RD - B Side
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

"Sometimes meaningless gestures are all we have"

quarta-feira, fevereiro 20, 2008
David Lynch - Catching The Big Fish



Primeiro audiobook que leio/ouço. Não poderia ser mais adequado, o próprio David Lynch que lê o livro e a leitura dele é tão natural que acho que foi ao contrário, o livro deve ser uma transcrição do que ele fala. O tom de conversa, às vezes como uma entrevista pessoal, é que é a grande qualidade do "livro". Quem já o viu comentando seus curtas no dvd que lançou sabe como é o tom de sua fala tentando explicar algo. Apenas as citações em certos inícios de capítulos recebem tratamento especial, com aquele misterioso som de vento. Obviamente é apenas indicado para fãs do diretor já que ele fala tanto de aspectos de sua vida e arte quanto da meditação transcendental e muitas vezes parece que estamos ouvindo um audiobook de auto-ajuda sobre criatividade. Sem se aprofundar muito ele vai detalhando algumas coisas de seu cotidiano, seja os horários que medita, o gosto de trabalhar com madeira (e quais as que ele prefere), as idas diárias ao Bob's Big Boy numa época de sua vida, o que pensa das drogas, terapia, religião, etcs, não fala nada de filhos e quase nada de suas ex-esposas. De tempos em tempos ele vai seguindo cronologicamente os filmes (pula alguns) e fala alguma coisa sobre eles, às vezes meras curiosidades (antes de fazer A Estrada Perdida ele estava muito interessado no caso O.J. Simpson e dai surgiu o filme; ele não tem a mínima idéia do que são a chave e a caixa em Mulholland Drive), outras o processo de feitura (como Inland Empire ou Mulholland Drive). E alguns tópicos específicos de cinema: ensaio, set ups, improviso, trabalho com o Angelo Badalamenti, digital, diretores que impõem medo nos sets, ouvir música durante a filmagem, teste de audiência, luz no cinema, comentários em áudio, a morte do filme, etcs. A duração total do áudio é de quase 2 horas.

O Mundo É Plano – Uma Breve História Do Século XXI: Thomas L. Friedman

Ótimo livro, revisado e atualizado com mais 2 capítulos. Acho que o título já diz tudo, o autor aborda uma variedade de assuntos de forma clara, com muitos exemplos e sem complicações desnecessárias. É uma reportagem que começa na Índia e passa pela China, EUA, Japão, México, Irlanda, países árabes, das grandes corporações aos pequenos grandes negócios, das universidades aos call centers e os mais diversos tipos de pessoas ligadas aos principais temas. Na parte final ele até muda um pouco o tom, ficado mais pessoal, o que causa uma leve estranheza, sendo menos um repórter e mais um autor conversando com o leitor. O livro é dividido em: 1) as 10 forças que achataram o mundo, ele discorre sobre cada uma - isso dá quase metade do livro; 2) a tripla convergência; 3) reestruturação; 4) os EUA e esse novo mundo plano; 5) os países em desenvolvimento e o achatamento; 6) o ajustamento das empresas; 7) o mundo não plano e os movimentos anti-globalização; 8) a verdadeira revolução cultural chinesa; 9) como as cadeias de fornecimento podem diminuir as chances de grandes guerras e como o achatamento também ajudou as redes terroristas, como a al-Qaeda; 10) a conclusão comparando duas datas 9/11, a queda do muro de Berlim, e 11/9 que todos conhecem, quais os caminhos que podem ser tomados para melhor ou para pior. Claro que serve de referência pro futuro, mas é o tipo de livro que se lido agora é muito mais proveitoso.


posted by RENATO DOHO 12:27 AM
. . .
Comments:


. . .