Geração Prozac (Prozac Nation)Filme muito bom que toca no tema da depressão baseado num livro autobiográfico de Elizabeth Wurtzel. Christina Ricci tem uma de suas melhores atuações (ela co-produziu o filme) auxiliada por um bom elenco que conta com Jessica Lange, Michelle Williams, Anne Heche, Jason Biggs (o filme foi feito antes de Anything Else onde Ricci e Biggs fazem novamente um casal) e Jonathan Rhys-Meyers. Ricci faz uma jovem que acabou de entrar para Harvard com intenções de estudar jornalismo e virar escritora com um passado um pouco problemático e anti-social. Após algum tempo de diversão na universidade os problemas começam a acontecer até ela entrar em depressão e se isolar. A mãe, a amiga, a terapeuta e o novo namorado vão de alguma forma tentar ajudá-la, mas só complicam ainda mais as coisas. Talvez o retrato não vá mais fundo no que ela passa (o sexo e as drogas são mostradas, mas nunca de forma chocante), mas não acho que seria necessário mostrar o fundo do poço pois assim fica claro que a depressão atinge vários níveis e pode até ser confundida com "frescura" ou "fase". É de se supor que o livro se aprofunde mais na depressão. Outro ponto positivo vem do fato de retratar o quanto as pessoas em volta de uma pessoa em depressão não sabem lidar com isso e também de que a resolução passa mais por um controle e aceitação do que uma "cura".Para fãs de Ricci (como eu) não dá pra perder ela nua logo no início num quarto onde há um poster de Bruce Springsteen pendurado (que aliás é um erro cronológico - o poster é de Tunnel Of Love de 87 quando a história no momento se passava em 85)! A personagem é fã de Bruce (uma canção dele é tocada) e também de Lou Reed que faz uma participação especial no filme. Frustrante para Ricci que o filme ficou no limbo e acabou lançado discretamente anos depois somente na tv, justo num projeto e num personagem que fica claro que ela investiu pessoalmente.O Retorno De Sweetback (Baadasssss!)Um filme excelente sobre a filmagem de Sweet Sweetback's Baadasssss Song, o clássico blaxploitation de Melvin Van Peebles. Mario, seu filho, resolveu fazer um filme ao invés de um documentário, mas num formato meio de documentário, com ele representando seu pai. Essa opção dá mais dinamismo ao filme, podendo interessar mais público do que se realizasse um documentário que estaria mais voltado aos cinéfilos. O livro de Melvin já cumpria essa função documental da história. Mario também dirigiu o filme (sempre foi um cineasta interessante desde episódios para as séries Anjos Da Lei, O Homem Da Máfia e R.H.D. até filmes como New Jack City, Gangue Do Mal, Panteras Negras e até o estilizado western Posse). Michael Mann foi um dos principais responsáveis do projeto tomar forma, sendo produtor executivo. A saga da filmagem é fascinante nas dificuldades da produção, nas ambições sociais de Melvin, na sua personalidade obsessiva que passava por cima até de sua família, amigos e saúde própria, e na paixão pelo cinema (e seu poder). Essa paixão até lembra outro filme sobre um cineasta, Ed Wood, só que o de Mario tem toda essa questão social e racial que o filme de Melvin continha, além da independência e da filmagem de guerrilha. As filmagens me fizeram lembrar de um filme muito especial para mim que é Vivendo No Abandono que é quase O filme sobre filmagem. Ao final vemos depoimentos dos personagens reais. No dvd o making of, uma palestra de Melvin com estudantes e a premiere do filme, além de comentários em aúdio dele e do filho. Obrigatório! posted by RENATO DOHO 8:16 PM . . . Comments: