A Inveja Mata (Envy)Quem viu o trailer já sabe o que vai ver, mesmo que haja algumas coisas a mais diferentes, uma delas é a amizade realmente forte entre os personagens, algo positivo. Não chega a ser lá muito engraçado, mas também não é sem graça. É cômico ver Rachel Weisz como uma suburbana dona de casa. Jack Black com os exageros dele de sempre, Ben Stiller meio apagado (mas é do personagem) e um Barry Levinson que só no início parecia bem disposto (fazendo um belo paralelo da vida dos dois amigos), depois entra no piloto automático.Crimes Em Wonderland (Wonderland)O filme até que ficou acima das minhas expectativas. A narração prende a atenção mostrando vários pontos de vista (principalmente dois) e tanto a cãmera quanto a montagem são criativas, não forçando algo hype ou frenético sem necessidade, mas entrando no clima dos personagens (por isso as cenas truncadas ou algo mais agitado quando o pó é o combustível do momento). Val Kilmer meio que reprisa o seu Jim Morrison, mas achei interessante ele ser em boa parte da história um coadjuvante e um cagão, perdido entre duas forças (o bando e o empresário). É uma parte da história do John Holmes que não conhecia. Talvez fique prejudicado a relação entre ele e a jovem (o foco é o crime cometido), mas acho isso mais um bônus e não a razão de ser do filme. Gostei do Dylan McDermott e até queria que a história girasse em torno dele. No dvd há um longo vídeo real dos policiais entrando na casa ainda com as vítimas no local (um vídeo sinistro e forte para alguns), cenas cortadas, breves entrevistas e a possibilidade de ouvir o diretor comentando o filme (legendado). Em tempos que o filho do Pelé é preso não deixa de despertar atenção esse caso antigo onde um ex-astro pornô também entra nesse mundo ("in the end it's all about the money").O Processo De Joana D'Arc (Procès De Jeanne D'Arc)O rigor de Bresson fica bem evidente neste filme, onde temos quase que uma encenação do processo com falas tiradas dos textos originais, atores que não atuam e servem mais como objetos que falam (e por vezes se movem), nenhuma música (a não ser marcações poderosas no início e no final), cenários os mais minimalistas possíveis, curta duração e uma câmera sóbria, quase parada. Não me entusiasmou como o filme de Dreyer (que ainda acho a melhor versão de Joana D'Arc) pois prefiro uma transcendência que encontro em Dreyer e não nos outros (alguns são até acusadores a mostrando como mera louca) mesmo que sua Joana possa até parecer histérica (ou encaro mais como possuída o que vem de acordo com uma pessoa imbuída de uma missão). Mas mesmo apenas como cinema a versão do Dreyer é que me arrebatou. Os títulos já denunciam o enfoque (paixão vs. processo). Essa transcendência que vi em Dreyer encontro mais em Pickpocket do Bresson. Gosto da versão do Preminger também, mesmo que lá se perde o personagem histórico e cria-se uma personagem que cativa em seus diálogos internos. As transcrições do processo são bizarras, as perguntas são tendenciosas, as respostas são vagas e nunca se tenta um real confronto por nenhuma das partes (a acusação não instiga a achar o erro, a defesa dela não retruca incoerências ou apresenta exemplos ou motivos). É um filme de grande importância, só não caiu em minhas graças como esperaria que aconteceria. posted by RENATO DOHO 1:57 AM . . . Comments: