segunda-feira, maio 31, 2004
Freqüência Mortal (Dead In A Heartbeat)
Eis aí um filme pequeno, feito para a televisão, que é bem competente e empolgante. O roteiro é cheio de improbabilidades e absurdos, mas tudo é bem conduzido e não é desleixado (geralmente em thrillers baratos os procedimentos policiais são mal feitos). Os dois atores principais ajudam (o esquecido Judge Reinhold e a que nunca conseguiu o estrelato Penelope Ann Miller) tornando os personagens críveis. A trama mistura a ação policial de se achar um psicopata que coloca bombas em marca passos (ei, eu disse que o roteiro tem absurdos!) onde o líder do esquadrão anti-bombas se junta à médica que implantou os aparelhos em pacientes numa corrida contra o tempo com o lado pessoal dos envolvidos (o questionamento da função do médico e a relação do policial com seu filho). Sendo para televisão temos os tradicionais ganchos de intervalos (com os fade outs) e pouca violência explícita (o que ajuda, como a explosão do paciente no aeroporto onde só vemos a reação do policial ao sair do local). Enfim, um thriller televisivo melhor que a média. Visto por ter Penelope Ann Miller no elenco (que infelizmente nunca deslanchou). O diretor, Paul Antier, só fez este filme até agora, vamos ver se continua sendo um bom realizador.
Warlock II - O Armagedon (Warlock - The Armageddon)
Visto por indicação do trabalho de Anthony Hickox feita por Carlos Reichenbach. Não vi o primeiro, mas esta continuação se sustenta sozinha. O destaque realmente fica por conta da direção, já que o roteiro e os atores não ajudam nada (há várias situações e diálogos fracos). Há oportunidade de brincar com gêneros (na seqüência do circo, do confronto final meio western, nos filmes de estrada). Paula Marshall, a mocinha, está bem jovem no filme e surpreendentemente não bela (é daquelas que ficou bonita conforme a idade foi chegando). Julian Sands parece se divertir fazendo o canastrão vilão. Há um pouco de gore em certas partes (no nascimento, no final). E há porta para outra continuação (que não sei se foi feita).
Os Maridos (Husbands)
Belo filme de John Cassavetes infelizmente visto na Globo que deve ter cortado a duração e foi dublado. Mesmo assim o que sobrou é muito bom, claramente um filme "bêbado" pelo tom, pelo clima, pela encenação, pela história. As atrizes escolhidas são particularmente interessantes pois parecem amadoras e passam no olhar aquela desconfiança e naturalidade que atores não conseguem passar (só notar que atores ao fazerem cenas de que estão conhecendo alguém mantém os olhos firmes, enquanto que seria de se esperar olhos inseguros, que não conseguem manter contato, que tremem). Mais que uma história o filme parece ser de cenas, do tipo, a cena do banheiro, a cena do cassino, a cena do quarto, a cena da bebedeira, a cena do jogo de basquete... Cassavetes atuando parece ser o melhor justamente porque encontra a loira alta (e problemática) no cassino, é com ela as melhores cenas e o melhor relacionamento (aliás, seria muito interessante se o filme virasse o foco pra ela). O foco no personagem de Ben Gazzara é evidente, mas não me passou todos os conflitos internos que claramente seu personagem enfrenta. Já Peter Falk pra mim continua o mesmo, seja interpretando esse marido perdido ou o detetive Columbo ou um anjo ou um treinador de mulheres boxeadoras, o mesmo tipo de trejeitos (há quem curta, pra mim soa como disco riscado).
Caçadores De Vampiros (Tsui Hark's Vampire Hunters)
Produção de Tsui Hark dirigida por Wellson Chin. Curioso por misturar vampiros com artes marciais, mas falta algo ao filme, talvez personagens principais mais bem trabalhados (nunca sabemos bem quem estamos acompanhando ou quem nós deveríamos nos importar). As cenas de ação / terror são boas e no final é isso que faz o filme ser uma boa diversão, mas acho que não dá pra esperar mais que isso.
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sexta-feira, maio 28, 2004
Borrowed Heaven
O novo do The Corrs será lançado semana que vem. O clipe de Summer Sunshine estreou hoje na MTV. Silver Strand é a instrumental do álbum.
UPDATE: já tenho todo o álbum em mp3 e gostei de Silver Strand, Confidence For Quiet, Borrowed Heaven e Time Enough For Tears. Fora o primeiro single, Summer Sunshine.
You Are The Quarry
Morrissey volta em grande forma com canções belíssimas. Destaco: Come Back To Camden, Irish Blood English Heart, First Of The Gang To Die e America Is Not The World.
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quarta-feira, maio 26, 2004
Zoo Story
Nove anos atrás ia pela primeira vez ao teatro ver uma peça séria, pois acho que antes, no máximo, tinha visto algo infantil. Seria a peça Zoo Story de Edward Albee, encenada no CCBB do Rio. Pena não ter o programa da peça e nem lembrar da data (não anotava antes essas coisas), pois queria saber quem adaptou e quem eram os atores. Bom, quando vi que a peça estaria sendo encenada aqui quis ver de novo para comparação. Não que lembrasse muito do que vi tempos atrás, além de ser um embate entre duas pessoas no Central Park só lembrava de um efeito cênico que pontualizava a narrativa, parte do cenário e o aplauso final na hora errada. O que diferencia nessa nova encenação: o ator sentado no banco é mais jovem (antes era um senhor), há a interessante presença do músico ao lado do palco, pontuando musicalmente e com ruídos passagens da trama, o cenário, agora mesmo que minimalista, como antes, é mais bem feito - telas ao fundo lembrando as árvores do parque, folhas no chão e duas cadeiras. Os diálogos estão um pouco rígidos demais em certas partes, onde se poderia colocar coloquialidade (banheiro em vez de mictório, um valeu ao invés de obrigado, etcs), causando aquele estranhamento de se estar vendo uma peça, quando poderia se apostar na naturalidade. Quem sabe poderia ter se mudado a localização da peça de NY para São Paulo? Ou não é permitido? Ao citar ruas da big apple a peça coloca a platéia presenciado algo longe de sua vivência, creio, quando a história é universal. Mas, o efeito da peça é o mesmo, Albee, num peça curta (um pouco mais de uma hora), faz de uma situação banal ter dimensões maiores do que o esperado. Mais informações aqui. E quem quiser por acaso ler a peça em inglês, enjoy it!
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terça-feira, maio 25, 2004
300
Tendo acabado de ler Alias Declassified (Mark Cotta Vaz) e Quarta-Feira De Cinzas (Ethan Hawke) nos últimos dias vi que cheguei na marca de 300 livros lidos. Preocupante. Se contabilizar que tenha começado, realmente, a ler a partir dos 15 anos dá uma média de 20 livros por ano e se formos ver por mês não dá nem 2! Um bom leitor no mínimo leria uns 4 por mês! E não estou lendo nenhum tratado filosófico de mil páginas, mas livros corriqueiros. Vergonha!
Se for pra me auto-enganar posso botar os livros da Agatha Christie, os de escola obrigatórios e os da coleção Vaga Lume na contabilização que daria uma levantada na média, mas não dá pra fingir, os números são baixos...
Como tenho o costume de ler vários livros ao mesmo tempo comecei uma nova leva esta semana: Sobrevivente do Chuck Palahniuk já foi iniciado, O Código Da Vinci de Dan Brown também; já Perdas & Ganhos da Lya Luft e A Metafísica Dos Tubos da Amélie Nothomb vou iniciar porque podem ser lidos rapidamente. Ao menos começo 3 ficções já que estava lendo muita não-ficção. Se bem que ando querendo ler logo Bushido (Daidoji Yuzan), Criatividade (Domenico De Masi), De Que Amanhã (Jacques Derrida) e algum específico de cinema (que pode ser The American Cinema, Easy Riders Raging Bulls, A Música No Cinema ou terminar o de entrevistas do Bogdanovich). Poxa, queria voltar aos tempos de leitura rápida da época de universidade, tanta coisa pra ler...
Ainda se eu tivesse um gosto mais específico do tipo só ler livro policial ou então, só sobre cinema, acho que não seria tão angustiante assim. Mas uma hora quero ler sobre guerra, outra sobre arquitetura, psicologia, criminalistica, teatro, filosofia, política, sociologia, história, economia, música, humor, biografias e assim vai... Sem esquecer as narrativas ficcionais que podem englobar vários desses assuntos. Ao menos tenho pouco interesse em livros de ficção científica (nunca li Asimov, Clarke), terror (exceção ao Clive Barker), espiritismo, astrologia, poesia, religião (tirando coisas gerais e budismo) e livros específicos demais de ciências exatas (mas se for algo abrangente e para leigos até fico interessado). Isso me livra de um monte de livros.
Fiz uma conta rápida só pra me assustar ainda mais: tenho 472 livros, dos quais já li 184. Faltam 288. Se mantiver essa média fraca de 20 por ano terei 14 anos e meio pela frente para ler tudo o que tenho aqui. E a média de livros novos comprados por mês é de 7. Resumo: uma bola de neve que eu nunca vou conseguir parar! Não vou conseguir ler tudo o que tenho (imagine então tudo o que quero!). Help!
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segunda-feira, maio 24, 2004
Minisséries
Band Of Brothers
Excelente produção de Tom Hanks e Steven Spielberg sobre a trajetória da Companhia Easy (divisão de paraquedistas) do Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial na Europa.
Acompanhamos o grupo desde o treinamento até o final da guerra e cada episódio (de uma hora) é quase um filme. A grande produção (120 milhões de dólares) se faz visível na recriação minusciosa dos acontecimentos, cenários e época.
Por ser uma minissérie, que pode desenvolver mais os personagens ou temas, o filme O Resgate Do Soldado Ryan parece até um prólogo em comparação, ou um pequeno acontecimento no desenrolar da guerra. Há um avanço nas técnicas de filmagem de combate (impressionantes) e cada episódio joga luz sobre temas específicos que num filme só não poderia abrigar tudo.
A partir da metade da minissérie que vamos criando mais intimidade com todos do grupo que volta e meia aparecem (apenas dois atores são mais constantes, Damian Lewis e Ron Livingston). E, como na vida real, após Bastogne que tudo muda, fortalecendo a união do grupo e traçando um antes e depois desse fato. Talvez o episódio que mais tenha apreciado como um todo foi o sétimo (justo este número que sempre me acompanha, o 7) que se passa logo após Bastogne. O enfoque deste episódio é a liderança, quando a companhia se vê com um tenente inapto, indeciso e potencialmente devastador para todos (claro que sempre que surge este tema não dá pra não lembrar da função de diretor de cinema, com menos risco de vida para os envolvidos).
Os dois últimos episódios são mais calmos, mas mesmo assim muito bons falando das descobertas de campos de concentração, o fim da guerra e o impacto disso nos soldados que continuam morrendo por besteiras.
Demorei um tempo para ver tudo. Comprei a caixa de 6 dvds em dezembro de 2002 e só fui terminar esse fim de semana (vendo os 4 últimos um atrás do outro). Há uma vontade de rever os primeiros episódios que devo fazer em breve. Também vi parte dos extras do sexto dvd, como um diário em vídeo de um dos atores durante toda a preparação militar para o filme (todos os atores ficaram num campo de treinamento, semelhante ao que foi feito para os atores de O Resgate Do Soldado Ryan). A questão do entrosamento dos atores, a habilidade física, as reações em meio ao combate e o aspecto da liderança foram fundamentais para facilitar na hora da filmagem, para não tudo não soar falso. Falta ver ainda o longo documentário sobre a verdadeira Companhia Easy.
E o aspecto da união deste grupo, por tudo o que passaram, tinha que ser alcançado na realização do projeto, por isso o treinamento foi muito importante.
O elenco é muito competente que até esquecemos que são atores. A díreção varia de episódio para episódio (Tom Hanks dirige um deles), mas todos seguem uma linha mestra que não faz destoar o conjunto (o primeiro do treinamento é o mais diferente do resto). Apenas David Frankel e Mikael Salomon dirigiram 2 episódios.
Posso dizer que é uma das melhores produções que vi no gênero. Um dos poucos bons textos falando na minissérie aqui no Brasil é do Arthur Dapieve que coloquei aqui para leitura.
Agora fico com mais vontade de ler os livros de Stephen Ambrose já lançados por aqui (Dia D, Band Of Brothers, etcs).
Traffic
Minissérie dividida em 3 partes de uma hora e meia cada. Passou no começo deste ano nos EUA e trata do assunto do tráfico de drogas, mas abrange terrorismo, imigrantes ilegais e outros assuntos.
Stephen Hopkins produziu e dirigiu o primeiro episódio. Ron Hutchinson escreveu todos os episódios. Muito do estilo de Hopkins que foi empregado em 24 Horas se encontra aqui. Aliás, a mini lembra o seriado (em seus melhores momentos). Quando terminanos o primeiro episódio ficamos ansiosos pra ver todo o resto.
Além do nome em comum com o filme de Soderbergh a minissérie se assemelha ao tratar de várias histórias ao mesmo tempo (4 em especial): 1) um agente da DEA no Afeganistão some do mapa junto com um grande traficante recentemente preso e as suspeitas caem em cima dele; 2) sua esposa e o filho adolescente acabam de se mudar para Seattle e o sumiço do marido coloca ela em suspeita também, além disso o filho se envolve com a vizinha viciada; 3) um imigrante ilegal paga para trazer a esposa e filha para os EUA, mas um navio que afundou pode trazer notícias trágicas para ele; 4) um administrador recém formado por Harvard cai num mal negócio imobiliário e tem que pedir ajuda ao pai, dono de uma revendedora de roupas, só que os negócios do pai também estão mal e há envolvimento com um mafioso chinês.
De alguma forma as histórias têm ligações entre si, mesmo que não diretamente.
A história do administrador poderia ser mais focada, só que na parte 3 não se mostra muito o seu lado. É este personagem que pode ser mais semelhante à audiência, um jovem comum, sem perspectivas e tendo que assumir os negócios do pai.
É interessante que a minissérie mostre (mesmo que não profundamente) a corrupção no meio dos mais diversos negócios e um sistema que faz com que haja poucas chances de alguém não entrar neste esquema. Ainda estou para achar um lojista ou negociante que conduz tudo 100% honestamente (às vezes o próprio comerciante acredite ser honesto de tão distante o conceito de ética é para ele). Agora, se isso pode ser visível lá fora, com um sistema judiciário mais rigoroso, imagine aqui então...
Outros temas abordados são o relacionamento nada saudável das agências dos EUA com a Al Qaeda e outros grupos terroristas, a desestruturação familiar quando um dos cônjuges é muito ausente, falta de ética de meios para fins (todos os personagens, quase sem exceção, cometem erros mesmo quando fazem para o "bem"), a total ausência de orgãos civis e governamentais de amparo para os imigrantes ilegais para qualquer tipo de problema, fazendo com isso que haja uma proximidade entre este grupo e o submundo (a corrupção, a proteção, os favores, etcs) e a falida guerra contra as drogas.
Até no personagem da viciada há um tratamento diferente da produção, ela não é vista como uma influência má para o garoto como poderia se esperar de início, seu vício pode até ser um problema, mas não se exclui a vida dela por isso, ele se importa com ela mesmo assim. O mais comum seria ela ser representada como o perigo de se começar um relacionamento com estranhos (típico dos suspenses: seu marido é um assassino, seu vizinho é um psicopata, o caronista é um fugitivo, sua amante é maluca).
O elenco é bom, destacando Elias Koteas como o agente da DEA e Mary McCormack como sua esposa.
Enfim, a minissérie é ótima, só devia ser mais longa e evitar o recurso do flashback (que a toda hora ajuda o espectador a se localizar ou lembrar de fatos importantes) que achei desnecessário (24 Horas como é em tempo real não pode utilizar esse recurso e se sustenta bem).
O final deixa muita coisa no ar e pode irritar algumas pessoas (não há um fechamento de todas as histórias), mas é bom por mostrar que nada voltou ao que seria o normal, que os problemas continuam por aí, esperando solução.
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sexta-feira, maio 21, 2004
Alison Krauss & Union Station Live
Ela nem tem cds lançados no Brasil, então qual deve ser a possibilidade desse dvd duplo sair por aqui...?
Disc 1
• Let Me Touch You For Awhile, Choctaw Hayride, The Lucky One, Baby Now That I've Found You, Bright Sunny South, Every Time You Say Goodbye, Tiny Broken Heart, Cluck Old Hen, Stay, Broadway, Ghost In This House, Forget About It, Faraway Land, A Tribute To Peador O'Donnell / Monkey Let The Hogs Out, The Boy Who Wouldn't Hoe Corn, Take Me For Longing, I Am A Man Of Constant Sorrow, Maybe, We Hide & Seek, But You Know I Love You, When You Say Nothing At All, New Favorite, Oh, Atlanta
Disc 2
• Exclusive interviews with Alison Krauss + Union Station
• Exclusive behind-the-scenes and on-the-road footage
• Over 150 rare and unreleased photos and home videos
• Alison Krauss + Union Station discography
• Video for "New Favorite"
• Tribute to Frank Edmonson
• Widescreen anamorphic format
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Dvds
Down From The Mountain
Esse dvd traz as músicas da trilha de E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? tocadas num evento em Nashville (aliás o teatro deve ser o mesmo que o Clint usou em Honkytonk Man!). Pra quem curte é um prazer ouvir e ver vários artistas de country / bluegrass que eu mesmo não conhecia como The Whites, The Cox Family, The Peasall Sisters (uma graça, três garotinhas irmãs), John Hartford, etcs. A razão principal de eu ter visto (e copiado algumas apresentações) foi Alison Krauss de quem estou gostando e conhecendo mais, só de ouví-la em Down To The River To Pray é arrepiante. Fora Alison só Emmylou Harris que conhecia. Holly Hunter introduziu o evento e o famoso documentarista D.A. Pennebaker dirigiu. Os irmãos Coens são os produtores executivos e o Joel aparece nos ensaios.
More Than Us - Live In Glasgow
O dvd ao vivo do Travis mostra a banda em sua terra natal e por isso a platéia é todo entusiasmo. Os melhores momentos são com as mais conhecidas (coincidência?) como Turn, Sing e Why Does It Always Rain On Me? E o final é ótimo com Happy (já vi essa terminando o V2000 e era ainda mais empolgante). Entre as canções há a opção de se ver entrevistas e momentos da turnê, mostrando como a banda é simples e alegre (o baterista quase não fala e nem aparece, não sei por que).
Air Wars
Indicado apenas para os realmente interessados já que esse documentário de mais de 3 horas divide em capítulos as atuações aéreas feitas pelos exércitos aliados e inimigos durante a segunda guerra mundial usando de imagens de arquivos, gráficos e depoimentos atuais de veteranos e estudiosos. Pode cansar devido à ênfase no aspecto tático, com vários nomes de locais, datas, tipos de aviões e navios, comandantes, etcs, mas não deixa de ser fascinante. Óbvio que pra mim o episódio que fala dos kamikazes é o que mais me atraiu.
Alias Declassified
O dvd brinde que veio junto com o livro tem pouca coisa, mas sendo brinde é ótimo. Tem uma espécie de trailer / comercial / resumo do episódio piloto, um perfil de Sydney Bristow (com Jennifer Garner falando da personagem), entrevistas com todo o elenco principal e em formato de texto as biografias dos atores, os perfis dos personagens e extras para o dvd-rom. Só faltou entrevista com o criador, J. J. Abrams e quem sabe alguns outtakes e um mini making of.
Audioslave
Picaretagem da grossa, não da banda, mas da gravadora que lança um dvd com menos de meia hora com 3 clipes e uma apresentação no David Letterman com 2 músicas e só! Isso devia ser dvd de brinde junto com o cd e não um lançamento pra venda. Imagine o fã que teve que comprar isso pelo preço de um dvd normal (ao menos aqui no Brasil, lá fora deve ter tido preço de EP)! Ainda bem que aluguei. Os 3 clipes são ótimos. Cochise em alta qualidade é um espetáculo! Show Me How To Live homenageando Vanishing Point é outra maravilha. A apresentação no Letterman, foi do lado de fora do teatro, numa marquise. Há breves entrevistas antes dessa apresentação.
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quarta-feira, maio 19, 2004
Recapitulando
Acho que deixei de falar de alguns filmes que vi, então vai tudo bem rápido agora:
Kedma (Idem) **1/2 - esperava mais
Van Helsing – O Caçador De Monstros (Van Helsing) **1/2 - vi com sono atrasado e pesquei muito, mas não achei ruim o que vi
Longe Do Paraíso (Far From Heaven) ***1/2 - bela homenagem ao cinema de Douglas Sirk e um final bem triste para a mulher; a questão homossexual eu achei mal colocada, pois é vista com os olhos daquela época (tratada como doença) e pode dar a impressão disso para as platéias atuais (além do que o personagem parece ter mais tara em homens do que amor, a aproximação com o último amante parece tara e logo vira amor com revelação em lágrimas, o que não convence e só reforça algo de doença incontrolável)
O Agente Teen (Agent Cody Banks) *** - o carisma de Frankie Muniz e as belezas de Hilary Duff e Angie Harmon fazem do filme uma boa diversão (continuação vem aí); o dvd é cheio de extras
Doidas Demais (The Banger Sisters) **1/2 - rápido demais, não desenvolveu bem a mudança de Susan Sarandon ao reencontrar sua amiga Goldie Hawn; as duas eram groupies quando jovens mas com a idade uma virou uma carola e a outra ainda continuou naquele estilo de vida; mas as veteranas têm charme; a filha de Susan participa e ela é a cara da Melanie C!
Silver Hawk (Idem) **1/2 - a trama é uma besteira, mas a ação é boa com Michelle Yeoh; a menina que faz a Yeoh quando criança é uma graça e parece que é campeã de alguma arte marcial; a máscara da personagem de Yeoh é ridícula
Sob O Olhar Do Mar (Umi Wa Miteita) **** - belíssimo filme de Kei Kumai baseado no roteiro, storyboards e anotações de Akira Kurosawa, talvez seja o mais feminista filme de Kurosawa, com um olhar todo especial e carinhoso da vida das prostitutas do século 19; ótimos intérpretes e grande final
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domingo, maio 16, 2004
Keane
Três amigos Tom Chaplin (vocais), Richard Hughes (bateria) e Tim Rice-Oxley (piano) formam a nova promessa do momento, a banda Keane. Boa voz e belas melodias numa banda que não tem guitarra (e não percebemos isso)!
O primeiro single foi Everybody's Changing, mas a que me conquistou mesmo foi a Somewhere Only We Know, belíssima, que disponibilizo aqui. Senha: DBC4F1C6
Vale ficar de ouvidos atentos pra esses moleques.
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Corrida Contra O Destino (Vanishing Point)
Road movies têm um charme especial, assim como os westerns, parece um gênero que se encaixa perfeitamente às paisagens dos EUA, suas longas e desertas estradas, além disso há o fato dos pioneiros, desbravando o oeste e em como isso se incorporou na psiquê americana trocando cavalos por motocicletas e depois carros. As canções de estrada, os personagens das letras de Bruce Springsteen que tinham na estrada a fuga de um cotidiano opressivo, os pintores que abordaram o tema (como não lembrar dos postos de gasolina de Edward Hopper?), os escritores (beatniks e contemporâneos), os fotógrafos, etcs.
Lembrando alguns filmes de estrada no momento: Sem Destino, Terra De Ninguém, Agarra-Me Se Puderes, Thelma & Louise, Corrida Sem Fim, Mad Max 2, O Último Golpe, Louca Escapada e vários outros, até Alfredo Garcia do Peckinpah se encaixa no gênero.
Sempre tive fascínio por esse tema, pois aos 15 tinha um projeto de um filme que ia nessa direção e na época quis ver filmes que abordavam o sentido da vida e fossem roadmovies (não necessariamente os dois num mesmo filme). Até hoje devo ter uma pasta com algumas fotos de harleys e qualquer coisa que pudesse servir de inspiração (como a canção Livin' On The Edge Of The Night do Iggy Pop que eu queria muito ter na trilha hehe). Só não desenvolvi pois achei que não tinha ou tenho estofo pra escrever o projeto, ainda, quem sabe um dia, pois acho que a paternidade é um fator que pode me fazer enxergar melhor como as coisas se desenrolariam, então quando eu tiver um filho eu volto ao roteiro hehehe
Talvez por isso eu tenha interesse em ver Diários De Motocicleta, mesmo que agora saiba que muita gente não gostou.
E isso pra falar que Corrida Contra O Destino se insere maravilhosamente nesse contexto destes filmes que procurava, pois é um road movie existencialista. É um filme excepcional em vários sentidos: é extremamente visual, com poucos diálogos, o protagonista é um anti-herói por excelência, há um contexto social importante, as cenas de ação são magníficas, não há muitas explicações das motivações do motorista, mas vemos partes de seu passado (os flashbacks são inseridos criativamente), a trilha é muito boa, e o final é brilhante. Acho um dos melhores filmes de perseguição automobilística já feitos (junto com Encurralado, que tem outra abordagem).
O roteiro é do famoso escritor Guillermo Cabrera Infante que assinou com outro nome. O filme teve uma refilmagem (que dizem ser fraca e desnecessária) e também tem uma versão britânica do filme, com cenas a mais (e no dvd estrangeiro vem no lado b do dvd).
Só uma cena não entendi bem, a do casal gay, que soou ofensiva por parte do filme, não do protagonista.
O diretor Richard D. Sarafian não vingou nas décadas seguintes (nem seus filhos, o Deran por exemplo dirigiu um filme do Van Damme), será que não foi ele o diretor da cenas com automóvel e sim a unidade b?
O som do Dodge Challenger é como música para mim, como uma Harley acelerando ou um helicóptero vindo de longe, uma hora percebi que o som era muito parecido com o Ford Mustang do Bullitt e soube depois que era o mesmo som! Aliás, que som! E aquela seqüência do Bullitt é antológica!
Lembrei de alguns belos carros nas telas:
• Ford Mustang de Bullitt;
• Pontiac Firebird T/A de Smokey And The Bandit;
• Dodge Charger General Lee da série The Dukes Of Hazzard;
• Ford Torino da série Starsky And Hutch;
• Bel Air/454 de Two Lane Black Top;
• Trans AM da série Knight Rider (ou o nosso conhecido Kitty de Supermáquina);
• '66 Thunderbird de Thelma & Louise.
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quinta-feira, maio 13, 2004
Easy Riders, Raging Bulls
Tenho o livro (que ainda não li), mas queria ver esse dvd duplo que saiu terça (dia do meu aniversário!) agora.
This 2-DVD set is Kenneth Bowser’s BBC-produced documentary of Peter Biskind’s controversial, best-selling book. It chronicles the evolution of a new breed of filmmaker who, in the late ’60s and ’70s, exploded old Hollywood, in the process redefining the very nature of movies. The results were edgy, impressionistic pictures —The Godfather, Easy Rider, Mean Streets, Midnight Cowboy, Rosemary’s Baby, Taxi Driver —by maverick, now-legendary directors: Scorsese, Coppola, Lucas, Altman, Polanski, Peckinpah.
In bringing the celebrated book to the screen, director Bowser employed some adventurous filmmaking of his own. Narrated by William H. Macy, Easy Riders, Raging Bulls features vintage clips of the directors who defined the movement; original interviews with such directors as Arthur Penn and John Milius, actors such as Peter Fonda and Richard Dreyfus and more.
• Over 1.5 additional hours of deleted and extended footage.
• Narrated by critically acclaimed actor William H. Macy.
• Features vintage clips of Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Warren Beatty, George Lucas, Sam Peckinpah, Roman Polanski, and others.
• Bonus disc offers "mini-docs" featuring Dennis Hopper, Richard Dreyfuss, Ellen Burstyn, Cybil Shepherd, Peter Bogdanovich, Paul Schrader, John Milius, Peter Bart and others.
• Official Selection of Festival de Cannes 2003 and Deauville 2003 Festival du Cinema American.
Ozu
Que bela capa! Que belo dvd deve ser isso!
Disc One
• A Story of Floating Weeds (1934)
• New high-definition transfer with restored image
• Audio commentary by Japanese-film historian Donald Richie
• New score by composer Donald Sosin (5.0 Dolby Digital)
• New and improved English subtitle translation by Donald Richie
Disc Two
• Floating Weeds (1959)
• New high-definition transfer with restored image & sound
• Audio commentary by film critic Roger Ebert
• New and improved English subtitle translation by Donald Richie
• Stories of Floating Weeds, an essay by Donald Richie
Kurosawa
E esse então? Que capa!
• Audio commentary by Stephen Prince, author of The Warrior's Camera: The Cinema of Akira Kurosawa
• Akira Kurosawa: It Is Wonderful to Create, a 32-minute documentary on the making of Stray Dog
• Booklet featuring an excerpt from Kurosawa's autobiography, Something Like an Autobiography
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Como Se Fosse A Primeira Vez (50 First Dates)
Projeto que une as produtoras pessoais de Adam Sandler e Drew Barrymore e traz Peter Segal fazendo parceria de novo com Sandler. O trailer deste filme tenta vender uma comédia meia boba sobre o fato da protagonista ter um problema e não conseguir registrar memórias recentes após um acidente o que faz com que um pretendente tenha que a conquistar todo dia, mas esconde o fato que essa comêdia romântica tem um lado emocional muito interessante, onde vemos como esse problema cômico em princípio é cruel e triste. A partir daí fica-se apenas com receio em saber como as coisas vão se resolver, para não estragar a importância do tema. Felizmente o filme acaba de maneira muito satisfatória, avançando, não dobrando a lógica e nem se conformando, um final até inusitado numa produção que seria corriqueira. Como estamos num filme de Adam Sandler temos que ter as participações de amigos dele, como Rob Schneider (não chega a atrapalhar, é engraçado, mas claramente é inútil). Sean Astin, por outro lado, é um contraponto engraçado e mais adequado. Já a assistente de Sandler (andrógina), o pai de Drew, o cozinheiro do restaurante e a morsa viram bons coadjuvantes. É uma suposição, mas acho que o lado emocional tem o dedo de Drew pelo que ela tem interesse quando sua produtora banca um projeto (a gravidez em Nosso Louco Amor, a inadequação escolar e auto-aceitação em Nunca Fui Beijada, a desmistificação e conquista pessoal em Para Sempre Cinderela). Boa utilização de uma canção dos Beach Boys revelando a tristeza da letra numa canção alegre (mais ou menos o que o filme pretende ser). Dá o que pensar ao final, seria o amor uma construção para o personagem de Drew? E para o personagem de Sandler, o que seria o amor?
E como não falar do sorriso de Drew? Razão pela qual valia a conquista romântica diária. Se lembrarmos o quanto ela já passou não dá pra não falar que essa afilhada do Steven Spielberg se mostrou uma vencedora e uma pessoa muito inteligente.
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terça-feira, maio 11, 2004
Presente
Meu niver, mas quem ganha é você! Putz, essa soou como comercial de alto falante de rua hehe Algumas músicas que coloquei no disco virtual e queria compartilhar. São emocionais e achei que seria legal saber que as pessoas possam ouví-las no dia de hoje e quem sabe se emocionar também. Isso já seria um belo presente pra mim.
Eu ia listar as músicas disponíveis, mas achei melhor não, para que o ato de clicar e ir pro disco virtual seja espontâneo e não já direcionado pelo fato de ter ou não alguma canção que interesse, pois senão seria como perguntar que presente é para quem está dando e pela resposta resolver aceitar ou não...
Mais uma vez falando que todas têm um contexto emocional, evitei as mais agitadas, alegres ou raivosas. E são as que estavam mais facilmente disponíveis no meu hd.
Clique aqui e digite a senha 50A0D6C5
Disponível até 18/05/2004.
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domingo, maio 09, 2004
Vício
Difícil explicar um que adquirimos, não? Se eu ficar me perguntando quais os motivos de eu ter me viciado em Alias eu não saberia as respostas. Só sei que há muito tempo não tenho vontade de ficar vendo episódios de uma série um atrás do outro sem cansar como com essa série! Uma semana atrás eu não tinha visto nada da série e agora vi quase toda primeira temporada, às vezes vendo 5 episódios madrugada adentro um atrás do outro! E ainda revi 2 episódios e vi mais 2 de novo só que com comentários em aúdio (do piloto com Jennifer Garner e J.J. Abrams e do segundo episódio com diretor e produtora). Nem chego a dizer que é o melhor seriado que vejo em tempos, pois lembro das 2 primeiras temporadas de 24 Horas (a terceira tá meio caidinha) e as 2 primeiras de The Shield, mas entra para o trio. Só que há algo a mais, além do fato de apreciar o seriado parece que quero mais dele. Como alguns fatos curiosos que notei:
Mesmo tendo visto a primeira temporada em dvd sentir vontade muito grande de comprar a caixa!
Ficar ansioso para ter em mãos as caixas da segunda e terceira temporada! Mesmo que seja só pra alugar, pois as únicas caixas que consegui comprar até hoje foram a de Band Of Brothers (btw faltam 3 episódios que não vi ainda, mas quando acabar posto algo sobre) e do Stanley Kubrick (apenas um volume, os do outro adquiri em separado).
Mesmo sabendo que possa ser algo caça níquel ter vontade de ler os livros que estão sendo lançados nos EUA com histórias baseadas no seriado (como aconteceu com Arquivo X, dos quais nunca li). Um diferencial positivo é que alguns estão sendo escritos por roteiristas da série.
Ter adquirido o livro oficial da série que fala dos bastidores, importado! E que pode vir com um dvd (não sei se vem em todas as edições ou é limitado).
Bom lembrar de Arquivo X, pois foi o seriado que mais teve essa reação de minha parte. Cheguei a comprar dois livros de bastidores da série, ter ido (primeira e única vez) numa convenção de fãs (coisa que acho nerd demais), colecionado cards (que tenho até hoje e acho muito legais os cards gráficos - não as fotos do seriado - que eram feitos pelos mais diversos artistas), comprado revistas especiais importadas sobre o seriado, nacionais também, posters e muitos etcs, além de até hoje querer um dia ter todos os boxes da série, pois revi alguns episódios em dvd e entusiasmaram tanto quanto na época, mesmo eu lembrando de cada cena.
Li que Alias não é exatamente sucesso de audiência lá fora, é mais cultuado e elogiado pela crítica e é aquele seriado que a emissora gosta de ter na grade para o prestígio mais do que pelo lucro da audiência.
E eu que não gosto nada dessa coisa de culto ou fanatismo. Pra mim em alguns vários casos parece ser desculpa esfarrapada de gente que não quer demonstrar (ou assumir) religiosidade e joga essa devoção para artistas, músicos, filmes, esportes, etcs. Do tipo, sou ateu mas Ayrton Senna é Deus...
Voltando ao seriado: quem nunca viu fica a recomendação (mais uma vez falando que é bom ver do início pra não se embananar na trama). Não vou falar que não vicia porque um primo viu o terceiro episódio e quis ver os 2 primeiros, mais os 4 que sobravam, está vendo os 7 finais e quer alugar os 8 do meio que não viu, além de querer ver logo a segunda e terceira temporada (e isso em um dia de exposição à série!). So, be aware!
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sexta-feira, maio 07, 2004
Em Busca De Sentido - Viktor E. Frankl
Às vezes é difícil saber quando um livro famoso lá fora pode ou não ser encontrado aqui, ainda mais quando o livro originalmente não é em inglês; foi o caso deste. O livro Man's Search For Meaning é famoso e já tinha ouvido falar, mas só quando fui querer saber se havia uma tradução por aqui que me defrontei com vários títulos e dúvidas. De imediato, talvez por ter achado primeiramente, comprei o Um Sentido Para A Vida, mas não era este. Depois vi o Em Busca De Sentido e tinha melhores chances de ser ele. Surpresa foi dentro do livro achar referências à traduções vinda de 3 documentos, sendo um deles o Man's Search... Então, era este o famoso ou não? Só depois que li e comparei alguns índices e tópicos que pude confirmar que sim, finalmente tinha lido o que queria!
Frankl relata na primeira parte do livro suas experiências em campos de concentração nazistas como prisioneiro e já aqui vai desenvolvendo um pensamento que vai dar nos fundamentos da logoterapia (analisados na segunda parte). As experiências nos campos a gente sabe aqui e ali pela história, filmes e alguns relatos, mas um olhar que vivenciou os fatos e sabia como apreender a situação (isto é, era um olhar mais consciente do que estava presenciando, vindo de sua formação como médico) tem uma diferenciação importante. A logoterapia só conhecia por nome e fiquei muito interessado por se tratar de uma terapia através do sentido, uma procura por um significado na vida de cada paciente para apartir daí tratar dos mais diversos problemas.
A questão do sentido da vida é um dos temas mais fascinantes para mim (acima das conspirações, dos comportamentos criminais e etcs) que até se reflete na apreciação bem particular de certas obras artísticas como filmes (2001, Viver, Sem Medo De Viver, Amor Maior Que A Vida, Madadayo e A Felicidade Não Se Compra sendo os mais óbvios), músicas e livros. Claro que no fundo quase todas as obras falam de um sentido de vida, então o gosto especial advém daquelas que abordam diretamente o assunto. Também o tema sempre foi fonte para tentativas de se criar algo.
Bom, não quero aqui detalhar particulariedades do relato de Frankl nos campos de concentração, vale é a leitura pessoal de cada um do livro. Nem falar da logoterapia que tomei contato agora e nem saberia escrever algo sobre. Mas fica a indicação de uma leitura essencial, além de rápida e simples (o livro é pequeno e sua linguagem é de fácil compreensão). A diferenciação da logo com outras terapias fica evidente e também o quanto estamos dominados por um pensamento determinista de certas coisas (muitas vindas de Freud por exemplo) enquanto a logo dá mais importância na liberdade e responsabilidade, na criação de sentido existencial e não jogando desculpas comportamentais para fatores psicológicos, sociológicos e ambientais (não que elas não tenham influência, mas não são determinantes). Frankl até ironiza algumas afirmações de Freud por ele não ter tido a experiência dos campos de concentração, onde essas afirmações cairiam em terra no primeiro instante.
Agora sim, aquele primeiro livro dele que comprei vai ser lido, pois é mais específico e fala da humanização da psicoterapia.
Eu sei que devia escrever mais sobre o livro, mas melhor ler mesmo, senão ficaria copiando relatos dele (principalmente como prisioneiro).
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quarta-feira, maio 05, 2004
Alias
O seriado foi criado por J.J. Abrams (o mesmo de Felicity) e fala de uma estudante recrutada pela CIA para ser uma agente secreta que descobre tempos depois que trabalha é para o inimigo, o SD-6. Ela então vira uma agente dupla, trabalhando para a CIA fazendo contraespionagem. E fica sabendo que seu pai também é agente duplo CIA/SD-6. Aí ficamos sabendo do passado da mãe (supostamente morta) que foi espiã da KGB e a coisa só vai complicando...
Depois de ver uns 12 episódios posso dizer que fui fisgado.
Os episódios equilibram bem as ações de Sydney Bristow (Jennifer Garner) como espiã por todo o mundo e sua vida "normal" como estudante de literatura, suas amizades e amores (ou falta de). Além disso as questões familiares ficam mais fortes e conseguem seu lugar nas tramas. Os diversos cenários são um atrativo (até o Brasil entra na jogada), mas o que mais chama atenção é a criação de uma verdadeira heróina. Jennifer Garner se mostra um dos personagens mais fascinantes das tramas de espionagem em longo tempo (seja cinema ou tv). Ela consegue ser bela e ao mesmo tempo crível como uma espiã de alta qualidade. Seus diversos disfarces dão uma variedade de tipos que ela pode brincar a cada trama. Sua habilidade física nas cenas de ação é elogiável (e o papel dela é tão a cara de Elektra que só poderia ser ela mesma a encarná-la nas telas). Ela é o que James Bond poderia ser, mas não é, pois ela tem o emocional real, que envolve sua vida dupla, seu passado familiar conturbado, seus questionamentos internos de moral e ética, coisas que nos filmes de 007 são apenas superficialmente (quando são) tratados.
O elenco é bem composto e as histórias seguem novas ações com um fio condutor por debaixo, por isso é um seriado melhor apreciado se visto desde o começo, na ordem. Num episódio da primeira temporada, Q & A, há um resumão que ajuda os iniciados.
As cenas de ação são constantes e muito bem feitas, não dá pra esquecer por exemplo Sydney numa emergência pulando de um edifício com um cabo de aço, uma surpresa para quem via. A produção se equipara há um bom filme de ação, não apenas a de um seriado televisivo. A narrativa trabalha criativamente com o tempo, não sendo sempre linear. E por ser um seriado não há perda de tempo com futilidades, passamos num instante de lugares e tempos distintos, sem as cenas intermediárias (que seriam mais comuns em filmes).
A questão da duplicidade é ótima, com Sydney tendo que fingir trabalhar no banco para amigos e trabalhar na SD-6 sem suspeitarem que trabalha mesmo é para a CIA. Pior é que nem seus colegas da SD-6 sabem que a agência secreta não é parte da CIA, mas sim o inimigo, isto é, pensam trabalhar para o país, mas trabalham contra.
Há muitas referências internas e externas no seriado. Internas são várias dicas e sinais de algo maior, como uma mitologia (vide Arquivo X) com números e padrões, segredos e mistérios espalhados por todos os episódios; externas são referências à filmes, seja com participações especiais ou citações e homenagens (como colocar o nome de McTiernan num furgão num episódio semelhante à trama de Duro De Matar). Aliás, esta referência apareceu no episódio duplo que teve participação especial de Quentin Tarantino (canastrão, mas ótimo no papel do vilão) que é fanático pelo seriado e implorou por uma participação (parece que seu personagem volta na terceira temporada). Steven Spielberg também vê o seriado e chamou Garner para uma participação especial em Prenda-Me Se For Capaz.
Gostaria de ver o seriado ser transformado em filme, para quem sabe uma conclusão, pois tudo no seriado tem potencial para isso, principalmente deixar claro para uma audiência maior (se bem que uma audiência televisiva é maior que uma cinematográfica, mas ainda há uma importância da tela grande em certos pontos) que Sydney Bristow / Jennifer Garner é pra entrar para a história.
O seriado passava no canal AXN, mas foi transferido para a Sony devido ao sucesso. Houve maratonas para a primeira temporada e agora o canal tem exibido episódios da segunda temporada (já exibidos na AXN) enquanto nos EUA termina a terceira temporada.
A primeira temporada saiu aqui em dvd, há um dvd só de extras bem bacana, até com erros de gravação muito engraçados.
E só acompanhando o seriado mesmo para saber porque Jennifer Garner se transformou numa estrela em potencial. E ela que começou coadjuvante em alguns episódios de Felicity, fazendo uma nerd sem nenhum atrativo e agora se transformou nessa super heroína.
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Breves
Tirei algumas fotos para aliviar o peso da página e também pra colocar outras em breve.
Consegui o Sin City - Sem Perdão. São pequenas histórias acontecendo na já famosa cidade fictícia de Frank Miller.
Também peguei o livro Quarenta Chibatadas Menos Uma do Elmore Leonard que a Rocco está lançando. Mais 5 westerns de Elmore saíram e há previsão de outros 3. Assim teremos quase todos os westerns disponíveis do autor. Que beleza!
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domingo, maio 02, 2004
Bando De Cá
Tá, esse blog coletivo anda desamparado ou pelo esquecimento dele por seus membros ou pelo sumiço de alguns do mundo virtual, mas é atualizado de vez em quando. Como hoje em que o amigo Fabiano falou sobre Kill Bill. É só conferir.
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Migração Alada (Winged Migration / Le Peuple Migrateur)
Belíssimo filme que acompanha a migração de diversos tipo de aves pelo mundo todo. Não chega a ser exatamente um documentário pois no começo temos uma pequena representação e ficamos sabendo no making of que o processo de filmagem demandou que a equipe criasse as aves para que se acostumassem com os planadores e câmeras (este método pioneiro foi mostrado no belo filme Voando Para Casa que era baseado em fatos reais). Então, mais ou menos, temos um elenco de aves (claro que não há encenação, mas também não são cenas de aves naturais pegas em pleno vôo sem preparação alguma). Quem não quer ficar vendo aves voando por uma hora e meia talvez seja melhor evitar o filme, mas vai perder um espetáculo visual de primeira grandeza. Legendas aparecem para que diferenciemos as espécies e alguns locais. Uma narração discreta de vez em quando surge para esclarecer certos pontos. Evita-se o máximo criar histórinhas, o corte é logo quando temos a impressão de algo que cria uma narrativa (por exemplo, quando percebemos que uma ave ficou presa em resíduos industriais não vamos saber o que aconteceu com ela). Apenas uma vez vemos com desespero uma pequena ave com a asa danificada que tenta fugir de caranguejos, mas acaba sendo devorada por eles. O ser humano aparece em poucas cenas, de longe e uma vez claramente impactante com os caçadores e contrabandistas (em plena Amazônia). Sempre quando vemos imagens da natureza temos aquela sensação de perfeição, de equilibrio, aqui vez por outra interrompida pelos atos ou obras do ser humano. Mesmo assim a forma de filmagem faz com que cenários urbanos (os mais evidentes são Paris, NY - com o WTC ainda de pé - e uma cidade européia, pra mim é Berlim) pareçam obras da natureza também (e a poluição tremenda da cidade européia lembre vulcões e regiões mais pantanosas). O deslumbramento com as imagens é arrebatador, seja pela sensação de liberdade no vôo como pelas paisagens e movimentos de câmeras impressionantes (uma aula para ser utilizada em filmes narrativos). Há boa utilização musical também. A versão do filme disponível por aqui não é a francesa, por isso a narração é em inglês e o título também. Pena que os extras do dvd só têm legendas em inglês.
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Sarah Polley
Essa linda, inteligente e talentosa atriz canadense chamou minha atenção no ótimo O Doce Amanhã (quando tinha 18 anos). Vi poucos filmes dela já que ela tem uma carreira grande no cinema e tv canadense (desde criança) que nem é muito divulgada. Além disso dirigiu alguns curtas e um filme (que gostaria muito de assistir). Um dos aspectos que chama atenção é sua voz calma e doce que combina com seu jeito. É uma voz hipnotizante (como a de Winona Ryder) ideal para narrações / offs (fico imaginando ter audio books destas duas atrizes lendo todo um livro). Seu melhor trabalho talvez seja Minha Vida Sem Mim onde pôde ser a principal e carregar o filme nas costas. Estréia em breve este tocante filme. Tem atividades políticas e sociais bem evidentes, o que até reflete na constante recusa de participar de muitos filmes em Hollywood (ou andar pelo círculo das celebridades, somente agora com Madrugada Dos Mortos foi num talk show americano). Casada com o montador David Wharnsby.
1985: O Natal Mágico (One Magic Christmas).
1987: Nas Mãos De Um Maníaco (Hands Of A Stranger).
1987: A Cidade Do Jogo (The Big Town).
1987: Prettykill.
1987: Heaven On Earth.
