RD - B Side
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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

sábado, janeiro 31, 2004
Pacto De Justiça (Open Range)



Pacto De Justiça passou rapidinho pelos cinemas e já tinha me conformado com a idéia de ter quer ver o filme em dvd. Mas eis que numa cidade da região aqui o filme fica 2 semanas em cartaz. Não podia perder a oportunidade e fui lá conferir, não deu outra: tinha que ver no cinema este filme FODAÇO! Maravilha de filme! Se tivesse visto ainda em 2003 com certeza estaria nos 5 melhores.

Kevin Costner se mostra cada vez mais no domínio como diretor. Os enquadramentos que usam mesmo toda a força da tela larga, a construção dos personagens é cadenciada de acordo com o ritmo lento da narrativa que mesmo assim não parece estar sobrando nas cenas e as ótimas interpretações.

Costner dá a Robert Duvall um grande papel, grandes falas e até os créditos principais, Costner fica de lado, calado, como um braço direito mesmo. Por outro lado seu personagem é que tem um passado mais traumático e o final dá ênfase ao destino do seu personagem mais do que o do Duvall.

SPOILERS ON

Eu tinha que falar do tiroteio! Magnífico! Como começa, como o personagem de Costner é mostrado (especialmente impiedoso), o impacto de uma espigarda em uma pessoa e a mise-en-scène da coisa.

Mas o que venho falar nos spoilers é o final, pois o filme não tem um fecho de ouro e talvez seja a rara falha do filme, pois eu grande final daria mais ressonância. Mesmo assim não é um final que estraga tudo o que foi feito antes. É uma coisa complicada pensar em como terminar o filme e cheguei a pensar num final que seria quase trágico, só não sei se ajudaria no que o filme quer contar... Fora isso eu fiquei impressionado em não achar outra coisa para apontar e dizer que não gostei muito. Só lembro da parte final do tiroteio quando Duvall entra na delegacia: aquele efeito na imagem não pegou bem, parece moderno e dramático demais quando a própria situação é dramática. E só.

SPOILERS OFF

Muitas outras coisas poderiam ser ditas. O relacionamento dos dois protagonistas, a visão do western, a ótica do filme diante da atualidade, etcs. mas isso fica para depois, para os que ainda não viram (e pelo jeito que o filme passou em quase brancas nuvens pelos nosso cinemas poucas viram).

Espero que saia aqui a mesma edição dupla que o filme recebeu em dvd lá fora. Definitivamente é um filme que quero ter para rever e estudar.

De tempos em tempos (ainda bem) surge um filme que nos faça ver mais claramente porque escolhemos certos caminhos e o meu com o cinema se dá nessas ocasiões. Vi que este filme era assim quando me peguei inesperadamente emocionado ao ponto de lágrimas quando o tiroteio final começa. Poxa, pelos céus, por que chorar num tiroteio?! Aí que eu fui entender...


posted by RENATO DOHO 11:39 PM
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The End Of The Innocence



Que música bonita! Só fui ouvir ontem! Do disco solo do Don Henley (que já tem a maravilhosa The Heart Of The Matter).

Peguem e ouçam!

"The End of the Innocence" features one of the best lyrics ever written on disillusionment... and hope in the face of disillusionment.

The End Of The Innocence - Don Henley & Bruce Hornsby

Remember when the days were long
And rolled beneath a deep blue sky
Didn't have a care in the world
With mommy and daddy standin' by
But "happily ever after" fails
And we've been poisoned by these fairy tales
The lawyers dwell on small details
Since daddy had to fly

But I know a place where we can go
That's still untouched by men
We'll sit and watch the clouds roll by
And the tall grass wave in the wind
You can lay your head back on the ground
And let your hair fall all around me
Offer up your best defense
But this is the end
This is the end of the innocence

O' beautiful, for spacious skies
But now those skies are threatening
They're beating plowshares into swords
For this tired old man that we elected king
Armchair warriors often fail
And we've been poisoned by these fairy tales
The lawyers clean up all details
Since daddy had to lie

But I know a place where we can go
And wash away this sin
We'll sit and watch the clouds roll by
And the tall grass wave in the wind
Just lay your head back on the ground
And let your hair spill all around me
Offer up your best defense
But this is the end
This is the end of the innocence

Who knows how long this will last
Now we've come so far, so fast
But, somewhere back there in the dust
That same small town in each of us
I need to remember this
So baby give me just one kiss
And let me take a long last look
Before we say goodbye

Just lay your head back on the ground
And let your hair fall all around me
Offer up your best defense
But this is the end
This is the end of the innocence



posted by RENATO DOHO 1:52 PM
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sexta-feira, janeiro 30, 2004
Matchstick Men soundtrack



Uma grande surpresa, a trilha do filme de Ridley Scott (aqui chamado Os Vigaristas) é excelente, um trabalho de excelência de Hans Zimmer (o de O Último Samurai também é ótima, mostrando sua versatilidade). E a trilha é boa por si só. Apesar de gostar bastante do filme não tinha prestado muito atenção na trilha quando vi, só fui perceber ao pegar o tema do filme e depois cada faixa (das 22 do álbum). Como descrever? Cheguei a ler por aí que Zimmer misturou o lounge com Ennio Morricone (das trilhas de western spaguettis), pegou o acordeão e botou com orquestra, que é o neo-tango, que é o lounge dos anos 50 com Nino Rota, enfim... Só ouvindo mesmo! Fora a bela trilha há ótimas seleções de músicas de Bobby Darin, Herb Alpert & The Tijuana Brass, Mantovani Orchestra e George Formby.

As faixas:

1. The Good Life - Bobby Darin - 2:23
2. Flim Flam - 0:12
3. Ichi-Ni-San - 2:52
4. Matchstick Men - 2:09
5. Weird Is Good - 6:42
6. Lonely Bull - Herb Alpert & The Tijuana Brass - 2:14
7. Ticks & Twitches - 2:49
8. I Have A Daughter? - 1:06
9. Swedish Rhapsody - Mantovani Orchestra - 2:37
10. Keep The Change - 1:24
11. Nosy Parker - 2:44
12. Leaning On A Lamp Post - George Formby - 3:00
13. Pool Lights - 0:54
14. Pygmies! - 2:07
15. Charmaine - Mantovani Orchestra - 3:05
16. Roy's Rules - 2:04
17. Carpeteria - 2:26
18. Shame On You - 2:55
19. Tuna Fish And Cigarettes - 1:55
20. No More Pills - 4:39
21. Tijuana Taxi - Herb Alpert & The Tijuana Brass - 2:05
22. The Banker's Waltz - 3:05


posted by RENATO DOHO 3:15 AM
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quinta-feira, janeiro 29, 2004
Adrenalina (Pressure)

É um filme rotineiro (talvez telefilme?), mas a direção é envolvente e vemos tudo sem incômodos. Kerr Smith (de Dawson's Creek) é um estudante de medicina voltando de um congresso com um amigo mais festeiro, param num restaurante de estrada e justamente lá acontece um torneio de cheerleaders. Eles ficam um pouco (por insistência do amigo baladeiro), Kerr conhece uma gostosa no local (Angela Feartherstone, mais conhecida como a garota do xerox em Friends), sai para uns amassos, se arrepende (tem noiva), mas é pego num golpe pelo namorado da moça que não é nada mais nada menos que um policial, filho do xerife. Tá, a partir daí muitas outros apuros os dois vão se meter criando aquele clima de que cidadezinhas do interior americanas são perigosas onde impera a lei local (toda especial). Nada novo, mas só de ter algo tão batido e mesmo assim não nos deixar entediados (e até empolgar) já conta pontos para os envolvidos.

Segredos Do Pentágono (The Pentagon Papers)

Bom filme para o cabo sobre a história real de Daniel Ellsberg, o homem que revelou os papéis secretos do Pentágono sobre a guerra do Vietnã, e foi acusado de traição. James Spader está muito bem como Daniel e Claire Forlani ajuda a embelezar a coisa. Paul Giamatti faz o amigo dele e Alan Arkin seu chefe. A direção é de um veterano de séries (O Homem Da Máfia, E.R.), Rod Holcomb. Quem não conhece a história eis um bom ponto de partida (dá vontade de nos aprofundarmos depois). Cenas reais aparecem no final do filme. Acho que o verdadeiro Ellsberg apareceu num dos episódios da ótima série Max Bickford (já cancelada). Importante para os dias atuais onde a imprensa americana (NY Times por exemplo, que no filme desafia a Casa Branca para publicar ps documentos) parece mais ser porta voz do governo oficial. O filme ao menos não fecha a questão, não sendo mais um daqueles filmes que se mostra uma polêmica e se resolve tudo ao final para justificar o american way of life (que dá a idéia de "temos problemas, mas os resolvemos"). Fica no ar que as mentiras ainda continuam, só se precisa coragem para denunciá-las. Uma fala do próprio Ellsberg no final é muito legal (escrevo de cabeça, queria anotar, mas esqueci): "nosso sistema é de tal forma que uma pessoa honesta e íntegra não consegue chegar ou ficar no poder, ela é afastada e eliminada ou acaba se corrompendo". O
site de Ellsberg é bem interessante, vale conferir.

A Vingança De Willard (Willard)

Estréia de Glen Morgan na direção. Ele e seu parceiro constante, James Wong, são famosos roteiristas de seriados (Anjos Da Lei, Arquivo X, Millennium) que começaram a fazer filmes (Premonição, O Confronto) sendo Wong o diretor, Morgan produzindo e ambos escrevendo. Willard lembra demais Psicose e Os Pássaros (justamente dois filmes que Morgan exibiu para sua equipe antes das filmagens) e consegue ser razoavelmente interessante, mas nunca totalmente por não explorar bem os relacionamentos e deixar muitos como caricaturas. Em dvd a fotografia é bem escura, mas parece ter sido de propósito pois viram que ratos só ficavam aterrorizantes com pouca luz, o que deixa algumas sequências bem difíceis de se notar alguma coisa. Crispin Glover apesar de estar bem como o protagonista já começa a cansar por interpretar sempre weirdos, com muitos maneirismos, como se só soubesse fazer isso (o que não é verdade vendo os bastidores). Melhor que o filme é o extra do dvd, Year Of The Rat, que uma assistente do filme fez relatando toda a trajetória do filme, da pré-produção até 1 ano depois da estréia. É um ótimo documentário, com muitas coisas de real interesse e como o filme foi prejudicado por cortes e o inal refilmado, além de muitas outras questões apresentadas (testes de audiência, recepção do público, como é a rotina dos profissionais e o que fazem após o término de um filme, etcs). Pelo visto James Wong vai voltar a dirigir após o fracasso desta incursão de Glen Morgan.

Uma Turma Do Barulho (Barbershop)

Ice Cube faz o dono de uma barbearia que anda insatisfeito com seu trabalho (que foi passada de avô para o seu pai e para ele) e vende o estabelecimento para um chefão do bairro. O filme acompanha esse que seria o último dia de trabalho na barbearia, a rotina. Em paralelo acompanhamos dois atrapalhados ladrões que acabaram de roubar um caixa automático. A intenção do filme é clara: mostrar como uma barbearia num bairro negro serve de ponto de referência da comunidade, funcionando como uma pracinha numa cidade do interior do Brasil e como essas tradições podem estar acabando. Há vários bons momentos numa história bem conhecida. Mesmo tendo clichês e reducionismos em função da história não deixa de ser bom filme (com boas questões sendo levemente discutidas), com momentos bonitos de integração do pessoal (como quando dançam ao som de Marvin Gaye) fazendo com que algo que pode ser visto como chato e rotineiro (dia a dia de uma barbearia ou abrangendo o trabalho comum da maioria das pessoas) se mostre rico e saudável. Cedric The Entertainer faz um barbeiro das antigas que sempre lança polêmicas falando mal de Rosa Parks, Jesse Jackson, Martin Luther King, etcs. O filme fez sucesso e já tem uma continuação.

posted by RENATO DOHO 3:43 PM
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segunda-feira, janeiro 26, 2004
Links

Poxa, quantos links aí do lado! Não quero que vire aqueles blogs lotados de links do lado que aí nem dá vontade de ver que links são esses, mas botei mais alguns pois uso o meu próprio blog para facilmente acessar outros que visito (risos). Uma versão fácil dos Favoritos... sem precisar abrir outro browser, procurar o link na pasta, etcs. E não coloquei outros pra não ficar muito cheio... Alguém usa os linsk ao lado para acessar outros sites? Já conheceram novos sites ou blogs por causa disso? Ou só serve pra mim mesmo (risos)?!


posted by RENATO DOHO 2:53 AM
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domingo, janeiro 25, 2004
Shania Twain - Up! Live In Chicago



Shania conseguiu unir o country com o pop e virou estrela, seu álbum anterior Come On Over ficou meses na lista da Billboard e depois de uma boa espera lançou Up! que contém 19 (!) canções, além disso saiu em três versões: um pop, um country e um world (nos EUA o country e o world, no resto do mundo o pop e o world). O dvd mostra o primeiro show de promoção do novo álbum, ainda pré-turnê para ser televisionado. A produção é cara, com show de fogos, vários músicos e ótimo trabalho de luzes. Fora isso apenas sua discografia completam o dvd.

Shania é daquelas cantoras que conseguem agradar um público vasto o que pode ser percebido quando vemos a platéia, não há um certo tipo específico de fãs como com outros artistas. São mulheres (jovens e adultas, e lindas por sinal, solteiras ou casadas), garotas (adolescentes e crianças) e homens (jovens e adultos), até idosos vão ao seus shows. Fica parecendo uma festa familiar.

Não sou fã, mas gosto de algumas canções, ela tem boa voz ao vivo e é linda (o que ajuda ver todo o show). As críticas que ela recebe geralmente se resumem a ter pasteurizado o country e suas roupas estranhas (para não falar bregas). Fica claro no show que ela virou uma artista pop com influências country. Já as roupas neste show ela até que ficou comportada, 3 trocas e apenas a última é esquisita, a primeira (a da capa do dvd) é a melhor, esportiva.

Quem já leu ou viu algum documentário de sua vida não tem como não simpatizar com ela. Suas árduas batalhas a fizeram o que é hoje e sua história de amor com seu marido (e co-compositor e produtor) fazem as canções soarem realmente honestas (a letra de You're Still The One foi até um recado para muita gente na época e uma reafirmação a cada apresentação). Fora o fato que ela (e o marido) tem um faro para o pop muito bom. Confesso que vendo o show gostei de uma romântica bem dramalhona (ou piegas mesmo) chamada From This Moment On, mas as que realmente gosto são Don't Be Stupid (o clipe é ótimo com dançarinos) e I'm Gonna Getcha Good (fora a You're Still The One que quando ouvi pela primeira vez num rádio distante em um prédio achei que era uma da década de 60).

Enfim, talvez só fãs vejam o dvd, mas quem quiser um bom show para se ver familiarmente vai curtir (tem até um pedido de casamento feito no palco! o casal com certeza comprou dezenas de dvds para presentear amigos e parentes depois disso). A diretora do show privilegiou a reação do público (para dar mais esse clima de festa e também uma forma de ver belas fãs na platéia) , já que muitos shows gravados não mostram a multidão.


posted by RENATO DOHO 9:18 PM
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The Essential - Bruce Springsteen



Cd triplo sendo dois cds dando uma geral na carreira do the boss e um bônus de canções raras e não lançadas até agora.

Bônus cd:

1. From Small Things (Big Things One Day Come) - Recorded in 1979, covered by Dave Edmunds on 1982
2. Big Payback - Home recording made shortly after 'Nebraska'
3. Held Up Without A Gun (Live) - Recorded live in Uniondale, NY, in 1980
4. Trapped (Live) - Jimmy Cliff song recorded live on 'Born in the USA' tour August 1984
5. None But The Brave - Recorded during 'Born in the USA' sessions
6. Missing - Appeared in Sean Penn film 'The Crossing Guard'
7. Lift Me Up - Written for John Sayles' film 'Limbo.'
8. Viva Las Vegas - Recorded for NME benefit album
9. County Fair - Recorded in 1983 at home after 'Nebraska' sessions
10. Code Of Silence (Live) - Written with Joe Grushecky, recorded live in 2000
11. Dead Man Walking - Written for Tim Robbins' film 'Dead Man Walking'
12. Countin' On A Miracle (Acoustic) - Recording played at end of every show on 'Rising' tour 2002-2003

A canção None But The Brave é atualmente uma das que mais me emocionam. Boss, sempre The Boss!

None But The Brave

Tonight down on Union Street
I'm thinking back baby to you and me
The way you used to be
Your words come back to me
From passing cars
Voices sing out
And empty bars
Where guitars ring out
We'd walk and talk about
Who'd be the ones to get out

You said
None but the brave
No one baby but the brave
Those strong enough to save
Something from what they gave.

None but the brave
No one baby but the brave

In my dreams these nights I see you my friend
The way you looked back then
On a night like this
I know that girl no longer exists
Except for a moment in some stranger's eyes
Or in the nameless girls in cars rushing by
That's where I find you tonight
And in my heart you still survive

None but the brave
No one baby but the brave
Those strong enough to save
Something from the love they gave.

None but the brave
No one baby but the brave

Now tonight once more
I search every face on that crowded floor
Looking for, I don't know what for
Just waitin' to see you come walkin' through that door
There's a girl standing by the band
She reminds me of you and I ask her to dance
As the drummer counts away
I take her hand, we move away

Tonight, now I see old friends
Caught in a game they've got no chance to win
Gettin' beat and then playin' again
'Til their strength gives out or their heart gives in

Now who's the man who thinks he can decide
Whose dreams will live and who's shall be pushed aside
Has he ever walked down these streets at night and looked into the eyes of

None but the brave
No one baby but the brave
Those strong enough to save
Something from the love they gave

None but the brave
No one baby but the brave


posted by RENATO DOHO 2:17 AM
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quinta-feira, janeiro 22, 2004
As Nuvens E/Ou Um Deus Chamado Dinheiro

Peça do grupo Parlapatões, Patifes & Paspalhões que adapta duas obras de Aristófanes num mesmo espetáculo. Misturam a alta com a baixa cultura, de piadas rasgadas às inteligentes, de referências cultas ao símbolos populares e colocam a trama nos dias atuais, com uma batida de carro com uma morte que gerará um mix onde entram corretores da bolsa, tele-evangélicos, apresentadores de tv, cantoras infantis, etcs e etcs. Os 6 humoristas em cena têm características próprias e todos fazem um bom humor da sua maneira (alguns histriônicos, outros mais comedidos). Há brincadeiras interativas com a platéia, além de um número musical. Pequenas notas fazem a peça ter mais atualidade, até mesmo com o cuidado de usar referências da própria cidade onde estão apresentando a peça, tornando o humor bem mais pessoal. O grupos faz 12 anos e ficou mais conhecido com a peça ppp@WllmShkspr.br, traduzida por Barbara Heliodora (a maior especialista em Shakespeare no país) que resumia toda a obra do bardo inglês numa só peça e com muito humor. A peça está em curta temporada na capital paulista até 08 de fevereiro. Mais informações no
site oficial do grupo.

posted by RENATO DOHO 12:00 AM
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quarta-feira, janeiro 21, 2004
Durval Discos

O filme de Anna Muylaert parece que vai para um caminho, mas segue outro. O que chama atenção é o aspecto "Alta Fidelidade" que o filme carregou consigo, mesmo que falsa. Apesar de passar num loja de discos com um trintão que mora com a mãe o filme não tenta falar de uma geração ou mesmo da situação do protagonista, ao invés disso desemboca numa história de seqüestro de uma garotinha que altera a rotina do Durval. Nunca chega a ser interessante esse outro aspecto que começa a partir do meio do filme o que decepciona bastante diante do que poderia ser realizado. A mãe feita por Etty Frazer chega a ser irritante tanto pelo histrionismo quanto pela inabilidade de parecer real (a menina passa mais verdade, por exemplo). Ary França está bem como Durval, mas não define bem como é seu personagem, não sabemos se é um frustrado ou um cara zen que leva tudo na boa (capaz de aguentar a mãe que azucrina e uma menina raptada). Essa segunda parte, a trama mais policial que estraga o filme, infelizmente, pois há um esforço visível da parte técnica (como o plano de abertura muito bem realizado e os cenários). A trilha sonora, pelo menos, é cheia de pérolas musicais.

Mentiras (Gojitmal)

Filme sul coreano sobre um relacionamento sadô-masoquista. O filme mistura a história propriamente dita com recursos de metalinguagem, explicitando as filmagens em certos momentos e tendo uma narração (para reforçar que é a adaptação de um livro). Sun-Woo Jang é um diretor experiente e consegue fazer um filme sobre sexo, com atores constantemente pelados e cenas de s&m sem em nenhum momento ser forte. Nem mesmo há uma sensualidade, mas mais uma relação de corpos e um estudo de vícios (os personagens parecem mais viciados um no outro do que demonstram qualquer sentimento amoroso, por isso mesmo se chamam por letras e não nomes). A relação dos dois é puramente sexual, de prazer e dor. Por se centrar exclusivamente no casal (que só transa) o filme cansa a partir de certo ponto por não trazer nada de novo, fora um mínimo conflito perto do final. Quase sobre o mesmo tema (sem ser explícito) acho mais interessante o filme Secretária (que fala também das relações profissionais) ou mesmo o clássico O Último Tango Em Paris de um relacionamento que é fadado ao fracasso. Comparam o filme ao Império Dos Sentidos, mas como não vi ainda não posso tecer comentários, só acho que Nagisa Oshima vai bem mais fundo.

Thesis - Morte Ao Vivo (Tesis)

Bom filme de estréia de Alejandro Amenábar. Fala sobre os famosos snuffs, supostos filmes que registram mortes reais. Uma estudante de cinema vai fazer uma tese sobre isso e se depara com uma fita real, a partir daí ela vai investigar quem morreu e quem matou a jovem mostrada no vídeo com ajuda de outro estudante de cinema especializado em filmes de horror e bizarrices. O filme mesmo sendo de 96 parece bem antigo, já envelhecido, mas mesmo assim continua tendo bons momentos; talvez seja um pouco longo demais e tenha certa previsibilidade, mas já revelava um bom talento por detrás das câmeras.


posted by RENATO DOHO 11:47 PM
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segunda-feira, janeiro 19, 2004
Novas Aquisições

LIVROS

- Felicidade: Eduardo Giannetti

Comecei a ler e estou adorando!

- Retrato De Um Assassino: Patricia D. Cornwell

Como "estudioso" de Jack O Estripador era obrigação ter esse para ler.

- Reparação: Ian McEwan

Da coleção de banca Grandes Escritores Da Atualidade. McEwan já ganhou prêmios literários como o Booker e esse livro foi bem elogiado.

- Criatividade E Grupos Criativos: Domenico De Masi

Não sabia que tinham lançado esse livro do De Masi (que já li uns 3 ótimos livros) e quando folheei achei excelente. Ele fala de tantos tópicos interessantes nas quase 800 páginas do livro que nem dá pra botar aqui, mas ele meio que dá uma geral na história da criatividade humana (algo que ele tinha feito com alguns grupos em A Emoção E A Regra). Só dar uma olhada no sumário pra ver quantos assuntos são tratados.

- As Principais Teorias Do Cinema – Uma Introdução: J. Dudley Andrew

Eis um livro que trata de um tópico que senti falta no meu curso de cinema (que abordou somente parte desse tópico). O autor detalha didaticamente o que o próprio título diz através dos principais teóricos cinematográficos como Eisenstein, Balázs, Bazin, Mitry, Metz, Agel e passando pelos seguidores como o pessoal da Cahiers Du Cinema. Obrigatório para quem deseja pensar o cinema mais profundamente.

- O Resgate Do Soldado Ryan

É daqueles livros de filmes com fotos de bastidores, declarações, partes do roteiro em edição de luxo para colecionadores. Sempre quis ter esse título, mas o preço impedia, ao ver um pacote desses livros novinhos em promo num sebo não pensei duas vezes. As fotos são de David James e são ótimas.

- Cinema Inocente / Roberto Rossellini

Na verdade são dois programas do Sesc para as retrospectivas destes cineastas (Bressane e Rossellini) em formato de livro. Ambos com textos, entrevistas e filmografias detalhadas.

DVDS

Através de promoções comprei alguns que queria ou outros que aproveitei a oportunidade:

- Laranja Mecânica

Completando a coleção Kubrick da Warner que só fica faltando o documentário já que a segunda caixa adquiri os títulos separadamente e o documentário não é vendido separadamente.

- Amistad, Coração Selvagem e Missão Impossível

Na promo das Americanas de leve 3 e pague 2 vou completando filmografias de diretores que quero ter todos os filmes em dvd. Os 3 dvds estão com ótima imagem e widescreen. Só Amistad tem o making of como extra.

- Epidemia De Zumbis e Calafrios

Dois comprados em banca. Um da Hammer e outro do Cronenberg (de extra uma entrevista com o próprio).

- Donnie Darko

Usado da Blockbuster (por 12 reais), mas em perfeito estado. É um filme que gostei bastante e já tinha copiado em fita, bom ter em dvd agora que vem com extras (clipe, cenas deletadas e comentários em aúdio legendados).

- Smallville

O início da série (que não acompanho). Tem extras (cenas cortadas, mapa da cidade e comentários em aúdio).

HQS

- Vagabond 01 - 12

Duas caixas com os 12 primeiros mangás sobre a história de Musashi (baseado no livro Musashi de Eiji Yoshikawa). Escrito e desenhado por Takehiko Inoue (que tem um excelente traço). Nas bancas o título está no número 26. Conforme for vou completando.

REVISTAS

- Teorema 04

Ótima revista de critica de cinema do Núcleo De Estudos De Cinema De Porto Alegre. Este número dá destaque ao cineasta Carlos Reichenbach com capa, entrevista e grande artigo sobre Dois Córregos. O texto sobre A Última Noite de Spike Lee está excelente, perfeito para ser lido e logo após rever o filme. Ainda entra na pauta Longe Do Paraíso, arquitetura em Metrópolis, Blade Runner e Matrix, Jorge Furtado, Dolls, direção de arte, Cocteau e um panorama do festival de Gramado.

- Cine Monstro 04

A revista continua melhorando a cada edição, sempre abordando filmes e artistas pouco conhecidos de um gênero ainda pouco respeitado. Os destaques ficam para um perfil da atriz Fay Wray, homenagem a David Hemmings, snuff movies, expressionismo alemão, lançamentos em dvd, notícias e um texto falando do cineasta Curtis Harrington.

- Revista Zero 11

Nesta edição o destaque maior fica para o longo texto de Luciano Vianna sobre NY. As novas bandas, os shows vistos, os achados nas lojas musicais, os points ideais da cidade para os rockers... dá uma vontade enorme de fazer uma trip musical parecida. Fora isso um relato de um repórter com a Dido, entrevista com Tom Zé, Titãs respondendo fãs, Darkness, Mutantes, Jeff Buckley, Carolina Sá no "eu recomendo", etcs.


posted by RENATO DOHO 1:45 AM
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4.48 Psicose



Para falar dessa peça é preciso primeiro localizá-la. Foi encenada no subsolo do Sesc Belenzinho, num tanque-poço de acesso único por meio de uma escada caracol e lá dentro com poucas cadeiras (menos de 60) em círculo estão os dois atores no meio. Imagens projetadas nas paredes do poço e som que rodeia o público. Com esse cenário a peça de Sarah Kane (um dos grandes nomes do teatro moderno) foi representada. Essa peça é na verdade um monólogo e ficou famosa no começo do ano passado quando Isabelle Huppert veio ao Brasil encená-la. Na versão francesa era apenas a personagem imóvel falando durante toda a peça, com poucos movimentos de braços e o perfil revelado apenas por um instante, o resto do tempo a atriz estava envolta em luzes e escuridão, imagens de seu subconsciente passavam pelo cenário. Na adaptação que o jornalista Nelson De Sá realizou dois atores (um casal) interpretam um mesmo personagem, mas também podem representar o relacionamento entre doente e médico e/ou de amantes.

A "trama" seria os pensamentos da protagonista num surto psicótico, com idéias suicidas. Todos os questionamentos são abertos e expostos. Luciana Vendramini e Luiz Päetow são os intérpretes. Os dois têm atuações ótimas. Luiz que não conhecia é uma revelação e Luciana surpreende tanto pela interpretação ideal (monocórdica, quase sem emoção como se num estado dormente, psicótico) como pelo fato de sua história de vida ter muitos pontos de contato com o texto da peça. Percebe-se claramente o quanto há de pessoal em sua entrega.

Os atores rastejam, rolam, andam e se mutilam aos olhos do público. As informações são muitas, as relações do que se fala com o que se mostra nas paredes, a música e os ruídos, os rabiscos no chão, as repetições de falas e as constantes contradições do texto fazem com que entremos no estado desejado pela autora. É uma peça que tem que ser revista para captar detalhes não percebidos na primeira impressão.

O 4.48 se refere a um dado de que esse horário é o mais comum para o suicídio (e também a soma dos números dá 7, a totalidade), e é nesse horário que há a lucidez da personagem. Lucidez que dá ao suícidio um caminho a ser explorado. Sarah Kane, a autora, se suicidou logo após escrever essa peça.

No programa da peça há pequenos textos de Sarah e sobre o suicídio de livros como "O Demônio Do Meio Dia" e "The Suicidal Mind" e personalidades como Harold Pinter, Nietzsche e até o Unabomber. Num dos textos diz que se poderia fazer uma tese em cima das referências de letras de canções que Sarah Kane colocou em suas peças de bandas como Joy Division, Radiohead, Tindersticks, Pixies, etcs.

Num tom mais pessoal foi uma experiência diferente de teatro, mais íntima pela proximidade com os atores, a ausência de um palco. E a chance de ver o talento e beleza de Luciana Vendramini tão de perto, tornando tudo memorável.


posted by RENATO DOHO 12:53 AM
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domingo, janeiro 18, 2004
Filmes

Sobre Meninos E Lobos - ótimo filme, mas não um dos melhores de Eastwood (Imperdoáveis e Mundo Perfeito da década de 90 continuam superiores), tenho algumas implicâncias com certas coisas que podem ser do filme ou do livro (que não li).

21 Gramas - uma grande BOSTA! nunca vi tantos personagens burros assim em tempos nas telas! Incrível! É como se Inarritu ou o roteirista se mostrassem superiores aos personagens, numa atitude arrogante. Fora isso a narrativa fora de ordem não tem sentido a não ser querer ser diferente ou muderno (aliás um grande defeito do filme, pretencioso e metido a artístico sem ter bagagem pra isso). O pior é que a narrativa como está só atencipa tudo e até chegarmos ao ponto que já deduzimos leva uma eternidade... O personagem de Del Toro seria o melhor para ser explorado, infelizmente não é nem 10% aproveitado.

Adeus Lênin - divertido, mas só; parece um A Vida É Bela alemão, mais uma vez a mentira encobrindo um fato histórico em benefício de algo...

O Último Samurai - ótimo filme, melhor do que o esperado, mesmo que tradicional e cheio de concessões (como o final). Um grande respeito pelos samurais (até demais, os deixando sem defeitos). Tom Cruise, por exemplo, poderia morrer com Ken Watanabe (magnífico por sinal). Como sabemos que a era dos samurais acabou o final é prevísivel. Estranho que a mensagem do filme sirva muito mais para o Japão atual do que qq outro país (como os EUA que produziu o filme).

Bianca - ótimo filme de Nanni Moretti ainda começando. Um misântropo começa a dar aulas numa escola exótica (chamada Marilyn Monroe) e se apaixona por uma nova professora. Enquanto isso crimes passam a ocorrer ao redor do professor. O humor de Moretti já se mostrava inteligente desde cedo.


posted by RENATO DOHO 3:31 PM
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sábado, janeiro 10, 2004
The Darkness



Já tinha ouvido falar muito desta banda nos últimos meses, mas nunca tinha ouvido nada. Pelo nome eu até imaginava que era algo de metal mais gótico. Que engano! Ontem no Globo o Arthur Dapieve escreveu um texto bem legal que resume bem o que senti ao ouvir algumas músicas que baixei:

"Tinha tudo para ser ridículo. E é ridículo. Mesmo assim, porém, é ótima música."

E olha que o ridículo total eu ainda não vi, já que não assisti nenhum de seus clipes (parece que o visual da banda é chamativo), mas só pelo som dá pra ver o tamanho da "coragem" dos caras. Lançar algo em 2003 bem hard rock final dos anos 70, começo dos 80. Canto em falsete, bateria poderosa, solos de guitarra (!!!), backing vocals, enfim, tudo o que sempre foi visto com olhos bem desconfiados pela crítica agora aclamados e bem recebidos pelo público.

Seu disco de estréia, Permission To Land, estourou lá fora. A banda lançou um ótimo single de natal no final do ano passado, Christmas Time (Don't Let The Bells End).

Vale conferir esta nova banda.

"The Darkness have been widely hailed as 2003's most exciting new rock 'n' roll band, cranking out an irresistible - and unapologetic - blend of anthemic rock and sheer showmanship, complete with virtuoso guitar solos, killer hooks, and massive sing-along choruses."

01. Black Shuck - 3:20
02. Get Your Hands Off My Woman - 2:46
03. Growing On Me - 3:29
04. I Believe In A Thing Called Love - 3:36
05. Love Is Only A Feeling - 4:19
06. Givin' Up - 3:34
07. Stuck In A Rut - 3:17
08. Friday Night - 2:56
09. Love On The Rocks With No Ice - 5:56
10. Holding My Own - 4:56

posted by RENATO DOHO 3:38 PM
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A Casa Caiu (Bringing Down The House)

Problema: a trama do filme é bem batida e forçada. Solução: Steve Martin. No balanço das coisas é um filme que poderia ser uma merda e termina sendo até bonzinho ajudado pelo sempre ótimo Eugene Levy. Queen Latifah não ajuda e nem atrapalha. O filme foi sucesso e ao menos ajudou Martin que andava em baixa nos cinemas. Um filme que vale mais por cenas que pelo conjunto.

Hell (Idem)

Van Damme de novo com Ringo Lam. E não é que o filme é legal? Nem vou falar da história bem banal (só digo que é filme de prisão), mas a realização é ótima e Van Damme não estraga não, passa por uma transformação, sofre quase todo o filme e até se enfeia. O lado "mistíco" até soa esquisito, mas o que dizer do narrador do filme que aparece no meio da trama e nem é um dos principais? É, o filme é uma mistureba só, mas vale muito ver.


posted by RENATO DOHO 3:55 AM
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O Homem Do Ano

Vai entender! O filme de estréia de José Henrique Fonseca foi tão massacrado quando estreou nas telas que nem tive grande vontade de assistir e agora quando decidi assistir em dvd me deparei com um ótimo filme, mesmo que cheio de falhas. E ainda tinha a má impressão do curta do Zé Henrique, Cachorro, no longa Traição.

Se me pedissem explicação do por quê ter gostado não saberia apontar exatamente os elementos, mas acho que foram pequenas coisas logo no começo como os coadjuvantes. Wagner Moura já agrada de imediato fazendo uma ótima cena e isso vai levando de coadjuvantes em coadjuvantes ajudados por diálogos e situações engraçadas. Fica óbvio que a estética do filme é por demais artificial em cenários iluminados como se fossem para comerciais ou enquadramentos extremamente planejados, mas por um estranho fator (ou um bom humor presente no dia) achei que cabia no filme, era como o cabelo loiro de Máiquel, artificial e quase ridículo, mas inusitamente adequado. Nunca os cenários soavam artificiais como Orfeu do Diegues que jogavam contra o filme, tudo em O Homem Do Ano parece familiar e natural, mas exagerado para destacar (o que combina com o personagem principal com seu cabelo loiro).

Os atores principais Murilo Benício e Cláudia Abreu estão bem, Cláudia com um leve jeito de suburbana na fala e o jeito pensativo de Murilo; mas os coadjuvantes que conquistam pelas escolhas diferentes e boas. Ora, ver Paulinho Moska cheirando toda hora, André Gonçalves fazendo parte do bando e Agildo Ribeiro como um dos mandantes de Máiquel não deixa de ser curioso e surpreendente por convencerem (em poucos instantes esqueci que eram essas figuras conhecidas e embarquei em seus personagens). Quase todo o elenco está bem: Natália Lage (ótima), Jorge Dória, Lázaro Ramos (sempre criativo), José Wilker, Mariana Ximenes (podia ter mais cenas sexys dela pra complicar algo), Carlo Mossy, André Barros (que eu sempre lembro do clipe Resposta do Skank), Paulo César Pereio (que é um clássico) e até José Henrique Fonseca como um traficante de armas latino.

Como fã do Rubem Fonseca vi aqui e ali seu estilo para diálogos (não sei o quanto de seu roteiro aparece no filme pronto). Os absurdos que os personagens de Jorge Dória e Paulo César Pereio falam são muito engraçados. Li o livro de Patrícia Melo há tempos e sinceramente em nenhum momento lembrei da trama quando via o filme. Ou mudaram muito ou minha memória está ruim mesmo, pois o que mais lembro era o tom sério do livro com muita pesquisa desse submundo dos matadores, coisa que passa ao longe no filme que mais parece uma aventura com muito humor (com a parte final mais dramática e fraca).

O que escrevi em 1999 quando li o livro no site da Livraria Cultura:

Para quem achava que Patricia Melo seria um sub-Rubem Fonseca o livro descarta esta possibilidade. Melo tem características próprias e sabe narrar em primeira pessoa um personagem masculino sem ficar falso. É claro que a autora tem uma influência direta do mestre Rubem Fonseca, mas não se tornou uma cópia e nem tenta ser uma discípula. De posse de intensa pesquisa sobre o mundo criminal, presídios e matadores Melo coloca tudo a serviço do texto e não ao contrário, nunca ficando didático. Uma boa leitura, uma boa iniciação ao universo da autora e uma expectativa por outros livros.

A trilha de Dado Villa Lobos é um bom destaque.

Se a parte final é a mais problemática (por perder o humor e querer só nesse momento se levar a sério) fica a impressão de um ótimo filme, cheio de momentos bons (e engraçados que me fizeram gargalhar como o "oh, valeu" dito por um brutamontes no carro e Pereio falando do casamento) com problemas de direção para definir melhor o filme e seus personagens e usando a estética em seu favor (mesmo que eu ache que não é tão errada assim a forma usada poderia-se ter potencializado certas coisas e não só enfeitado). No final, o filme se revelou uma boa surpresa.


posted by RENATO DOHO 3:41 AM
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quinta-feira, janeiro 08, 2004
Reunião



Parte da família para a realização do amigo secreto entre primos logo no primeiro dia do ano.


posted by RENATO DOHO 3:00 AM
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terça-feira, janeiro 06, 2004
John Register

Meu pintor do momento, isto é, quero saber mais de sua obra, ver mais quadros e também um pouco de sua vida. Dicas de livros e sites são bem vindas. Pena que parece não ter algo dele aqui no Brasil em livro...



Óbvio que meu interesse se deve a uma semelhança com Edward Hopper, só que Register tira o elemento humano de seus quadros, dando um outro sentimento. Fiquei sabendo depois que um dos técnicos de Os Vigaristas (diretor de fotografia ou cenógrafo) admira bastante Register e se influenciou quando fazia o filme. Outro filme inspirado nos quadros de Register é A Sombra De Um Homem (The Salton Sea). Uma foto do filme:



posted by RENATO DOHO 9:09 PM
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domingo, janeiro 04, 2004
Melhores Em 2003

Cinema (entre lançados e inéditos comercialmente aqui no Brasil)

A Captura Dos Friedmans (Capturing The Friedmans)
Adeus, Dragon Inn (Bu San)
Alma De Herói (Seabiscuit)
As Panteras – Detonando (Charlie’s Angels – Full Throttle)
Demonlover
Dogville (Idem)
Elefante (Elephant)
Encontros E Desencontros (Lost In Translation)
Femme Fatale (Idem)
Gozu (Idem)
Os Vigaristas (Matchstick Men)
Prenda–Me Se For Capaz (Catch Me If You Can)
Serpente De Junho (Rokugatsu No Hebi)
Terra De Sonhos (In America)
The Brown Bunny
Violação De Conduta (Basic)

Não fossem as Mostras a lista estaria menor já que poucos foram lançados nos cinemas. De ausências que acho significativas destaco Pacto De Justiça e Sobre Meninos E Lobos que ainda não vi e teriam grandes chances de estarem listados.

