Sem Essa AranhaDos 5 filmes que já vi do Rogério Sganzerla este sem dúvida é o mais experimental. Todo feito em planos seqüência é de se imaginar que sua realização é tão interessante quanto o que vemos na tela, o quanto cada cena teve de imprevisto, improvisação e organização. A utilização de Jorge Loredo é ótima. As atrizes estão particularmente histéricas. O uso das frases (algumas em eterna repetição), além do corte e som lembram Godard. É inesperado Luiz Gonzaga ser tocado para logo após o vermos em carne e osso tocando no filme (outras participações também são curiosas). Irritam alguns aspectos que mostram mais uma encenação e artificialismo do que uma liberdade fílmica (até pequenos toques em coadjuvantes e figurantes ajudariam nisso). Não que não fique óbvio que seja uma encenação, mas até nisso há uma ilusão que pode ser quebrada facilmente por algo negligenciado. A cena do vômito, por exemplo, sente-se a falta de um vômito mesmo e não meras tentativas (se elas tivessem comido antes seria mais interessante). Claro que sempre há o recurso de se dizer que não era a intenção ter certas coisas, mas num filme assim as intenções são a coisa menos importante do processo; a reação do público e sua compreensão é que contam, tornando a obra múltipla e podendo ser ao mesmo tempo exaltada e apedrejada (com razões para ambos os lados). Para mim resulta que o filme é muito mais curioso e interessante que apreciável. Para um texto mais elogioso e detalhado, vale ler este. posted by RENATO DOHO 9:36 AM . . . Comments: