quinta-feira, setembro 30, 2004
Festival Do Rio 1
10 vistos até agora. Destaque para Família Rodante (tão familiar/próximo para mim! mais do que um filme nacional!), Mal Dos Trópicos e Hora De Voltar. Nem preciso falar de Três Homens Em Conflito visto em tela grande! Meu coração ficou meio acelerado ao término da sessão.
Má Educação foi estranho, não era o que eu imaginava que seria. O Operário não estava programado para eu ver, mas vi e gostei (Christian Bale impressionante).
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sexta-feira, setembro 24, 2004
U2
Eles estão de volta!
Vertigo
Unos, dos, tres, catorce
Turn it up loud, captain
Lights go down
It's dark, the jungle is
Your head can't rule your heart
I'm feeling so much stronger
Than I thought
Your eyes are wide
And though your soul
It can't be bought
Your mind can wander
Hello, hello
Hola
I'm at a place called Vertigo
Dond' esta
It's everything I wish I didn't know
Except you give me something I can feel
Feel
The night is full of holes
These bullets rip the sky
Of ink with gold
They twinkle
As the boys play rock and roll
They know that they can't dance
At least they know
I can sell the beats
I'm asking for the check
Girl with crimson nails
Has Jesus 'round her neck
Swinging to the music
Swinging to the music
Hello, hello
Hola
I'm at a place called Vertigo
Dond' esta
It's everything I wish I didn't know
But you give me something I can feel
Feel
Shot dead
Shots fall
Show me, yeah
All of this, all of this can be yours
All of this, all of this can be yours
All of this, all of this can be yours
Just give me what I want
And no one gets hurt
Hello, hello
Hola
We’re at a place called Vertigo
Dond' esta
Lights go down and all I know
Is that you give me something
I can feel your love teaching me how
Your love is teaching me how
How to kneel
Kneel
Yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah
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Meninas De Ninguém (Manny & Lo)
Scarlett Johansson ainda criança, mas com uma presença muito forte. Filme simpático que vale muito por sua presença.
Depois Da Vida (Wandafuru Raifu)
Curioso e bom filme sobre o pós-vida. Título original engraçado (quer dizer wonderful life) que me lembra várias outras palavras em inglês incorporadas ao japonês como máquina de escrever, sorvete, apartamento, etcs. Do mesmo diretor de Maborosi.
À Sangue Frio (In Cold Blood)
Adaptação do famoso livro de Truman Capote que Richard Brooks dirigiu. Boa fotografia, boa trilha e boas atuações no que foi o primeiro grande caso (real) de assassinato sem propósito.
Naomi Watts no Inside The Actors Studio revelou mais o quanto Mulholland Drive salvou sua carreira/vida. Ela já tinha participado do filme e estava sem dinheiro, fora despejada do apartamento onde morava, seu seguro de saúde vencera e pensava seriamente em desistir de ser atriz e voltar para a Austrália. Até que o filme estreou e sabemos o que houve. A grande amiga desde a juventude, Nicole Kidman, sempre a apoiou. Ela relatando David Lynch a dirigindo na cena mais difícil do filme é hilário. Ele, como sua voz característica, dizendo "ok, ok, Naomi, ok, ok" e ela chorando, o mandando pro inferno e ele lá no "ok, Naomi, ok, ok" e rodando hehehe
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quarta-feira, setembro 22, 2004
Garganta Do Diabo (Cold Creek Manor)
Mike Figgis, Dennis Quaid, Sharon Stone, Stephen Dorff, Kristen Stewart (gosto desta garota) e Juliette Lewis. O trailer vende algo que o filme não é (casa mal assombrada), é mais suspense psicológico. Mesmo assim não é nada memorável e a parte final é bem clichêzona. Dá um bom Supercine.
A Sereia Do Mississipi (La Sirène Du Mississipi)
François Truffaut no seu mais criticado filme (acusado de ser mais comercial, usando grandes estrelas - Jean-Paul Belmondo e Catherine Deneuve, e várias locações). É um bom filme, com trama que se já não era comum na época virou clichê posteriormente, que não chega a entusiarmar. Tem algo de Hitchcock em várias situações. Truffaut dizia que era o primeiro filme dele que realmente tratava de um casal, sem um terceiro elemento. O filme é dedicado à Jean Renoir. Há uma rápida cena em que Deneuve desnuda os seios... ah maravilha!
Crimes De Um Detetive (The Singing Detective)
Ótimo filme de Keith Gordon adaptando (como sempre fez em seus filmes anteriores) histórias de Dennis Potter (mais famoso na Inglaterra). Robert Downey, Jr. está excelente, além de termos boas performances de Robin Wright Penn, Mel Gibson (quase irreconhecível), Katie Holmes, Jeremy Northam, Adrien Brody, Carla Gugino e outros. É uma mistura de drama com film noir e musicais, no fundo sendo a retomada de consciência de um escritor que está no hospital devido à um grave problema de pele. Então há a mistura de suas criações (ele é escritor de romances policiais baratos), seu passado e sua imaginação. A mistura não é para todo tipo de público, mas quem embarcar só tem a ganhar. Vários temas são discutidos, os que mais me interessaram foram da criação artística relacionada com a vida pessoal (seja presente, com a esposa ou do passado, com a mãe). Gordon continua com um estilo que aqui e ali lembram Kubrick e De Palma, incluindo citações (concientes ou não). A fotografia é maravilhosa, trabalhando muito bem os vários níveis do filme. No dvd os comentários em aúdio dele estão legendados e valem ser vistos, ele comenta de forma muito clara vários aspectos do filme (que teve orçamento bem reduzido).
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domingo, setembro 19, 2004
Duplex (Idem)
Danny DeVito é ótimo para fazer comédias de humor negro onde sempre há pessoas querendo matar outras pessoas. Seja a mãe (Jogue A Mamãe Do Trem), o cônjuge (A Guerra Dos Roses), o apresentador infantil (Morra Smoochy, Morra) ou o líder sindical (Hoffa, se bem que este é drama). Aqui uma velhinha é o alvo do jovem casal Ben Stiller e Drew Barrymore. O filme tem várias piadas e algumas não funcionam, por serem sem graça ou realizadas sem o timing certo, mas as que funcionam são fantásticas! A cena da palma (vejam pra entender) é tão boa que eu gargalhei até chegar a dor (aquelas risadas que começam a doer e você não consegue respirar ou ver direito), e não é sempre que vejo uma comédia que faça isso comigo. A da gripe também é hilária (e nojenta). O todo é bem engraçado, com um final levemente de surpresa. Todos os atores funcionam e estão bem. O tema musical constante até gruda no ouvido. O roteirista é Larry Doyle que fez Os Simpsons, Beavis & Butthead e Looney Tunes.
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sábado, setembro 18, 2004
Alan Shore
Lendo o texto sobre o Emmy do editor da Teleséries cheguei na parte de atores de séries dramáticas e a defesa do personagem de James Spader em O Desafio foi tão legal que eu não pude deixar de concordar. E reforçou a impressão que este personagem é fodaço! E eu não esqueço outros recentes que estão no pódio (Vic Mackey em The Shield e Sydney Bristow em Alias). O que ele escreveu:
"Alan Shore rules! O personagem de James Spader em O Desafio talvez seja o mais fascinante personagem de série dramática desde Fox Mulder. Spader está absolutamente genial e sedutor e mal-caráter."
Torcida para o azarão no Emmy!
Vou sentir saudades de O Desafio, que grande seriado! O de hoje, por exemplo, teve apenas 2 casos e um que era ridículo e engraçado (um japonês que fala mal inglês e se queimou na privada de um posto de gasolina ao acender um cigarro) se tornou emocionante ao final. Culpado: David E. Kelley, eu já postei aqui uma homenagem ao cara. Só ele pra explicar essa habilidade dos seriados que cria e roteiriza. Ele assumiu completamente essa última temporada, escrevendo todos os episódios. Eu já tive momentos que dava pra dizer (ou pensar) "queria ser esse cara no futuro", especialmente se Michelle Pfeiffer fosse minha esposa hehehe
Mas voltemos ao Alan Shore! Grande Spader! Que talento! Espero que Boston Legal o consagre e traga de volta o reconhecimento ao David E. Kelley.
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Sem Notícias De Deus (Sin Noticias De Dios)
Ótima produção espanhola, segundo filme de Agustín Díaz Yanes (de Ninguém Falará De Nós Quando Estivermos Mortos). A parceria de Penélope Cruz e Victoria Abril é bem legal com elas fazendo papéis opostos ao que se esperaria (Cruz toda machona, Abril toda certinha), aliás Cruz incorpora bem o andar masculinizado, os olhares, muito boa sua personificação. Ainda temos no elenco Fanny Ardant, Gael García Bernal e Démian Bichir. A estória é engraçada e criativa, um agente do céu e outro do inferno disputam a alma de um boxeador, pois haverá consequências enormes para quem ganhar e quem perder. O inferno visto como quase um presídio (e extremamente calorento) onde se fala em inglês e o céu em p&b, todo clássico e falado em francês são idéias muito engraçadas. Há humor, ação e drama durante todo filme, com ótima produção, bem filmado, interpretado e uma seleção musical muito boa (até uma canção em português aparece, cantada com um pouco de sotaque espanhol) onde se destaca a excelente Kung Fu Fighting de Carl Douglas. No final há uma versão atualizada, mas a original não tem comparação (a cena em que aparece serve exclusivamente para Penélope Cruz), quem quiser pegar só baixar aqui.
Um fato estranho: Abril parece ter feito plástica, seu rosto está esquisito.
Velozes E Mortais (Highwaymen)
Lá se vão uns 18 anos desde da estréia de A Morte Pede Carona e Robert Harmon neste tempo sumiu em produções televisivas. Voltou aos filmes para cinema justo num que tenta lembrar o seu sucesso. Não chega a ser totalmente bem sucedido, mas o filme tem bons momentos. É curto (80 minutos) e quase todo passado em carros ou tendo eles na paisagem. Temos o carro ameaçador (com um motorista mais horripilante ainda), a mocinha com trauma, o mocinho vingativo (sabemos porque no início) e o policial sem idéia do que se passa. Nem há tentativas de se aprofundar algo, pois o tempo é contado. Jesus, ou melhor, Jim Caviesel é o protagonista e a bela Rhona Mitra a traumatizada. Acho que vale a conferida pra quem lembra do que Harmon fez em Carona.
Roubando Vidas (Taking Lives)
D.J. Caruso vem da tv e fez o curioso Salton Sea, mas aqui erra a mão ao escolher roteiro tão despropositado como esse. Se o filme for encarado como comédia de absurdos até pode divertir (pelo final, por exemplo), mas fora isso é um policial que tenta ser Seven, Silêncio Dos Inocentes e mais outros misturados, mas com os ingredientes errados. Angelina Jolie sempre que faz policiais fica mais bonita do que já é, talvez o fato de ter que parecer arrumada e bem vestida ressalte sua cara, seus olhos, ao invés de seu corpo, figurino ou cabelo. A trama é previsível, a tentativa de enganar o espectador não funciona, e o que manteria o suspense seria entender a trajetória do assassino (que parecia ser esse o propósito vide o início), mas isso é esquecido no meio do caminho. A fotografia e o trabalho de câmera têm bons momentos. Jolie não compõe bem o personagem, culpa do roteiro (o cara escreveu Ananconda 1 e 2, esperar o que dele?). Nem chega a ser furos da narrativa pois não há o que se furar, a concepção que é sem sentido mesmo. Ethan Hawke e os outros coadjuvantes até tentam desempenhar bem seus papéis (Kiefer Sutherland, coitado, é quase figurante). Mas o filme não aborrece. Caruso atualmente filma com Al Pacino, Rene Russo e Matthew McConaughey, parece ter se dado bem com o filme então. Jolie precisa escolher melhor seus papéis, desde Garota Interrompida ela só fez filmes duvidosos: 60 Segundos, Tomb Raider 1 e 2, Pecado Original, Uma Vida Em Sete Dias e Amor Sem Fronteiras, que não vi, mas dizem não ser grande coisa. Não teve algo que exigisse muito dela e nem desse prestígio (o que confirma a maldição dos ganhadores do Oscar de coadjuvante), só deve estar bem mais rica.
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quinta-feira, setembro 16, 2004
Emma Bunton
Que surpresa! Fui ouvir algumas músicas do novo álbum dela, Free Me e acabei ouvindo ótimas canções pop! Daquelas canções pop que na hora abrimos um sorriso e sentimos que tudo está mais alegre ao redor. Quando descubro assim, sem querer, é uma maravilha, e já estava um tempinho sem aparecer algumas dessas ultimamente (tá, a da Macy Gray comentada dias trás é um belo exemplo, já a do Procol Harum é antiga, mas genial).
A primeira que recomendo é Maybe. Na verdade eu ia postar era sobre essa canção, mas como fui ouvindo mais canções tive que modificar o post. MUSICÃO! Pra tirar Toxic da Britney do posto de pop song do ano! Ouçam que é bem diferente, o clima dá pra sentir pela capa do single (abaixo). Quem não se importar em ter um locutor de rádio falando no começo e no fim da canção pode pegar aqui. Depois só procurar a versão original. Dizem que o remix Bini & Martini Club Mix, que vem no single da canção, é excelente, ainda não ouvi. Parece que há uma versão latina também...
Depois peguem Crickets Sing For Anamaria que é um samba (?!) inglês (versão de uma do Marcos Valle)! Depois ouçam o remix Element's Crickets Dance On Tequila Booty! Muito boas as duas!
O álbum tem um toque diferente do que ela fazia, vou ver se consigo outras pra ouvir. A coisa com o Brasil foi tão forte que ela gravou o primeiro clipe do álbum (Free Me) nas praias do Rio De Janeiro!
Claro que ouvindo a Maybe e vendo a capa do single bateu uma curiosidade em saber como isso se transformaria em clipe. É ótimo, um clima todo Abaixo O Amor / Austin Powers, a direção poderia até pirar mais, mas ficou bem legal como está, com a Emma linda. Estreou por aqui? Vejam!
Como será o clipe de Crickets Sing For Anamaria?
Poxa, porque ninguém falou nada deste álbum ou dos clipes? Só fui descobrir por acaso para ver como estava esse segundo álbum dela (o primeiro apesar de gostar de algumas canções não me entusiasmou) e fico positivamente surpreendido. Talvez até seja melhor assim, mas tudo já foi lançado há meses no mercado e nada de repercussão aqui com algo que tenha extrapolado o círculo de fãs dela. Uma das possíveis explicações seria que o álbum foi lançado apenas para o público do Reino Unido e como fez sucesso resolveram lançar mundialmente (mudando até o primeiro single de trabalho, de Free Me para Maybe).
Maybe
Love isn't funny, when it is burning inside
When all you think of is how to get through the night.
And when you want it, it's just a game that you play
And when you get it, they're gonna take it away
Maybe it's nothing, maybe it's all just in my mind
Maybe I'm foolish, maybe it's just a waste of time
But I don't think so, maybe I definitely know
That maybe, maybe I'm in love
So if you want it, you want to come out to play
Then you can have it, ‘cause he's got plans for the day
And if I want it, there's no-one out there for me
When you don't need it, there's plenty fish in the sea
Maybe it's nothing, maybe it's all just in my mind
Maybe I'm foolish, maybe it's just a waste of time
But I don't think so, maybe I definitely know
Why do I keep fooling myself, why can't I let go?
This is not like me, but now I definitely see
That maybe, maybe, maybe I'm in love
Love isn't funny, when it is burning inside
When all you think of is how to get through the night
And when you want it, it's just a game that you play
And when you get it, they're gonna take it away
Maybe it's nothing, maybe it's all just in my mind
Maybe I'm foolish, maybe it's just a waste of time
But I don't think so, maybe I definitely know
Why do I keep fooling myself, why can't I let go
This is not like me, but now I definitely see
That maybe, maybe, maybe I'm in love
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domingo, setembro 12, 2004
Allen & Tornatore
Tinha uns 2 documentários aqui há tempos gravados, mas só agora vistos. O primeiro é sobre o Woody Allen, com quase uma hora e meia, Woody Allen - A Life In Film de Richard Schickel (historiador cinematográfico que faz bastante destes documentários, o mais recente que vi dele foi Eastwood On Eastwood) com Allen falando sobre seus filmes até Dirigindo No Escuro. Há coisas bem legais que o Allen diz e fiquei com vontade de rever Interiores e Memórias. Alguns filmes não são comentados e os que a Mia Farrow atuou as cenas pegas não a mostram (de propósito?). Engraçado ele falando de Crimes E Pecados, a parte do médico é apenas para mostrar que Deus não existe e se uma pessoa mata outra e consegue viver bem com isso, tudo bem. Da fase antiga ele acha que Memórias é bem sucedido no que quis realizar, mas acha que o público entendeu errado. E Maridos E Esposas dos atuais é o que mais chegou perto do que ele idealizou e o que conseguiu fazer. Dirigindo No Escuro também é um favorito e ele termina querendo ressaltar que esses documentários que falam de um cineasta podem fazer com que quem veja possa achar bem interessante o que a pessoa fala, mas quando vai ver os filmes não encontra nada daquilo dito hehe A cena final não poderia ser outra senão a de Allen lendo no jornal que o filme que ele dirigiu cego recebeu críticas muito favoráveis na França, soltando a frase "graças a Deus pelos franceses". Não poderia terminar de forma melhor.
O outro é Giuseppe Tornatore - Um Sonho Sonhado Na Sicília (Giuseppe Tornatore - Un Sogno Fatto In Sicilia) de Marc Evans, totalmente diferente em como fala da carreira de Tornatore. É mais poético, Tornatore fala em diversos locais e também em off, muito sobre a Sicília e vai relacionando isso com seus filmes. Desde criança ele não largava a câmera (fotográfica na época). Fala-se de Rosi, Visconti e outros cineastas italianos. Imagens do passado, cenas de seus documentários e poucas cenas de bastidores de seus filmes. Um belo trabalho sobre a pessoa de Tornatore que ajuda a apreciação maior de seus filmes.
O Terminal (The Terminal)
Belo filme de Steven Spielberg onde ele aborda dois tipos de cinema que fracassaram em suas tentativas anteriores (comédia - 1941 / romance - Além Da Eternidade). Também por se passar em um mesmo local é algo que nunca fez (a não ser se contarmos carro e estradas em Encurralado). A produção do cenário é impressionante, parece até ter sido feito em locação e não estúdio. Tom Hanks mostra talento ao nos fazer acreditar ser uma pessoa que não domina o inglês sem nunca soar algo falso ou bobo. As escolhas "americanas" são interessantes, os amigos são imigrantes como o protagonista (negros, indiano, latino), o "vilão" um branco (judeu? wasp?), a carpintaria (algo da imigração italiana?) e o jazz em destaque. Uma das tramas paralelas mostra tanta força que a atriz Zoe Saldana vira uma revelação, uma graciosidade tamanha. Engraçado que há reversões de espectativas como a fonte que não funciona, o relacionamento principal e o final. A parte cômica tem momentos de gargalhadas (não lembro de rir tanto num filme de Spielberg) e também de sorrisos (nos momentos mais Tati). Foi cortada uma fala de Hanks para não mostrar semelhanças com E.T., na parte do telefone (ele diria "Phone Home"), mas como E.T. não sabemos da vida de Hanks antes do aeroporto, sabemos do pai, mas e ele? e sua família? sua profissão? A promessa ao pai, mais uma vez vem se relacionar com a vida pessoal de Spielberg, como se o relacionamento pudesse se concretizar apenas dessa forma e só assim ele pode seguir em frente. É o filme com mais clima de Frank Capra da carreira de Spielberg.
UPDATE: esqueci de linkar uma crítica legal tanto do filme quanto dos filmes do Spielberg.
O Miado Do Gato (The Cat’s Meow)
Filme de Peter Bogdanovich que achei convencional e desinteressante demais, mesmo não sendo ruim. Fala do que pode ou não ter acontecido no navio de William Randolph Hearst num fim de semana, onde outras celebridades se encontravam (a namorada, Marion Davies, Charlie Chaplin, etcs) e uma morte acontece. A escolha de atores não é boa, Hearst se mostra fraco demais, Chaplin não tem nem 1/100 do carisma que um Robert Downey, Jr. apresentou anteriormente (que dirá do original então) e Jennifer Tilly como sempre é irritante demais. Kirsten Dunst está bem, mas longe de representar a verdadeira Davies.
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sexta-feira, setembro 10, 2004
Breve CSI: NY
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quinta-feira, setembro 09, 2004
Pagu Que.
Segunda peça que vejo da atriz Christiane Tricerri (antes vi dela Patty Diphusa, texto do Pedro Almodovar) que também é diretora e fez a concepção da o espetáculo. Ela é o motivo principal d'eu ter ido ver uma peça que retrata os últimos anos da vida de Pagu, uma personalidade fascinante, mas que nunca despertou meu real interesse (nem o filme de Norma Bengell eu cheguei a ver). Achei que o grande público presente fosse devido ao sucesso de Olga nos cinemas, pois são personagens com semelhanças, mas depois lembrei que a minissérie global Um Só Coração falou de Pagu. Christiane e mais duas atrizes mostram várias fases da vida de Patricía Galvão, às vezes ao mesmo tempo. Somente um ator interage com elas fazendo todos os homens (o soldado alemão, Oswald De Andrade, etcs). Não há uma intenção de biografia, pois não se segue uma narrativa clara, mas sim trechos, momentos, como o divertido encontro de Pagu com um oficial alemão num trem, uma apresentação da rádio do povo, e declamações políticas e poéticas de Pagu. Em outra nota Tricerri está bem parecida com Debra Messing (a Grace de Will & Grace). Pena que uma atriz com o talento dela não esteja fazendo filmes ou mesmo tv (não sei se por opção própria ou descaso dessas mídias).
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Prazer De Matar (Double Tap)
Um thriller policial muito bom, uma surpresa. Empolgante, que vai na psiquê de um assassino que antes era apenas um excelente atirador de competição, mas por um incidente descobre que sente prazer em matar. E isso vira um vício, que atormenta o assassino. O melhor policial da cidade vai ser seu rival. O falecido Leslie Cheung está muito bem como o assassino. O filme não poupa os personagens, há cenas memoráveis de tiroteios e mortes, e torcemos mais pelo assassino do que pela polícia. A seqüência em que vários policiais são baleados é cruel e ao mesmo tempo excitante. Temos um excelente jogo de gato e rato armado onde se mistura a ação com o drama de ambos os jogadores (e suas mulheres). Há vários recursos cinematográficos interessantes utilizados (flashbacks, som, música, montagem). Foi o primeiro filme de Chi-Leung Law, cineasta que depois fez mais 2 filmes que pretendo ver, pois mostrou um belo potencial. Um filmão.
Explosão De Emoções (Blast)
Liesel Matthews é a garotinha que fez A Princesinha e depois a filha de Harrison Ford em Força Aérea Um. Este é seu terceiro (e por enquanto último) filme, já mais crescidinha. O motivo de ver esse filme foi esse, a Liesel. Começa bem, um pouco Conta Comigo, com ela e mais 3 garotos e suas desventuras numa cidadezinha do interior americano; fumando maconha, mexendo com explosivos, colhendo cogumelos, vadiando... Até que entra um desaparecimento e o filme vai assumindo uma trama meio forçada e ridícula, meio de suspense e tragicidade. Daí para o final mais absurdos acontecem, só que inseridas num contexto que parece querer ser sério. A coisa não funciona muito bem. Além do roteiro o que atrapalha também é que o diretor usou todo o scope da tela, mas como passou em tela cheia, proporcionou enquadramentos claramente incompletos durante todo o filme. A pergunta final é engraçada quando um dos personagens diz "qual o motivo de tudo isso?", a resposta seria a "mensagem" do filme. Vejam e confiram, se quiserem hehe
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quarta-feira, setembro 08, 2004
Love Is Gonna Get You
Macy Gray fez o tema de abertura da série Miss Match, mas só agora lançou a canção completa em sua coletânea. Pra baixar a ótima canção (ouvindo senti saudades do seriado onde a Alicia Silverstone esteve em seus melhores dias) só ir aqui e digitar a senha 0392825B
Fica disponível até 15/09/2004.
Lake Bell e Alicia Silverstone.
Lake agora vai estar na nova série de David E. Kelley, Boston Legal, spin off de O Desafio, que conta com James Spader, Rhona Mitra e Monica Potter. Pra não perder!
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A Whiter Shade Of Pale
Ouvia o rádio ontem quando essa canção começou a tocar e ao mesmo tempo que lembrei da canção não consiga lembrar quem cantava. Depois fui ver que era o Procol Harum. Que belíssima canção que pra mim descobri ontem mesmo, pois se a conhecia antes não dava a devida atenção ou valor. E descobri um compacto em vinil com a canção aqui em casa, o lado B tem Lime Street Blues. Pra mim é daquelas canções geniais que surgem aqui e ali e você não esperava, do tipo Can't Take My Eyes Off You do Frankie Valli que só fui descobrir quem cantava ano passado na casa de amigos quando a canção passou num desses canais de aúdio da Sky.
Alguém deve ter estragado a canção fazendo uma cover, mas vou ver se alguém fez uma boa versão dela.
We skipped the light fandango
Turned cartwheels 'cross the floor
I was feeling kinda seasick
But the crowd called out for more
The room was humming harder
As the ceiling flew away
When we called out for another drink
The waiter brought a tray
And so it was that later
As the miller told his tale
That her face, at first just ghostly,
Turned a whiter shade of pale
She said: "There is no reason
And the truth is plain to see."
But I wandered through my playing cards
And would not let her be
One of sixteen vestal virgins
Who were leaving for the coast
And although my eyes were open
They might have just as well've been closed
UPDATE: por pedido do Ailton aqui está a canção para ser baixada. Senha 0406F7A9
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Scarlett
Keira
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Sexta Feira Muito Louca (Freaky Friday)
A primeira produção de Lindsay Lohan voltada para seu estrelado na fase mais crescidinha (pois ela chamou atenção quando criança em Operação Cupido). Mesmo diretor que depois fez com ela Meninas Malvadas que consolidou sua posição de estrela do momento. Aqui esta refilmagem (queria conferir a versão original com a Jodie Foster) brinca bem com ela e Jamie Lee Curtis trocando de corpos, pois Jamie consegue ser bem molecona. Muito engraçado Lindsay tendo que se comportar de forma careta num show de rock. O que não me agrada muito é o galã, que já conhecia do seriado Dawson's Creek e agora faz One Tree Hill; sua pose é sempre a mesma e é bem ruim (curioso que depois fez o par de Hilary Duff, arqui-rival de Lindsay para a posição de queridinha da atualidade). Uma boa sessão da tarde com o acréscimo de ter Lindsay Lohan brilhando.
Céu E Inferno (Tengoku To Jigoku)
Excelente filme de Akira Kurosawa que trata do seqüestro de um garoto e a extorsão de um grande empresário (Toshiro Mifune). Mas tem mais complicações nessa trama aparentemente simples. A parte investigativa é empolgante. As composições de Kurosawa são exemplares e a forma como ele insere o olhar na trama é magnífico; todo mundo olha para alguém, seja através de janelas, binóculos, câmeras, espelhos, óculos, etcs e também os reflexos em água, a marca no pulso, a confusão das imagens (dos garotos), a imagem social via imprensa, tudo para finalizar num plano belíssimo do criminoso com a vítima.
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sexta-feira, setembro 03, 2004
Cara Conhecida
Essa atriz sempre me fascinou quando aparecia nas telas, mas não sei porque nunca pesquisava pra saber quem era ou o que tinha feito. Hoje mesmo vi umas cenas de De Repente 30 e lá estava ela (fora a Jennifer Garner mais um motivo pra eu assistir o filme). E não é que ela está em A Vila? Aí não teve jeito, fui procurar. Ela se chama Judy Green e é um ano mais nova que eu. Já fez quase 30 filmes e lembro bem dela em Um Crime Entre Amigas, Do Que As Mulheres Gostam, O Casamento Dos Meus Sonhos, Adaptação e Três Reis. Espero que ela tenha mais destaque em futuros filmes e quem sabe um seriado próprio.
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A Vila (The Village)
Até o momento um dos melhores filmes do ano! Nem dá pra falar muito sobre o filme para não estragar o prazer de quem for ver. Vamos ver... A filha de Ron Howard é um achado, a grande força do filme! A construção de clima é excelente, mesmo com a reviravolta. A ponta do Shyamalan é brilhante. Um arevisão aguenta? Creio que sim, muitas cenas maravilhosas não dependem da trama e tem a emoção como base. William Hurt com suas pequenas participações (em A.I. também) mostra que ainda é um ator de grande talento. Na época falaram que Shyamalan refez o final, será? Como era? Onde o pessoal viu coisas ruins a ponto de criticar muito o filme (alguns como o pior do ano)?! Li após o filme algumas críticas que apontam falhas de lógica (como essa), aí seria uma questão de rever o filme. E o filme consegue dar medo! Mais é melhor não dizer. Vejam!
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quarta-feira, setembro 01, 2004
Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine Of The Spotless Mind)
Filme como roteiro de Charlie Kaufman é uma coisa que não me agrada. Não gostei de nenhum de seus filmes e se visto por esse ângulo Brilho Eterno é o melhorzinho, mas só por esse ângulo, pois acho fraco no geral. Seus roteiros são tão característicos que já no trailer eu vi todo o filme, o que ele ia brincar, quais as peças que ele ia jogar e nisso o filme se mostrou tão previsível quanto imaginava. Essa coisa do personagem sem auto estima, um pobre coitado, já se esgotou há tempos, mas ele insiste... Mas, surpresa, há uma coisa boa que não esperava, o começo é bom, com o "primeiro" encontro do casal. Pena que depois entra a trama moderninha de falar de memória, lembranças, ele tentando guardar algo, se debatendo... O que seria um romance bem construído vira um thriller "mental" onde a preocupação central é "ele conseguirá reverter o processo de esquecimento?". Perde-se aí a emoção do início, o que poderia ser o ponto forte da narrativa. E tudo para quê? Para reviravoltas "originais" do roteiro, mas que em poucos minutos são mais previsíveis do que uma sessão da tarde e fica-se querendo que o filme retome ao início. Para que os atores sejam mais livres, que a direção respire e que a montagem fique no seu lugar. E isso ocorre, só no final; então é de se perguntar se o filme não daria um bom curta se cortado todo o seu meio? Ou melhor ainda, que o filme partisse daí, daquele encontro e da descoberta das fitas para acompanhar essa "nova" relação diante destes fatos, isso seria muito interessante, talvez até forte e mais triste, mas Kaufman (como sempre) prefere encher o roteiro com "originalidades" banais, uma aventura na mente de Jim Carrey (com uma só cara durante todo filme) com Kate Winslet (apesar de tudo, maravilhosa, de longe a melhor coisa do filme) acompanhando e os coitados dos coadjuvantes não tendo utilidade nenhuma (ou alguém se importa um mínimo com a trama dos outros 3, num triângulo amoroso feito às pressas?). É aquele caso do roteiro que aprisiona, o que deve ser muito difícil para um diretor sair dessa (Kaufman deveria dirigir os próprios roteiros para libertar da escravidão quem se sujeita a dirigir algo que ele escreveu). Gondry até tenta, mas não dá, vai ter que haver súbitas mudanças de cenário, contrastes de objetos, desmoronamento de locações, etcs e abaixo o núcleo emocional do filme... É, numa época onde não há um nome de destaque em roteiros (que não dirija os próprios) Kaufman surge como darling entre crítica e atores. Até quando a farsa agüenta só o tempo dirá.
Nota: eu tive que rir ao final do filme pois lembrei de uma brincadeira que fiz quando adolescente com uma câmera onde dois irmãos brigavam e um deles empurrava o outro do alto de um prédio, aí acompanhávamos o julgamento e condenação do outro irmão, até chegar na hora da cadeira elétrica para voltarmos ao alto do prédio, durante a briga. O irmão "assassino" vê que tudo foi uma fantasia ou premonição, mas mesmo assim empurra o irmão, só que desta vez rindo, mesmo sabendo o que o aguarda no futuro. Há uma semelhança no casal que no final vê um pouco do que pode ser o futuro, mas mesmo assim quer arriscar e ficar junto. Por isso o meu riso.
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44 Minutos (44 Minutes - The North Hollywood Shoot-Out)
Como o próprio cartaz diz é a história do mais intenso tiroteio da história da polícia de Los Angeles. Dois assaltantes de banco saem atirando pra todos os lados com armamento pesado (AK 47) e por 44 minutos ninguém consegue detê-los. As tvs cobriram o evento ao vivo. Lembra bastante o tiroteio de Fogo Contra Fogo que supostamente os assaltantes reais se inspiraram. Quem dirigiu foi Yves Simoneau e ele vai narrando os acontecimentos do dia com alguns personagens além de colocar, como num documentário, estes mesmos personagens dando depoimentos para a câmera após o fato. Grande parte do filme é o tiroteio mesmo. Michael Madsen, Ron Livingstone e Mario Van Peebles são os intérpretes principais. Não se explica muito a atitude quase suicida dos assaltantes; ficamos abismados com a polícia que não consegue pará-los. No final algumas cenas reais e procedimentos tomados devido a este fato. É um bom telefilme e quem gosta de tiroteios vai adorar. Agora fiquei com muita curiosidade de ver a cobertura jornalística do dia.
O Circo Dos Vampiros (Vampire Circus)
Filme da Hammer que já com alguma nudez e uma violência mais explícita, mesmo que pouca. A mistura de vampiros com circo dá um tom levemente surreal, ajudando no clima do filme. A comunidade amaldiçoada e isolada até faz lembrar do recente A Vila. Há um erotismo a mais no filme, tanto no começo com o vampiro, quanto entre os integrantes do circo, como o homem pantera. De resto é um competente filme.
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