Doze Homens E Outro Segredo (Ocean's Twelve) Steven Soderbergh simplesmente 'cometeu' o melhor filme de sua carreira. Conseguiu colocar em todo o filme só elementos de alta qualidade que passam pela trama, pelo elenco, pelos cenários, pela montagem, pela trilha, pela fotografia, pelo humor, pelo figurino, pelas legendas (aqui traduzidas mas respeitando tamanhos, tipos e posições na tela) e assim vai. Mais livre do fato de não ser uma refilmagem, mas uma continuação de uma, Soderbergh brinca mais com a estrutura e conseguiu chamar todo o elenco de volta, acrescentando (muito bem) Catherine Zeta Jones. Fora as participações especiais de Vincent Cassel (carismático e um candidato ao grupo caso haja continuação), Topher Grace (tirando sarro de sua vida e carreira reais) e mais dois que não posso dizer para quem ainda não viu, mas uma delas é brilhante pois interfere na ação e chega a ser um coadjuvante de luxo mais do que uma ponta. O ritmo do filme parece cronometrado de tão preciso, em nenhum momento achamos que há excessos ou escassez de cenas. Mesmo com um elenco grande não sentimos falta de um personagem ser mais explorado, todos têm seu momento e importância. E os que pareciam largados no começo (Julia Roberts e Carl Reiner) voltam no final equilibrando tudo. Se pensarmos que a duração é de duas horas não sentimos que é longo e ao mesmo tempo surpresos por caber tanta reviravolta, personagens e flashbacks nesta duração (e não parecer corrido demais). Os momentos de humor abundam e são criativos e inteligentes (como a conversa em código) e há um clima anos 70, francês, italiano, um pouco indefinível na construção das cenas, seja em congelamentos de imagem, zooms, momentos livres aparentemente fora de lugar (e por isso mesmo maravilhosos) como do contorcionista pulando na cama, piadas internas (a maior sem dúvida é com Julia Roberts), tomadas inusitadas e canções escolhidas à dedo. O recurso de não mostrar os golpes no momento, mas sim depois através de fotos, vídeos e flashbacks é ideal para quebra de expectativas e economia no andamento da narrativa. No fim o filme é como a atividade dos personagens, enganação de alto nível. Se paramos para pensar nas incoerências da trama seria o mesmo que a vítima repassando o golpe que acabou de sofrer. Como ele não viu que era um golpe antes e nem durante? E por quê depois não ficamos bravos com o golpe, mas admirados pela agilidade dos ladrões? E isso aproxima ainda mais o filme do ato de fazer filmes. Pra se ver com um sorriso no rosto do começo ao fim. Genial! posted by RENATO DOHO 9:16 AM . . . Comments: