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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

terça-feira, novembro 13, 2007
A Procura Da Vingança (Seraphim Falls)

Western estrelado por Pierce Brosnan e Liam Neeson, escolhas inusitadas para o gênero, dirigido por um diretor predominantemente de seriados, David Von Ancken, em sua estréia no cinema. Os pontos positivos são as belas e diversas imagens da natureza e da vastidão das locações valorizadas pelo início quase sem diálogos quando começamos a acompanhar uma caçada que só iremos saber dos motivos perto do final. A trama, em si, se resume à essa caçada e é bem simples, só que vira uma alegoria em sua conclusão com a presença de duas figuras chave. O filme só não é ótimo pela má construção do personagem de Brosnan e que, ironicamente, tem um dos seus melhores desempenhos como ator. Para um personagem experiente e maduro ele comete muitos deslizes, ingênuos até demais. Só aquele início onde ele leva um tempo demasiado pra suspeitar de algo já é um demérito. Depois ele vai cometendo esses erros em diversos momentos para subitamente numa ação mostrar que é esperto. Numa hora sinaliza sua localização apenas para ver quem são seus perseguidores e com isso quase ser pêgo para depois montar uma armadilha engenhosa - há menos um sólido perfil sendo traçado mas mais um personagem que age de acordo com o que a narrativa pede. Até no flashback explicativo o personagem erra como um amador (o que ele não é). Enfim, fora isso, é um western bem interessante.

Jogadora Infernal (Heller In Pink Tights)

Único western de George Cukor se mostra mais uma comédia envolvendo uma trupe teatral mambembe indo de cidade em cidade do velho oeste apresentando peças e fugindo tão logo a estrela principal do grupo, Angela Rossini (Sophia Loren), entre em alguma dívida. O gerente ou chefe do grupo é interpretado por Anthony Quinn. Veiculo para Loren produzido por seu marido Carlo Ponti, o filme trabalha bem a questão da representação, dentro e fora dos palcos, e a cultura como marco civilizador. Interessante a figura do pistoleiro que vai se modificando durante a narrativa, mas infelizmente tem que se conformar com seu papel na história e acaba voltando a ser apenas uma figura narrativa.

Conversando Com Deus (Conversations With God)

Dentre as recentes adaptações de livros de auto ajuda para as telas esse é o mais bem sucedido até agora. Não sei se é uma adaptação do livro ou se é a história por detrás do livro (vai ver o livro mesmo é essa história por detrás) em que vemos como Neale Donald Walsch (Henry Czerny em boa interpretação) chega ao fundo do poço após um acidente, uma separação e a perda do emprego, virando até um mendigo, para aos poucos se recuperar e, de repente, ter conversas com Deus, no que surgem os livros de grande sucesso (os conhecidos Conversando Com Deus e Uma Amizade Com Deus). Na vida real isso aconteceu aos 50 anos, no filme é um pouco mais cedo. Mesmo não acreditando nessa parte 'mística' as conversas podem ser encaradas como um diálogo interno, onde ele vai descobrir o seu verdadeiro ser e objetivo e de certa forma se torna iluminado após tantas crises e dúvidas existenciais. Além disso há uma nova visão de Deus (que o filme não se aprofunda muito, deixando isso para os livros) que bate de frente com as religiões organizadas ao propor um contato íntimo e pessoal com Deus sem o intermédio de alguém ou de um lugar. O visual e a construção do filme não fogem muito de um competente telefilme, mas isso não é prejudicial ao projeto.


posted by RENATO DOHO 8:10 AM
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