Público Esqueci de comentar sobre o público que viu Edifício Master. Acho que muita gente que vê o filme tem as mesmas reações: dão risadas claramente discriminatórias dos entrevistados, como se pensasse "que pessoa ridícula", "que besteirada", etcs. E se sentem bem assim, vendo por cima, aquele "povo estranho" do prédio, "pobres coitados", "que vida de merda" e por aí vai. Poxa, não sei o que um documentário assim vai ajudar esse tipo de público, não os sensibilizam, não se vêem na tela, aqueles são os outros, os esquisitos... E olha que Coutinho trata todos com carinho, não é tendencioso e não os mostra como pobres coitados, mas mesmo assim pode-se ver o filme por esse olhar, o que é triste. E mesmo quando há sensibilização parece ser um tipo de compaixão pelo que se considera inferior, um "ah tadinho", um afago na cabeça de forma superior (o que é até pior). Por isso que certos filmes desse tipo que geralmente passam nos Espaços Unibancos da vida causam um efeito até contrário ao proposto. Não quero dizer que não há momentos engraçados, mas estes momentos são compartilhados também pelo espectador e entrevistados e entrevistador. posted by RENATO DOHO 2:26 AM . . . Comments: