RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sábado, fevereiro 11, 2006
Roger O Conquistador (Roger Dodger)



Quis conferir o primeiro filme de Dylan Kidd após ver o segundo, Segunda Chance, e gostei do que vi. É uma boa estréia onde temos Campbell Scott como o rei da sedução, vivendo uma vida superficial de conquistas, mas sedutora ainda mais aos olhos do sobrinho que vem pra cidade grande aprender algumas coisas com o tio. Em uma só noite eles vão ter uma longa aventura primeiramente encontrando duas mulheres num bar (Jennifer Beals e Elizabeth Berkley). A aventura noturna contará com ótimos diálogos, truques de paquera e sedução, além de revelações e emoção. Campbell está ótimo como o guia perfeitamente canalha e falastrão e em oposição o jovem Jesse Eisenberg contém a dose certa de inocência e sinceridade. Todas as tiradas sarcásticas de Scott com relação ao jogo entre homens e mulheres são certeiras. Sem estragar muito há uma bela cena num banco de rua onde o jovem recebe seu primeiro beijo e outra com uma jovem bêbada. Isabella Rossellini participa também. Mesmo o filme sendo centrado nos dois homens (tio e sobrinho) as coadjuvantes femininas não são meras figurações, Beal, por exemplo, consegue um tocante desempenho. Claro que no meio disso as fragilidades do tio vão aparecendo pouco a pouco. Foi engraçada a forma como Kidd se aproximou de Scott para chamá-lo para o filme: num bar ou cafeteria ele simplesmente chegou e disse que gostaria que Scott lesse um roteiro próprio que Kidd achava que só Scott poderia interpretar. Scott pegou como pegaria nas diversas outras vezes que alguém vinha oferecer roteiros, só que no caso de Kidd ele leu e adorou. Scott produziu e muitas das participações do filme aconteceram por causa de Scott e como ele é o protagonista o filme é quase tanto de Kidd quanto dele. Comparando com o segundo filme deu pra perceber que Kidd trata seus personagens com carinho mesmo que a trama possa levar à caricaturas (o galinhão no primeiro, jovem se relacionando com uma mulher mais velha no segundo) o que ele evita. Grandes falas ou diálogos também parecem ser características próprias.
Havia um projeto (não sei em que pé está) de Kidd dirigir um roteiro co-escrito com Jon Bon Jovi sobre dois casais numa noite e o que rola com eles, se chamaria One Wild Night. Seria legal ver um trabalho dos dois juntos.

O Diabo Disse Não (Heaven Can Wait)



Percebe-se o toque Lubitsch durante todo o filme, mas não com tanta classe quanto nos filmes mais antigos. Talvez a história do galanteador arrependido que acha, após morrer, que merece ir pro inferno não seja aberta o bastante para que tenhamos essa noção do pecado que ele acha que carrega. Caso mostrasse mais o seu lado adúltero sentiríamos mais até a separação da esposa, só que fica tudo no ar, ou mais dito que mostrado, ficando a impressão que é até uma ação irracional da esposa largá-lo. Don Ameche como o protagonista está bem. A beleza de Gene Tierney conquista. E apesar de tudo é um belo Lubitsch.


posted by RENATO DOHO 2:33 AM
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