Coloquei em ordem alfabética, mas os primeiros lugares seriam de Femme Fatale e Adeus Dragon Inn.

Dvd, vídeo e computador (apenas filmes mais recentes e não clássicos)

A Estranha Família De Igby (Igby Goes Down)
A Humanidade (L’ Humanité)
Amargo Reencontro (Tape)
Anything Else
A Promessa (The Pledge)
As Regras Da Atração (The Rules Of Attraction)
Audition (Oodishon)
A Última Noite (25th Hour)
Bang Bang! Você Morreu (Bang, Bang, You’re Dead)
Bater Ou Correr Em Londres (Shanghai Knights)
Cenas Do Crime (Scenes Of The Crime)
Deuses E Generais (Gods And Generals)
Donnie Darko (Idem)
Embriagado De Amor (Punch Drunk Love)
Focus (Idem)
Hero (Ying Xiong)
Horror
Kill Bill – Volume 1
O Filho (Le Fils)
O Filho Da Noiva (El Hijo De La Novia)
O Peso Da Água (The Weight Of Water)
Princess Mononoke
Secretária (Secretary)
The Shape Of Things
The Texas Chainsaw Massacre (2003)
Tolerância Zero (The Believer)
Vampire Hunter D – Bloodlust

Não fosse dvd e computador não teria visto alguns dos melhores que vi este ano como Hero, Embriagado De Amor, Horror e Mononoke.

Tv

24 Horas (segunda temporada)
CSI (quarta temporada)
Cowboy Bebop (todos os episódios)
Curb Your Enthusiasm (terceira temporada)
Hidden Hills (temporada única)
Miss Match (primeira temporada)
O Desafio (sétima temporada)
Presidio Med (temporada única)
The Shield (segunda temporada)

Livros

Li pouca coisa este ano, destaco:

Ficção

Electra Enlutada (Mourning Becomes Electra): Eugene O'Neill
Sonhos De Bunker Hill (Dreams From Bunker Hill): John Fante
Dicionário De Nomes Próprios (Robert Des Noms Propes): Amélie Nothomb
Miss Danúbio: Marçal Aquino

Não Ficção

Charles Bukowski – Vida E Loucuras De Um Velho Safado (Charles Bukowski – Locked In The Arms Of A Crazy Life): Howard Sounes
Rebel Without A Crew: Robert Rodriguez
Stupid White Men – Uma Nação De Idiotas (Stupid White Men): Michael Moore
Dentro Do Rock (Written In My Soul): Bill Flanagan
Bubos No Paraíso (Bobos In Paradise – The New Upper Class And How They Got There): David Brooks
Moviemakers' Master Class: Laurent Tirard
Mangá – O Poder Dos Quadrinhos Japoneses: Sonia Bibe Luyten
Japanese Cinema – An Introduction: Donald Richie
Banquete Com Os Deuses: Luis Fernando Verissimo
Vertentes Do Cinema Moderno – Inventores E Mestres: José Lino Grünewald

Cds

Com a internet muitos cds deixei de comprar por um lado, por outro fui comprar outros depois de muito tempo; fui ver e lançados em 2003 mesmo só adquiri e gostei de:

0304 – Jewel
Folklore – Nelly Furtado
Maria Rita
St. Anger – Metallica
This Left Feels Right – Bon Jovi
Ventura – Los Hermanos

Adquiri coisas antigas e muita coisa de 2002. Acho que os melhores de 2003 só vou ouvir e / ou comprar este ano ou em 2005!

P.S. - tirei a parte das canções, tava muito longa, botei do
Bando De Cá.

posted by RENATO DOHO 7:13 PM
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sexta-feira, janeiro 02, 2004
2004

Primeiramente desejo um ótimo ano que começa para todos os visitantes deste blog.

Resumão do Natal ao ano novo:

- Amigo Secreto entre primos, dei o livro As Mentiras Que Os Homens Contam do L.F. Veríssimo e ganhei (da mesma pessoa que eu tirei!) outro livro do Veríssimo, um que não tinha lido, O Clube Dos Anjos;

- Cheguei a ver até o término do ano mais alguns filmes como A Profecia, Honra & Coragem, Contra O Tempo e Síndrome Mortal. Além disso revi Sociedade Dos Poetas Mortos e As Panteras Detonando (terceira vez, duas no cinema e agora em dvd). Vi todos os ótimos extras da trilogia Indiana Jones e mesmo tendo umas 3 horas de extras eu queria saber muito mais, os 3 filmes são excepcionais, minha trilogia cinematográfica favorita disparado! Engraçado que tenho opinião oposta ao do Spielberg que considera O Templo Da Perdição o que ele menos gosta, enquanto pra mim é um dos filmes que mais vi na vida! Ainda estou acabando de ver todos os episódios de Cowboy Bebop e vi os episódios iniciais de Evangelion e Karekano;

- Achei numa loja de cds por um bom preço a edição especial do primeiro cd dos Strokes que vem junto com um dvd. E indo numa direção oposta acabei levando o cd acústico do Firehouse numa banca de descontos. Não é uma banda que eu goste, eu antes até achava que imitava demais o Bon Jovi, mas esse acústico é um bom álbum para se ouvir, sem pretensões, com boas melodias. Também numa outra promo levei o MOM 3, aquele cd de ajuda para recuperar oceanos. Tenho o 1 ou o 2 que tinha Jewel e Pearl Jam. Neste terceiro volume tem Pearl Jam de novo, Red Hot, Brian Setzer com Brian Wilson, Ben Harper, Jane's Addiction, etcs;

- O dvd de Perigo Real E Imediato que estava por 9,90 nas Americanas é a edição especial que se acha na caixa Coleção Jack Ryan e não a versão simples, sem extras. Ótimo eu ter pedido o dvd que só fui ter em mãos no final do ano, pois estava em São Paulo junto com um cd do Johnny Cash.


posted by RENATO DOHO 5:34 PM
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