RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quinta-feira, outubro 26, 2006
O Segundo Rosto (Seconds)

Num período de 6 anos, de 1962 a 1968, John Frankenheimer alcançou seu auge como cineasta. Realizou O Homem De Alcatraz, Sob O Domínio Do Mal, Sete Dias Em Maio, O Trem, Grand Prix e O Homem De Kiev. Feito extraordinário. Seconds faz parte dessa leva brilhante. A trama e o clima do filme lembram Além Da Imaginação começando pelos suspeitos telefonemas que um homem começa a receber de um amigo que achava estar morto. Mais do que isso é estragar as surpresas da narrativa. O filme lida muito bem com a questão de escolhas e liberdades, um questionamento existencial que leva o protagonista por caminhos quase surreais. O que queremos da vida? O que achamos que queremos da vida é realmente o que nos trará felicidade? Os condicionamentos sociais e comportamentais nos dão alguma escolha real? O começo já indica o nível de qualidade da coisa: Saul Bass fez a abertura, com trilha de Jerry Goldsmith e a magnífica câmera de James Wong Howe. O final não poderia ser mais impactante.

Um Só Pecado (La Peau Douce)

Um filme um pouco mais atípico de Truffaut lidando com o adultério. Há uma narrativa mais picada, com planos rápidos, uma ausência aparente de humor (mas os acasos que o protagonista enfrenta com a amante têm um humor negro de leve) e um final de impacto (que Truffaut não sabia se foi bem preparado, achava que parecia fora do tom do filme inteiro). O filme tenta inverter um pouco as situações para não ser mais um filme de traição: as cenas com a amante são mais líricas e suaves enquanto que com a mulher passam algo mais carnal e emocional. As atrizes escolhidas espelham bem esse enfoque, Françoise Dorléac (irmã de Catherine Deneuve que morreu aos 25 anos), a amante/aeromoça, é mais delicada e frágil, já Nelly Benedetti, a esposa, é forte e com belo corpo ressaltado. O ator principal, Jean Desailly, passa bem a insegurança e indecisão diante da situação que cria, não sabe sair de momentos delicados e é impulsivo quando não deve. Ao fim é um bom Truffaut.


posted by RENATO DOHO 6:08 AM
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segunda-feira, outubro 23, 2006
Dália Negra (The Black Dahlia)



Impressionante como De Palma consegue, a partir de material alheio (o livro de James Ellroy), retrabalhar, de acordo com sua visão, todo um mundo. E isso se evidência nas impressões gerais de quem conhecia a obra: a adaptação é infiel. Caso semelhante ocorreu com A Fogueira Das Vaidades onde a infidelidade lhe custou muito mais caro. Mas em ambos os casos o que fica é outra grande obra numa carreira extremamente atacada, mas nunca ignorada.

Se líamos aqui e ali comparações de Femme Fatale com Mulholland Drive de David Lynch em Dália Negra além de ter todo um parentesco com essa obra não dá pra não deixar de ver um primo em A Estrada Perdida.

O que são Bucky e Lee se não faces (complexas) da mesma pessoa (moeda)? Se de início isso é quase óbvio pelos apelidos Fogo e Gelo que recebem, os sobrenomes parecidos e o triângulo amoroso com Kay, as coisas vão entrando numa espiral de interligações que trazem à mente a tira de Moebius que Lynch trabalhou em Estrada Perdida. A tira, quem não sabe, é apenas o que seria um círculo comum só que uma das pontas é virada e colada na outra ponta, impossibilitando assim uma noção do lado exato que estamos vendo (dentro ou fora). Quando vamos respondendo algumas questões do filme de quem realmente estamos falando?

- quem se interessa pelo caso Dália e começa a ficar obsessivo com isso?
- quem se aproxima de uma suspeita que muitos dizem lembrar a falecida?
- quem tem o sorriso mais fácil como o homem que ri?
- quem esconde o sorriso pelos dentes perdidos?
- quem salva a vida de quem?
- quem engana quem?
- quem realmente morre? e quem o mata?
- quem “resolve” o caso?

Claro, racionalmente temos algumas respostas claras, mas totalmente incoerentes, como é incoerente o fato de Madeleine não se parecer com Elizabeth como todos dizem durante o filme. E isso é uma das coisas que mostram claramente o gênio de De Palma em subverter o próprio filme e transformá-lo em algo além de uma adaptação.

