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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, março 13, 2009
Cotando

FILMES

Rififi (Du Rififi Chez Les Hommes)

Filme francês do Jules Dassin feito quando estava exilado por causa do macarthismo. Um dos grandes filmes de roubo, numa sequência memorável de meia hora sem trilha sonora e diálogos. O próprio Dassin atua fazendo o italiano expert em arrombar cofres. Grande filme.

Império Do Crime (The Big Combo)

Não é um dos melhores de Joseph H. Lewis, mas tem ótimas cenas e pequenas características que o distingue dos demais filmes. A tortura sonora é ótima (assim como a morte silenciosa). O romance criado nunca engata e é um dos pontos fragéis da narrativa. Houve muitos rumores sobre o contexto gay dos dois capangas (um deles o Lee Van Cleef) que não percebi, mas é dado quase como fato, o que ajudaria a reforçar o tema principal do filme que é a masculinidade.

Última Parada 174

Surpreendentemente achei um dos melhores filme do Bruno Barreto. Há um problema que se esquecido resulta em algo positivo: os fatos reais que permeiam a história. Se encarado apenas como ficção fica bem melhor. E nos comentários em áudio do Bruno com os 2 atores principais fica bem claro que boa parte das boas soluções do filme não vieram do diretor, ele apenas aceitou e facilitou as coisas e talvez seja essa a qualidade dele.

Se Nada Mais Der Certo

Apesar de já ter um nome na praça com seus filmes é o primeiro filme de José Eduardo Belmonte que vejo. Com qualidades e defeitos o filme faz destacar a interpretação marcante de Caroline Abras como Marcin. Pena que do outro lado haja Cauã Reymond que não consigo desvencilhar da imagem de carioca, cuca fresca, que pega onda, sendo bem difícil achar plausível que ele seja um jornalista que viva duro nas ruas de Sampa. A história também não ajuda, já que em linhas gerais é bem batida. O clima antigo (apesar de se passar na atualidade, todo o filme tem um clima de cinema nacional de outrora, até com trilha sonora semelhante) ajuda na opressão que se queira passar. E a duração poderia ser reduzida.

Coraline E O Mundo Secreto (Coraline)

Impressiona mais pelo visual do que pela história que em certas partes é chata e com pouco sentido (algumas coisas são porque são). Nem a tal moral do filme, se vista como algo para crianças e um pouco conto de fadas chega a ser muito bem elaborada. Soou como: "fique longe das drogas!".

LIVROS

Fora De Série – Outliers (Outliers): Malcolm Gladwell

Fiquei surpreso com o livro anterior do autor, Blink, por isso logo quis ler outro dele e não me arrependi. Os dois são péssimos para fisgarem os reais leitores pois o tema principal atrai outro tipo de leitor e ele nunca fica no tema, ele expande as coisas e relata diversos outros fatos e acontecimentos interessantes que enriquecem o livro. Blink, por exemplo, falava das decisões tomadas num piscar de olhos e defendia esse ponto, mas no geral o livro fala de muito mais coisas do que apenas isso. O mesmo caso aqui em que ele vai contra a idéia do self-made-man e explica como vários outros fatores são muito mais significativos em histórias de sucesso (contexto social, histórico, cultural). E ele extrapola, como no fascinante caso dos acidentes aéreos da Coréia Do Sul e como esses acidentes tinham motivos culturais insuspeitos à primeira vista. Ou então a questão da matemática, a população asiática e o cultivo do arroz. Livro fascinante. O outro livro dele que ainda não li é O Ponto De Desequilibrio, onde fala das mudanças na sociedade e como ocorrem de forma súbita, se comportando como um vírus. Gladwell é colunista do The New Yorker e sempre está nas listas de pensadores do ano de várias revistas. O que mais gostei de sua abordagem é como ele liga as mais diferentes coisas e coleciona/pesquisa/conhece histórias/fatos/idéias que dão uma visão muito mais rica e complexa dos contextos tratados.

Nascido Para Matar... De Rir (Born Standing Up): Steve Martin

Steve Martin relata de forma muito honesta sua vida como comediante stand up desde a infância até passar para o cinema (e aposentar as apresentações stand up). É engraçado e emocionante ao mesmo tempo, falando de seu começo na Disneylândia, suas namoradas (lindas em sua boa parte), seu lado solitário, o relacionamento difícil com o pai, o período pesado que viveu com constantes ataques de pânico e depressão (ocasionadas após um baseado fumado numa ida ao cinema), seu pouco contato com a família de uma forma geral, seu interesse pela arte e pela filosofia, o processo de criação de um set cômico, as turnês pelo país, o começo do sucesso, etcs. Nada que chegue a ser escandaloso ou polêmico. Fica-se com a tremenda vontade que ele continue essa espécie de relato autobiográfico de sua vida após O Panaca (único filme que é citado) pois ele tem muito o que falar de Hollywood e seus famosos fracassos amorosos, já que é bem conhecido que namorou várias mulheres, mas nunca conseguiu estabelecer algo mais firme com ninguém.

Esquisitologia (Quirkology): Richard Wiseman

Wiseman é um professor de psicologia que estuda o aspecto mais "esquisito" da psicologia cotidiana das pessoas e através de estudos, pesquisas e testes coletou os mais inusitados dados de nossas idiossincrasias. Esse livro é uma coleção desses dados. Nem dá para citar todos aqui, mas tem quase de tudo: a superstição que matou milhares de pessoas, a linguagem da mentira, a vida de serial killers testando a astrologia, o marketing pessoal, o consumismo sugestionado, a piada mais engraçada do mundo, etcs, etcs e etcs.

Enigma (The Riddle): Andrew Razeghi

O livro trata do 'enigma' da criatividade e tenta destrinchar como se dá o processo criativo. Aí o autor passa da ciência para os negócios, do Paul McCartney compondo Yesterday à como a Shimano (fabricante de componentes de bicicletas) reverteu a tendência de queda dos ciclistas amadores, da invenção do braille ao Aaron Spelling (!). Richard Wiseman é citado num trecho, criando uma rede de ligações curiosa entre esse livro, o de Wiseman e o de Gladwell.

A Cabeça De Steve Jobs (Inside Steve’s Brain): Leander Kahney

Um resumão do livro foi publicado numa
Época Negócios, o que contentaria boa parte dos que querem um quadro geral da coisa. Já o livro entra em detalhes, mas sempre pelo lado dos negócios da Apple e a personalidade de Jobs como executivo/inovador e quase nunca o lado pessoal ou qualquer fato biográfico. Há também os aspectos negativos da Apple e de Jobs, para não parecer um panfleto congratulatório. O livro se divide em características de Jobs e cada capítulo analisa esse aspecto dele diante da história da construção da Apple e seus produtos. Fica-se (para quem não teve a oportunidade) a vontade de querer conhecer uma Apple Store após saber de todos os detalhes planejados que diferenciam a loja do resto.

posted by RENATO DOHO 12:21 AM
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