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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, março 30, 2005
Horror De Frankenstein (The Horror Of Frankenstein)

Mais uma adaptação de Frankenstein (e mais uma pela Hammer) que não perde o interesse e nos mantém atentos e interessados durante todo o filme pela tradicional competência da Hammer na condução da narrativa pela equipe montada (diretor, elenco, produção, etcs). Há algumas coisas que acho diferente de outras adaptações (e como nunca li o original não sei qual foi a mais fiel) como Frankenstein ser cobiçado pela garotas locais e ele começar a usar o monstro numa cadeia de assassinatos ao invés de abominar sua criação. Há até uma porta para uma continuação.

Viy – O Espírito Do Mal (Viy)

Um exemplar raro por aqui do cinema fantástico russo inspirado em conto de Gogol. É um fascinante filme sobre uma lenda popular. Um seminarista tem um encontro inusitado com uma bruxa e logo após recebe a ordem de ir zelar pelo corpo de uma jovem recém falecida que exigiu sua presença. O pai da jovem faz com que ele passe três noites trancado com o caixão para orações. Cada noite é excelente no que consegue criar de clima e mostrar em imagens, e vai aumentando para o clímax e noite final. Mesmo curto na duração o filme não parece apressado e a impressão que fica é grande.

Amarelo Manga

É engraçado ver um filme tanto tempo depois do auê em cima e foi como vi o filme, numa sessão do Canal Brasil antecedida pela exibição do curtas Texas Hotel de Claudio Assis e Conceição de Heitor Dhalia onde Assis atua, e também por uma conversa de Assis com Pedro Bial. A primeira impressão que tive após ver o filme era a pergunta: "mas é isso?". Não vi o que poderia ser chocante ou polêmico, o filme passou como mais uma narrativa pontuada com uns palavrões a mais. Durante o filme achei tudo meio esquizofrênico: ir contra uma estética bonitinha mostrando os arredores de Recife mas tendo Walter Carvalho na fotografia (que sempre torna tudo atraente visualmente); mostrando cenas documentais do povo e da cidade (o que mais gostei do filme) colocando no meio planos "cinematográficos" em travellings ou tomadas acima do teto descaracterizando qualquer realismo; usando figuração popular mas dando os papéis de destaque para artistas conhecidos... Não gostei dessa mistura e dessa procura pelo que aparentemente seria chocante (a mulher com o inalador, Leona tendo nudez frontal, a morte do boi, tiro ao alvo em cadáver, etcs), me lembrou Larry Clark na sua redução de personalidades (que torna tudo previsível como a beata se soltar, só faltou o padre fornicar com uma mulher ou mesmo um homem) onde tudo vira mais um joguete do que uma criação de personagens interessantes, críveis e relevantes. As atuações são boas pois estão em mãos competentes (Matheus, Dira, Diaz, Jonas), mas fica nisso.

ATUALIZAÇÃO: esqueci de comentar aqueles planos horríveis do povo olhando sério pra câmera perto do final! não pelo povo, mas a forma Sebastião Salgado que tinha me irritado sendo usado similarmente em Diários De Motocicleta. Se ainda fosse cenas do cotidiano como no resto do filme ficaria melhor, mas aquela forma posada...


posted by RENATO DOHO 12:10 AM
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