quinta-feira, abril 17, 2008
Sangue Negro (There Will Be Blood)
Boa história, ótima condução, boas atuações, referências à Kubrick (Lolita, 2001) bem explícitas... só que PT Anderson nunca consegue dar o ar épico que ele tenta imprimir, muito por causa do roteiro na parte final e das situações criadas (e outras nem desenvolvidas). Para um protagonista que se diz misântropo ele se liga demais às outras pessoas, seja com a garotinha, o seu filho, o seu irmão e até o próprio pastor. Talvez venha dessa inerente contradição sua decadência existencial.
O Poder Da Esperança (Music Within)
Uma história real de um soldado que fica surdo devido à guerra e acaba sendo um exemplo na luta pelos direitos dos deficientes físicos. Destaque para a ótima interpretação de Michael Sheen que faz o melhor amigo do protagonista (Ron Livingston). Melissa George marca presença. Curiosa a participação de Hector Elizondo e Leslie Nielsen em papéis sérios. Há momentos de emoção, mas o final, por estranho que pareça, é simples e nada sentimental. Se houvesse uma escalada para um grande clímax, sem apelações, o filme ficaria ótimo.
Esboços De Frank Gehry (Sketches Of Frank Gehry)
Um curioso, divertido e informativo retrato da arte do arquiteto Frank Gehry feito pelo amigo de longa data Sydney Pollack. É um dos melhores trabalhos de Pollack nos últimos tempos, mais solto e tateando a forma documental. Se a amizade entre os dois fosse ainda mais explorada seria fascinante, mas Pollack talvez tenha sentido que precisasse ser mais imparcial, entrevistando outras pessoas, incluindo críticos da obra de Gehry. A participação mais curiosa é a do terapeuta de Gehry e sua importância na carreira dele. Aliás, a amizade de Gehry com Pollack, o terapeuta e um dos assistentes de Gehry mostram potencial não explorado, o que elevaria demais a duração do filme. Tenho sentimentos ambíguos diante de suas obras, umas brilhantes e outras duvidosas, lembrando Niemeyer. Mas, não só admiradores de arquitetura podem apreciar o documentário, mas também os que se interessam pela relação entre arte e o artista, a arquitetura e o cinema, a amizade entre artistas, etcs. Algumas obras de Gehry.
Ponto De Vista (Vantage Point)
Cheio de absurdos, mas divertido, ligeiro e que prende atenção. A maneira em que a narrativa volta é a pior coisa do filme; da primeira vez, tudo bem, mas voltar sempre da mesma maneira é irritante e nada criativo. A lógica da trama é tão coerente como a da série 24 Horas e o legal é que o filme pouco se interessa em explicar bem o que ocorreu, principalmente se isso não traz tensão ou ganchos para que a narrativa continue. Um dos engôdos do filme é que na verdade aquilo que ocorre na ação principal da trama, a qual ela sempre volta, não tem segredos que possam ser desvendados pelas sucessivas revisões, como o filme tenta vender, tudo é possível a cada adição que os roteiristas criam - temos apenas que ter uma reação passiva diante da imagem ao contrário de raros outros filmes que nos dão toda a informação e cabe a nós montar o quebra cabeça.
Loucas Por Amor, Viciadas Em Dinheiro (Mad Money)
Com o tempo fui vendo que Diane Keaton tem a fama que tem devido a pouquissimos trabalhos importantes, o maior deles Annie Hall. A partir do meio da década de 80 que ela foi fazendo cada vez mais trabalhos comerciais rasos. Esse não foge à regra. Há a comediante (Queen Latifah), a bela jovem (Katie Holmes) e ator da mesma idade (Ted Danson). A trama envolve um esquema para roubar dinheiro do banco federal. Algumas notas e curiosidades: Katie Holmes, pós-Tom Cruise e Suri, até que não perdeu o seu lado inocente (o que parecia ter acontecido pelas fotos de família), ainda tem aquele lado Joey nela; Ted Danson faz um personagem semelhante (só que cômico) ao que fez na série Damages; a diretora Callie Khouri foi a roteirista de Thelma & Louise; o filme é uma adaptação do filme inglês Hot Money que é baseado num fato real. Ao menos o filme não termina condenando a ação realizada pelo trio, evitando a lição de moral.
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