RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sexta-feira, julho 20, 2007
O Solar De Dragonwyck (Dragonwyck)

Filme de estréia de Joseph L. Mankiewicz substituindo Ernst Lubitsch por motivos de saúde. Um drama que vai virando um suspense bem conduzido com algumas falhas de roteiro ao sumir com 2 personagens e não explicar bem porque a moça (Gene Tierney), escolhe o primo sinistro (Vincent Price) quando tinha encontrado alguém com maiores afinidades, o médico. Walter Huston me surpreendeu por não tê-lo reconhecido durante todo o filme (só depois ao conferir os créditos que percebi), ainda mais que a gravação antiga começava do "directed by". Há algo de Rebecca no filme, só que se explora mais o lado do marido do que da falecida.

Transformers (Idem)

Vindo de Michael Bay até que é bom, quase se comparando com Bad Boys (1) que ainda acho o único que presta (A Ilha é mais ou menos e o resto é horrível). Só que não conseguiu aqui com nenhum personagem (virtual ou não) a química que rolou entre Will Smith, Martin Lawrence, Téa Leoni e Theresa Randle. O roteiro é péssimo em tentar combinar seriedade com comicidade colocando cenas ridículas como as na casa do moleque (onde os autobots parecem saídos de Monstros S/A), ou John Turturro ora ridículo ora ameaçador, o ataque na vila em paralelo com o telefonista (e a procura pelo cartão de crédito), ou Optimus Prime explicando a origem do seu povo (e quem não via o desenho só pode dar risada daquilo). E o que é a cena Kill Bill no filme?! Se aquilo fosse num Todo Mundo Em Pânico que usa referências atuais até que dava pra engolir, mas num blockbuster de ação? Ainda mais que o filme referido é de 3 anos atrás! Se fosse referência causada pelos próprios protagonistas (eles citam Matrix e O Virgem De 40 Anos) seria coerente, mas do próprio filme... Eu achei que era cena de Planeta & Casseta. Isso anula a tentativa de dar alguma seriedade nas cenas de batalha ou em qualquer grande perigo, como se não houvesse real ameaça pra todo aquele corre corre (e no final até que não há mesmo, a população some e aquilo parece um grande cenário de prédios para serem demolidos). A trajetória do personagem de Shia LaBeouf não chega a lugar algum (e olha que até seus antepassados entram na jogada), mesmo que tenha potencial para isso (e ser o lado mais Spielberg do filme). E o tal do sacrifício necessário quer nos remeter ao que? À guerra? Ao 9/11? E que o sacrifício venha do povo e não do governo, né? No que se espera é onde há mais problemas, a batalha final. Primeiro que os robôs transformados perdem muito nas cores (ao contrário do desenho) e ficam todos bem parecidos, como ferramentas ambulantes, dificultando saber quem é quem nas lutas, entre o próprio grupo e entre mocinhos e vilões. Por isso só fui saber quem morreu ao final quando alguém diz isso. Fora que a geografia é confusa e a estratégia geral se perde em sons altíssimos e destruição geral, onde os vilões estão e atacam? Como os mocinhos se defendem e contra-atacam? Só sei que é uma barulheira geral que deve agradar muito esses consumidores modernos de home theater (onde avaliam o filme pela quantidade de som e visual de um filme, é sério). Fora os brinquedos gerados. Obviamente não tendo muita noção da confusão geral ficamos mais distanciados, vendo o espetáculo de longe. Tanto que "a máquina" que me fez ficar mais identificado, como se fosse um herói e sua arma, foi um helicóptero militar atirando no escorpião no deserto, aquilo que eram tiros! Pena que foi rápido... Os vilões são meio mal construídos, no começo são aqueles misteriosos do deserto, que não passam muito de lá (só o helicóptero que nem é muito aproveitado depois), depois o carro de polícia sinistro e a agência secreta do governo (o que acho um erro, os outros vilões somem e a caracterização dessa agência em nada causa temor) e depois Megatron que mal aparece já some... Bay é tão genérico que às vezes acho que Independence Day e 60 Segundos são dele, por terem o mesmo estilo e o mesmo elenco. Não sei porque estende cenas desnecessárias para dar seriedade na coisa quando o que importa mesmo é cortado. Exemplo melhor é a que poderia ser a da perseguição de carros, até com trilha rock pra empolgar, só que em poucos segundos ela acaba e Bay ainda continua filmando pessimamente essas cenas (lembrando as cenas de 60 Segundos que nem é dele). O que é aquela analista feita pela Rachael Taylor? Uma Paris Hilton da informática é difícil de acreditar... ao menos a Megan Fox fingindo que sabe de motores de carro a gente deixa passar. Algo positivo? O autobot que se expressa pelo rádio. Quem sabe num Transformers 2 mudem os roteiristas e o diretor?

P.S. - a frase do filme devia ser "Não, não, não!" pois é dita várias vezes pelo protagonista e por mais personagens durante o filme (o soldado sendo um deles). Uma mensagem inconsciente do filme como negação de si mesmo? hehehe


posted by RENATO DOHO 11:13 AM
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