É apenas quando Lee morre que Bucky se posiciona, mas sendo Madeleine que mata Lee e é morta por Bucky e sendo ela “semelhante” à morta quem realmente, em essência, sobreviveu e morreu ao final? E sem acrescentarmos George Tilden (a escolha de William Finley é excelente no que ele representa no filme e na obra de De Palma) que joga muito mais coisas e pessoas nessa intricada teia. Uma teia muito similar ao que ocorre em Missão Impossível (procura de identidade, agentes fantasmas, investigação, máscaras, falsos chefes, falsas percepções) ou Dublê De Corpo ou Vestida Para Matar ou...

As cenas de ensaio/teste onde o próprio De Palma entra no filme (através da voz do diretor) reforçam as idéias de representação (acrescentando aí o filme pornô caseiro achado) tanto da imagem como da idéia de cinema de Hollywood e o jogo entre diretor e público.

Somente com revisões é possível apreciar todos os lados da questão, uma de cada vez para depois juntar tudo de novo, como na primeira vez. O filme já trabalha com isso ao embaralhar o que realmente trata com o que se acha que ele trata (a morte de Elizabeth). Ele não trata mais da dualidade de Bucky e Lee? Ou Bucky entre Madeleine e Kay? Ou Madeleine com Elizabeth, sua família e Bucky e Lee? Ou a cidade de Los Angeles e o submundo (ou base) de suas fundações, concretas (as construções) e sociais (a elite, o cinema, a polícia)? Ou Elizabeth e Bucky em suas trajetórias onde acabam corrompidos e vitimizados por Hollywoodland? Ou George em meio à tudo isso?

Em cada lado muitas coisas podem ser reveladas que não foram de imediato. O mesmo que acontece com Bucky durante a investigação, onde ele vai ligando coisas aparentemente soltas e rearranjando, percebendo que muitas vezes sua primeira percepção foi errônea (quadro final de Femme Fatale?).

Alguns personagens e cenas exemplificam isso. A ligação da descoberta do corpo de Elizabeth com o tiroteio a seguir não é mero exibicionismo técnico, mas sim um encaixe entre coisas que aparentemente não têm ligação (e isso é mais do filme que do livro). Mesma coisa com a introdução da família de Madeleine toda feita em pela visão subjetiva de Bucky. Madeleine e Bucky e Lee conseguem superar um previsível triângulo ao se relacionarem de forma metafórica. Madeleine com seu desejo de se relacionar com quem lhe era parecida (Elizabeth) se revela mais um desejo de morte, pois ela se realiza ao matar Lee e também George (que matou Elizabeth), sendo que Lee ali é Bucky (para não complicar mais não vamos pensar que Bucky nessa cena não consegue evitar que ele mesmo morra, ou melhor dizendo, um lado dele não morra). Tanto que ela parece ter certeza que o Bucky ao final não tem mais o lado Lee capaz de matá-la (o que vemos, é um erro). Gostei das associações que fizeram com o BD marcado nas costas de Kay. Seria Bobby DeWitt, Dwight Bleichert, Black Dahlia, Body Double, ou Brian DePalma?

Óbvio que a cada tentativa de se ficar desenrolando as linhas narrativas ou tentando seguir uma linha vamos acabar enrolados como na tira de Moebius. Onde é o começo, o fim, o meio? Que foi o erro que Estrada Perdida também sofreu dos espectadores ao tentar ligar os dois personagens masculinos com os dois femininos que na verdade são as mesmas pessoas. O igual não é igual, mas também não é diferente.

A cena final é brilhante nessa confusão de personalidades: Bucky em meio à duas visões, sendo que uma delas não é exatamente a dele (Lee sim teria mais traumas com o corpo de Elizabeth, um dos motivos de sua obsessão com o crime e a vítima). E lembrando que Kay em acesso de fúria disse antes que Bucky acabaria se tornando Lee mais nos faz pensar quem está ali diante da porta. Bucky e Lee. Morena e Loira. Escuridão e Luz. Gelo e Fogo. Céu e Inferno. Brian De Palma.


posted by RENATO DOHO 5:28 PM
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sexta-feira, outubro 20, 2006
O Complô



Último trabalho do grande Will Eisner.
Introdução de Umberto Eco.
Capa dura.
Edição de luxo.
Obrigatório!


posted by RENATO DOHO 11:26 AM
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quinta-feira, outubro 19, 2006
O Ano Em Que Meus Pais Saíram De Férias



Trailer

posted by RENATO DOHO 6:30 PM
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Lucky Star, Michael Mann



posted by RENATO DOHO 5:00 PM
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quarta-feira, outubro 18, 2006
Sarah McLachlan - Wintersong



01. Happy Xmas (War Is Over)
02. What Child Is This (Greensleeves)
03. River
04. Wintersong
05. I'll Be Home For Christmas
06. O Little Town Of Bethlehem
07. The First Noel / Mary Mary
08. Silent Night
09. Song For A Winter's Night
10. Have Yourself A Merry Little Christmas
11. In The Bleak Mid-Winter
12. Christmas Time Is Here (Feat. Diana Krall)

Link

posted by RENATO DOHO 12:49 AM
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terça-feira, outubro 17, 2006
Cotações



Abismo Do Medo (The Descent) ••••

Ótimo terror. Destaque para a personagem Juno (Natalie Mendoza), minha favorita.



Brutalidade (Brute Force) ••••

Eletrizante filme de prisão. Grande confronto entre Burt Lancaster e Hume Cronyn.

O Diabo Provavelmente (Le Diable Probablement) ••••

Bresson vê a juventude com niilismo e o suicídio como uma necessidade.

Industrial Symphony No. 1 – The Dream Of The Broken Hearted •••1/2

Experimentação somente possível pelo sucesso de Twin Peaks. Lynch e Badalamenti aproveitam a oportunidade.

Cafuné ••

Uma estréia discreta, mais interessante do que boa.


posted by RENATO DOHO 9:20 AM
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quarta-feira, outubro 11, 2006
10 anos sem





Saudades...


posted by RENATO DOHO 10:13 AM
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terça-feira, outubro 10, 2006
Novas séries, novas temporadas



Studio 60 On The Sunset Strip S01E01

Aaron Sorkin, o nome por detrás da série The West Wing, volta com um novo seriado examinando o mundo da tv. Sorkin é reconhecidamente um grande roteirista e demonstra isso no piloto da série começando numa homenagem / referência ao filme Rede De Intrigas. Vamos acompanhar os bastidores de um programa televisivo aos moldes de Saturday Night Live, cômico e gravado ao vivo. Após o surto do diretor geral da atração uma dupla talentosa (Matthew Perry e Bradley Whitford) é chamada de volta pela nova presidente do canal (Amanda Peet). O episódio de estréia termina com eles aceitando o cargo e indo encontrar toda a equipe. Bom elenco, Perry mostrando melhor seu talento fora de Friends e Peet com o desafio de se passar pela chefona da coisa, um papel que ela até tinha recusado inicialmente. O grande número de diálogos e falas rápidas são típicos de Sorkin, o que dificulta quem tenha o trabalho de legendar a coisa sem se perder em referências e expressões do meio, por isso é melhor esperar que o seriado seja exibido no cabo para ser melhor apreciado.

Men In Trees S01E01

Seriado com Anne Heche protagonizando uma expert em relacionamentos que faz sucesso com palestras e livros de auto ajuda que fica sabendo que está sendo traída pelo noivo durante uma viagem para o Alaska para uma palestra. Perturbada com o fato ela vai se auto questionar sobre seu conhecimento dos homens e descobre que o local é ideal para que dê um tempo em sua vida e carreira para repensar as coisas. A trama parece mais adequada para um filme do que um seriado, inclusive até poderia ser finalizado de forma satisfatória caso o piloto não tive sido aprovado. Há uma ênfase na trilha sonora, com diversas canções comentando as situações. A direção foi de James Mangold (Johnny & June). Não é um seriado que empolga a ponto de querermos acompanhar a história apesar da simpatia de Heche.

Weeds S02E01

Esse mês o GNT começa a exibir a segunda temporada dessa ótima série. E o começo não poderia ser melhor. Uma novidade é que o famoso tema de abertura terá convidados fazendo suas versões a cada episódio. No primeiro quem fez a cover foi Elvis Costello. Que idéia legal! Mary Louise Parker domina, ela é demais!

My Name Is Earl S02E01 / S02E02 / S02E03

O ótimo seriado cômico retoma de uma forma que nem parece que é uma segunda temporada, ao menos no primeiro episódio. Mas nos outros começamos a perceber que além de ter as tradicionais histórias de Earl cumprindo sua lista há uma subtrama que está se desenvolvendo quase em paralelo envolvendo sua ex-esposa Joy. Nada que não possamos acompanhar já que em algum ponto Earl relembra o que Joy tem passado. Participação especial de Burt Reynolds no segundo episódio, e Judy Greer e Marlee Matlin no terceiro (Matlin talvez apareça em mais episódios). Todos continuam ótimos em suas performances. É um prazer me divertir semanalmente com as aventuras de Earl e ainda poder ser emocionado de vez em quando.

