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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quinta-feira, agosto 25, 2005
Vida E Morte De Peter Sellers (The Life And Death Of Peter Sellers)

Ótimo filme de Stephen Hopkins que estava desde 2000 longe dos filmes (dirigiu e produziu a primeira temporada de 24 Horas e fez uma minissérie neste intervalo). Mesmo sendo uma produção para a HBo o filme concorreu em Cannes. A abordagem sobre a vida de Peter Sellers é boa e conta com uma interpretação extraordinária de Geoffrey Rush, um ator que nem sempre me agrada. Por vezes parece que estamos vendo o próprio Sellers em cena. O resto do elenco também é muito bom. Sellers era um personagem fascinante: inseguro, infantil, ególatra, vazio, e de enorme talento (muito por ter esse tipo de personalidade). A coisa com o consultor místico me fez lembrar de Hitler que tinha algumas dessas características e também vivia decidindo em cima de aspectos "místicos", coisa que obviamente deve ter um estudo deste tipo de caso (que remete à criação, educação e tal). A bela Charlize Theron enfeita o filme, não há chances dela realmente interpretar, já Emily Watson desenvolve quase que uma segunda mãe de Sellers. O recurso de Rush interpretar outros personagens da história em determinados momentos é boa, mas quase chega à saturação pois na última vez que isso ocorre já mostrava que era algo previsível (e vendo pelas cenas cortadas haveria mais vezes este uso, o que iria irritar o espectador e foram sabiamente cortadas). Pena que passaram por Um Convidado Bem Trapalhão e Lolita, mas mostraram como Muito Além Do Jardim foi importante para o ator. Aliás, o que a maioria fala no making of procede: a filmografia dele é um reflexo inconsciente e surpreendente da vida pessoal e da identidade que inexistia nele o que o levava à uma eterna busca através do ato de representar. No final o filme é um ótimo retrato (cruel, revelador e fascinate) do que é atuar ou ser ator.


posted by RENATO DOHO 2:24 AM
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