quarta-feira, agosto 31, 2005
O Velho E O Mar (The Old Man And The Sea)
Ótimo filme de John Sturges baseado no famoso livro de Ernest Hemingway. O filme conta com grande performance de Spencer Tracy, mesmo que inadequado ao fazer um cubano. Quase toda a metragem se resume à Tracy no barco e nem por isso o filme perde o ritmo e o entusiasmo. A pesca é cativante, assim como era em A Ilha Do Adeus, com ambos os protagonistas lembrando o próprio Hemingway. Há até cenas reais de pesca, dando um maior realismo (contrastando com algumas cenas em back projection). Fotografia de James Wong Howe. Se o filme reduzisse ainda mais a narração seria melhor ainda, um filme feito de imagens, sons e silêncio, só não sei se uma produção assim bancaria tal ousadia. Não tinha idéia de como o filme iria acabar, por isso cada minuto era angustiante (ele chegaria a pescar o peixe? conseguiria voltar? viveria?). Acho que já está na hora d'eu começar a ler Hemingway, autor que sempre tive interesse mas nunca li; por isso minha edição de O Velho E O Mar está para chegar, quero iniciar por esse. Outra coisa, mais para o futuro, é querer ir numa pesca em alto mar (coisa que nunca imaginei desejando, mas depois destes dois filmes baseados em Hemingway fiquei com muita vontade - só que agora as varas são mais modernas, menos empolgantes). No dvd um pequeno extra sobre Hemingway... pescando. Henry King e Fred Zinnermann não são creditados na direção, mas supostamente dirigiram, não consegui saber exatamente o por que desse trio na direção.
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Domino
Outros posters
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domingo, agosto 28, 2005
Clube Dos Pervertidos (A Dirty Shame)
Divertido esse novo filme do John Waters. A assexuada Tracey Ullman deixa na mão o maridão Chris Isaak (muito bom) e apesar dessa inusitada união não fica nisso, a filha deles é a Selma Blair que tem seios gigantes e está presa num quartinho por ter cometido seu terceiro atentado ao pudor. Num belo dia Tracey leva uma pancada na cabeça e é socorrida pelo tarado-mor Johnny Knoxville que tem a visão que ela é aquela que irá guiar os fanáticos por sexo rumo à um novo tipo de gozo, a décima segunda apóstola... bom, deu pra ver a loucura da estória. É bem interessante os paralelos e contrastes entre o grupo de tarados e os conservadores assexuados liderados pela mãe da protagonista que acha que estamos numa Sodoma E Gomorra. Os grupos são mais parecidos do que gostariam, são ambos fanáticos. Chega uma hora que achei que Waters estava fazendo o seu "A Noite Dos Tarados Vivos", não vai por aí, mas seria um caminho muito legal se seguido. Gostaria que tivesse mais sacanagem, há, mas muito é falado (um desfile das mais variadas perversões sexuais) e o que é mostrado aparece de forma não explícita, mas mesmo sem ser explícito eu já imaginava muitas outras sacanagens possíveis e excitantes que Waters não explora. Alguns regulares de Waters aparecem no elenco (como Patricia Hearst ou Ricki Lake). Acho que todo mundo adivinhará qual é a cena final. Let's go sexy!
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sábado, agosto 27, 2005
Anne
by Allan Tannenbaum
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A Voz Do Coração (Les Choristes)
Um simples e bem realizado filme francês, refilmagem de outro da década de 40. A estrutura e várias cenas do filme são recorrentes, a estória em flashback do professor que vai lidar com uma turma problemática e através da música (um coral) conquista a garotada. Antes de saber do filme tinha gostado de algumas faixas da trilha sonora e achava que haveria outra trajetória para o coral, algo mais público e consagrado, mas a escolha do filme em não ter isso e acabar em tom menor é até algo elogiável. Tanto os garotos quanto os adultos estão bem em seus papéis e é curioso como o diretor lembra um ator brasileiro (não lembro o nome) e a Violette (Marie Bunel) poderia ter sido feita pela Mary Steenburgen. Seria o típico filme que poderia ser baseado em fatos reais e o coral real saísse em excursão de sucesso após o filme, não é o caso. Fez sucesso na França, mas foi criticado tanto lá quanto nos EUA. Da trilha destaco as faixas Compcre Guilleri e Vois Sur Ton Chemin. Uma boa sessão família.
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sexta-feira, agosto 26, 2005
A Fantática Fábrica De Chocolate (Charlie And The Chocolate Factory)
No começo tava gostando (tá, os créditos eu achei ruins, tudo em computação gráfica...) na mistura de Burton com Dickens (achei que estava vendo o novo do Polanski, Oliver Twist), a família do garoto, os pais, os avós, tudo bem legal. Aí entram os outros garotos e Willy Wonka com seus flashbacks explicativos e na entrada da fábrica parei de gostar. A partir daí... ô filme chato! E olha que não sou de achar algo chato assim de cara, mas ir de fantasia (algo que não curto, por isso nunca vi Harry Potter, e nem os 2 posteriores de Senhor Dos Anéis) com musicais sem graça com anões é querer que eu não goste mesmo da mistura. Queria até que as crianças não se f... para não entrar o maldito número musical. O filme volta a ter meu interesse no finalzinho quando a família volta, mas já é tarde demais.
Brincando achei que a culpada é a Helena Bonham Carter, desde que a conheceu Burton só fez filmes que me desagradam (Planeta, Peixe e esse) lembrando que ela que estragou o Kenneth Branagh também (com a Emma Thompson ele era bem melhor). Antes com a bela Lisa Marie Burton fazia filmes excelentes (Ed Wood) e ótimos (Marte Ataca, Edward Mãos De Tesoura e A Lenda Do Cavaleiro...). Fora Helena hehehe
Até que gosto da versão original, queria até rever pois lembrei que gostei de várias coisas que essa refilmagem modificou. Uma das primeiras coisas que notei foi que antes os doces eram chamativos, gostosos, nunca esqueço da barra com o cupom dourado, a barra parecia deliciosa. Na refilmagem parecia algo duro e sem graça, como também todos os outros doces, nenhum deles dava vontade de provar ao contrário dos antigos (a bala que durava muito, o rio de chocolate). A fábrica antes era enigmática, surreal, essa parecia em estúdio mesmo, pouco imaginativa. Ficou tudo asséptico demais. Até os oompa loompas eram mais interessantes.
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quinta-feira, agosto 25, 2005
Vida E Morte De Peter Sellers (The Life And Death Of Peter Sellers)
Ótimo filme de Stephen Hopkins que estava desde 2000 longe dos filmes (dirigiu e produziu a primeira temporada de 24 Horas e fez uma minissérie neste intervalo). Mesmo sendo uma produção para a HBo o filme concorreu em Cannes. A abordagem sobre a vida de Peter Sellers é boa e conta com uma interpretação extraordinária de Geoffrey Rush, um ator que nem sempre me agrada. Por vezes parece que estamos vendo o próprio Sellers em cena. O resto do elenco também é muito bom. Sellers era um personagem fascinante: inseguro, infantil, ególatra, vazio, e de enorme talento (muito por ter esse tipo de personalidade). A coisa com o consultor místico me fez lembrar de Hitler que tinha algumas dessas características e também vivia decidindo em cima de aspectos "místicos", coisa que obviamente deve ter um estudo deste tipo de caso (que remete à criação, educação e tal). A bela Charlize Theron enfeita o filme, não há chances dela realmente interpretar, já Emily Watson desenvolve quase que uma segunda mãe de Sellers. O recurso de Rush interpretar outros personagens da história em determinados momentos é boa, mas quase chega à saturação pois na última vez que isso ocorre já mostrava que era algo previsível (e vendo pelas cenas cortadas haveria mais vezes este uso, o que iria irritar o espectador e foram sabiamente cortadas). Pena que passaram por Um Convidado Bem Trapalhão e Lolita, mas mostraram como Muito Além Do Jardim foi importante para o ator. Aliás, o que a maioria fala no making of procede: a filmografia dele é um reflexo inconsciente e surpreendente da vida pessoal e da identidade que inexistia nele o que o levava à uma eterna busca através do ato de representar. No final o filme é um ótimo retrato (cruel, revelador e fascinate) do que é atuar ou ser ator.
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Objeto de desejo
Fico pensando em quem pode comprar algo assim... será que mesmo com grana eu compraria? Não sei.
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terça-feira, agosto 23, 2005
Era Tudo O Que Eu Queria (Try Seventeen)
Duas abordagens que entram em conflito. A abordagem séria de um garoto saindo de casa pra estudar e querendo ser escritor é boa. A mais fantasiosa onde temos um vizinho de pensão gay e que se veste de caubói ou certos delírios de pensamento é ruim, estraga a boa. No meio disso um Elijah Wood adequado, uma Mandy Moore deliciosa e uma Franka Potente regular.
Em Carne Viva (In The Cut)
Apesar de qualidades das falas, das interpretações e da direção eis um filme que não conseguia ver mais que 30 minutos direto, então vi em alguns dias, aos poucos. A trama meio chata, o clima meio nada a ver, os clichês em abudância (e no final extrapolam), tudo ajudou a eu não gostar nada do filme.
Muito Bem Acompanhada (The Wedding Date)
Falta uma definição maior (comédia romântica ou drama) para reforçar um ou outro lado ficando tudo quase bom de ambos os lados. Debra Messing poderia ser mais explorada fisicamente, uma de suas grandes qualidades cômicas. Mas é um filme bem simpático. O começo é muito interessante pois em questão de minutos (ainda nos créditos) todo o mote do filme é posto, sem grandes explicações ou cenas pra preencher tempo, até parece rápido demais.
Anos De Rebeldia (Out Of The Blue)
Não me cativou muito apesar da interpretação elogiosa da atriz mirim. Senti falta de algo mais forte acontecendo com ela ou que ela provoque. Mas o final é foda (e a canção de Neil Young também).
Kinsey – Vamos Falar De Sexo (Kinsey)
Convencional, sem trazer nada de novo em nenhum assunto abordado. Fica uma cinebio que vejo no futuro numa sessão da tarde (quem sabe até lá a cena de beijo homossexual seja liberada para a tv aberta para passar à tarde?) para que se saiba bem por cima quem foi Kinsey. Quase todos os tópicos do filme são constantemente debatidos na tv, nos jornais, nas revistas, no dia a dia que a única curiosidade é achar graça dos conceitos errados que certas pessoas do filme tinham (ex: sexo oral prejudica gravidez). Quando tenta se tocar em algo mais forte e tabu (pedofilia) o filme recua (nas cenas cortadas há até uma indignação de Kinsey com relação ao assunto, com ele querendo denunciar o pedófilo) quando o Kinsey real tinha interesse nesse assunto (e não acho que ele repreendia), assim como em vida sexual de presidiárias, estupradores e prostitutas (por isso foi muito criticado por tirar conclusões a partir dessa amostragem como se fosse hábitos sexuais de toda população). Kinsey parece até clichê de homossexual: pai castrador ou ausente, fez parte de grupo predominantemente masculino (escoteiro, podia ser exército ou colégio interno), sexualmente reprimido, casamento com mulher forte, professor com ajudante boa pinta, procura de afirmação de condição através do intelecto, bem dotado, etcs. É curioso que o filme até siga em linhas gerais A Lista De Schindler com o mesmo ator - a listagem, o fiel escudeiro, o encontro de sentido no final com o depoimento de uma "salva" por ele, etcs.
