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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quinta-feira, fevereiro 15, 2007
Brasília 18%

Um bom filme de Nelson Pereira Dos Santos, talvez um dos seus mais bem acabados filmes. A trama que mistura política e algo de fantástico é boa, mesmo que derrape aqui e ali seja na narrativa ou na atuação geral. As melhores coisas são as revelações Karine Carvalho e Mônica Keiko, Karine ainda aparece nua em todo seu esplendor (assim como a Bruna Lombardi nos surpreende mostrando como ainda continua bela). Carlos Alberto Riccelli conduz bem o filme passando uma imagem de integridade com confusão e passividade. Mesmo em papel pequeno o Ilya São Paulo tem presença forte, poderia até ter mais destaque. O final com Michel Melamed (com improvisação própria) é ótimo, o personagem dele, quem sabe, daria um outro filme bem interessante também. Talvez tenha faltado um pouco mais de bastidor político e um fêcho mais contundente (não sei se gostei da Malu Mader aparecendo ao final). Ah, destaque para a trilha, pois é muito bem colocada durante o filme e se destaca, o que não é exatamente regra no cinema nacional (a falta de recursos sempre nos deixa com pianinhos ou sintetizadores mesmo).

Vale Proibido (Down In The Valley)

Vi não sabendo porque Edward Norton tinha produzido o filme e atuado conforme ia vendo o desenrolar da história. Até começa bem com os irmãos que vivem no Valley em L.A. e a jovem começa a se relacionar com o caipira que Norton faz. Ela o seduzindo e o conquistando era algo diferente. Só que aí começa o de sempre, e ruim, ele vai se mostrando um pouco perturbado demais, não exatamente um psicopata, mas quase. Mesmo que tenha boas qualidades no jeito com que trata o irmão menor dela ou no que pensa sobre a situação familiar dela ou da vida em geral tudo fica reduzido quando mais e mais cenas mostram sua instabilidade. Chega um ponto que o pai acaba tendo a razão quando não quis o relacionamento dos dois e até salva os filhos do sociopata. Se o roteiro tivesse evitado esse lado do personagem e ele fosse apenas mais complexo que a maioria o filme ganharia muito mais. Do jeito que ficou o final até parece querer dizer que nada como um sociopata na vida da gente para nos ajudar a crescer... A Evan Rachel Wood, apesar de tudo, está ótima e o irmãozinho quem faz é um dos irmãos Culkins, Rory, acho. No dvd há um bate papo com Norton e o diretor numa exibição do filme coordenado por um crítico. Lá até tenta-se entender o que levou Norton ao projeto e o que se tentou colocar de diferente no filme, mas acho que é mais papo do que fato, pois ouvindo os dois até parece que o filme é realmente daquele jeito, esquecendo todo o lado clichê e batido do perturbado da vez que vai mexer com a vida de alguma jovem.

O Vento Também Tem Segredos (Whistle Down The Wind)

Um belo filme, uma pérola meio escondida esse filme inglês em preto e branco que Richard Attenborough produziu e Bryan Forbes dirigiu. Crianças de uma fazenda do interior da Inglaterra acham que um prisioneiro fugitivo que está no celeiro da família é, na verdade, Jesus Cristo. A partir daí que a história se desenrola, contar mais estraga. O tabalho das crianças é ótimo, principalmente da Hayley Mills que faz a mais velha (aliás a mãe dela que escreveu o livro de onde o filme se baseia). O fugitivo quem faz é Alan Bates que no filme está bem parecido com Henry Czerny. Toda a parte final é muito boa, mesmo que se espere até algo mais "divino". Pode emocionar os mais sensíveis. Consegue falar do poderoso universo infantil e do poder da fé de forma cativante e simples. O melhor é que o dvd está com ótima imagem, em formato correto e disponível nas bancas de 9,90 de vários supermercados e lojas por aí. Daqueles que dá pra se recomendar à todos e que muitos desconhecem.

O Protetor (Tom Yum Goong)

Se fosse ela estória o filme seria bem ruim, nem queria entender ou prestar atenção na traminha armada. Mas a ação... Tony Jaa tá foda! Até agora o seu melhor filme! Incrível! As cenas de luta estão espetaculares (e Jaa sem dublês ou fios) e logo numa das primeiras lutas nota-se um plano sequência que dá todo um novo sabor ao que acontece, sem ficar precisando de cortes desnecessários. E isso era só um aperitivo, depois acontece um maravilhoso plano sem cortes e cheio de ação que vale todo o filme! Jaa vai subindo um restaurante que mais parece um shopping/museu e batendo em todo mundo que vem pela frente e a câmera não só acompanha, mas interage com a ação como há tempos não via! E é tanta coisa pra se dar errado que você fica imaginando o trabalhão e ao mesmo tempo fica torcendo para que não corte nunca. E o corte vem no momento exato. Depois li que fizeram 6 takes até dar certo e por isso Jaa está tão cansando ao final da cena, pois era a sexta vez que estava fazendo aquilo hehehe No imdb dizem que é a maior seqüência de luta sem cortes da história do cinema, bom, deve ser mesmo. E melhor ainda que pra superar isso as lutas finais são fudidas! Escolheram muito bem uns grandalhões que realmente mostram estar com fúria e que sentem cada pancada que dão ou recebem, assim as lutas ficam ainda mais ferozes, não um mero balé. Até a vilã, banal até aquele momento, fica boa com o maldito chicote. Pra completar não fica nada falso o sentimento do protagonista pelos seus elefantes que foram os motores da narrativa. O finalzinho é até sentimental! Mas que maravilha! Seria até ótimo não fosse toda essa parte de estorinha que o filme tem. Jaa vem aí com Ong Bak 2.


posted by RENATO DOHO 12:40 AM
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