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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

domingo, março 06, 2005
Rei Arthur (King Arthur)

Em dvd saiu a versão do diretor, mais longa. Como só vi essa versão não sei quais as diferenças entre o que vi e o que passou no cinema, o que melhorou ou não. Dá pra notar maior violência nas batalhas. O filme é bom, mas falta algo para ser mais que isso, talvez o roteiro não explore bem os personagens. As tomadas aéreas são muito boas pois dão uma noção melhor do que ocorre, mas mesmo em terra firme não há tantos cortes e câmeras trepidantes quanto em outros filmes do gênero recentes. Hans Zimmer é competente como sempre na trilha. Clive Owen poderia ter mais falas e algumas ações isoladas mais exploradas. A bela Keira Knightley não sei se tem propósito a não ser embelezar o filme, o que faz muito bem. A história da formação de países é interessante (os saxões, o desligamento com Roma, os nativos) e creio que na versão do diretor sejam essa cenas que foram acrescentadas.

Em Busca Da Terra Do Nunca (Finding Neverland)

Não tão ruim quanto falavam, mas também não chegando a ser bom o bastante para marcar esse quarto filme de Marc Forster que para mim ao invés de melhorar vem decaindo... Não vi seu primeiro filme, mas gostei bastante de Gritos Na Noite, gostei de A Última Ceia e agora acho regular este mais recente. Não tem como comparar este filme com outros sobre Peter Pan e todos são melhores, como o maravilhoso de P.J. Hogan ou até o "fracassado" Hook de Steven Spielberg. Não sei o que há na atuação de Johnny Depp que mereça reconhecimento, acho até que está apagada e vai contra o personagem, ele nunca parece ser alguém imaginativo. A trama é arriscada nos dias de hoje, um homem se aproximando de crianças que muito nos faz lembrar de Michael Jackson (que também viveu um relacionamento apagado com a esposa). E o próprio Peter Pan é cheio de ambiguidades, no teatro sempre feito por mulheres, aquele pó mágico nunca me enganou (hehe), etcs. Kate Winslet está bem, assim como Julie Christie, o garoto, Peter, não tanto, os olhares dele não combinavam com certas situações (fascinação ao invés de raiva, por exemplo). A parte da imaginação achei mal feita, transferindo os locais e não interagindo com a realidade, quando seria melhor que houvesse essa mistura (tipo, o urso no parque ao invés de no circo). Aquela parte final é muito parecida com Minha Vida, onde Kate vira Michael Keaton com o seu circo particular... Mesmo assim o filme é feito pra chorar até pra quem não entrou muito no clima do filme. Eu fiquei até com os olhos meio cheios d'água, mesmo não me emocionando.

Spartan (Idem)

Thriller mais movimentado da carreira de David Mamet misturando um seqüestro com militares e política. Mamet sabe bem jogar informações sem ser direto, entramos nas situações e aos poucos vamos entendendo, assim cria-se um realismo que foge das narrativas explicativas (quem entra de observador num ambiente profissional que não esteja familiarizado não vai entender tudo no momento). O filme não deixa de ter falhas: como a produção é modesta o final (no aeroporto) não soa real, mas encenação com muita pouca gente para assunto tão delicado; William Macey despeja a fala explicativa do "vilão" para esclarecer as coisas, quando isso dificilmente aconteceria. Só que as qualidades falam mais alto nas ações rápidas e secas dos agentes (até uma morte inesperada) e no contexto geral do filme.

A Supremacia Bourne (The Bourne Supremacy)

Achei uma continuação muito boa que mantém o espírito do primeiro mas tem abordagem bem diferente. Paul Greengrass se aproxima de Bourne e faz a platéia entrar na ação com ele, no primeiro somos mais observadores distantes do que ocorre, aqui estamos no meio da ação, que se mostra muitas vezes confusa e frenética. Se a câmera e a montagem muito rápidas podem desagradar o que se consegue são momentos muito bons de ação (o carro caindo da ponte, a perseguição de carros em Moscou, a briga na casa do outro agente, etcs). E o personagem vai se tranformando em mito, capaz de aparecer em diversos filmes, com identidade própria. A trama é muito bem armada para que fiquemos atentos durante toda duração, sem perder tempo com outras coisas como um romance (que a continuação elimina logo no início, de surpresa até). O jeito frio de Matt Damon combina com o filme e o personagem. Adoro Joan Allen nestes papéis fortes (se ela fosse mais jovem gostaria de vê-la como uma agente de campo) e Brian Cox é um bom contraponto. Até Julia Stiles está bem na sua pequena participação, sua cena no metrô é muito boa. O assassino Karl Urban foi muito bem construído, não fala muita coisa, mas sua eficiência e frieza se destacam, se mostrando um verdadeiro assassino e odiável na medida certa (quando na ponte ele vê Bourne, sai do carro e atira é algo que não se vê por aí regularmente). E o final é ótimo, dando aquela aura de anti-herói favorito. Fiquei tão empolgado com o filme que quero rever logo o dvd do primeiro que tinha comprado ano passado para compreender mais a trajetória do personagem. O dvd do segundo tem vários extras. Fico aguardando mais aventuras de Bourne que se Damon e os produtores forem espertos arranjarão para cada aventura um diretor de estilo diferente do anterior (como Cruise faz em Missão Impossível).


posted by RENATO DOHO 4:03 PM
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