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domingo, agosto 21, 2005
2 Filhos De Francisco
Que belo filme, um dos melhores do ano! É tão difícil diante de tanta exposição falar algo que a maioria já não saiba. Até eu, bem longe de ser fã musical da dupla, conhecia a história da família e via o potencial. O trailer (um dos mais bem feitos do cinema nacional dos últimos tempos) se revisto após o filme confirma o fato de que todos já vão para a sala sabendo a trajetória do filme (o trailer é quase um resumão) e mesmo assim não estraga nada a apreciação do filme (revertendo a idéia de que trailer que conta tudo é algo negativo) pois há muito mais. A coisa mais perceptível é uma sinceridade (ou entrega) da direção e do roteiro (fora todo o elenco e equipe técnica) para com o projeto. Não se percebe um artificialismo ou uma inadequação (e vendo entrevistas parece que o jeito de ser do Breno, o diretor, ajudou muito nisso) perceptíveis em outros filmes nacionais que abordaram temáticas parecidas. Uma coisa bem curiosa que notei depois foi lembrar que o filme retira toda parte de religião ou fé do filme, nunca vemos uma presença forte através de ações ou falas do nome de Deus; em muitos momentos isso é evitado (na morte do filho a mãe grita por ajuda do marido e não de Deus, quando da notícia da paralisia de outro também não há um enfoque de religião - mesmo que fosse de indignação, nos momentos apertados na grande cidade Zezé também prefere a reflexão do que a reza). Morte, casamento, hospital, quantas situações propícias para aparecer uma igreja, uma cruz, um padre. Parece ter sido proposital essa recusa, pois os personagens reais constantemente citam Deus, fé e religião. É como se o filme quisesse ser pragmático, onde somente o ser humano ajuda o outro ser humano sem interferências externas (no caso, divinas). É o pai comprar fichas e distribuir, é o Zezé ficar compondo, é a mãe trabalhando... ações sem alguma espécie de diálogo com algo superior. Ângelo Antônio é o maior destaque com uma interpretação explêndida, mas aí teremos que falar da maravilhosa Dira Paes, dos garotos, da Paloma Duarte... O roteiro é muito bem estruturado, seguimos uma história e não fatos (ou episódios). Escapa de várias armadilhas "de destino" para marcar uma passagem (um mau caráter no caminho dos meninos, um roubo na cidade grande, um aproveitador financeiro, um galanteador) que seriam típicas em outros filmes. E consegue colocar pequenos trechos do momento do país no tempo de forma inteligente (o exército, a letra da canção, a situação política). Várias coisas simples enriquecem o filme, fazendo uma construção de caráter por pequenas coisas. Chorei em alguns momentos e tive que me segurar no final. Eis um grande exemplar de cinema popular de qualidade, equilíbrio tão difícil tanto aqui como lá fora.
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sábado, agosto 20, 2005
O Vôo Da Fênix (Flight Of The Phoenix)
Não esperava muito desse filme e nem vi o original de Robert Aldrich por isso acabei achando um filme acima da média. O começo me pegou de jeito com Johnny Cash cantando I've Been Everywhere sob imagens do deserto e do avião. Depois gostei bastante da introdução dos personagens através da movimentação da câmera, uma coisa levando à outra, economizando takes e dando um senso de movimentação fluído. E o roteiro não perde tempo colocando em poucos minutos tudo o que precisamos saber (geralmente esses momentos já são conhecidos do espectador através dos trailers e ver o processo completo no filme desanima). O roteiro é do Scott Frank (Minority Report) e do Ed Burns (é, o ator/diretor). John Moore tinha feito o nulo Atrás Das Linhas Inimigas. Fãs do seriado Lost vão achar semelhanças curiosas entre esse filme e a série. Temos um grande desastre no início, um grupo perdido no meio do nada tentando sobreviver com todos os conflitos gerados, mistura de raças (negro, latino, árabe, irlandês) e a construção de algo para fugirem de lá. Com esse filme que fui perceber mais claramente como Dennis Quaid ressurgiu em papéis bem legais ultimamente, durante alguns anos (1995 até 2000 mais ou menos) ele meio que se escondia em papéis de menos destaque ou produções idem e acho que foi na época de sua separação com Meg Ryan (que foi pior para ele, foi foi o traído). Lembro que quando apareceu em Um Domingo Qualquer o achei acabado e inchado. Gradativamente nos anos 00 foi pegando bons papéis em bons filmes. Neste filme além de ser o protagonista está em grande forma física. No dvd há um extra interessante que é o making of (de uns quase 50 minutos) meio descontraidamente produzido que mostra algumas coisas bem legais quenão se mostram geralmente nestes documentários: os atores tendo que dar entrevistas no meio das filmagens (o processo é ridículo, "hi E! Entertainment"), o diretor dando esporros na equipe técnica (ótimo ver isso, pois nunca aparecem nos outros making ofs como se isso não ocorresse) e uma interferência do estúdio no meio da filmagem (um dos personagens que morreria foi poupado) que até se mostrou acertada.
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quarta-feira, agosto 17, 2005
Sin City - A Cidade Do Pecado (Sin City)
Um bom filme de Robert Rodriguez baseado nas hqs do Frank Miller. Vendo o filme dá pra perceber que o projeto teve o erro de ser pra cinema, não há estofo narrativo nas hqs de Miller para um longa, o ideal seria que Sin City fosse uma série televisiva para a HBO pois o nível de violência não é alto para o canal. Os "episódios" do filme me fizeram lembrar muito de Fallen Angels que eram adaptações de contos noirs de autores famosos para o canal Showtime. A narração em off, os finais "espertos", os personagens intercambiáveis... E assim poderíamos ter três boas histórias de uma hora ao invés da metragem do cinema e a possibilidade de mais adaptações dos quadrinhos. Toda a produção se adequa ao formato televisivo já que no cinema várias partes ficaram falsas demais (cenas nos carros, atropelamentos, planos gerais) lembrando a contenção de gastos que produções televisivas têm. De resto o elenco é bem montado e a divisão de Assassino Amarelo para iniciar e concluir o filme foi uma boa decisão. É certeiro em Rodriguez a escolha de atrizes bonitas (mesmo em Spy Kids percebesse seu bom olhar para mulheres como a garota do 3 que tem tudo pra ser uma graça quando crescer e a Alexa Vega) e aqui ele teve a chance de variar bastante. Pra mim o grande destaque é a Alexis Bledel fazendo quase que o anjo do mal; Jessica Alba ainda não sabe atuar e não passa toda a perversa sensualidade que a personagem tem nos quadrinhos ou sequer que esteja apaixonada pelo velho tira; Carla Gugino é a melhor aparição; até a esquisita Devon Aoki (só eu acho a atriz esquisita?) está bem como a muda e expert Miho; Clive Owen parece que já estava em Sin City bem antes, nos curtas da BMW, sua voz é ideal para narração e o seu jeito cool combina muito bem com o filme, acrescentando um humor saudável e uma irônia crítica na coisa; Mickey Rourke também está bem, mesmo que pareça que esteja fazendo Hellboy; Benicio Del Toro é o mais engraçado por ter o personagem mais escrachado; Elijah Wood consegue ser até mais creepy que o personagem original pelo olhar; os que deixaram a desejar foram Michael Madsen, Michael Clarke Duncan, Powers Boothe e Rutger Hauer. A música passou desapercebida e a câmera por horas parecia travada demais na fidelidade aos quadrinhos (a cidade poderia ter sido mais explorada, mas o tipo de filmagem impossibilita isso). Se o filme virar série vai ser bem mais interessante.
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terça-feira, agosto 16, 2005
The Human Condition
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sexta-feira, agosto 12, 2005
Breves
Um Barco E Nove Destinos (Lifeboat)
Hitchcock passado inteiramente dentro de um bote com náugrafos de um navio afundado durante a segunda guerra mundial. A condução de tudo é excelente como sempre, cada personagem tem algo a esconder e o que passarão modificará todos eles (o filme parece avô de Lost). O personagem do alemão é visto meio preconceituosamente diante de americanos democráticos, mesmo que haja ironia e contrapeso (um outro alemão no final também não é bem visto). A protagonista, desconhecida pra mim, foi o maior destaque, numa grande performance. Aparição de Hitchcock no filme é criativa e hilária.
Homens Em Fúria (Odds Against Tomorrow)
Ótimo filme de Robert Wise de assalto à banco onde se discute a vida particular dos integrantes do roubo para culminar num embate racial e social. Robert Ryan e Harry Belafonte estão excelentes.
Tudo Pela Vitória (Friday Night Lights)
Filme de futebol americano baseado em fatos reais. Câmera trêmula ("documentary style" é a desculpa) irrita um pouco. Bom filme que ao menos preserva um bom final, se diferenciando.
Elas Me Odeiam, Mas Me Querem (She Hate Me)
Mais um filme polêmico de Spike Lee onde um engravidador de lésbicas se mete também numa crítica ao mundo corporativo. O final soa liberal, mas é um pouco fantasiosamente machista, ambíguo como sempre no cinema de Lee.
Em Boa Companhia (In Good Company)
Eis aqui uma crítica mais soft ao mundo corporativo. A relação paternal que é forte do diretor (Um Grande Garoto, American Pie) marca presença em boas interpretaçõoes de Dennis Quaid e Topher Grace. Scarlett Johansson nunca é demais. E Marg Helgenberger tem uma pequena participação fazendo a esposa de Quaid.
Ju On – O Grito (Ju On)
O original japonês não é muito diferente da refilmagem americana, só não tem os efeitos. A divisão narrativa parece ser mais evidente aqui. Acho melhor que a refilmagem, mas nada de ótimo, apenas bom.
Vozes Do Além (White Noise)
Meio que desperdício de um tema curioso, as gravações em aúdio ou vídeo dos mortos. Começa tentando soar realista mas depois vira fantasioso demais. E confuso, no final não dá pra saber exatamente o que realmente aconteceu ou como as coisas se ligavam. Nos extras o destaque é o lado documental dessas gravações.
A Casa Dos Bebês (Casa De Los Babys)
Outro bom filme de John Sayles que passa um ou dois filmes e sempre volta ao temas latinos (que estão presentes em seus filmes com mais ou menos intensidade). Acompanhamos mulheres brancas americanas no México para adotar bebês de um orfanato. Não ficamos só com elas, mas com os empregados do hotel, a dona deste e outros em volta, fazendo um moisaco de vários assuntos sociais, pessoais e políticos. Todas as atrizes estão muito bem. Infelizmente a legendagem do dvd é péssima, várias falas ficam sem tradução e quem não entende inglês vai se perder. Uma falha imperdoável (a solução é ver dublado pros que se perderem).
Meu Tio Matou Um Cara
Aquele tanto faz tanto fez de sempre do Jorge Furtado. A trama de relacionamento juvenil é bem pueril, mas é bem melhor que a trama policial. Os atores estão até que bem, mesmo com diálogos travados. Destaque negativo é o péssimo comentário em aúdio do Furtado. Um dos piores ou o pior que já ouvi até hoje. Tem que se conferir pra perceber o tamanho da ruindade da coisa.
Uma Canção De Amor Para Bobby Long (A Love Song For Bobby Long)
Podia ser bem mais interessante do que é. Como ficou é apenas bom. New Orleans é mais do que cenário dessa trama onde uma filha volta pra casa da mãe ausente após a morte dela e encontra dos amigos da mãe, bêbados e desocupados, residindo na casa. Muitas citações literárias. As soluções são bem previsíveis. Temos John Travolta envelhecido e Scarlett Johnasson graciosa. Boa trilha.
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quinta-feira, agosto 11, 2005
Huckabees - A Vida É Uma Comédia (I Heart Huckabees)
Não acho que seja genial, mas é a vontade de soltar após ver o filme. Uma das mais divertidas comédias que vi este ano e mais um delicioso filme de David O. Russell. A idéia original já é muito boa, um cara procurar detetives existenciais! E o melhor é que o filme parece quase livre e não preso por um roteiro que vai colocar aqui e ali coisinhas "brilhantes" ou fazer com que os personagens sejam marionetes do roteirista (sim, eu penso em Charlie Kaufman quando digo isso). E olha que é até possível que Russell e ele sejam amigos... Não sei o que dizer sem soar redundante... elenco fantástico, seqüências maravilhosas, etcs, etcs. Russell se aproxima bem mais de Linklater do que uma outra linhagem mais hype. Cria-se pessoas e não personagens (e temos duas caricaturas que poderiam ser over the top mas Jude Law e Naomi Watts e Russell não deixam ficar). É mais filosófico do que metalinguistico (que fica centrado em contorcionismos da trama / narrativa para se diferenciar). O embate de filosofias e meios de encarar a existência fica incrível quando colocamos Dustin Hoffman (que parece saído de A Primeira Noite De Um Homem) versus Isabelle Huppert (genial escolha). Até Mark Wahlberg que não acho grande coisa está muito bem no filme. A cena de sexo entre Jason e Isabelle na lama é brilhante. Algo de sexualmente latente entre Jason e Jude também é ótimo. Uma participação especial de surpresa é muito boa. Enfim, tem muita coisa boa no filme.
