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

segunda-feira, março 21, 2005
Assalto Ao Carro Forte (Le Convoyeur)

Mais um bom exemplar de um filme de gênero francês (como Malefique) desta vez com o policial. Aqui acompanhamos a rotina de funcionários de uma empresa de carros fortes que prestam serviços para os mais diversos estabelecimentos, a maioria de porte médio, nada grande como um banco, por exemplo. Entre esses funcionários o foco está no mais recente contratado interpretado por Albert Dupontel (Irreversível) cujas motivações não são claras durante toda a narrativa. Por vezes o filme lembra El Bonaerense no cotidiano desse pessoal, das diversões, dos vícios, da corrupção da "corporação". Só há ação mesmo na parte final, mas quando vem é de forma bem realizada e forte a ponto de ficarmos com a impressão que o filme todo foi assim. Mas a opção de boa parte da história não ser muito movimentada é para que conheçamos os personagens e suas motivações. O filme termina muito bem.

Um Amor Para Recordar (A Walk To Remember)

Um filme romântico cheio de clichês baseado no livro de Nicholas Sparks (Diário De Uma Paixão) que por algum motivo no decorrer da história nos cativa. Muito talvez venha de Mandy Moore, essa jovem cantora carismática que vem fazendo um belo trabalho no cinema (de todos que vi dela até agora nenhum é ruim), que não se preocupa em ser linda. Quem sabe a história vá ficando mais séria e por isso a impressão inicial negativa de mais um filme sobre estudantes não se sustente. Mesmo que saibamos exatamente como tudo vai passar sentimos que o jovem começa a amar a garota, e o pai fique mais tolerante, entre outras situaçoes, não pelo roteiro, mas simplesmente pelos personagens que ali estão (e também pelos atores que conferem uma verdade). Óbvio que o final é lacrimoso. Parece que a história é baseada numa ex-namorada de Sparks, mas não procurei ver se é verdade ou não.

Aro Tolbukhin – Na Mente Do Assassino (Aro Tolbukhin – En La Mente Del Asesino)

Um interessante filme de produção mexicana e espanhola sobre um suposto serial killer que incendiava mulheres grávidas. O formato é de documentário misturado com narrativa (vemos uma entrevista com o serial killer na prisão e a história dele sendo feita por um ator, além de outros participantes). Creio não ser um caso real, mas algumas tomadas antigas até soam verdadeiras. Uma das melhores partes é da infância, da relação do assassino com sua irmã, filmada num belo p&b. Neste instante o filme fica mais lírico, na inocência da relação incestuosa (as cenas da árvore, da primeira vez e do fogo são de grande beleza misturadas com algo mais sombrio).
As explicações psicológicas são exatas demais (por isso a impressão que seja apenas um roteiro fictício), mas não atrapalham na apreciação do filme.

O Show Não Pode Parar (The Kid Stays In The Picture)

Um documentário muito bom sobre a fascinante trajetória do produtor Robert Evans que esteve envolvido com os filmes O Poderoso Chefão, O Bebê De Rosemary, Love Story, Chinatown, Maratona Da Morte, Cotton Club, entre outros. A maioria das histórias da realização destes filmes são mostradas no documentário (a de Mia Farrow em Rosemary, por exemplo, eu sabia muito por cima). Evans narra e como é baseado no próprio livro que escreveu há uma visão única das coisas, o que torna tudo mais divertido e particular ainda (a traição de Ali McGraw é um momento triste, a sua decadência depois também). O momento que dá título ao filme (no original) é antológico. Além de sabermos fatos de bastidores o documentário fez um trabalho muito bom com as fotografias que foram filmadas e montadas para dar movimento e vivacidade aos fatos narrados (há cenas da época também, mas Evans tirava muitas fotos, por isso há um bom registro das épocas). Há momentos que esquecemos que o que vemos são fotos e não um filme (que aliás são fotos do mesmo jeito - esse jogo é muito bem elaborado pelos diretores) e a narração interpretativa de Evans só ajuda, dando suspense, tensão, tristeza ao que se fala ou à situação que se apresenta. Fora a coisa do produtor e do cinema o documentário também monta um retrato do jovem ambicioso e boa pinta, do poderoso que vai ao fundo do poço e da ligação entre as pessoas. Recomendável para todos os interessados em cinema.


posted by RENATO DOHO 12:02 AM
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