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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, agosto 23, 2006
Valentin (Valentín) •••1/2

Bonito filme de Alejandro Agresti com uma história terna de memórias e crescimento. O garoto Rodrigo Noya tem ótimo desempenho auxiliado por um competente elenco. Mesmo sem qualquer novidade nesse tipo de abordagem (ainda mais quando quem lembra da história virou escritor ou artista) o que conta a favor é a sinceridade da coisa. As percepções que se formam através dos exemplos mais velhos, os laços que podem ligar diversas pessoas aparentemente sem ligações. Encanta a presença de Julieta Cardinali que por um momento esquecemos que é a namorada do pai do garoto e passamos a nos perguntar se não seria ela a mãe.

Espíritos – A Morte Está Ao Seu Lado (Shutter) ••1/2

Mais um suspense/terror oriental usando a mesma temática de espíritos aparecendo em fotos e um carma para ser resolvido. Alguns sustos e bons momentos envoltos nos mesmos traumas que causam toda essa história (no caso um estupro coletivo) e nos mesmos momentos de tensão.

Garota Da Vitrine (Shopgirl) •••1/2

Sensível filme de Steve Martin que mesmo não dirigindo escreveu o rotero baseado no seu próprio livro. Bem pessoal no que se refere à relacionamentos e à cidade de Los Angeles (um L.A. Story mais sério, mais romântico). Interessante a comparação para nos dizer onde Martin está atualmente como pessoa e como vê sua própria trajetória (no filme anterior era um pouco mais otimista com seu alter ego). Claire Danes brilha sem brilho, uma das raras que consegue se passar por uma simples garota, funcionária de uma grande loja, vivendo sozinha sem que fique falso demais. Ao menos Martin vê com esperança a geração mais nova do que ele.

O Documento Holcroft (The Holcroft Covenant) •••

Eficiente thriller de John Frankenheimer baseado em Robert Ludlum. A história gira em torno de uma fortuna guardada por nazistas na segunda grande guerra esperando todo esse tempo os herdeiros do trio que sela um pacto de morte. Aparentemente o dinheiro era pra ser usado como forma de reparação aos erros cometidos, mas o herdeiro principal, Michael Caine, começa a perceber que não é exatamente isso. O uso dos planos inclinados é a marca maior do visual do filme. Há uma leve ação, mas nada que possa ser palco para Frankenheimer se exercitar como consegue. Apenas a cena final parece deslocada, poderia ter sido em menor espaço de tempo depois da última ação.

Bom Dia, Noite (Buongiorno Notte) •••1/2

Belo filme de Marco Bellocchio sobre o caso Aldo Moro pelo ponto de vista de uma das sequestradoras. Uso curioso e eficaz de Pink Floyd na trilha. As misturas de realidade e sonho mais do que um mero recurso são o posicionamento final de Bellocchio diante dos fatos. Em último instante ele celebra a liberdade da imaginação e não a realidade da política (que mais parece religião). Como não lembrava o desfecho do caso real o filme assumiu para mim até um quê de suspense. Senti falta de uma conclusão para o personagem do escritor que paquera a sequestradora no trabalho.

Click (Idem) ••

Remake mal disfarçado de A Felicidade Não Se Compra que já era inspirado em Charles Dickens que teve melhores resultados em Um Homem De Familia. Sendo muito óbvia a cena chave dele deitando na cama e a partir dali acontecerem todas as loucuras nada realmente empolga pois já se sabe que tudo é um sonho e que voltaremos naquele ponto para ele mudar de vida; Christopher Walken é como o espírito do passado, presente e futuro em uma só pessoa (assim como nos dois outros filmes citados). A vantagem dos dois outros é que o espectador sabe de tudo que está acontecendo e por isso consegue refletir melhor as recordações e projeções. Quase que poderia tomar o rumo do De Volta Para O Futuro em alterar as realidades através de mudanças no passado, mas isso não ocorre. O filme ainda quando tenta fazer comédia é sem graça (tendo mais uma vez o amigo Rob Schneider fazendo ponta, desta vez o árabe do início) e quando é sério vira dramalhão. As canções e camisetas anos 80 que o Sandler bota em todo filme dele começam a cansar já que não acrescentam nada ao que se está contando (apenas mostra que o pai ainda é bem imaturo, mas como isso é constante em Sandler é algo até sem querer). O diretor é o inespressivo Frank Coraci.


posted by RENATO DOHO 6:30 PM
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