sábado, junho 28, 2003
O Rei Dos Mágicos (The Geisha Boy)
Filme menor de Jerry Lewis com Frank Tashlin, mesmo assim divertido. Parece ser filme de boa vizinhança com o Japão ocupado. Algumas piadas funcionam, outras não, soam ingênuas demais. As brincadeiras cinematográficas são as melhores, como ver o logo da Paramount numa montanha no Japão.
Retratos De Uma Obsessão (One Hour Photo)
Suspense bem realizado, vê-se o cuidado com a movimentação da câmera e a fotografia (bem influenciada por diversos pintores). Há várias pequenas coisas que ajudam a afirmar o tema do filme, a visão e a reprodução fotográfica, então vemos enquadramentos dentro de enquadramentos, uma invasão justo numa conferência de cirurgiões oftamológicos, etcs. Ao final nota-se que o sociopata de Robin Williams (ou o próprio filme) é um moralizador, ele pune o que desfez o lar "perfeito", e o casal só se conserta após a interferência desse sociopata. Seria isso a idéia do filme? Todo casal em crise precisa de um sociopata para se ajustar? O cônjuge que trai tem que ser humilhado para perceber o que estragou? Mensagem estranha.
Domicílio Conjugal (Domicile Conjugal)
Mais um capítulo da saga de Antoine Doinel, este um pouco inferior, com menos imaginação. Passa mais rápido (os conflitos são apresentados e resolvidos num piscar de olhos), com bom humor, mas com menos emoção que outros da saga. A referência explícita a Tati numa cena é ótima.
Confissões Amorosas (Ten Tiny Love Stories)
Segundo filme de Rodrigo García, filho do aclamado Gabriel García Márquez. Demonstra outra vez uma grande sensibilidade para o relato feminino, aqui usando o suporte digital para dar 10 chances para 10 ótimas atrizes fazerem monólogos sobre histórias de relacionamentos (alegres, traumáticos, saudosos, românticos). O título original era Women Remember Men o que é mais próximo do que o filme tenta ser do que histórias de amor. Alguns monólogos são curtos e outros longos, os melhores são os que as atrizes (e o texto) deixam nossas mentes viajarem no que elas detalham, nesse ponto a melhor sem dúvida vem da linda Kimberly Williams. Por um instante nos pegamos pensando se são relatos reais ou não em alguns casos porque elas usam os próprios nomes, mas até onde sei são relatos ficcionais. Quase todas as atrizes eu já conhecia (e é legal não saber quem são todas para ser surpreendido a cada relato), apenas uma que não conhecia chamou atenção (mesmo que o relato dela seja curto), Rebecca Tilney. Um belo e pequeno experimento; também uma oportunidade de mostrar o talento destas atrizes.
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quarta-feira, junho 25, 2003
Breve
Theatrical trailer(s)
New commentary from director Michael Mann
New high-definition transfer approved by the director
Deleted and alternate scene gallery
Production still gallery
Advertising gallery
Widescreen anamorphic format
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segunda-feira, junho 23, 2003
Rebel Without A Crew
Diário de Robert Rodriguez durante todo o processo de El Mariachi, das filmagens à pós produção e entrada dele no mundo de Hollywood. É um ótimo relato, bem marcado pela inocência de Rodriguez, espantado com as mordomias das hospedagens, dos gastos excessivos nas produções corriqueiras da indústria e a surpreendente e rápida ascenção de seu nome. Talvez mais indicado para pessoas do meio mesmo por causa dos relatos técnicos das filmagens e montagem e também a rotina das mil entrevistas para o lançamento do filme. Há muitos fatos interessantes que é melhor nem relatar aqui, lendo na sequência ficam melhores. Ao final há um texto da "escola de cinema em 10 minutos de Robert Rodriguez" e o roteiro de El Mariachi comentado. O livro é um grande incentivo para os jovens realizadores, é manifesto contra as escolas de cinema e um guia de sobrevivência na selva hollywoodiana.
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O Grande Duelo (The Duel)
Ação com humor dirigido por Andrew Lau. Consegue balancear bem os dois, mas para quem não tem costume pode achar o lado humorístico infantil demais e o lado de ação absurdo demais. Vicki Zhao está uma graça como a princesa. O duelo em si não polariza tanto quanto se poderia esperar, a não ser depois de uma virada perto do final. É interessante termos os dois lados vistos, sem muito maniqueismo.
Equilibrium (Idem)
Boa ficção / ação. Christian Bale é o sacerdote, um membro da policia do futuro que tem o objetivo de achar e destruir obras de arte pois o sentimento humano é algo combatido pela sociedade para a paz geral. Até que um dia ele não toma a droga diária que inibe os sentimentos e encontra uma rebelde (Emily Watson) que o faz lembrar de sua esposa, morta por crime emocional. Lembra o cenário de 1984. As lutas que fazem da arma uma extensão do corpo são boas, assim como a luta de espadas. Vale conferir.
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domingo, junho 15, 2003
Mudança no Yaccs
Quem usa o YACCS para os comentários de blog tem que atualizar os códigos no template do blog por causa das mudanças no Blogger.
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O Homem Que Copiava
Ótimo filme de Jorge Furtado que fala das agruras de André com sua falta de grana, seu trabalho para ele sem importância (e futuro) e sua paixão platônica por Silvia. As qualidades do filme repousam no roteiro bem montado, com falas engraçadas, boa narração off e um ar de naturalidade; também o elenco escolhido, pois isso poderia jogar contra o filme caso os atores não fossem talentosos e certos para os papéis.
A narrativa alterna muito gêneros, a dramática é bem parecida com a de Não Amarás de Kieslowski já que André vê pela janela de seu apartamento a rotina de sua paixão, Sílvia. O desfecho é que é diferente, não traumático e nem só voyeurístico.
Duas belas cenas: como o filme mostra a rotina de Silvia pela janela de seu apartamento, culminando na montagem das partes do quarto dela através do espelho de seu armário; e quando André e Silvia falam do soneto de Shakespeare.
Furtado faz com que Leandra Leal seja muito mais apaixonante e interessante do que a Luana Piovani, aliás brincando com a própria imagem da atriz, uma ironia que nem a própria talvez tenha se dado conta. É perfeitamente compreensível vermos através dos olhos de André o por quê de seu amor por Silvia e não de alguém como Marines (Luana Piovani).
Pedro Cardoso, nem precisa falar, é ótimo, o contraponto humorístico do filme.
Agora as coisas que fazem pensar e até serem consideradas críticas. Primeiro, o tema do filme. Do que exatamente trata o filme? Qual seu ponto principal? Pensamos em dinheiro? Creio ser bem importante para todo o andar do filme. Quais as opiniões expostas no filme sobre o dinheiro? Sua importância, a exclusão dos que não o tem, a possibilidade dos sonhos, do amor, do futuro. Ao mesmo tempo o dinheiro é visto como complicador das relações humanas, com as traições, as ameaças, um valor ilusório (como na cena que André queima as notas falsas). Terminado o filme eu realmente não sabia exatamente o ponto que o filme tenta passar, mesmo que despercebido. Dinheiro é o principal da vida? Sem ele não houve a possibilidade da junção do casal secundário (Pedro Cardoso e Luana Piovani) e fez uma grande diferença para o casal principal (mesmo que vejamos neste caso que o amor nasce antes do dinheiro). O caminho de André para a violência e a marginalidade para terminar com sua amada é um fim que justifica os meios? E o acaso (representado pelo prêmio da loteria) só é possível por outra infração (a troca de notas falsas). É uma glorificação do jeitinho brasileiro? Ou não?
Segundo, a mudança de tom na parte final com o assalto e suas vertentes (o amigo bandido, o pai tarado/ganancioso da moça, o vizinho gordo, etcs) tem que cair em clichês para o público não se assustar com a mudança e o andamento do filme não se alongar demasiadamente. Foi uma boa saída? Particularmente é a parte que menos me interessa no filme, tanto pela sua previsibilidade (nas armadilhas que André tem que cair por causa do roubo) quanto pelo descolamento do real, pois quando começa uma trama para se matar o pai de Silvia e para enganar o amigo bandido o filme foge da familiaridade que tinha conseguido estabelecer até aquela hora com o espectador, já não se fala de nós (personagens e público), mas deles (personagens); voltamos a ser apenas espectadores.
Engraçado (ou irônico) o Rio De Janeiro acabar sendo ao final a imagem da esperança, do "paraíso", longe dos problemas que o sul representa hehe
No todo o filme tem tantos momentos ótimos que essa parte que me incomoda não estraga o prazer do filme.
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sábado, junho 14, 2003
Ghost In The Shell - Stand Alone Complex
Série de tv baseada no anime feito para as telas. Vi três ótimos episódios, os iniciais. Dizem que fica melhor ainda! Principalmente o segundo e o terceiro demonstram como um episódio de 20 minutos pode abordar muito mais coisas que até um filme de 2 horas. Os dois têm um toque emocional, o segundo transforma uma perseguição a um tanque aparente descontrolado numa outra coisa, dramática e profunda (tão profunda quanto a duração permite). O terceiro é uma bela homenagem à Godard.
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Recentes
Os últimos vídeos que peguei na internet:
Bruce Springsteen - Glory Days (David Letterman)
The Wallflowers & Bruce Springsteen - One Headlight (MTV)
The Corrs - Haste To The Wedding (Baden Baden)
The Corrs - No Good For Me (Madrid)
The Corrs & Rod Stewart - Ooh La La
The Corrs & The Chieftains - I Know My Love
Jewel - Jay Leno - Intuition (June 2003)
Michelle Branch - Are You Happy Now
Natalie Imbruglia - Talk In Tongues (MCM Cafe)
Os dvds comprados:
Trem Da Vida (Train De Vie)
A Felicidade Não Se Compra (It’s A Wonderful Life)
South Africa Freedom Day
Cds:
St Anger - Metallica
Histórias Reais, Seres Imaginários - Nenhum De Nós
Livros:
Sonhos De Bunker Hill - John Fante
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+ Velozes + Furiosos (2 Fast 2 Furious)
Difícil dizer se a continuação é melhor ou não. O primeiro não chega a ser ótimo, mas soube captar muito bem o espírito da juventude atual, nas tendências de pegas, carros, sons, roupas, atitudes, etcs (aliás, Rob Cohen se especializou nisso, Triplo X com os lances dos x games também tenta entender as novas modas). O que faltava no primeiro era uma realização mais empolgante. O espírito do filme lembrava muito Caçadores De Emoção ainda mais no final que o homem da lei se vê mais próximo do fora da lei e dá uma banana pras instituições. No segundo temos mais ação (o bom racha inicial não é superado no decorrer do filme), mas se perde na descrição da juventude atual, se concentrando numa trama pra lá de batida (o roteiro parece um episódio fraco de Miami Vice). Não se vê muito o que John Singleton acrescentou ao filme, talvez uma maior diversidade racial? O que falta nesse segundo, além de um bom roteiro, é novidade nas cenas de ação, a parte final, movimentada, não parece nem de um filme bem produzido e visado, mas de uma produção qualquer, não há à procura de qualquer cena que se diferencie dos milhares de outros filmes com perseguições de carros, uma manobra inédita, um visual mais arrojado... Uma vantagem é que este é um dos mais despretenciosos filmes ultimamente, não tenta passar nada que não seja uma histórinha e cenas de ação, não quer por debaixo dos panos falar dos conflitos raciais, sociais e ideológicos dos personagens, nem da criminalidade de Miami, nem da juventude e rachas, nem de nada. No final o filme é boa diversão, Tyrese faz um personagem engraçado e em alguns momentos há emoção na ação (mais na metade inicial). Só acho que a escolha das atrizes foi estranha, tanto a oriental quanto a policial não são belas e nem gostosas, e nem interpretam bem, então não sei pq foram escolhidas. Ah, os carros! Vai ter muita gente babando nos carros apresentados!
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sexta-feira, junho 13, 2003
Admito
Eu quero ler esse livro!
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quinta-feira, junho 12, 2003
Pequenos Espiões 2 (Spy Kids 2)
Divertida continuação e acho que até melhor que o original. A Alexa Vega cada vez melhor. Várias referências de filmes, participações de Mike Judge, Steve Buscemi e os tradicionais dos filmes do Rodriguez. O dvd está recheado de extras e com um ótimo aúdio do Rodriguez (legendado). É esperar agora pelo terceiro.
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Sobre O Amor E A Amizade
Peça teatral baseada nos textos de Caio Fernando Abreu. Apenas Grace Gianoukas e Jairo Mattos no palco. O que se estabelece parece mais dois monólogos do que um diálogo por causa da estrutura da peça que gira em torno de criador e obra, ilusões e negações, abordando personagens solitários das grandes cidades. Os dois atores têm ótimas atuações, destacando o domínio corporal de Grace. O cenário mínimo é muito bem feito e com pequenas surpresas. A trilha muito boa é da Laura Finochiaro. Na verdade a peça é um projeto pessoal da Grace, amiga de Caio, assim como muito dos envolvidos. A peça alterna momentos de humor e de dramaticidade, juntando os dois em belas cenas onde ficamos emocionados e sorrimos ao mesmo tempo (como na história do ser do armário ou do dragão no apartamento). Há duas cenas de nudez total de Grace, incluindo uma corajosa com todas as luzes acesas (alías, uma bela nudez). Direção de William Pereira.
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quarta-feira, junho 11, 2003
Um Novo Dia Para Morrer (Die Another Day)
Mais uma aventura de 007. Tudo do mesmo, mas é divertido. Lee Tamahori se mudou alguma coisa não parenta tanto. Bond no começo sofre mais do que o usual. E só. Diretores da franquia parecem ficar todos iguais. Cenas de ação ok, bem feitas e exageradas como devem ser. Halle Berry é sempre bom ver. A trama se alguém ligar não é nada inovadora, nem as traições tão esperadas. Os gadgets estão ali, como sempre, para funções bem específicas e só isso. Uma coisa ruim é o tema da Madonna que destoa do começo do filme, uma música (?) dançante naquele momento foi uma má escolha, já a participação da própria no filme não compromete.
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Zoolander (Idem)
Comédia escrita, produzida, dirigida e atuada por Ben Stiller sobre o mundo da moda. Zoolander foi um personagem criado para um curta apresentado no VH1 Fashion Awards que fez sucesso e gerou outro curta em outro ano e logo depois surgiu a chance de levá-lo às telas. Se isso foi algo bom ou não só assistindo. Eu achei o humor muito instável, com coisas engraçadas no meio de outras totalmente sem graça ou forçadas, ou mesmo de gosto tipicamente americano que não serve para uma platéia global. Esse gosto particular USA é que faz com que comediantes como Martin Lawrence, Adam Sandler e outros só façam sucesso localmente. O vilão afetado de Will Ferrel é na maioria das vezes apenas ridículo. Uma piada repetida muitas vezes fica nojenta. E assim vai. Acho que Zoolander poderia continuar como curtas para a VH1... Aliás no dvd podemos ver os curtas e várias outras coisas. O filme conseguiu reunir muita gente famosa em pontas, tanto atores quanto gente da moda e música.
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Freeway - Sem Saída (Freeway)
Versão moderna e violenta para a história de Chapeuzinho Vermelho. Reese Witherspoon está muito bem no papel principal, como uma delinquente semi-analfabeta, com mãe prostituta e padrasto criminoso. Sua personalidade raivosa, independente e também doce e até pura é bem mostrada exclusivamente pela atuação de Reese. O diretor é Matthew Bright, o mesmo de Ted Bundy. Ainda no elenco Kiefer Sutherland, Dan Hedaya, Brooke Shields e Amanda Plummer. O filme é cheio de ironia com diversos assuntos (mídia, justiça, etcs). Produção executiva de Oliver Stone. É um mini-cult para alguns fãs do filme. Apesar de Reese agora ser estrela eu ainda ficava na dúvida com ela (apesar de ter achado ela ótima também em Eleição). Mais um bom filme com uma ótima atuação dela e viro fã.
