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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sábado, setembro 27, 2008
Pesquisa Literária 2008 (1)

Depois de 2 anos volto a fazer essa pesquisa. Nas
edições anteriores até que consegui uma boa quantidade de respostas das mais diversas pessoas. Por ironia esse ano em que mandei a pesquisa para muito mais pessoas recebi em 3 semanas apenas 7 respostas, sendo que 3 delas eram negativas (por impossibilidades variadas) e 2 delas vindas de "personalidades" que ao menos entraram em contato explicando os motivos.

Por isso começo a pesquisa por aqui (a intenção inicial era começar a publicar com pelo menos metade das respostas) para ver se dá incentivo às pessoas contactadas contribuirem com a singela pesquisa e também possibilitar que leitores daqui que não entrei em contato (são várias, por falta de e-mails, por exemplo) possam participar também.

Desta vez é simples, apenas falar quais OS ÚLTIMOS 7 (SETE) LIVROS LIDOS com breves comentários sobre cada um. E caso queiram adicionar um bônus dizer qual o livro em leitura atualmente. Respostas para o e-mail.

Como a abrangência foi de mais de 60 pessoas, mas sabendo que boa parte não responderá (ainda mais de "personalidades"), espero que ao menos esse ano umas 10 contribuam. Como a cada pesquisa o número de respostas diminuiu (desde 2004) fica-se com a impressão que há uma ligeira queda no hábito de leitura geral (ou não?).

Esse ano, quebrando a tradição, para dar uma (auto) força, eu mesmo inicio a pesquisa:

7 Últimos Lidos (em ordem cronológica)

1. Comer, Rezar, Amar - Elizabeth Gilbert



Indicação da amiga Cris. Achava que se tratava de um livro de dieta ou algo parecido pelo título. Após a indicação fui ver ao menos a sinopse e aí que me interessou, pois conta a história real da autora que após um doloroso divórcio largou tudo e foi tentar se encontrar indo para três países à procura do prazer (Itália), da espiritualidade (Índia) e do equilíbrio (Indonésia). Uma das qualidades da autora, além do bom humor no relato, é trazer informação sempre que possível e não ficar num vazio diarinho de viagem. A prosa dela é cativante, tornando a leitura extremamente agradável.

2. Os Japoneses - Célia Sakurai



Contando a história do Japão e depois partindo para especificidades culturais e sociais esse livro é uma boa introdução para quem nunca (como eu) se deteve com mais afinco à história japonesa, seus costumes e tradições.

3. O Documentário De Eduardo Coutinho - Consuelo Lins



Após alguns anos sem pegar um livro de biblioteca voltei a renovar minha ficha e encontrei livros que gostaria de ler, aliviando assim, a grande lista de futuras leituras/aquisições. E a data limite impõe uma pressão saudável para que se dedique ao livro, evitando as leituras que se estendam por meses. Esse sobre o Coutinho foi muito bom, escrito por alguém que trabalhou com ele e conheceu seus métodos. Vai de trabalho a trabalho (dedicando um espaço maior para Cabra Marcado Para Morrer) destrinchando tanto os bastidores quanto dando opiniões sobre a obra pronta.

4. BRock – O Rock Brasileiro Dos Anos 80 - Arthur Dapieve



Como gosto do Dapieve foi mais uma curiosidade pegar esse livro, já que o assunto é tão explorado na mídia que quase não há muitas novidades, a não ser quando o foco é em bandas que não são muito conhecidas ou que eu não dei muita atenção. A coisa mais marcante é a presença constante dos Paralamas Do Sucesso em quase tudo.

