RD - B Side
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, abril 07, 2010
O Livro De Eli (The Book Of Eli)



Filmes pós-apocalíticos geralmente são ideais para discutir as bases de nossa civilização, o que nos mantem como sociedade, qual a formação de nossa convivência agora que tudo foi destruído. Nisso esse gênero é quase irmão do faroeste que também lida com isso, a formação de um povo, regras, leis e condutas, como se dá a transformação. Esse filme sabe disso e explora muito bem a motivação das pessoas que sobreviveram (e algumas que nasceram após o fim de tudo), principalmente de seu protagonista, imbuído de uma missão civilizatória extremamente simbólica. O clima do filme é de western, como não poderia deixar de ser, com todos os lugares e situações típicos: o início sem falas (juro que eu pensei em Silverado naquele comecinho), o bar, a cidadezinha, as brigas, os tiroteios, a emboscada numa casa, a ida ao oeste, a reconstrução de algo, etcs. Sem falar na figura mítica do cavaleiro solitário do filme.

Muito adequado ser um filme para Denzel Washington por sua notória religiosidade pessoal. A bíblia como a grande arma é uma boa sacada, mesmo criticamente (intencionalmente ou não). Mas mais do que isso há um elogio geral para os livros/cultura como berço fundador de toda civilização.

As presenças de Tom Waits, Ray Stevenson, Jennifer Beals, Gary Oldman, Michael Gambon e Malcolm McDowell são boas. O destaque inusitado é de Mila Kunis, pelo que ela vira na parte final do filme, bem diferente da adolescente de That 70s Show e formando boa parceria com Denzel Washington (o que é verdadeiramente inusitado) sem qualquer ranço paternal ou sexual. Eu veria uma continuação com ela sem problemas, o personagem dela conquistou seu lugar durante a narrativa.

Há de se descontar os furos de lógicas, e as coisas que ficam sem explicação (o que é até bom).

Para completar a surpresa final eu realmente não tinha ideia ou lembrava quem tinha dirigido o filme, então quando os irmãos Hughes apareceram nos créditos foi uma novidade pra mim. Se recuperaram muito bem da cagada que foi Do Inferno e já está entre os seus melhores trabalhos.


posted by RENATO DOHO 10:49 PM
. . .
Comments:


. . .