Juno (Idem) Ótimo filme de Jason Reitman, levemente melhor do que seu primeiro filme, Obrigado Por Fumar, que já era bom. Ao acompanhar a gravidez da adolescente Juno e sua tentativa de achar um casal que possa adotar o bebê não tive como não pensar e achar que de uns tempos para cá há uma onda de "engravidação" (sic) nos EUA que começa pelas celebridades (hoje em dia é mais fácil apontar quais delas ainda não engravidaram) que tanto têm filhos naturais ou adotados como em filmes (Ligeiramente Grávidos, Garçonete, etcs) em que quase não se questiona o aborto, há uma clara preferência pela gravidez. Nos filmes teen dos anos 80 nem se cogitava a gravidez, como em Picardias Estudantis ou O Último Americano Virgem e também no atual filme romeno 4 Meses, 3 Semanas E 2 Dias. Claro que o destaque do filme é a Ellen Page, ela lembra a cada dia a Janeane Garofalo no estilo de falar, na pose e também no físico - só acho que a Ellen é mais bonita e espero que não pegue um excessivo cinismo que a Janeane tem (ela foi uma Elaine Benes que tomou a direção oposta à da própria protagonista do personagem, Julia Louis Dreyfus). O casal que faz os pais da Juno é uma bela surpresa já que seus protagonistas vêm de um reconhecimento maior em papéis opostos (J. Jonah Jameson e C.J. Cregg), há uma ternura e carinho quase legítimos. Eu penso em como a Jennifer Garner me convence com seus papéis, em Alias isso era mais evidente, se disfarçando constantemente e em nenhum momento parecia falso ela ser uma super espiã, totalmente habilidosa, lutando ou atirando como também era frágil em seus sentimentos para com seu amor, seus amigos e pai; e nos disfarces era uma lady fatal, uma super geek, uma escandalosa diva, etcs. Ela pode no mesmo ano pegar em armas e ir para o Oriente Médio em O Reino quanto ser uma jovem executiva doida para ter um filho ou então uma mera adolescente em corpo de mulher ou uma poderosa assassina. Se a função de um ator é convercer nos papéis que representa acho ela uma boa atriz. Tenho um problema com Jason Bateman e não sei se Jason Reitman também tem a mesma impressão que eu e usa isso à favor do filme ou é um leve miscasting. Apesar de achá-lo gente boa, de ser irmã da Justine Bateman, o que para fãs de Caras & Caretas era algo muito legal, ele desde sempre me passou um ar de pouco confiável, o que muitas vezes se confirma em seus papéis - ele sempre parece esconder algo, ter uma segunda intenção nas coisas e é o que vai acontecer no filme, no primeiro instante que o vi em cena já achei que mais cedo ou mais tarde ele ia tentar algo com a Juno. E que o casamento dele no filme não iria se sustentar (como nao se sustentou). Isso prejudica a trama? É intencional sua escolha ou é algo que não se percebe? Não sei, há o lance de ficar previsível toda a aproximação dele com a Juno. Bateman seria ideal para interpretar um serial killer, pois ele tem essa fachada simpática que esconde algo por detrás. Michael Cera e Olivia Thirlby como os adolescentes do filme cumprem bem seus papéis. A roteirista Diablo Cody, apesar de sua fama e seu passado, cria poucos conflitos pesados: a famíia é bem compreensíva, o namorado é super compreensível, a amiga também, o casal, apesar de tudo, é uma boa escolha, na escola não é algo extremamente difícil a convivência com os outros alunos, enfim, ela cria quase uma fantasia adolescente (os créditos iniciais desenhados pode ser uma evidência disso) sobre a primeira gravidez, onde tudo termine numa jam sossegada com o namorado em frente à casa dele. posted by RENATO DOHO 10:16 AM . . . Comments: