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"Sometimes meaningless gestures are all we have"

terça-feira, abril 29, 2008
40 Anos









Estréia no Brasil: 29 de Abril de 1968.


posted by RENATO DOHO 12:12 PM
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Combate No Vietnã



Acho que conheço essa dos Rolling Stones através desse seriado que adorava nos anos 80. Tanto que quando a ouço só penso em guerra/Vietnã. Passava no SBT. Terence Knox pra mim era um Tom Berenger televisivo hehe Foi devido ao sucesso de Platoon que surgiu a série. Pena que devido aos direitos autorais a maioria das canções de época que tocavam nos episódios foi substituída por genéricas quando saiu em dvd lá fora, inclusive a da abertura. Problema semelhante que faz com que The Wonder Years e Cold Case continuem inéditos em dvd (ruim que nas reprises de Wonder algumas canções já foram substituídas). Ao menos Cold pode ser baixado e ficar guardado com a trilha original, principalmente quando passam os episódios especiais onde toda trilha é de um artista e, às vezes, até a história se inspira no artista (como Bruce Springsteen, Johnny Cash, Nirvana, U2 e Bob Dylan).


posted by RENATO DOHO 12:20 AM
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segunda-feira, abril 28, 2008
Novo da Martha Wainwright



Lançamento: 10 de Junho de 2008.

"Entitled I Know You're Married But I've Got Feelings Too, it is a musically and lyrically ambitious effort, from understated ballads to intense rock numbers. Wainwright offers new takes on a couple old classics as well: Pink Floyd's "See Emily Play" and the Eurythmics' "Love Is A Stranger." With I Know You're Married But I've Got Feelings Too Wainwright has created a masterpiece that will further establish her as one of the most exciting and brilliantly creative songwriters of her generation."

I Know You're Married But I've Got Feelings Too is packed with contributors including Pete Townshend ("You Cheated Me"), The Band's Garth Hudson ("I Wish I Were"), and Steely Dan's Donald Fagen ("So Many Friends"). It also features members of Martha's extraordinarily talented family including brother Rufus ("In The Middle Of The Night"), mother Kate McGarrigle, aunt Anna McGarrigle, and first cousin Lily Lanken ("See Emily Play").

LINK

posted by RENATO DOHO 12:27 AM
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sábado, abril 26, 2008
No Vale Das Sombras (In The Valley Of Elah)

Poderia falar que foi uma bela surpresa, mas isso seria mais de acordo vindo de alguém que tivesse feito parte da tropa que arrasou Crash, o que não é meu caso, então não chega a ser uma real surpresa ver o trabalho que Paul Haggis conseguiu aqui. Se o anterior, não tendo achado ótimo, acho simplesmente um bom filme com algumas falhas, esse é conduzido de uma forma que vai conquistando de pouco em pouco e o que vai sendo acrescentado só melhora, chegando num final que por um momento achei que iria estragar tudo, mas não, aquele plano final faz parte do que eu vinha construindo junto com o filme. E é muito bom. Uma de suas qualidades é que pode ser visto como um puro filme de investigação, um pai com passado militar querendo saber o que ocorreu com seu filho, assassinado após voltar do Iraque, perto da base onde estava. Mas há algo a mais no meio disso e achei muita acurada a forma com que Haggis vai falando da guerra e do exército e, principalmente, de como a violência vai se infiltrando numa vida comum através da experiência militar. E isso sem recorrer à imagens excessivas, aliás quase nada (ao mesmo tempo isso se dá pela imagem, via vídeo ou foto). Como uma criação familiar, de certa forma, correta e amorosa, não dá conta de criar uma barreira contra a violência gratuita, uma violência que se instala aos poucos e se torna natural. Haggis associa isso diretamente à vida militar, com uma visão nada simpática tanto do exército quanto de suas atividades em tempos de guerra. Brigas entre soldados? Uma forma de extravaso. Drogas entre soldados? Extravaso. Reagir com excesso? Um comportamento adquirido. Um "famintos" jogado numa das falas é perfeito de tão real e sem sentido. Não só os soldados são exemplos disso, mas o pai também (como o jeito que lida com o mexicano ou com a policial). Creio que o protagonista se dá conta e sinaliza isso com sua atitude no final, pois dependia daquele gesto mostrar se ele tinha aprendido algo ou não com tudo aquilo, pois poderia ser que ele ainda mantivesse uma idéia romantizada de todo seu projeto de vida, que o que ocorreu foi uma exceção.

Nem mesmo a explicação para o título do filme, em forma de história contada ao pé da cama, escapa de ter tanto um aspecto positivo (na relação entre aquele senhor e aquela criança) quanto um negativo (o que aquele conto realmente quer dizer e o que ele motiva na criança).

Você vai refletindo essas coisas e pensamentos de "ah só em filme mesmo para tal coisa ocorrer, tão banal assim" surgem, quando lembramos que o filme é baseado em fatos reais; não que as coisas aconteceram daquela forma, mas o caso no todo e isso dá mais força para a história, não é um exemplo criado para dar conta de uma situação ou explicar uma posição, como um conto moral, mas sim fatos e o que podemos perceber através desses fatos. Talvez somente um caso real desse jeito para abrigar tamanha aparente falta de sentido.

Além de tudo isso temos Tommy Lee Jones em uma de suas melhores interpretações, auxiliado por um elenco que demonstra que Haggis ou atrai bons atores ou escolhe bem. Charlize Theron está ótima, sóbria, mostrando que realmente tem talento sem precisar se enfeiar ou então seduzir pela beleza, ela está comum e convence como policial, como mãe e como mulher. O lance do nariz é muito bom, como uma marca, uma sinalização do estado das coisas. Ainda temos Jason Patric, Susan Sarandon, Josh Brolin (numa sucessão impressionante de boas escolhas), Frances Fisher (inusitadamente fazendo topless naturalmente), James Franco e Jonathan Tucker (pequena mas boa participação, trabalhou bem com Haggis no seriado The Black Donnellys).

Enfim, um ótimo filme que merece revisão para os outros aspectos, como a forma em que o pai e o filho acabam, em última instância, se comunicando.


posted by RENATO DOHO 12:34 AM
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quarta-feira, abril 23, 2008
Cannes 2008



Photo by David Lynch.


posted by RENATO DOHO 12:12 AM
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domingo, abril 20, 2008
Querido Estranho



Segunda passada ou retrasada, sem querer, deixei gravando o programa do Jô mais do que o necessário e acabou gravando parte desse filme na sessão nacional. Vi o comecinho de curiosidade e acabei gostando, mas como a gravação não estava completa quis alugar o filme para terminar de ver. O que mais chamou minha atenção foi que a dramaturgia do filme era muito parecida com o estilo americano, mais do que o brasileiro, mesmo que o filme seja baseado numa peça da Maria Adelaide Amaral. Algo de Miller, O'Neill, Albee, Williams, claro que de forma simplificada, mas diferente de como geralmente se constrói a exposição de personagens e cenas na dramaturgia teatral brasileira. O projeto, modesto, sem querer ser mais do que é, sem grandes lances por parte da direção, me conquistou pelo elenco afiado, a redescoberta de Daniel Filho como ator (ótima interpretação, talvez uma de suas melhores performances) - que curiosamente acabei vendo partes de sua atuação em Romance Da Empregada que passou no Canal Brasil recentemente - com um personagem fascinante, cheio de humor e amargura, e a bela descoberta da atriz Cláudia Netto que faz a filha caçula. Além disso foi legal rever Ana Beatriz Nogueira, que sempre me deu a impressão que sumiu depois de Vera, ou melhor dizendo, nunca estourou como era de se esperar após toda atenção que recebeu devido à esse trabalho. Hoje em dia ela me lembra a cantora Ana Carolina. A situação, muito teatral, de fazer de uma festa de família uma razão para que verdades surjam e conflitos se estabeleçam não deixa que o filme fique realmente parecendo um teatro filmado, pois alguns bons momentos só são alcançados pela imagem e pela proximidade que é mais difícil ser alcançada em cima de um palco.

Outra coisa que gostei foi que o universo retratado, apesar de ser perfeitamente transposto para outra realidade (país), tem elementos bem familiares e, por que não dizer, nacionais. De todos os personagens podemos nos lembrar de alguém que conhecemos, histórias de vida parecidas, comportamentos idênticos e peculiariedades comuns (como acender vela para São Judas Tadeu ou ir comprar refrigerante em bar ou a filha solteirona que sustenta a casa). Eu mesmo achei que o personagem de Daniel lembrava muito duas pessoas que conheço, com a cultura, o humor peculiar, a língua afiada e o gosto pela bebida.

