A Bela Do Palco (Stage Beauty)Hoje em dia o filme é mais conhecido (se tanto) como aquele que fez Billy Crudup largar a Mary Louise Parker (grávida) para ficar com Claire Danes. Só que é um belo filme que toca em dois temas: o ato de representar e as identidades sexuais. A bela do título não é Claire como se imaginaria, mas Billy que faz um famoso ator do teatro inglês que é especialista em interpretar mulheres (no século 17, quando mulheres eram proibidas de atuar). Quando o rei reverte esta lei, dando chance às mulheres, principalmente pela atuação clandestina de uma empregada (Claire) é que as coisas se complicam para o famoso ator. O relacionamento dos dois se transforma numa bela troca: ele a faz se descobrir como atriz e ela a revelar o homem dentro dele. O personagem de Crudup, tendo sido treinado como atriz desde criança não só incorporou toda uma feminilidade no seus gestos como também uma indefinição de sua própria persona sexual, tendo caso com um nobre e brincadeiras com mulheres, sem que com isso se entregue realmente ao amor, sendo encarado como objeto ou curiosidade sexual. Sua angústia ao se ver sem função social é tocante. Toda a parte final emociona com uma apaixonada declaração de amor ao ato de representar e também no caso o poder da arte, confundindo uma vez mais a realidade com a ficção, expurgando fantasmas através dela. É assim que o personagem de Crudup se mostra o mais livre de amarras e categorias, se descobre como ator e homem pleno, com liberdade para as mais diversas escolhas. Tanto Crudup quanto Danes estão muito bem e destaca-se entre os coadjuvantes Rupert Everett como o rei. Um texto legal sobre o filme. posted by RENATO DOHO 8:12 PM . . . Comments: