RD - B Side
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sábado, agosto 04, 2007
1972

Infelizmente não dá pra fugir da opinião quase unânime que o filme é um grande fracasso, como pode ser lido
aqui ou aqui ou aqui. Engraçado que eles resumem bem as falhas do filme, mas também têm o mesmo tipo de sentimento que tive, a de uma torcida para que o projeto fosse bem sucedido, ficando mais um tom de indignação por estragar o que poderia ser um belo filme. Eu fiquei entusiasmado ao saber do projeto, muito por causa dos realizadores (Ana Maria Bahiana e José Emilio Rondeau) não exatamente pela experiência no cinema deles. Por isso é impressionante ver como um projeto tão pessoal e sonhado dos dois acabe tendo tantos erros primários. O roteiro é um deles, cheio de clichês e falas engessadas, falsas e ridículas; depois a inexistente direção de atores que faz com que o elenco fique péssimo em vários momentos. Nem a bela Dandara Guerra se salva, se dando melhor como imagem e não como personagem. O irônico é saber que o casal principal acabou dando certo na vida real e hoje são casados, mas nas telas a química é inexistente. Há alguns momentos bons que irritam ainda mais ao serem vistos perdidos na ruindade geral. Destaco algumas piadas referenciais e as cenas em que tocam as canções Baby e Acabou Chorare. Só que há uma simpatia no filme apesar de tudo, o que faz com que ao menos o filme transcorra (na maior parte das vezes) tranquilamente. Fica o gosto de decepção ao ver o quanto o filme poderia ser bom, mas não é. No dvd há um generoso making of de meia hora que mesmo assim deixa de abordar muita coisa (música, por exemplo). Enfim, acho até legal ser visto, mesmo que depois acabe concordando com todas as críticas.

O Que Você Faria? (El Método)

Processo de seleção numa grande empresa vira um filme. Curioso. Tem a mesma dinâmica do trabalho de um júri num tribunal, lembrando o filme 12 Homens E Uma Sentença. Só que aqui a eliminação de cada candidato dá o diferencial e vai enfraquecendo o filme. Talvez o ponto chave seja a pausa para o almoço, a partir dali que o filme fica mais frágil. Cenas que ultrapassam o ponto do plausível começam a aparecer e com isso perder-se aquela "magia" de que acompanhávamos um processo real de seleção. Entramos no mundo do cinema e aí uma transa rápida vinda do nada ou sumiços e trocas de camisas ocorram naturalmente. O ridículo dessas seleções e o espírito agressivo das corporações são expostas e mesmo com a parte final fraca continuam pertinentes após o término.

Um Astro Em Minha Vida (10 Items Or Less)

Um filme muito peculiar de Brad Silberling. Curto, basicamente com dois atores (Morgan Freeman e Paz Vega), um espírito de improvisação no ar, um espaço de tempo tão curto quanto a duração da narrativa (o filme todo se passa numa única tarde), humor diferente e brincadeiras metalinguisticas (Morgan faz ele mesmo sem ser exatamente ele mesmo). Uma caixa de mercadinho e um ator famoso vão se conhecer numa tarde e terão suas vidas mudadas a partir desse encontro. Não há grandes insights nos diálogos ou filosofadas improváveis, mas sim falas naturais, às vezes banais. Também nada de extraordinário acontece com eles: lancham, compram uma roupa, lavam o carro, um ensina o outro uma canção (a melhor cena do filme) e dirigem por aí. Muito provável que seria o mais próximo de um real encontro entre essas pessoas caso ocorresse. Não é para todo tipo de público, muitos podem achar o filme um grande nada, mas quem entrar no espírito da coisa vai se deliciar e ficar na vontade de ver mais, percebendo como Silberling delicadamente a cada trabalho vai construindo uma obra extremamente pessoal.

posted by RENATO DOHO 8:29 AM
. . .
Comments:


. . .