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terça-feira, junho 10, 2003
Mafiosos Em Apuros (The Crew)
Como a própria publicidade do filme diz é uma mistura de Os Bons Companheiros com Dois Velhos Rabujentos. São mafiosos que agora velhos estão em Miami "curtindo" a aposentadoria. Richard Dreyfuss, Burt Reynolds, Seymour Cassel e Dan Hedaya formam o bando. Há momentos bem engraçados num todo apenas correto. Destaco duas coisas: o plano seqüência homenagem aos Bons Companheiros bem engraçado e a forma como o bando tem idéias. Carrie Anne Moss, pós-Matrix, aparece no elenco, acrescentando charme e juventude. Estranho é notarmos que suas pernas são meio tortas e insistem em mostrá-la andando de costas, o que evidência mais ainda o defeito! No geral uma boa sessão da tarde.
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sábado, junho 07, 2003
$29,99
O livro de Frédéric Beigbeder é uma crítica ácida e bem humorada ao mundo publicitário. Suas técnicas, o dia-a-dia de reuniões e gravações, as banalidades, as mulheres, as drogas, as viagens... A narrativa é ágil, com várias referências literárias e culturais, em certos momentos somos interrompidos para "comerciais", sua prosa lembra a de Bret Easton Ellis e pelo fato do autor ser um publicitário há mais autenticidade na auto-crítica. Também esse fato se torna evidente ao vermos durante o livro várias tiradas engraçadas, uma das marcantes é essa: "o que é um dia bem-sucedido em Miami? um terço patins, um terço ecstasy, um terço de masturbação". Ou como não gargalhar com Os Dez Mandamentos Do Criativo onde entre as leis sagradas temos:
- a publicidade é a única profissão em que se é pago para fazer menos bem;
- chegar sempre atrasado nas reuniões. Um criativo pontual não merece crédito;
- a diferença entre um sênior e um júnior é que o sênior é mais bem pago e trabalha menos;
- cultive o absenteísmo, chegue no escritório ao meio-dia, nunca responda quando lhe derem bom dia, tire três horas para almoçar, tenha o ramal sempre ocupado. Caso lhe façam a mínima censura, diga: "um criativo não tem horários, tem apenas prazos".
A divisão de capítulos nos faz ir do íntimo (capítulo 1: EU) para o geral (último capítulo: ELES). O final do livro termina num delírio literário e visual, um final 2001 da publicidade hehehehe
Uma semelhança com A Fogueira Das Vaidades de Tom Wolfe é que Beigbeder descreve e percebe que os publicitários têm a mesma atitude dos executivos de Wall Street nos anos 80, se considerando "senhores do universo" no que conseguem manipular e modificar os rumos da sociedade que vivem. Octave, o protagonista de $29,99 não está muito longe de Sherman McCoy, protagonista do livro de Wolfe. Só que agora parece que os senhores do universo não têm mais barreiras como os antigos, ainda encurralados e temerosos da realidade opressiva dos guetos das cidades grandes.
Entrevista com Beigbeder e reportagem sobre o livro, aqui.
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sexta-feira, junho 06, 2003
O Imbatível (Undisputed)
Filme de boxe conduzido com a competência habitual de Walter Hill. Claramente o personagem de Ving Rhames é inspirado no de Mike Tyson. A trama é basicamente a luta entre o campeão mundial dos pesos pesados que está na prisão após ser preso por estupro e o campeão invicto da cadeia (Wesley Snipes). O personagem de Peter Falk parece uma homenagem ao seu personagem no filme de Robert Aldrich, Garotas Duras Na Queda, por ser o cara por detrás da organização dessa luta. O filme transcorre agilmente culminando na luta final onde a melhor qualidade é não sabermos como pode acabar, pois o filme não tomou partido de ninguém até aquele momento (dando até um tom de reportagem ao ficar mostrando datas, cenas de arquivo, noticiários e a ficha de cada personagem). Tudo pode acontecer. O que deixa a luta excitante e bem coreografada. Claro que por detrás disso tudo existem as questões da masculidade e da honra tão presentes nos filmes de Hill. No dvd um pequeno e bom making of, explicitando a influência da história de Mike Tyson e as coreografias e treinamento dos atores, pena que Hill mesmo só apareça no set, não em entrevistas.
