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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quinta-feira, outubro 04, 2007
Planeta Terror (Planet Terror)



Talvez o melhor filme de Robert Rodriguez. Devo ser o único que achou o filme dele melhor do que do Quentin Tarantino para o projeto Grindhouse. Vi ambos em suas versões estendidas e não juntos com metragem menor e os trailers. Cada vez que relembro o filme do Tarantino menos eu gosto dele (o que geralmente acontece com seus outros filmes também). Mesmo não tendo essa experiência ou bagagem de ter visto os filmes dos quais Grindhouse se alimenta e também presta homenagem a idéia que tenho chega bem mais próxima do que Rodriguez fez. Os riscos na imagem (e não senti uma artificialidade como foi comentado, a do Tarantino que achei falsa e no decorrer do filme até desaparece e parece um filme comum dele), as falhas no som, a aceleração ou o tremor do filme em certas passagens, os cenários vagabundos, as estradas esfumaçadas, a história absurda, a trilha climática (feita pelo próprio Rodriguez), certos diálogos toscos, os closes sacanas, o 'mau gosto' das feridas e do sangue, o humor sádico, a ação delirante, idéias originais ou no mínimo extravagantes, os personagens caricatos, a mistureba de gêneros que tenta agradar à todos, o sexozinho no meio da trama, o rolo perdido (bem melhor do que o do Tarantino, que só cortou do que foi filmado, o do Rodriguez já estava marcado no roteiro e nem foi filmado - além de realmente ser uma parte importante da narrativa), enfim, elementos que nos levam à outra era do cinema, mesmo que o filme se passe no presente e deva muito do espírito também ao clima dos filmes dos anos oitenta. Fora aquele toque latino que Rodriguez às vezes consegue colocar em seus filmes (como a história de amor de El Wray com Cherry Darling). Após ver o filme senti a vontade de tê-lo visto nas salas do centro do Rio como o Pathè, o antigo Odeon ou o Palácio, onde o povão que enchia as salas e vibrava a cada ação dos personagens, a projeção não era lá muito boa, onde se podia ver várias sessões seguidas, pegar do meio e ver o começo depois, mas transpirava um gosto pelo cinema que os multiplexes eliminaram. Acho que isso tem um pouco do espírito das grindhouses. Destaco do elenco as mulheres, Marley Shelton e Rose McGowan, ótimas no que têm de sensíveis e poderosas, oferecendo momentos de puro deleite com pernas de pau, mãos paralizadas, maquiagem borrada e metralhadoras acopladas. São médicas, go go girls, mães e comediantes stand up. Uma grande dupla da ação e do humor. Na versão estendida alguns minutos a mais e o trailer de Machete ainda permanece. Vi rapidamente depois a versão do Grindhouse tentando ver o que tinha sido colocado a mais e lá vi os trailers de Rob Zombie e Edgar Wright (esse é ótimo).


posted by RENATO DOHO 12:20 AM
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