Lost S03E01

Terceiras temporadas não seguem regras específicas, mas geralmente são nelas que os seriados podem desandar pois não há o ineditismo da primeira e a tentativa de superação da segunda. Estando numa posição mais segura é hora de mudanças e de alguns riscos que podem beneficiar ou prejudicar o todo. 24 Horas quase estraga tudo conseguindo realizar sua temporada mais fraca (só se recuperando na quarta). Grande parcela de fãs de Alias acham que é na terceira que a coisa começou a decair. The Shield introduziu Glenn Close em seu terceiro ano, com bons resultados. Ainda é cedo para sabermos o que Lost vai ganhar ou perder, mas ficou claro no episódio que os "outros" terão papel bem mais significativo que antes, muito mais do que os "do outro lado" tiveram na segunda temporada. Apesar de ter sido apenas regular houve alguns bons momentos: a introdução da cidade dos "outros", a presença mais emocional de Julie Bowen (Boston Legal) marcando uma provável despedida da narrativa, e Elizabeth Mitchell entrando no elenco.

Boston Legal S03E01 / S03E02 / S03E03

Os três primeiros episódios continuam com a mesma qualidade das temporadas anteriores. Uma nova dupla entra na firma no segundo episódio e há um destaque maior para eles em detrimento de Alan e Denny. Craig Bierko tem talento cômico e se encaixa bem no grupo. Denny cada vez mais uma figura à parte, capaz de brincar com o próprio seriado ao questionar se os novos contratados são realmente novos, pois não entraram na estréia da nova temporada ou chamar a música de abertura! David E. Kelley quebra a quarta parede de vez em quando em seus seriados e tem em Denny o personagem ideal para isso. E no terceiro episódio mais uma vez Kelley dá chance para anões ao vermos a bonita Meredith Eaton num encontro às cegas com Denny Crane. É tradição de Kelley trazer para seus seriados em participações especiais ou mesmo personagens fixos atores fora do padrão televisivo, sejam anões, obesos, travestis, idosos, cegos, surdos, com deficiências ou doenças (Michael J. Fox participou de vários da segunda temporada e o primeiro da terceira), ou mesmo personagens de comportamento exótico, mas vistos na mais pura normalidade. Kelley é foda (e ainda por cima é casado com a Michelle Pfeiffer)!



Estou achando que esse ano há uma variedade bem maior nas estréias de seriados, valorizando os seriados de uma hora ao invés das sitcoms (em baixa). Diferente de outros anos há, ao menos pra mim, um maior interesse em conhecer vários pilotos de séries. Alguns que baixei e baixarei em breve para serem conferidos (o que não quer dizer que acompanharei, provável que muitos não):

- Shark: piloto dirigido pelo Spike Lee, James Woods lidera o elenco que tem ainda Jeri Ryan (Boston Public)

- Big Love: a poligamia pela visão da HBO, Chloë Sevigny faz parte do elenco e Tom Hanks produz

- Heroes: seriados de super heróis nunca me atraíram, mas quero ver os 2 primeiros episódios pelo menos; Hayden Panettiere e Ali Larter participam

- Six Degrees: além de J. J. Abrams estar envolvido há três atrizes que gosto no elenco = Hope Davis, Erika Christenssen e Bridget Moynahan

- The Nine: curioso, um seriado inteiro em cima de um assalto a banco, será que dura mais que uma temporada? no elenco Chi McBride (Boston Public), Scott Wolf (Party Of Five) e Kim Raver (24 Horas)

- Brothers & Sisters: vários atores de outros seriados que vi estão reunidos aqui: Calista Flockhart (Ally McBeal), Ron Rifkin (Alias), Rachel Griffiths (Six Feet Under) e Balthazar Getty (Alias)

- Dexter: uma ótima premissa, o ator de Six Feet Under e a qualidade das séries da Showtime (Weeds, Huff, Sleeper Cell) são os atrativos


posted by RENATO DOHO 12:17 AM
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domingo, outubro 08, 2006
Seres Rastejantes (Slither)