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Desejo De Liberdade (Between Strangers)
Filme de estréia de Edoardo Ponti, filho de Sofia Loren e Carlo Ponti. Fala da história de três mulheres e sua vontade de se libertar da rotina que se colocaram, geralmente com uma figura masculina incômoda - uma senhora com o marido inválido que abandonou sua filha no parto, uma violoncelista encarando o fato do pai estar saindo da prisão após ter ido lá por matar a esposa à pancadas e uma fotógrafa de guerra, seguindo os passos do pai, famoso fotógrafo. Ponti conseguiu um elenco importante, além da mãe num bom papel há Mira Sorvino, Deborah Kara Unger, Pete Postlethwaite, Klaus Maria Brandauer, Gérard Depardieu e Malcolm McDowell. Foi feito de forma suave, bem cuidada, por vezes querendo soar artístico demais (e muita gente pode se irritar com isso), mas é interessante. O final pode soar forçado, mas... No geral lembra o filme de estréia do filho de Gabriel García Márquez. Ah, esses filhos... hehehe
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quinta-feira, junho 05, 2003
Dupla Explosiva - Ecks Vs Sever (Ballistic - Ecks Vs Sever)
Filme de ação dirigido por Wych Kaosayananda ou como nos créditos, Kaos. A histórinha é banal envolvendo família, softwares e agentes. A ação vem em boas doses com muitas explosões, tiros, perseguições e lutas. É divertido sem ser corriqueiro, mas também sem ser diferente. Uma cena em particular é bem feita, a queda de um homem seguida pela câmera até ele se espatifar no teto de um carro. Lucy Liu tem um papel com falas mínimas e está dando uma de Elektra ou uma pantera sem o humor. Antonio Banderas está normal. Bom passatempo, faltou mais garra nas cenas de ação para fazer algo inusitado.
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Garota Veneno (The Hot Chick)
Besteirada, mas divertida. Não gosto do Rob Schneider desde O Juíz e por isso não o vi em Deuce Bigalow e Animal, mas como era o único filme no cinema daqui que não tinha visto... O filme tem momentos bem engraçados em volta de muita bobagem. É ótimo ver a Anna Faris, uma graça e aqui bem parecida com a Britney Spears. Por causa de um brinco mágico um ladrão de meia tigela troca de corpo com uma patricinha, dá pra imaginar o resto. Um aspecto curioso é ver como o filme no meio de tudo isso aborda a sexualidade de uma forma mais inclusiva que exclusiva. O irmão menor da patricinha que se veste de mulher, o interesse lésbico da melhor amiga e a aceitação de uma possível homossexualidade por amor no caso do namorado podem ser vistos no começo como motivos de graça, mas há um carinho pelos personagens, uma compreensão no mínimo inusitada, isso se extendendo também aos diferentes raciais (a negra mestiça coreana e mais a frente com outra surpresa), físicas (a gorda que começa a namorar o negro) e a gótica. Adam Sandler é produtor executivo do filme e tem uma ponta. Só faltou colocar no final erros de gravação, seria um bom fecho.
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A Jornada De Dodson (Dodson's Journey)
Telefilme visto unico e exclusivamente por ter a Penelope Ann Miller nele, que aliás se mostra um dos grandes desperdícios recentes, uma atriz que não conseguiu ser estrela e periga ficar apenas nos telefilmes mesmo. O filme em si tem um esquema de adaptação de livro de auto ajuda, no caso como lidar com a separação, para o cônjuge e para os filhos. Casal se separa logo após a morte do pai do marido e no meio do processo pai leva a filha para uma viagem por paisagens conhecidas de sua infância para ensiná-la a pescar. Uma lição de vida a cada momento. A garotinha é simpática. O engraçado é que o filme assume um jeito de mostrar as coisas de forma um pouco diferente, personagens aparecem no filme de repente para mais uma lição de vida, então um casal de lésbicas pede para tirarem uma foto delas (anti-preconceito), três amigas num estábulo falam de separações e relacionamentos com o marido / pai, um súbito acidente mostra a brevidade da vida, uma garçonete indígena discorre sobre as raízes familiares e um pouco de história e assim vai. Eles aparecem e somem, normalmente. É um filme auto-ajuda hehe
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terça-feira, junho 03, 2003
Richard Linklater
1988: It's Impossible To Learn To Plow By Reading Books.
