domingo, junho 17, 2012
Prometheus (Idem)
Há muitas perguntas ao final do filme, a ligação com Alien, a origem dos engenheiros, e outras, mas o que realmente o filme traz e importa é Ridley Scott, mais uma vez, trabalhando em dimensão bem maior, a questão do fracasso que permeia toda sua obra. Se em vários outros filmes ele tocou no fracasso pessoal, no fracasso coletivo, no político e social, de uma era ou uma situação, aqui ele vem com o fracasso de toda uma criação, o ser humano. E uma sucessão de fracassos ocorrem diante disso, seja dos engenheiros que não conseguiram realizar a erradicação de sua criação, da missão original de Prometheus (secreta, realizada pelo financiador), da filha que tenta assumir o trono, da mulher que não conseguia procriar, mas acaba conseguindo isso da pior forma possível, e da procura por respostas. O que importa à Scott não é detalhar esses fracassos e mostrá-los como uma tese que queira divulgar, mas sim ver como cada personagem ou situação lida com isso e dai tirar algo que valha ser explorado. Talvez somente Blade Runner teve essa abrangência do tema na figura de Roy Batty, mas lá a atenção maior era como o casal lidava com o fracasso do amor na forma que se apresentava: é possível um andróide amar?
Noomi Rapace tem interpretação estupenda e Michael Fassbender também, mas em caracterização oposta. Um todo emoção, outro todo razão.
O final deixa a porta aberta para uma continuação, ao mesmo tempo é o aspecto que pode menos agradar do filme, pois explicita algo que poderia ser sutilmente deduzido e, mais ainda, tira a atenção do que o filme realmente trata.
Apesar disso é mais um excelente filme de Ridley Scott, um dos raros que ainda consegue dar a dimensão épica que um filme desses necessita.
O mais importante, é um filme para ser revisto.
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