COMENTÁRIO: A autobiografia do ex-vocalista e fundador do Sepultura é a prova máxima de que "rockstars" sempre deveriam depender de um jornalista para a criação de uma biografia. Ou é de se pensar: menos mal a honestidade de meter as caras no microsoft word ou contratar um ghost writer? Lendo frases como "cuspíamos no chão da escola. E isso era legal. Era uma coisa metal", fico com a segunda opção. Salvam-se algumas notas interessantes de produção dos discos, principalmente envolvendo o Andy Wallace e o Chaos A.D.
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Energy Flash: A Journey Through Rave Music And Dance Culture - Simon Reynolds
NOTA: EXCELENTE
COMENTÁRIO: O extremo oposto: Simon Reynolds é meu jornalista musical preferido. Pariu livros que vão do indie ao post-punk ao hip hop. Seu texto é cabeçudíssimo, mas não cansa. Energy Flash relata toda a história da dance music pós-disco, passando por todas as etapas e cenários (São Paulo inclusa), até culminar em 2013 (data da última reedição do livro) com os tenebrosos dubstep americano e EDM -- claro, soltando fagulhas de bode e decepção com o que virou a música eletrônica. Reynolds viveu a época das raves britânicas do início dos anos 90, envolvendo-se com produtores, DJs e clubbers, visitando cidades e países para descobrir novas cenas ou variações das mesmas. Seus relatos são muito pessoais, e talvez por isso seja seu texto mais fluente, quase um bate papo com o leitor num chillout pós-madrugada no club. +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ High Rise - J. G. Ballard
NOTA: EXCELENTE
COMENTÁRIO: Segundo Ballard que leio, após a pirose de Crash anos atrás. Faltam algumas páginas para terminá-lo, mas não dá pra deixar de fora da pesquisa. Há tempos não lia um romance tão sufocante e angustiante. Um mix anfetaminado de Senhor Das Moscas com O Anjo Exterminador, numa Inglaterra distópica dos anos 70 que é cenário comum a obra do autor. Tá sendo filmado, numa produção do Jeremy Thomas que demorou décadas pra ver a luz do dia.