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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

domingo, fevereiro 03, 2008
Juno (Idem)



Ótimo filme de Jason Reitman, levemente melhor do que seu primeiro filme, Obrigado Por Fumar, que já era bom. Ao acompanhar a gravidez da adolescente Juno e sua tentativa de achar um casal que possa adotar o bebê não tive como não pensar e achar que de uns tempos para cá há uma onda de "engravidação" (sic) nos EUA que começa pelas celebridades (hoje em dia é mais fácil apontar quais delas ainda não engravidaram) que tanto têm filhos naturais ou adotados como em filmes (Ligeiramente Grávidos, Garçonete, etcs) em que quase não se questiona o aborto, há uma clara preferência pela gravidez. Nos filmes teen dos anos 80 nem se cogitava a gravidez, como em Picardias Estudantis ou O Último Americano Virgem e também no atual filme romeno 4 Meses, 3 Semanas E 2 Dias. Claro que o destaque do filme é a Ellen Page, ela lembra a cada dia a Janeane Garofalo no estilo de falar, na pose e também no físico - só acho que a Ellen é mais bonita e espero que não pegue um excessivo cinismo que a Janeane tem (ela foi uma Elaine Benes que tomou a direção oposta à da própria protagonista do personagem, Julia Louis Dreyfus). O casal que faz os pais da Juno é uma bela surpresa já que seus protagonistas vêm de um reconhecimento maior em papéis opostos (J. Jonah Jameson e C.J. Cregg), há uma ternura e carinho quase legítimos. Eu penso em como a Jennifer Garner me convence com seus papéis, em Alias isso era mais evidente, se disfarçando constantemente e em nenhum momento parecia falso ela ser uma super espiã, totalmente habilidosa, lutando ou atirando como também era frágil em seus sentimentos para com seu amor, seus amigos e pai; e nos disfarces era uma lady fatal, uma super geek, uma escandalosa diva, etcs. Ela pode no mesmo ano pegar em armas e ir para o Oriente Médio em O Reino quanto ser uma jovem executiva doida para ter um filho ou então uma mera adolescente em corpo de mulher ou uma poderosa assassina. Se a função de um ator é convercer nos papéis que representa acho ela uma boa atriz. Tenho um problema com Jason Bateman e não sei se Jason Reitman também tem a mesma impressão que eu e usa isso à favor do filme ou é um leve miscasting. Apesar de achá-lo gente boa, de ser irmã da Justine Bateman, o que para fãs de Caras & Caretas era algo muito legal, ele desde sempre me passou um ar de pouco confiável, o que muitas vezes se confirma em seus papéis - ele sempre parece esconder algo, ter uma segunda intenção nas coisas e é o que vai acontecer no filme, no primeiro instante que o vi em cena já achei que mais cedo ou mais tarde ele ia tentar algo com a Juno. E que o casamento dele no filme não iria se sustentar (como nao se sustentou). Isso prejudica a trama? É intencional sua escolha ou é algo que não se percebe? Não sei, há o lance de ficar previsível toda a aproximação dele com a Juno. Bateman seria ideal para interpretar um serial killer, pois ele tem essa fachada simpática que esconde algo por detrás. Michael Cera e Olivia Thirlby como os adolescentes do filme cumprem bem seus papéis. A roteirista Diablo Cody, apesar de sua fama e seu passado, cria poucos conflitos pesados: a famíia é bem compreensíva, o namorado é super compreensível, a amiga também, o casal, apesar de tudo, é uma boa escolha, na escola não é algo extremamente difícil a convivência com os outros alunos, enfim, ela cria quase uma fantasia adolescente (os créditos iniciais desenhados pode ser uma evidência disso) sobre a primeira gravidez, onde tudo termine numa jam sossegada com o namorado em frente à casa dele.


posted by RENATO DOHO 10:16 AM
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