Ótimo e divertido filme misturando terror e humor. James Gunn (roteirista de Madrugada Dos Mortos e Scooby Doo) escreveu e dirigiu. O filme consegue o que o Serpentes A Bordo não conseguiu que é ser bem feito tendo como base uma trama trash. Consegue o raro equilíbrio de passar tensão, ser engraçado, não se levar à sério, e não deixar de ser bem realizado. Rimos e ao mesmo tempo a imagem dos zumbis se aproximando nos aflige. Começa bem com a escolha de Michael Rooker como Grant Grant, o hospedeiro da criatura vinda do espaço. Ele com sua careca, óculos e sotaque já é quase um verme mesmo antes de ser infectado. Nathan Fillion que faz o delegado encarna bem o herói do filme, um Kurt Russell atualizado. Um dos destaques é a presença de Gregg Henry como um político cara de pau, ele está hilário! 90% de suas falas são engraçadas e não é só o que fala que faz rir, mas como atua, fosse outro ator com o tom errado acharíamos o personagem irritante e sem graça. Os vermes são convicentes, além da maioria dos efeitos especiais. Há dezenas de referências cinematográficas ao longo do filme (incluindo nomes e placas), mas a primeira lembrança é de O Ataque Do Vermes Malditos por apresentar o mesmo tipo de abordagem e humor (e ter caipiras como protagonistas). Um boa sacada é o nome da esposa de Grant, Starla, já que quando Grant ou os zumbis gritam por ela fica parecendo Marlon Brandon gritando Stella em Uma Rua Chamada Pecado. No meio de tudo isso não é ridícula a ligação romântica do monstro com a mocinha. No dvd há diversos extras incluindo um diário em vídeo do Lloyd Kaufman que fez uma ponta. Enfim, ótima diversão.


posted by RENATO DOHO 9:55 AM
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segunda-feira, outubro 02, 2006
Trilogia Do Terror

Filme de episódios irregular, como sempre, dirigido por Ozualdo Candeias, Luís Sérgio Person e José Mojica Marins. O único realmente de terror é o do Mojica, o melhor deles, mas os outros dois são bem interessantes no que dizem das obras de seus realizadores. O episódio do Mojica aparece como um dos extras disponíveis em um dos filmes dele lançados em dvd. Houve um bom debate seguido ao filme na TVE com, entre outros, Ivan Cardoso e Ruy Gardnier.

Os Violentos Vão Para O Inferno (Il Mercenario)

Ótimo western spaghetti mais ligado ao subgênero dos Zapata westerns com Franco Nero se envolvendo com um revolucionário e tendo Jack Palance como um dos vilões. A dinâmica desse trio lembra muito o que Leone fez em Três Homens Em Conflito. Pena que a cópia por aqui não tenha boa qualidade.

A Pantera Cor De Rosa (The Pink Panther)

Sou fã de Steve Martin, procuro ver todos os seus trabalhos e mesmo nos mais fracos gosto de algo. Este aqui é bem fraco e apenas em algumas cenas Martin se sobressai, mas não há como achar a coisa um total fracasso, sem ritmo e sem graça.

O Segredo De M. Night Shyamalan (The Buried Secret Of M. Night Shyamalan)

Um fakementary levado bem à sério. Quem não sabe disso pode até no começo realmente achar que está vendo algo real. Contribui para isso a participação de Shyamalan na produção quando uma equipe vai fazer um perfil do diretor nos sets de A Vila e começa a achar muitas coisas sinistras na biografia de M. Night. A inspiração maior é A Bruxa De Blair. A questão da água e o que separa o mundo dos vivos e dos mortos são tratados como acontecimentos ocorridos com Night durante sua pré-adolescência com um afogamento e um amigo imaginário. É divertido e em alguns momentos se a pessoa entra no jogo realmente cria-se um clima de mistério (o corvo aparecendo constantemente, a aparição fantasma no antigo quarto de Night, a visita ao lago de noite, a foto com uma fã). Como Night dá as entrevistas de modo sério, mesmo numa saída para jogar sinuca, pode-se achar que há algo de verdadeiro em suas declarações, mas é mais o próprio Night querendo exercer seu lado ator. Não sei até que ponto ele teve influência ou controle criativo na coisa toda pois até atores e equipe técnica de A Vila entram na brincadeira (incluindo Johnny Depp, que supostamente seria o escolhido para o lugar de Joaquin Phoenix, dando entrevista sobre situações bizarras durante o encontro com Night para o papel). Mais uma faceta de M. Night se revelando.

De Bico Calado (Keeping Mum)

Comédia inglesa de humor negro que tem um Rowan Atkinson um pouco mais sério que de costume. Maggie Smith é a nova governanta da casa de um pastor que tem um passado misterioso e vai se intrometer na vida de todos da casa, do pastor, de sua esposa, dos filhos do casal, do amante da esposa e até do cachorro do vizinho. Patrick Swayze bem canastra como o instrutor de golfe. É um filme agradável que pode ser encarado como uma sessão da tarde com um leve toque de morbidez.


posted by RENATO DOHO 3:27 PM
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