1991: Slacker.
1993: Jovens, Loucos E Rebeldes (Dazed And Confused).
1995: Antes Do Amanhecer (Before Sunrise).
1997: subUrbia (Idem).
1998: Newton Boys – Irmãos Fora–Da–Lei (The Newton Boys).
2001: Waking Life (Idem).
2001: Amargo Reencontro (Tape).
2003: School Of Rock.
Difícil apontar um favorito! Gosto de todos os vistos (não vi Slacker que tenho muita curiosidade em conseguir, o primeiro é bem raro e não sei se disponível em algum lugar). Talvez os mais queridos sejam Antes Do Amanhecer, Waking Life, subUrbia e Amargo Reencontro. Aliás, subUrbia e Tape são baseados em peças de teatro, ótimas por sinal. Linklater se mostra habilidoso com imagens e falas, não prejudicando um e ressaltando outro.
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Amargo Reencontro (Tape)
Excelente filme de Richard Linklater. Feito em digital com apenas 3 atores (Ethan Hawke, Robert Sean Leonard e Uma Thurman) e passado num só cenário (um pequeno quarto de hotel) Linklater faz um filme poderoso que se apoia na grande atuação do elenco, nos ótimos diálogos e na direção ágil que não deixa o espectador se dar conta que é basicamente uma peça de teatro que está vendo (esses três aspectos são indissociáveis para o êxito do filme). O roteiro é baseado na peça de Stephen Belber e toca em assuntos muito interessantes como a amizade, atos, conseqüências e a hipocrisia de certas relações. O filme vai num crescendo alucinante e poderia desabar se fosse mal concluído, o que não acontece, o final é perfeito. Para gravar e ser revisto várias vezes, para refletirmos na questão que o filme deixa para o espectador, que não vou falar aqui para não estragar. Aliás, bom não saber nada da trama. O dvd americano tem faixa de aúdio de Linklater com Hawke, espero que se sair por aqui que tenha esse extra também.
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Ted Bundy (Idem)
Filme que mostra a história do mais famoso psicopata dos EUA. Não conta sua vida, mas um recorte que é do momento que começa a matar até sua morte. Bundy matou dezenas (ou centenas não confirmadas) de mulheres e as atraia por ser bonito e charmoso, formado em direito e psicologia que tentava seguir a carreira política. O aspecto físico e comportamental são diferenciais de Bundy que se auto representou em tribunal e mesmo depois de preso tinha fãs pelo país, chegando a casar com uma mulher e ter um filho. Isso explica em parte a facilidade que tinha de atrair as vítimas, geralmente também usava gesso no braço para pedir ajuda. Sua vida social quase que o excluia de uma potencial lista de suspeitos, já que entre outras coisas até atendia pessoas num centro de atendimento aos suicidas, ajudando muitas pessoas.
O filme não tenta explicar os motivos que o levam a matar. Mesmo que esses motivos sejam obscuros o filme erra ao não dar um perfil adequado às vítimas, que geralmente eram mulheres brancas de cabelo longo, preto e repartido no meio. Em sua própria explicação Bundy culpava a mãe (que até a adolescência achava que era sua irmã), mas o perfil das vítimas lembrava muito sua namorada mais marcante que o deixou arrasado. Também não vemos o trabalho da polícia, o que não chega a ser uma perda, pois foi incompetente deixando Bundy agir livremente durante anos e deixando escapá-lo duas vezes.
O filme serve de introdução, mas como não chega a ser muito fiel a certos acontecimentos não entusiasma. Quando sabemos o que ele fazia com suas vítimas o filme não chega nem perto na violência. Um bom perfil está no livro Serial Killer da Ilana Casoy. Há um outro filme que dizem ser mais fiel, com Mark Harmon interpretando Bundy.
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