Rolling Stones - Shine A Light (Shine A Light) Qual seria o interesse de ver um show dos Rolling Stones no cinema? Pra mim que até gosto da banda, mas nunca fui fã, só pode ser por causa da direção do Martin Scorsese. Sendo assim o filme é até decepcionante, não vi muito ali do que seria um registro normal lançado em dvd, a não ser por ter menos das irritantes "edições" rápidas da atualidade, há mais espaço para os planos durarem. Também há uma preferência pelos closes dos principais integrantes, como um registro do envelhecimento geral e suas expressões faciais, demonstrando algumas particulariedades, como o profissionalismo extremo de Mick Jagger (que sempre parece estar "à serviço" de algo e nunca simplesmente entregue) ou o puro prazer de Keith Richards, que parece habitar um mundo próprio muito bom. Os momentos cômicos, ao menos para mim, foram as partes que via a lagartixa dançante do Jagger, sessentão. Sempre tem algo de ridículo nisso. Entre outras coisas não gostei de dois momentos: nenhuma tomada do tecladista numa canção cuja presença foi marcante (creio que em Loving Cup) e quando Jagger vai dar uns pegas na Aguilera o Scorsese resolve filmar o saxofonista! Os momentos que gostei: a seqüência Faraway Eyes e Champagne & Reefer (com Buddy Guy arrebentando), isso muito mais pela música do que pelas imagens, e uma das fusões entre uma canção e outra, aí sim algo somente do filme. Seria bem mais interessante de se ver os bastidores do show durante o mesmo e não as imagens de arquivo da banda, fica-se até curioso depois do início saber como Scorsese está lidando com o registro durante o show, já que se enfatizou os nervos em que se encontrava nos preparativos. Mas creio que nesse aspecto Jagger interferiu bastante, nem mesmo o set list estava disponível antes do show. E já que Clinton teve destaque no começo seria pelo menos engraçado vê-lo na platéia dançando. O resultado é apenas ok, sem o desejo de rever tudo isso novamente em dvd. Pena que algumas canções apareceram (eu queria que Satisfaction não fosse tocada ou ao menos mostrada no filme). O final é um pouco besta com Scorsese voltando a dar uma de ator, mas Keith citando Touro Indomável foi legal (aliás sem Keith 80% do filme não teria graça, com ajuda do Ronnie também). Vendo o show na telona fiquei com vontade de: rever Rattle And Hum no cinema (ainda acho um dos melhores trabalhos de registro de shows, Phil Joanou conseguiu momentos antológicos unindo música e imagens, com ótimas tomadas, câmera na mão, trabalho de luz, posicionamento no palco, o uso da cor somente numa parte do filme, etcs); ver U23D num cinema 3D e aguardar o documentário que a Barbara Kopple está realizando com o Bon Jovi. posted by RENATO DOHO 1:53 PM . . . Comments: