Nothing But The Truth Gosto dos trabalhos de Rod Lurie tanto no cinema quanto na televisão. Ele sabe criar protagonistas fortes e seus temas giram em torno de ética e política. Aqui, inspirado num caso real, acompanhamos uma repórter que através de uma matéria para o seu jornal vai ser detida pelo governo federal que a forçará a dizer quem é sua fonte. Um embate sobre princípios se estabelece e o filme desafia até o espectador sobre a questão, fazendo com que ele se pergunte até onde vale lutar por princípios. Kate Beckinsale está em um de seus melhores papéis, funcionando nos diversos níveis como repórter, como mãe, como esposa, como detenta e como símbolo. Vera Farmiga, Alan Alda, Angela Bassett, Matt Dillon, Noah Wyle e David Schwimmer formam um elenco de apoio consistente. O final, levemente previsível, sem que isso seja prejudicial ao filme, só aumenta o peso das decisões da protagonista, pois ele não justifica (como pode parecer na superfície) a "heróina" como seria o normal, mas reinforça quão forte sua decisão é, não deixando uma sensação de alívio ou oferecendo um sentimento de recompensação por toda a jornada. Por outro lado aumenta a admiração pela pessoa (que nunca chega a ser um estado dado como um fato, ele é questionado durante a narrativa).Snow Angels Por acaso, ou não, num curto espaço de tempo vi outro filme em que Kate Beckinsale, admiravelmente, atua muito bem num dos trabalhos de David Gordon Green que mais me satisfez. Toda a estrutura do filme vai contra a sinopse, resumir a trama ou até dar uma dica sobre ela vai contra o que o filme constrói (por isso um trailer do filme seria inapropriado se seguisse a tradição de querer dizer sobre o que o filme é). Vamos acompanhando, no seu ritmo, o dia a dia de pessoas numa cidadezinha americana: estudantes na banda da escola, garçonetes e seus casamentos e amantes, um pai que tenta restabecer sua vida após quase acabar com ela, um outro indeciso sobre seu real papel de marido e pai, etcs. Só bem mais depois da metade do filme que um evento ocorre (levemente insinuado no início) que, de certa forma, atinge todos os personagens. Aí vêm as consequências. Só não chega a ser ótimo pois não consegue a contento desenvolver bem os coadjuvantes (a não ser o casal jovem), além de ser um pouco falho no casal principal, ainda mais para a forma com que ele termina. O filme pode ser visto como um painel de um mesmo relacionamento visto em suas diversas etapas através dos vários casais do filme, o início, o meio e o fim, e suas alternativas. Caso todos os casais tivessem seu peso essa idéia poderia ter sido muito mais bem sucedida. Mesmo assim o final tem sua força. posted by RENATO DOHO 9:51 AM . . . Comments: