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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, outubro 19, 2007
Atrasados

Vistos mês passado, por isso os breves comentários.

Zodíaco (Zodiac)

Eu até queria rever para comentar, mas de primeira é um belo trabalho, o melhor de David Fincher (mas como nunca fui fã dele isso não quer dizer maravilhas). A revisão seria para ver sem os olhos do livro, pois o que vi de qualidade e defeito remetem ao livro. A primeira metade é bem semelhante e por isso gostei mais, um relato seco e fiel dos acontecimentos; já a parte investigativa no livro continua no mesmo tom, de relatos, sem um maior envolvimento, enquanto que Fincher dramatiza os personagens, o que acho desnecessário. Ele cria até uma cena de terror para criar alguma empolgação. Fora isso, o fato dele se esmerar no digital torna tudo artificial demais, tudo é cristalino, tudo está no lugar certo, nas posições certas, soa montado e quando vemos o making of confirmamos que é montado mesmo, o fundo, os prédios, o céu, etcs. É como vermos o Homem Aranha cgi demais; neste, que é 'realístico', causa uma impressão estranha de falsidade. Como ocorre nesses recentes filmes só de blue screen (Capitão Sky, Sin City, 300) que pessoalmente não gosto. Além de não contribuir para o estado cada vez mais sem solução e obsessivo dos acontecimentos. Tudo não está em ordem, mas é filmado com ordem.

Twelve And Holding

Interessante filme sobre um grupo de crianças enfrentando dilemas a partir de um acidente que causa a morte de um deles. Algumas das histórias seguem um caminho perigoso que com certos diretores daria em desastre. Na maioria delas o filme se salva, mas apenas em uma finaliza de forma prevista quando todo o caminho foi de desvios dessa previsibilidade e fica a critério do espectador gostar disso ou não. Pode até causar um efeito contrário ao que se tenta discutir. O diretor, Michael Cuesta, é bem conhecido das séries Six Feet Under e Dexter onde dirigiu vários episódios e manteve o estilo de filmar e abordar personagens no filme. Dentre os bons atores mirins desconhecidos, a mais conhecida do elenco é a adulta Annabella Sciorra.

Eu Os Declaro Marido E… Larry! (I Now Pronounce You Chuck And Larry)

Contém cenas hilárias, principalmente do Ving Rhames. A questão gay é abordada de forma leve, mas apoiada pelas diversas participações de gays em pontas ou como coadjuvantes, meio como um aval do projeto. Jessica Biel está maravilhosa, e numa cena em particular está deliciosa, o filme valeria só por essa cena.

Evening

Nem os nomes envolvidos salvam o filme do fracasso. Claire Danes, Meryl Streep, Vanessa Redgrave, Toni Collette, Glenn Close, Patrick Wilson, roteiro de Michael Cunningham, direção de um renomado fotógrafo... tudo poderia dar em, no mínimo, um bom filme, mas algo se perde e o filme não consegue se segurar por muito tempo. O maior culpado é a estrutura de flashbacks que estraga as cenas do passado quando já temos idéia de como tudo vai acabar, aliás as cenas do presente poderiam ser mínimas e no final, são muitas coisas constrangedoras e que não deixam espaço para que o passado tenha tempo e força para se sustentar, jogando contra tudo o que supostamente presenciamos no presente. O grande amor tão falado não se constroe nas cenas do passado e isso é um erro fatal. As resoluções das filhas no presente são apressadas e não têm força, levaria um livro inteiro para isso e não meros minutos de uma subtrama de um filme. Enfim, grande desperdício que não serve nem para ser aqueles filmes de mulherzinha que adquirem força nas locadoras e tvs (como o recente Um Amor Para Recordar).


posted by RENATO DOHO 1:03 AM
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