Infelizmente não temos todos os extras no dvd daqui do que o que saiu lá fora (em edição dupla). Alguns extras do dvd duplo acabaram no dvd simples daqui e outras coisas foram deixadas de fora (os comentários em aúdio por exemplo). Mesmo assim os extras daqui são ótimos, as filmagens são divertidíssimas (como o filme) de se ver (os seios artificiais fizeram a festa da equipe) com insights legais do Dustin e do elenco, além das maluquices do Russell (que nem são tantas assim). Há um extra valioso onde Dustin e Lily entrevistam dois experts sobre os assuntos tratados no filme (a existência, mecânica quântica, ciência e religião, etcs) sendo um deles o famoso pai da Uma Thurman (eis um grande sogro, até o Ethan Hawke falava isso).
Uma pena ver que um filme assim ficou inédito em nossos cinemas...
Melinda E Melinda (Melinda And Melinda)
Não deixa de ser uma decepção esse novo Woody Allen. Não que não seja um filme legal pra se ver e se divertir (há bons momentos durante o filme), mas duas coisas principais me irritaram: a primeira é o diálogo expositivo demais que parecia de novela, onde se explica tudo para o espectador (fora que ninguém fala assim a não ser nas novelas ou no teatro), será que os diálogos de Allen eram assim e eu não percebia ou desta vez ele piorou mesmo? a segunda coisa é que é meio triste um cineasta (pessoa, artista, homem) de 70 anos falar as mesmas coisas sobre relacionamentos de novo e de novo sem nenhum tipo de evidente evolução ou amadurecimento. Sim, todos traem, é inevitável (ele vem falando isso desde os anos 70), mas fica só nisso até hoje?! Era tão previsível o que cada personagem iria fazer ou sofrer pois estão no universo de Woody Allen que me deixou meio down. Enfim, é isso Woody? Quando você vê outros cineastas indo para a velhice e se tornando mais sábios (Eastwood por exemplo) dá pra se começar a pensar o que Allen anda construindo nestes últimos anos. Bom, dizem que Match Point teve uma melhora e um diferencial grande, tomara. Ah, uma coisinha irritante foi Will Ferrel imitando Woody Allen ao ponto da paródia ou pior, que Ferrel era só um objeto de cena decorado pelo diretor e não um ator que poderia acrescentar algo. E acho que no filme em alguma cena ou mais quase todos os atores se passam por Woody Allen (não sei se de propósito). Mas fora isso não dá pra não elogiar a ótima Radha Mitchell em ambos os papéis (e perfeitamente distintos graças ao seu talento).
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quarta-feira, agosto 10, 2005
A Irmandade Da Guerra (Tae Guk Gi)
Épico de guerra sul coreano dirigido pelo mesmo diretor de Shiri. Tem o estilo parecido com O Resgate Do Soldado Ryan (a estrutura da história) e Band Of Brothers (o visual) só que muito mais violento. Outro filme que lembra é Bala Na Cabeça do John Woo. Consegue ser um bom painel da guerra da Coréia tanto para os soldados quanto para a população, uma boa história de irmãos jogados ao combate e um ótimo filme de guerra. A produção é impressionante na reconstituição da época e das batalhas. O trabalho de câmera também é notável. Poucos efeitos e muitas explosões reais criam um clima bem mais realístico e dramático ao invés de artificialidades que tirariam o foco da coisa (tornando a coisa mais num filme de ação). O protagonista parece ser um Chow Yun Fat coreano. A dupla que faz os irmãos é boa. A trajetória do irmão mais velho é interessante e nem sei se chega perto de uma realidade, mas é forte pois é cheio de contradições; assume missões suicidas, tenta salvar o irmão, se encanta pela fama, se torna um fanático ideológico, se fecha emocionalmente... A narrativa consegue colocar várias situações em cadeia fazendo com que a duração nem seja sentida e ao mesmo tempo tenhamos várias seqüências marcantes. Uma delas bem caótica é quando o irmão mais jovem se entrega aos inimigos para procurar o irmão e no meio disso eclode outro confronto - o absurdo da situação reflete todo o absurdo da guerra. Alguns extras no dvd esclarecedores, mesmo que grande parte seja só de entrevistas. Grande sucesso na Coréia Do Sul quando de seu lançamento.