5. Dinheiro, Os Segredos De Quem Tem - Gustavo Cerbasi



Foi através de algumas entrevistas, em texto ou vídeo (nota: ele fala num tom muito parecido com o do Roberto Justus) que gostei da forma como o Cerbasi falava de economia e finanças, assuntos na maioria das vezes chatos. Por isso resolvi adquirir esse livro em formato pocket para dar uma olhada. Apesar do título chamativo é mais um guia de instrução financeira: como organizar suas contas, economizar, negociar, decidir pelo melhor investimento, ver no lápis se vale mais investir ou financiar algo (um carro, uma casa), além de, claro, vindo do exemplo próprio do autor, não achar que ter seu primeiro milhão é algo de outro mundo, se isso for realmente algo que se queira. Uma das coisas mais importantes é ressaltar o que é ter independência financeira real, pois não é o quanto se tem ou ganha, mas sim o quanto seu(s) investimento(s) consegue(m) render, mesmo que se perca o emprego, por exemplo. É aquele velho clichê do dinheiro trabalhar por você e não o contrário. E para isso muito planejamento é necessário. Cerbasi já tem essa independência, seus rendimentos já o possibilitam a, se quisesse, viver tranquilamente só dos seus rendimentos (quer dizer, tudo o que vem atualmente é lucro). Ele aborda isso de maneira muito simples, didática e sempre dando exemplos (muitas vezes da vida dele mesmo). Um complemento a esse primeiro livro dele é o segundo, Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, que virou bestseller, já que foi com sua esposa que o planejamento tomou uma melhor forma. Esse livro eu baixei pra ler um dia.

6. Na Natureza Selvagem - Jon Krakauer



Há anos tinha vontade de ler o livro, desde que soube do caso e vi um episódio de Millennium que se baseava livremente no fato. Só que o livro era caro e nunca baixava de preço. Foi passando o tempo e até fizeram um filme de mesmo nome que o Sean Penn dirigiu. E não é que achei na biblioteca somente agora? Não sei o que seria ter lido o livro antes de ver filme, mas como está acho que o livro aborda muito melhor o que aconteceu, pois há uma identificação maior do autor com o personagem, eles se parecem. No filme fica aquele ranço de se tratar de algo meio vindo de um trauma familiar, reduzindo a complexidade que nem mesmo o autor do livro consegue decifrar. E a vantagem literária é que podemos conhecer muito mais histórias que não têm a ver necessariamente com a narrativa principal, aventureiros do passado, uma linhagem de pessoas com esse algo inexplicável que busca algo a mais em sua existência, mesmo que tenha que morrer por isso.

7. No Ar Rarefeito - Jon Krakauer



Após estar no pique de ter lido um do Krakauer retomei a leitura desse livro sobre a trágica história real de uma expedição de escalada ao Everest. Tinha o livro mais pela vontade de ler o Na Natureza Selvagem, mas como só tinha esse nas edições de bolso da Companhia Das Letras quis ver como era (e acabou que li depois do Na Natureza...). O livro é empolgante e segue a mesma estrutura do Na Natureza: uma história real, uma reportagem para uma revista que vira livro, desde o início sabemos o que aconteceu, cada começo de capítulo há trechos de outros livros relacionados e os retratados à primeira vista parecem se dedicar à algo sem sentido. Eu mesmo sempre achei algo de absurdo o alpinismo, principalmente no gelo em altas montanhas com risco de morte, falta de oxigênio, possibilidade de congelamento e perda de dedos, mãos, pés e coisas piores, enfrentar temperaturas abaixo de zero baixíssimas, etcs. E conforme você vai lendo e conhecendo a história por detrás não há como não ficar fascinado com a aparentemente maluquice da empreitada. Algo que faz com que a pessoa desafie seus próprios limites e coloque em risco seus laços familiares com esposas e maridos que não compreendem esse chamado, passando longos períodos sem o companheiro, pois adquire-se o vício de escalar toda e qualquer montanha famosa. O livro é muito mais do que ele relata, não é só o caso específico, é toda uma maneira de encarar a vida que Krakauer expõe (e até defende num certo ponto) então não é algo específico só para quem tem interesse em alpinismo. Uma pena que o filme baseado nesse livro seja tão ruim, o livro merecia um filme muito melhor. Tenho mais um do Krakauer pra ler: Pela Bandeira Do Paraíso, mais um caso real, desta vez um crime cometido por fanáticos religiosos (mórmons).

Bônus: estou lendo Laowai, da Sônia Bridi.



Os comentários sobre os livros não precisam ser assim desse tamanho, podem ser mais simples e resumidos, pra não complicar.

Aguardo as respostas!

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posted by RENATO DOHO 2:40 PM
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