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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, setembro 21, 2007
Eu E As Mulheres (In The Land Of Women)

Ótima estréia de Jonathan Kasdan (irmão do também diretor Jake e ambos filhos do Lawrence) na direção. É um drama cuja narrativa eu particularmente aprecio que é a de vivenciar um momento da vida ao invés de apresentar muitos conflitos que serão trabalhados até se chegar num clímax. Mesmo tendo uma noção do que a história é, vai levar bastante tempo para que se desvende por completo. No começo é mais o protagonista, depois a família da Meg Ryan, depois a relação dele com ela, dele com a filha, dele com a avó, da filha com a mãe e assim vai. Deve ser especialmente pessoal para Kasdan tanto a parte do jovem (Adam Brody, que está muito bem, não o conhecia, mas é bem famoso por The O.C.) que após uma desilusão amorosa se acha perdido por ainda não ter se encontrado na vida (enquanto seus amigos já estão casando e tendo filhos) quanto a descoberta de câncer pelo personagem da Meg Ryan (Kasdan teve um aos 17 anos). Kristen Stewart (adoro) faz a filha e seus momentos são ótimos. A irmã jovenzinha se destaca é fui saber que é irmã da Alexa Vega. Corajosa a Olympia Dukakis ao fazer a avó do protagonista, pois tem vários momentos levemente humilhantes. Achei muito legal duas referências ao John Hughes em falas. Uma bela canção do Bruce Springsteen da caixa Tracks toca durante o filme, Iceman. Para não estragar a surpresa (apenas para alguns) não vou dizer quem aparece no final, mas eu achei daquelas escolhas nota 10 pois só a presença dela trouxe consigo todo aquele espírito que ela passa em outros trabalhos. Claro que para quem não a conhece não deve passar tudo isso, já comigo foi algo como "eu sei que pessoa é essa, como ela é e como isso é maravilhoso pro protagonista". Por isso o final tem um toque muito mais feliz para mim em especial.

Ligeiramente Grávidos (Knocked Up)

Neste segundo filme de Judd Apatow é bem legal ver o pessoal da série cult Freaks & Geeks novamente junto. Seth Rogen, coadjuvante na série, agora é o ator principal. Jason Segel, Martin Starr (irreconhecível! nem parece o mesmo cara que fez Bill Haverchuck!) e até James Franco (como ele mesmo) aparecendo. Apatow foi produtor, roteirista e diretor da série. Pena que os principais da série (Linda Cardellini e John Francis Daley) não estão no filme (será que não continuaram amigos do Apatow?). De certa forma as caracterítiscas da série continuam no filme, uma comédia mais dramática e de ritmo mais devagar. Aliás é quase como se a turminha rebelde do seriado crescesse um pouco mais e acabasse no filme. Quase que uma república de homens onde eles estão mais interessados em fumar um baseado, jogar videogame ou ping pong e criar um site de cenas de nudez de atrizes do que qualquer outra coisa. E esse universo vai cruzar com a da jovem repórter de tv (da E!) que após uma noite de bebedeira e sexo descobre estar grávida justamente de alguém com quem ela não tem a menor conexão. Katherine Heigl encanta e até chega a fazer com que tudo fique mais verossímil. Seth Rogen segue a tendência atual do protagonista "Shrek", ao contrário dos antigos mocinhos desses filmes (que no máximo eram John Cusack e Matthew Broderick). Há várias piadas referenciais cinematográficas, algumas sem possibilidade de tradução (tipo o "red bush" da Julianne Moore com o "red rum" de O Iluminado). O clima "família" do filme fica claro nas fotos finais de toda a equipe com seus filhos ou quando crianças, mas também na presença de Leslie Mann (esposa de Apatow) e as filhas do casal que fazem as filhas de Mann (que são bem talentosas, principalmente a menor, a que me fez mais rir durante o filme).

Paranóia (Disturbia)

Janela Indiscreta teen só na premissa, pois no desenvolvimento esquece tudo e nem toca nos temas que Hitchcock trabalhou tão bem. O que fica é um suspense básico, bem conduzido por quase toda a duração, mas exagerado demais em sua conclusão. Shia LaBeouf vira um assassino no final, dando a entender que só matando alguém para superar um trauma passado, já que logo após ele está numa paz de espírito total (e olha que ele matou o vizinho a sangue frio, se deparou com diversos cadáveres, viu a mãe presa e machucada, provavelmente soube depois que o policial morreu, etcs). Pena que o jovem não tenha mostrado nenhum lance criativo para derrotar o vilão, foi apenas pura fúria mesmo.


posted by RENATO DOHO 8:05 AM
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