sábado, setembro 18, 2004
Sem Notícias De Deus (Sin Noticias De Dios)
Ótima produção espanhola, segundo filme de Agustín Díaz Yanes (de Ninguém Falará De Nós Quando Estivermos Mortos). A parceria de Penélope Cruz e Victoria Abril é bem legal com elas fazendo papéis opostos ao que se esperaria (Cruz toda machona, Abril toda certinha), aliás Cruz incorpora bem o andar masculinizado, os olhares, muito boa sua personificação. Ainda temos no elenco Fanny Ardant, Gael García Bernal e Démian Bichir. A estória é engraçada e criativa, um agente do céu e outro do inferno disputam a alma de um boxeador, pois haverá consequências enormes para quem ganhar e quem perder. O inferno visto como quase um presídio (e extremamente calorento) onde se fala em inglês e o céu em p&b, todo clássico e falado em francês são idéias muito engraçadas. Há humor, ação e drama durante todo filme, com ótima produção, bem filmado, interpretado e uma seleção musical muito boa (até uma canção em português aparece, cantada com um pouco de sotaque espanhol) onde se destaca a excelente Kung Fu Fighting de Carl Douglas. No final há uma versão atualizada, mas a original não tem comparação (a cena em que aparece serve exclusivamente para Penélope Cruz), quem quiser pegar só baixar aqui.
Um fato estranho: Abril parece ter feito plástica, seu rosto está esquisito.
Velozes E Mortais (Highwaymen)
Lá se vão uns 18 anos desde da estréia de A Morte Pede Carona e Robert Harmon neste tempo sumiu em produções televisivas. Voltou aos filmes para cinema justo num que tenta lembrar o seu sucesso. Não chega a ser totalmente bem sucedido, mas o filme tem bons momentos. É curto (80 minutos) e quase todo passado em carros ou tendo eles na paisagem. Temos o carro ameaçador (com um motorista mais horripilante ainda), a mocinha com trauma, o mocinho vingativo (sabemos porque no início) e o policial sem idéia do que se passa. Nem há tentativas de se aprofundar algo, pois o tempo é contado. Jesus, ou melhor, Jim Caviesel é o protagonista e a bela Rhona Mitra a traumatizada. Acho que vale a conferida pra quem lembra do que Harmon fez em Carona.
Roubando Vidas (Taking Lives)
D.J. Caruso vem da tv e fez o curioso Salton Sea, mas aqui erra a mão ao escolher roteiro tão despropositado como esse. Se o filme for encarado como comédia de absurdos até pode divertir (pelo final, por exemplo), mas fora isso é um policial que tenta ser Seven, Silêncio Dos Inocentes e mais outros misturados, mas com os ingredientes errados. Angelina Jolie sempre que faz policiais fica mais bonita do que já é, talvez o fato de ter que parecer arrumada e bem vestida ressalte sua cara, seus olhos, ao invés de seu corpo, figurino ou cabelo. A trama é previsível, a tentativa de enganar o espectador não funciona, e o que manteria o suspense seria entender a trajetória do assassino (que parecia ser esse o propósito vide o início), mas isso é esquecido no meio do caminho. A fotografia e o trabalho de câmera têm bons momentos. Jolie não compõe bem o personagem, culpa do roteiro (o cara escreveu Ananconda 1 e 2, esperar o que dele?). Nem chega a ser furos da narrativa pois não há o que se furar, a concepção que é sem sentido mesmo. Ethan Hawke e os outros coadjuvantes até tentam desempenhar bem seus papéis (Kiefer Sutherland, coitado, é quase figurante). Mas o filme não aborrece. Caruso atualmente filma com Al Pacino, Rene Russo e Matthew McConaughey, parece ter se dado bem com o filme então. Jolie precisa escolher melhor seus papéis, desde Garota Interrompida ela só fez filmes duvidosos: 60 Segundos, Tomb Raider 1 e 2, Pecado Original, Uma Vida Em Sete Dias e Amor Sem Fronteiras, que não vi, mas dizem não ser grande coisa. Não teve algo que exigisse muito dela e nem desse prestígio (o que confirma a maldição dos ganhadores do Oscar de coadjuvante), só deve estar bem mais rica.
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