Invertendo a abordagem a história difere do imaginário americano que a dramaturgia faz lembrar ao fazer com que o protagonista se ligue mais em erudição, cultura, arte e despreze a ambição monetária enquanto que num texto americano o que é mais atacado é a obsessão pelo dinheiro que move personagens, geralmente frustrados diante dessas ambições (como em A Morte Do Caixeiro Viajante). Por exemplo, o filho é acusado de ter uma vida pequena por ter escolhido o caminho do dinheiro, enquanto que isso seria mostrado como algo vitorioso para americanos e lá sim, quem ambiciona por algo artístico é mostrado como fracassado (os poetas desconhecidos, os escritores sem livros publicados...). Mas ambos os tratamentos trabalham com o mesmo tema das vidas que nunca realmente se realizam.

Vendo as entrevistas do dvd a maior surpresa foi ver que a única que difere do que se mostra na tela é a Cláudia Netto, que parece ter um passado cômico e de musicais.

O filme é uma bela surpresa e para quem curte esse tipo de dramaturgia apreciará bastante.


posted by RENATO DOHO 8:18 PM
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quinta-feira, abril 17, 2008
Sangue Negro (There Will Be Blood)



Boa história, ótima condução, boas atuações, referências à Kubrick (Lolita, 2001) bem explícitas... só que PT Anderson nunca consegue dar o ar épico que ele tenta imprimir, muito por causa do roteiro na parte final e das situações criadas (e outras nem desenvolvidas). Para um protagonista que se diz misântropo ele se liga demais às outras pessoas, seja com a garotinha, o seu filho, o seu irmão e até o próprio pastor. Talvez venha dessa inerente contradição sua decadência existencial.

O Poder Da Esperança (Music Within)

Uma história real de um soldado que fica surdo devido à guerra e acaba sendo um exemplo na luta pelos direitos dos deficientes físicos. Destaque para a ótima interpretação de Michael Sheen que faz o melhor amigo do protagonista (Ron Livingston). Melissa George marca presença. Curiosa a participação de Hector Elizondo e Leslie Nielsen em papéis sérios. Há momentos de emoção, mas o final, por estranho que pareça, é simples e nada sentimental. Se houvesse uma escalada para um grande clímax, sem apelações, o filme ficaria ótimo.

Esboços De Frank Gehry (Sketches Of Frank Gehry)



Um curioso, divertido e informativo retrato da arte do arquiteto Frank Gehry feito pelo amigo de longa data Sydney Pollack. É um dos melhores trabalhos de Pollack nos últimos tempos, mais solto e tateando a forma documental. Se a amizade entre os dois fosse ainda mais explorada seria fascinante, mas Pollack talvez tenha sentido que precisasse ser mais imparcial, entrevistando outras pessoas, incluindo críticos da obra de Gehry. A participação mais curiosa é a do terapeuta de Gehry e sua importância na carreira dele. Aliás, a amizade de Gehry com Pollack, o terapeuta e um dos assistentes de Gehry mostram potencial não explorado, o que elevaria demais a duração do filme. Tenho sentimentos ambíguos diante de suas obras, umas brilhantes e outras duvidosas, lembrando Niemeyer. Mas, não só admiradores de arquitetura podem apreciar o documentário, mas também os que se interessam pela relação entre arte e o artista, a arquitetura e o cinema, a amizade entre artistas, etcs.
Algumas obras de Gehry.



Ponto De Vista (Vantage Point)

Cheio de absurdos, mas divertido, ligeiro e que prende atenção. A maneira em que a narrativa volta é a pior coisa do filme; da primeira vez, tudo bem, mas voltar sempre da mesma maneira é irritante e nada criativo. A lógica da trama é tão coerente como a da série 24 Horas e o legal é que o filme pouco se interessa em explicar bem o que ocorreu, principalmente se isso não traz tensão ou ganchos para que a narrativa continue. Um dos engôdos do filme é que na verdade aquilo que ocorre na ação principal da trama, a qual ela sempre volta, não tem segredos que possam ser desvendados pelas sucessivas revisões, como o filme tenta vender, tudo é possível a cada adição que os roteiristas criam - temos apenas que ter uma reação passiva diante da imagem ao contrário de raros outros filmes que nos dão toda a informação e cabe a nós montar o quebra cabeça.

Loucas Por Amor, Viciadas Em Dinheiro (Mad Money)

Com o tempo fui vendo que Diane Keaton tem a fama que tem devido a pouquissimos trabalhos importantes, o maior deles Annie Hall. A partir do meio da década de 80 que ela foi fazendo cada vez mais trabalhos comerciais rasos. Esse não foge à regra. Há a comediante (Queen Latifah), a bela jovem (Katie Holmes) e ator da mesma idade (Ted Danson). A trama envolve um esquema para roubar dinheiro do banco federal. Algumas notas e curiosidades: Katie Holmes, pós-Tom Cruise e Suri, até que não perdeu o seu lado inocente (o que parecia ter acontecido pelas fotos de família), ainda tem aquele lado Joey nela; Ted Danson faz um personagem semelhante (só que cômico) ao que fez na série Damages; a diretora Callie Khouri foi a roteirista de Thelma & Louise; o filme é uma adaptação do filme inglês Hot Money que é baseado num fato real. Ao menos o filme não termina condenando a ação realizada pelo trio, evitando a lição de moral.

posted by RENATO DOHO 12:45 AM
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quinta-feira, abril 10, 2008
In Treatment

In Treatment

O seriado se mostrou excelente mesmo com seu esquema diferente de ter episódios diários e uma temporada de 43 episódios. É quase uma terapia intensiva via tv. E nisso contém suas melhores qualidades e seus pequenos defeitos. Sim, afinal nada é perfeito e no processo temos que relevar certas coisas, como, por exemplo, a rapidez com que certos casos tiveram que ser concluídos, afinal uma boa terapia leva anos. Também há a necessidade de uma conclusão, mesmo que não definitiva e isso teria que levar bem mais que 9 semanas (lembrando que dos 4 casos apenas 2 têm um início anterior ao que o seriado focaliza, sem contar que o próprio terapeuta entrando em análise seria um novo caso). Daí que seria muito bom que a série continuasse, mas ainda não há uma posição sobre isso (a série original teve segunda temporada). O tempo reduzido também prejudicou algumas situações, principalmente em episódios onde uma nova pessoa é introduzida. É muito pouco tempo para que ela possa chegar ao estágio de abertura emocional que a série necessita e com isso alguns momentos soaram forçados (mas mais bem realizados em um caso e menos em outro). Apenas um episódio não foi baseado na série israelense e é o mais polêmico pois quebra vários padrões do que vinha sendo desenvolvido. Ainda não sei se foi algo realmente necessário. E há mais para o final alguns cortes que a série americana não quis abordar ou resolveu organizar de outra maneira.



Das semanas que tinha visto até o final algumas coisas mudaram. Houve uma semana catártica onde todos os episódios chegaram num clímax e foi difícil conter as lágrimas em cada um deles. E aos poucos certas coisas se modificaram e foram acrescentadas. Como muito do poder do seriado vinha de cada história e cada personagem há uma saudade e uma tristeza quando vemos que não há como continuá-las num futuro, o processo terapêutico acabou. Mas há sempre o protagonista, que foi o elo de tudo.



O desenvolvimento minimalista da série (um cenário, dois atores, conversas) potencializou todo o resto num nível como poucos seriados conseguiram trabalhar. Já falei do trabalho extraordinário de som da série, onde sons adquirem personalidade e uma importância enorme, sendo as mais marcantes, sem dúvida alguma, a da maçaneta da porta de entrada e a porta da cerca na saída. E isso, fui pensar depois, não é apenas algo de uma série, mas de algo muito ligado à terapia, seja com coisas características que se tornam familiares até reações de cada paciente diante dos mais variados estímulos. Fora o som tudo é bem cuidado para tanto dar um ar de realismo como para acrescentar símbolos que reforcem momentos de cada episódio. Assim, a câmera não é posicionada à toa, o fundo adquire força, a garrafa com o líquido que calmamente balança constantemente aparece em momentos chave ou então os livros na estante ou mesmo o clima do lado de fora. Entramos nas minúcias das mãos de Paul, como ele mexe naqueles óculos quando ouve ou fala, como suas mãos se portam, como seu corpo reage - e também nos pacientes, alguns mais óbvios como as situações que Alex retira seu casaco, outros mais sutis como Sophie utiliza o sofá ou Laura se veste.



A série também proporcionou a redescoberta de Gabriel Byrne (ao menos para mim), a chance de um papel forte para Dianne Wiest, a possibilidade de mostrar que Melissa George não é apenas um rosto (e corpo) bonito, a surpresa de perceber que Embeth Davidtz não era uma desconhecida, mas sim sub-utilizada, a revelação da jovem Mia Wasikowska e que todos os outros atores (Michelle Forbes, Blair Underwood (incrível que em The New Adventures Of Old Christine faça um tipo totalmente diferente no mesmo ano), Josh Charles e Mae Whitman) têm força quando bem utilizados.



Rodrigo Garcia foi o grande responsável pela série, dirigindo e escrevendo (adaptando) boa parte dos episódios. E é de seu trabalho que a série mais se assemelha. Como não lembrar de cada história detalhada contada em Confissões Amorosas, Coisas Que Você Pode Dizer Só De Olhar Para Ela e Questão De Vida, assim como seu trabalho com os atores? Ele vai construindo devagar uma bela obra sobre as particulariedades do ser humano. Depende muito dele e de Byrne a continuidade da série, pois sem eles não há uma.



posted by RENATO DOHO 12:10 AM
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segunda-feira, abril 07, 2008
Rolling Stones - Shine A Light (Shine A Light)



Qual seria o interesse de ver um show dos Rolling Stones no cinema? Pra mim que até gosto da banda, mas nunca fui fã, só pode ser por causa da direção do Martin Scorsese. Sendo assim o filme é até decepcionante, não vi muito ali do que seria um registro normal lançado em dvd, a não ser por ter menos das irritantes "edições" rápidas da atualidade, há mais espaço para os planos durarem. Também há uma preferência pelos closes dos principais integrantes, como um registro do envelhecimento geral e suas expressões faciais, demonstrando algumas particulariedades, como o profissionalismo extremo de Mick Jagger (que sempre parece estar "à serviço" de algo e nunca simplesmente entregue) ou o puro prazer de Keith Richards, que parece habitar um mundo próprio muito bom. Os momentos cômicos, ao menos para mim, foram as partes que via a lagartixa dançante do Jagger, sessentão. Sempre tem algo de ridículo nisso. Entre outras coisas não gostei de dois momentos: nenhuma tomada do tecladista numa canção cuja presença foi marcante (creio que em Loving Cup) e quando Jagger vai dar uns pegas na Aguilera o Scorsese resolve filmar o saxofonista! Os momentos que gostei: a seqüência Faraway Eyes e Champagne & Reefer (com Buddy Guy arrebentando), isso muito mais pela música do que pelas imagens, e uma das fusões entre uma canção e outra, aí sim algo somente do filme. Seria bem mais interessante de se ver os bastidores do show durante o mesmo e não as imagens de arquivo da banda, fica-se até curioso depois do início saber como Scorsese está lidando com o registro durante o show, já que se enfatizou os nervos em que se encontrava nos preparativos. Mas creio que nesse aspecto Jagger interferiu bastante, nem mesmo o set list estava disponível antes do show. E já que Clinton teve destaque no começo seria pelo menos engraçado vê-lo na platéia dançando. O resultado é apenas ok, sem o desejo de rever tudo isso novamente em dvd. Pena que algumas canções apareceram (eu queria que Satisfaction não fosse tocada ou ao menos mostrada no filme). O final é um pouco besta com Scorsese voltando a dar uma de ator, mas Keith citando Touro Indomável foi legal (aliás sem Keith 80% do filme não teria graça, com ajuda do Ronnie também). Vendo o show na telona fiquei com vontade de: rever Rattle And Hum no cinema (ainda acho um dos melhores trabalhos de registro de shows, Phil Joanou conseguiu momentos antológicos unindo música e imagens, com ótimas tomadas, câmera na mão, trabalho de luz, posicionamento no palco, o uso da cor somente numa parte do filme, etcs); ver U23D num cinema 3D e aguardar o documentário que a Barbara Kopple está realizando com o Bon Jovi.


posted by RENATO DOHO 1:53 PM
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