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domingo, agosto 07, 2005
1990
Primeiro cd comprado. Para ser testado no player Gradiente (funciona até hoje). Como ouvi esse cd (também, só tinha ele hehehe). Eis duas para relembrar, uma agitada e outra romântica: That's What I Like e Lover's Mix.
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sábado, agosto 06, 2005
60 Anos
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quarta-feira, agosto 03, 2005
A Ilha Do Adeus (Islands In The Stream)
Ótimo filme de Franklin J. Schaffner baseado em Ernest Hemingway. George C. Scott em elogiosa interpretação. Mesmo nunca tendo lido Hemingway dá pra perceber suas marcas e seus temas na história do artista isolado em Bahamas e a visita de seus filhos. Tanto a relação com os filhos quanto com as pessoas que ele foi se afeiçoando na ilha (um ótimo David Hemmings, por exemplo) são bem trabalhadas e rende momentos bem emocionais como a pescaria em alto mar. A masculinidade talvez seja o traço mais marcante no desenvolvimento dos personagens. Lembro que há tempos tinha lido Carlos Reichenbach elogiando o filme e Scott, ressaltando que ele conseguia interpretar até com a nuca, nunca entendi bem essa referência até ver o filme e realmente, ele interpreta com a nuca numa cena maravilhosa. Na parte final a realidade interfere de forma contundente.
Um Filme Falado
Manoel De Oliveira, do alto de seus quase 100 anos, consegue nos apresentar uma bela obra sobre a história e a civilização (nós). A viagem da mãe e filha parece no começo um telecurso segundo grau sobre a história dos locais por onde passam, a filha serve apenas para que as explicações não fiquem demasiadamente falsas, mas mesmo assim algumas falas (mesmo que didáticas) têm palavras difíceis que uma criança não compreenderia, poderiam ter sido simplificadas para soarem mais convincentes (afinal a filha não poderia ser utilizada apenas como objeto ou desculpa). A viagem segue um padrão (o plano do casco do navio no mar já soava engraçado na terceira vez que aparecia) de visitas e explicações (algumas muito interessantes) e só é quebrado na cena do jantar com as três mulheres e o comandante. Aí que o filme se define e se fortalece. As falas em diferentes línguas sendo naturalmente faladas e entendidas é uma bela idéia. Depois quando mãe e filha se juntam à mesa tudo se fecha e compreendemos toda a jornada até o momento e o que realmente o diretor discute. Similar ao A Ilha Do Adeus no final também temos a realidade invadindo (coisa que eu torcia para que acontecesse durante todo o filme) dando num final espetacular.
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segunda-feira, agosto 01, 2005
Profit
Finalmente saindo em dvd esta série que durou apenas uma temporada. Era muito boa, cruel e ácida com um protagonista excelente, tremendo fdp, que fazia com que a gente gostasse de vê-lo arrasar com a vida e carreira de pessoas corretas e ingênuas. A interpretação (e narração) de Adrian Pasdar foi antológica.
No dvd triplo:
- 7 Hour Long Episodes, plus 2 Hour pilot that shocked the viewers - 4 Never Aired Episodes - Featurette: Greed Kills including interviews with the entire cast - Interviews with stars Lisa Zane and Lisa Blount - Behind-the-Scenes Booklet that documents the controversial details of the series cancellation - Audio Commentary with creators David Greenwalt, John McNamara and star Adrian Pasdar
Espero que saía por aqui pois vale a pena ter essa edição especial.
Outros lançamentos em dvd no outro blog.
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Martha Wainwright
Excelente cantora, irmã do Rufus (outro grande talento), que lançou este ano um ótimo álbum de estréia. Para quem não a conhece vale ouvir uma das canções, Bloody Mother Fucking Asshole, aqui. E tem também o clipe da canção When The Day Is Short.
01. Far Away 02. G.P.T 03. Factory 04. These Flowers 05. Ball And Chain 06. Don't Forget 07. This Life 08. When The Day Is Short 09. Bloody Mother Fucking Asshole 10. TV Show 11. The Maker 12. Who Was I Kidding 13. Wither Must I Wander
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