1987: O Inseto (Blue Monkey).
1987: Sexta Feira 13 – O Legado (Friday The 13th / The Inheritance).
1988: As Aventuras Do Barão De Munchausen (The Adventures Of Baron Munchausen).
1988: Ramona.
1990: Road To Avonlea.
1990: Lantern Hill _ Jane Of Lantern Hill.
1991: Johann's Gift To Christmas.
1993: The Hidden Room / Refuge.
1994: Exotica (Idem).
1996: Joe Versus Josephine (Joe's So Mean To Josephine).
1996: Children First!
1997: O Doce Amanhã (The Sweet Hereafter).
1997: The Hanging Garden.
1997: O Planeta De Júnior Brown (The Planet Of Junior Brown _ Junior's Groove).
1997: Straight Up.
1998: Morte A Sangue Frio (Jerry & Tom).
1998: Pequenas Mentiras (White Lies).
1998: Last Night.
1999: A Lente Do Desejo (Guinevere).
1999: eXistenZ (Idem).
1999: Vamos Nessa! (Go!).
1999: Made In Canada / It’s A Science.
1999: Nada Será Como Antes (The Life Before This).
2000: O Peso Da Água (The Weight Of Water).
2000: Love Come Down.
2000: Uma Chance Para O Amor (The Law Of Enclosures).
2000: Riqueza Perdida (The Claim).
2000: This Might Be Good.
2001: Beatrice E O Monstro (No Such Thing).
2002: All I Want For Christmas / direção.
2003: The Event.
2003: Minha Vida Sem Mim (My Life Without Me).
2003: Luck.
2003: The I Inside.
2004: Madrugada Dos Mortos (Dawn Of The Dead).
2004: The Shields Stories / direção.
2004: Sugar.
2004: 3 Needles.
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Alguém Tem Que Ceder (Something’s Gotta Give) ***1/2 - Nancy Meyers era mais conhecida como roteirista dos sucessos Recruta Benjamim, Presente De Grego e O Pai Da Noiva 1 e 2, este é apenas o terceiro dela como diretora (e roteirista). Mais uma vez volta a parceria com Diane Keaton (quarto filme delas juntas) proporcionando ótimos momentos da atriz (faz tempo que não tinha uma oportunidade assim nas telas) que tem as melhores cenas (a cena na cama é hilária pelo que tem de espontânea e bonita). Claramente é um filme voltado para o publico de meia idade (arriscado já que esse público não vai mais no cinema - será que por isso temos Keanu Reeves e Amanda Peet?), o que alcança os objetivos: a sala que vi tinha muitos casais velhos que saíram sorridentes. O personagem de Keaton parece ser a irmã mais velha de uma linhagem atual que vem de Ally McBeal e Carrie Bradshaw (Sex And The City), isto é, mulheres bem sucedidas profissionalmente procurando um amor, ao contrário do ideário anterior de "não preciso de homem para nada, sou executiva" do feminismo mais radical. Se bem que se vermos bem a personagem de Keaton estava relativamente bem, quem via problemas nisso era sua irmã (feito pela ótima Frances McDormand - aliás nesse filme as maduras são um espetáculo!) que a faz pensar mais detidamente no aspecto emocional. Aí entra Jack Nicholson e há a redescoberta do amor em idade avançada. O problema seria resolver a trama para que a união final (que todos esperam) não atropele os outros personagens, o que realmente não acontece com Peet e Reeves, os dois altruisticamente deixam que o casal siga seu caminho (Pett no início, Reeves ao final) ao perceberem que há amor entre os dois, que pode ou não durar para sempre, mas é o sentimento mais forte entre todos os envolvidos. Talvez as que estejam namorando um cara mais jovem (não sei por que Marilia Gabriela vem na hora na cabeça) não gostem muito do final, mas é que o filme não toca no tema de filhos, o que no caso Keaton-Reeves seria um futuro problemão. No final não soa como se o filme passasse a mensagem de "os iguais que se relacionem: velhos com velhos, jovens com jovens" mas sim que o amor tem que ser levado em conta (o que Keaton sentia por Reeves era atração e algo com o ego, o que Nicholson sentia pelas jovens era só tesão) mesmo se descoberto apenas em idade avançada.
Recém Casados (Just Married) ** - poderia ser engraçada ao apresentar as besteiradas que a dupla faz em sua lua de mel, mas o filme tenta dar um ar de normalidade nas atrapalhadas, quebrando as piadas... isto é, não cortado na risada, mas extendendo para mostrar que aquilo pode ser algo que todos podem vivenciar e assim deixando o público na dúvida do "rio ou não? então não era exatamente ridículo?", um exemplo pequeno: o noivo carrega a esposa para entrar no quarto e ela bate a cabela na porta, logo a seguir ela ri e demonstra como aquilo foi engraçado, mas passível de acontecer com qualquer um. Piada estragada! Piada quase estragada: uma barata no pescoço do cara: há o corte um pouco depois que ela vai tentar passar a imagem de normalidade na cena. Como há mais piadas estragadas do que as não estragadas o filme fracassa.
Madrugada Dos Mortos (Dawn Of The Dead) **** - ótima refilmagem / atualização do filme de George Romero. O começo é tão bom que até deixa a espectativa grande demais para o resto, que decai um pouco, mas mesmo assim não joga contra o filme. O problema é a passagem do exterior para o interior, a situação geral para as histórinhas do pessoal no shopping. Se antes havia a questão dos custos e de uma temática social para ser explorada nessa atualização fica um pouco com menos sustentação seguir o mesmo caminho, quando podia jogar mais com o geral já que o social é deixado de lado. A caracterização dos personagens é boa, com bons atores (destaque para Sarah Polley, Ving Rhames e Jake Weber). Há uma enrolada no meio da trama que alonga em demasiado, mas o ritmo é bom. O final melhora quando volta para o exterior. Não deixa de ser curioso como nestes filmes há, mesmo que não intencional, uma glorificação das armas, um item de necessidade básica, que deve ir muito de encontro com o pensamento armamentista norte-americano do direito à auto-defesa. Mesmo eu que não tenho esse pensamento fico com a impressão (após estes filmes) de que armas são extremamente úteis para sobrevivência em situações de crise imagine quem já gosta um pouco da idéia! Mesmo que depois se mostre a inutilidade delas o recado já foi passado, ao menos duraram mais do que os que não tinham armas (também lembrando do personagem do telhado vizinho, considerado útil por atirar bem e logo a seguir mais útil por ter uma loja de armas). Há também a relação de poder advinda com a posse de armas. Zack Snyder se mostrou bem talentoso (seria dele a ótima idéia de por Johnny Cash nos créditos iniciais?). Só fica o gostinho de querer saber como seria o filme se centrasse naquelas imagens dos créditos ao invés de centrar em alguns indivíduos (já que toda história é assim, apresenta o global e vai para o indivíduo); seria um filme que queria ver.
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